Associação dos Sem Carisma #216
Talentos que só nós temos
Todo mundo sabe listar as qualidades de uma pessoa carismática: são divertidos, simpáticos, sempre estão com a galera, são prestativos…
Mas está na hora de exaltarmos os talentos daqueles que preferem preservar sua energia vital, porque bota alguém carismático numa situação que exige falta de energia para ver como ele se comporta…
Então, querida associação, não se sintam nunca desaplaudidos. Há talentos que só nós temos.
Qual o preço do barraco online?
Como alguns já devem saber, porque já falei aqui e no Nóia, eu to lá no Tiktok também, bem participativa por sinal, produzindo e consumindo conteúdos. De toda loucura daquela rede social, e toda e qualquer rede social é muito louca, o que mais me chamou a atenção foram as denúncias. Explico.
“Fui cortar meu cabelo no cabeleireiro famoso aqui da rede e deu errado!” Ou “Fiz um vestido com a estilista famosinha tal e foi horrível!”. São muitos vídeos em forma de denúncia, a maioria com parte 1, 2, 3 e por aí vai. Quase todos com direito de resposta da pessoa acusada e milhares de perfis dando resumo ou opinião da treta.
Vocês podem me dizer que a pessoa tá no direito dela em reclamar de algo, ou que é importante alertar outras pessoas para não caírem em possíveis roubadas e tals, mas no final, só o que eu vejo são pessoas exaustas em explicar seus pontos de vista em infinitos vídeos, extremamente abaladas psicologicamente e constantemente atacadas por desconhecidos.
Esses vídeos viralizam? Sim, a maioria têm muitos likes e plays mesmo. Mas será que vale a pena? E o que você faz depois de ter crescido em cima de uma polêmica, arruma outra? Eu fico meio chocada com o tempo e o desgaste em que vejo essas pessoas se colocando, mas essa sou só eu.
Tudo é difícil e nada é difícil
No começo do ano, eu tinha dificuldade para fazer tudo. Não conseguia arranjar forças para limpar a casa, deixar a cozinha arrumada, a pia lavada. As roupas ficavam uma semana secando até eu resolver que tinha que recolher. Tinha que me preparar psicologicamente para levantar do sofá, botar um chinelo, pegar a coleira do Batista e ir dar uma volta com ele. Tomar banho, depois de certo horário, era impossível. Deixava pro dia seguinte, na hora de acordar.
A única coisa que eu conseguia fazer era trabalhar, já que minha sobrevivência depende disso. Mas era como se eu usasse toda a pouca energia que eu tinha só para dar conta das obrigações. O resto, fica pra depois. Uma hora eu sabia que ia me dar uma louca e organizaria tudo.
Depressão é foda por isso. Tudo parece difícil, impossível. Se não fossem as amigas e amigos me dando uns empurrões no início do ano, era bem provável que hoje ainda estaria assim, penando para fazer o básico.
Troquei o remédio, comecei a me organizar financeiramente, voltei para a academia. Parece mágica, até, como de repente tudo começou a ficar… fácil. Agora passo uma vassourada na casa todos os dias. Se estou de pé, já aproveito para fazer tudo o que preciso, pra assim poder voltar tranquila para o meu sofá e orgulhosa da casa arrumada. Trabalhar também está mais fácil: apenas faço, não fico me martirizando porque estou sem ideias ou sem vontade. Não sofro por antecipação por ter que sair de casa e quebrar minha rotina de reclusa.
Essa semana, me peguei pensando em como essas coisas simples pareciam difíceis pra mim em janeiro. Como era possível eu ficar tão inerte com atividades básicas do dia a dia? Eu tava no fundo do poço mesmo, e só agora percebo o quão mal isso estava fazendo pra mim. Agora é como se um véu fosse retirado da minha frente e eu posso ver tudo com clareza: é só não deixar a peteca cair, é só não sucumbir à preguiça que vive dentro de mim, falando toda hora "deixa isso pra depois, descanse, você está mal". E aí, quanto mais sentada eu ficava, menos eu queria me levantar.
É essa inércia que fode tudo, assim como todos os problemas econômicos e sociais que enfrentamos. Infelizmente, dinheiro traz felicidade sim, e foi a partir da minha organização que comecei a melhorar. Já falei aqui, encarei a realidade em que vivo, a realidade da minha conta bancária, e passei a viver de acordo com ela, e não de acordo com os meus desejos de consumo. Comecei a dormir melhor, a trabalhar melhor, e veio a vontade de voltar pros exercícios. Se antes acordava às 10h da manhã, hoje acordo às 7h, 7h30, tomo meu café, escrevo no meu diário e já parto pra academia. Volto para casa zero cansada, tomo meu banho e sento pra trabalhar. E não me sinto mais exausta, nem melancólica, nem super triste – continuo sentindo raiva e querendo guilhotinar pessoas, mas aí é outra história.
Então assim: se você tá nessa fase em que tudo é difícil, fica essa pequena historinha de superação minha. No final, nada é difícil, a gente só precisa de um empurrãozinho, uma ajuda, um choque de realidade. Não que eu esteja 100%, acho que é impossível viver assim tão plenamente, ainda tenho inúmeras travas para superar, mas só o fato de eu conseguir fazer o básico sem toda a apreensão de antes já é uma grande vitória.
Vai devagarzinho, mas só vai.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Cometi o erro, ou o acerto, de assistir Sex And The City do início pela segunda vez. E eis que agora, como uma mulher de 30 anos (coff cofff, muito chique isso), eu me identifiquei horrores e me senti a própria Carrie Bradshaw (???? KKKKK
COMPLETAMENTE MALUCA E DELUSIONAL???? Também!!!!).
Mas o ponto é, como uma pessoa que está há seis anos solteira e nesse mercado, é quase que inevitável ver os padrões se repetindo. Isso porque a série tem mais de 26 anos, algo assim, não sou boa de matemática, por aí.
Os homens que vivem na sua própria egotrip de que todas as mulheres estão apaixonadas, emocionadas e querem casar com ele, só porque trataram eles bem, os que só saem com modelos e padrão, os que não gostam de mulheres engraçadas porque se sentem AMEAÇADOS POR ELA.
Inclusive, no episódio do Bom Dia, Obvious dessa semana com a humorista Rafaela Azevedo (a fran), a Marcela citou esse dado de uma pesquisa, acho que da Columbia University, de que homens se sentem amedrontados por mulheres engraçadas porque isso é um sinal de inteligência. ALIÁS, de que elas são mais inteligentes do que eles, KKKKKKK. Patético, né?
E mais patético do que se dar conta de tudo isso, é mesmo assim ainda se relacionar com homens, JURO QUE ÓDIO!!!!!!!
Eu tendo a não ficar acreditando nessas coisas e nem generalizando, mas são DADOS, ESTUDOS, e um monte de mulher insatisfeita e de saco cheio há mais de 26 anos lidando com as mesmas questões.
Obrigada, Carrie Bradshaw.
Eu quero uma vida de loira platinada
Festa do pijama is the new black
Desde o corte de cabelo que foi decidido dez minutos antes de entrar no salão, até o corte profundo na bateria social, 2024 anda sendo um ano de diversas mudanças e estou tentando me adaptar a isso. Então, para celebrar esse momento “novo ano, novo eu”, decidi começar uma nova tradição aqui em casa, a gloriosa festa do pijama.
A festa do pijama é uma combinação perfeita do que há de melhor na vida: comida, música, pijama, cama e fofocas da pior e mais ofensiva qualidade. Quem quiser, dança. Quem quiser, come. Quem quiser, bebe. Whatever. Não tem fila pro banheiro e o fumódromo fica no pratinho de porcelana ao lado da janela. A noite continua sendo nossa e não há muita perda de carisma, pois a parte do pijama consegue balancear com a parte da festa.
Comecei a fazer festa do pijama como uma solução à FOMO (Fear Of Missing Out — Medo de Perder), de não participar tanto dos rolês em bares e baladas como antes, isso por simplesmente não aguentar. Rolês que duravam até 5h da madrugada passaram a durar até 2h, depois até 1h, até o dia em que cheguei na balada às 23h e fui embora exatamente 00h. Portanto, para não perder o contato com seres humanos de maneira tão brusca e evitar encontrar indesejados na fila da bebida, aderi a esses rolês em casa, e vou me gabar por isso.
Acredito que todos os leitores da ADSC deveriam testar o poder de uma boa festa do pijama. É possível acabar com a FOMO de uma sexta-feira sem abrir mão do conforto. Uma pijama party é totalmente capaz de fazer o carisma durar, simplesmente pela segurança de saber que todo mundo pode dormir a qualquer momento, inclusive você.
Associação dos Com Podcast
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Tá difícil segurar essa barra que é viver porque o mundo apenas te sobrecarrega? Então vem ouvir o É Nóia Minha? da semana que recebeu Mila Costa e Júlia Rabello para conversar sobre o que nos deixa só o pó da rabiola.
E os namoradinhos? segue entregando o melhor da baixaria familiar com Pedro e Camila comentando os áudios da audiência. Senta o play!
E no Conselhos que você pediu, a Isabela hablou sobre responsabilização — algo do qual uma galera aí anda fugindo muito.
Hasta la vista
Ah, mais uma semana encerrada com sucesso. Foi bom pra vocês aí? Provavelmente não. Te entendemos.
Mas falando em vista — olha o gancho todo errado —, vocês estão sabendo que Camila e Rosner lançaram uma coleção de óculos com a Oyo, né? Vem aqui conhecer essa belezinha que é a Imaturos, já disponível lá no site da Oyo. Ah, e toda a parte da renda da Camila e do Rosner nessa coleção segue sendo doada para o Rio Grande do Sul, belê?
Pronto, tá dado o recado!
Agora, estamos todos liberados. Bom fim de semana para vocês, e lembrem-se de que semana que vem tem FERIADO!
Beijos imaturos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
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Coleção Imaturos na Oyo For Us em parceria com Camila Fremder e Rodrigo Rosner
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E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
@taizze, muito obrigada por este texto! ❤️ E que bom que você está bem!
Entrando agora no mundo das newsletter do substack, encontrei a página que precisava. Sou um carismático em busca de menos carisma pra lidar com os folgados do cotiadiano kkkkk.