Quando a gente tem uma maratona intensa de socialização, tudo o que precisamos é de uns dias de descanso. Casamento, formatura, encontro familiar, esses eventos deveriam vir com um atestado para ter folga no dia seguinte e se recuperar, né?
Mas enquanto o Ministério do Trabalho não discute essa pauta importantíssima, nós fazemos a nossa parte e lhe apresentamos o Vale Descanse a Sua Beleza. O amigo te chamou para um rolê pelo segundo fim de semana seguido? Apresente seu vale. Te chamaram pro happy hour depois da dinâmica de integração da firma? Não dá, preciso recarregar a energia.
Descansar a imagem é necessário, e seus compromissos irão entender (jogando aqui pro Universo para que entendam).
Quer anunciar aqui na Associação dos Sem Carisma? Então manda um oi para bpideias@bpideias.com.br e vamos conversar. Aqui não tem algoritmo ;)
Olha, nem sei….
Filho, vamos tomar café? Ajuda a mamãe aqui, pega os pratos, não, filho, não pisa aí que tem xixi de cachorro, putz, tudo bem, vai lá trocar a meia enquanto a mamãe faz o seu ovinho. Alô, oi Bruno, sim, vamos mandar o roteiro hoje, só preciso ver com a Taize o dia que, ixi, pera aí, COLOCA QUALQUER MEIA, FILHO, E VEM QUE O OVO TÁ QUASE PRONTO! Bruno, já ligo que tá tocando o interfone. Alô, oi Marcos, um motoboy? Nossa esqueci de descer com o documento, fala que eu to indo, obrigada. FILHOOOO, VEM COMER O OVO QUE TÁ PRONTO! (Áudio) Oi Taize, tudo bem? Precisamos terminar aquele roteiro do cliente de beleza, vou te mandar a ideia por áudio já já. FILHOOOO, O OVO!
Oi Marcos, desculpe, vou por o documento no elevador, você paga aí? Arrasou, obrigada! Isso, senta lá, filho, o ovo já deve tá frio, não pisa no… tudo bem, tira a meia e come o ovo, depois a gente lava o pé. A mamãe vai dar comida pros bichos, come bonitinho aí. Filho, você viu o Cisco? O quê? Nãoooo! Ele não pode comer seu ovo, é ruim pra ele, vai indo pro banho que a mamãe já vai lá. Alô, oi vó, tudo bem, e a senhora? Vou tentar passar no sábado, é que só ele tá de férias, eu gravo mais tarde, tá bom, vó, amém, a senhora também, amém, fica com Deus também, amém, beijo, amém. O QUE FOI? MAS VOCÊ TÁ CHORANDO POR QUÊ? PERA AÍ, MAMÃE TÁ INDO… O relógio marca 8h11. Eu odeio as férias escolares.
Desamparo
A Iza foi traída. Grávida. Exposta publicamente. Não sei vocês, mas nessa quinta-feira seguinte ao vazamento desse horror, eu não consigo pensar em outra coisa. Todas nós mulheres, mães, grávidas fomos apunhaladas em algum lugar nessa história.
Eu fui uma gestante e uma puérpera que teve o apoio e presença irrestrita do marido, que também é o pai do meu filho. Poderia não ser, porque essas coisas não precisam andar juntas, até no cenário mais saudável das relações. Mas nós decidimos, no segundo em que vimos aquele teste positivo, que nascia ali também uma nova família.
Junto com a decisão de formar uma família nascem também todas as expectativas, os sonhos, as imagens de filme, os planos de um futuro longo. Veja, não acho que são só idealizações, porque tem materialidade. Não é puramente um delírio monogâmico, é a vida, a parceria, a rotina que já existe pensada a longo prazo. Quem pode culpar uma pessoa que cria expectativas em uma relação que se mostra saudável? Até em uma relação não-monogâmica pode haver traição dos acordos, deslealdade nos combinados. Trair sua esposa grávida não é só trair sexualmente uma mulher. É trair a família que você se dispôs a formar, e família existe em muitos formatos, inclusive em relações não-mono. Eu estou sempre disposta a marretar a monogamia, mas acordos não-monogâmicos não anulam a socialização masculina e, por si só, não resolve o patriarcado que corre em nossas veias.
Além das expectativas, a partir da decisão de formar uma nova família, eu senti meu eixo deslocar. Deixei de rodar no eixo de filha para passar a rodar no eixo de mãe, esposa, chefe de família. Senti que meu referencial de porto seguro deixou de ser minha mãe e meu pai e passou a ser meu marido. Feliz ou infelizmente, é assim que funciona nossos sistema monogâmico. A gente funda um novo núcleo familiar, muda nossos referências de segurança, projeta nosso alicerce em outras pessoas e outras relações. É o cobertor curto. Fortalecemos novas relações, mas também nos vulnerabillizamos de certa forma.
Só eu e Oxum sabemos como foi viver a gravidez e o pós-parto que eu vivi. E eu realmente não sei o que teria sido de mim sem o apoio do meu marido. Eu tenho mãe, pai, padrasto, avó, família e amigos próximos, presentes, afetuosos. Mas a partir do momento em que esses novos papéis são assumidos, o novo espaço que abrimos pro parceiro não é substituível. Eu não queria nenhuma outra pessoa no meu pré-natal, no nascimento do nosso filho, na primeira noite em casa. A única pessoa do mundo que eu gostaria que estivesse ali era ele, e eu sei como foi importante ter ele do meu lado.
Eu sofri muito com a história da Iza em imaginar como deve ser o rompimento dessa expectativa, desses planos, em um momento em que essa presença já virou insubstituível. Não é mais um namorico, é pra sempre o pai (ou genitor) da sua primeira filha. É uma relação que não se dilui, uma mágoa que não se desfaz, um trauma que fica. É o desamparo em sua forma mais crua. A sordidez das mensagens, a traição sexual é um terror, mas me parece ainda mais aterrorizante o desamparo do que vem depois. As ausências, as lacunas, a desassistência no momento em que uma mulher mais precisa de alicerces.
Em mim, bateu assim. Onde bate em cada uma de nós diz sobre as peças do quebra-cabeça da nossa vida. Não consigo chegar na Iza, mas consigo chegar em você que está lendo e deixar meu abraço. Se você viveu uma traição, uma deslealdade no momento tão vulnerável de uma gestação. Se você foi enganada, abandonada, ferida. Meu abraço, minha empatia, meu colo à distância. É cruel, é sórdido, ninguém deveria passar por isso. Cuidemos de nossas mulheres.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
cadê a disposição para dates?
depois de muito me lamentar por dates merdas para as minhas amigas, uma delas em específico (obrigada, olivia yokouchi, kk) me disse:
— sabe do que você tá precisando? DE BOY SOBER!
olivia é formada em tiktok (KK, te amo ami), a minha maior fonte de dados, e aparentemente lá tem várias monas fazendo esse exercício.
não basta ficar SOBER (sóbria), tem que ficar SÓBRIA DE HÓMI! KKKKKK
o boy sober é isso, você dar um tempo de ficar saindo em dates e de se movimentar para que eles aconteçam, sabe? gastar essa energia com isso.
eu vim de uma onda (essa tsunami já dura uns bons anos, Q) de muitos dates com pessoas diferentes, e cada vez era uma nova frustração. e é difícil escrever sobre isso sem mencionar o que acabou de acontecer com uma das maiores cantoras do nosso país, que ainda por cima está grávida — como é frustrante se relacionar com homem, cara!
se envolver com homens é frustrante mesmo, para TODAS. eu percebi, falando com essa mesma amiga, que, no final, quem se esforçava para fazer esses encontros serem legais, durar e ser uma relação legal era eu.
“amiga, claro que todos os dates são legais porque você se esforça para ser agradável, ter assunto, dar risada…”, e aí quando eu pensava no que eu tinha em troca disso, era NADA. aliás, pior que nada.
era bofe dando em cima e marcando date com amiga minha, mesmo que saindo comigo há 4 meses, outro morando com a ex e depois do love bombing meter um ghosting… entre tantas outras situações deliciosas de se relatar!
e aí eu TE pergunto e ME pergunto:
com que energia eu vou para um date? com que energia eu vou tentar me relacionar de novo?
KKKK, mas retomando o meu experimento TIKTOKER, kk.
o que posso dizer é que eu me declaro “sóbria” de relações com homens há alguns meses e, de fato, acredito que está me fazendo bem.
a energia que eu estava dispondo ali tem sido concentrada em outras áreas da minha vida, o que consequentemente tem me deixado menos frustrada diante desse aspecto.
Fidelidade é igual a Papai-Noel…
… não existe. Acho que a gente já ouviu relatos demais sobre traições para ainda cair nesse papinho, né? Claro que não estou culpabilizando a Iza por ter achado que um pé-rapado que joga no time B do Mirassol fosse ser um pai dedicado e marido fiel. Falo é da gente, do público, assistindo a mais um caso de homem pulando a cerca nos momentos menos propícios possíveis: quantas pessoas chocadas com a capacidade que o homem teve de trair a mulher mais linda do Brasil enquanto ela está grávida. Não entendo esse choque.
Essa semana foi a Iza sendo traída durante a gravidez. Ano passado foi a Preta Gil sendo traída no meio de um tratamento de câncer. Antes dela, a loba Shakira tinha levado chifre e transformou isso em dinheiro (jeito certo de lidar com chifre, aliás). Ah, teve também a revelação de chifre ao vivo na Ana Maria Braga, com direito a cuca e café. Enquanto isso tudo rolava, Neymar estava dando seus rolês com os parças e as migas enquanto Bruna (não a Marquezine, mas parecida com ela) estava esperando sua filha.
Isso porque estou citando apenas os casos mais famosos e recentes, porque na nossa vida privada as histórias de traições correm solta também. E não só por parte dos homens, tá? Mulher também trai bastante, só são mais espertas e são menos descobertas. Não quero fazer aqui apologia à não-monogamia, deus me dibre de ser essa chata. Não é uma nova configuração de relacionamento que apagará o fato de que a fidelidade eterna não existe. Não tem, o ser humano é um bicho filho da puta mesmo. A gente trai namorado, marido, amigos, família, a gente trai até o empregador se temos uma oportunidade maior de ganho.
A galera ainda quer acreditar que é especial, a única, aquela que se destaca em meio a tantas outras e que fará com que um homem queira compartilhar seu rocambole de carne apenas com ela. E essa é uma das grandes mentiras que ploriferou na história humana, porque nem religião, nem lei e nem o chapisco público fizeram com que as pessoas parassem de trair. Não tomarás a mulher do próximo, mas quando a mulher não tem um próximo tá tudo certo.
Dito isso, deixo aqui uma aposta: não vai demorar muito para que uma certa loira internacional apareça cantando alguma baladinha sobre ter sido corna. E todo mundo vai ficar chocado de novo.
Apoie seu podcast local
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Entre os emocionados e os sem carisma, tem o meio termo. E reações medianas foram o tema do É Nóia Minha? dessa semana, que teve participação do youtuber Matheus Marx e do artista gráfico Fepe Camargo.
E aí, estão sentados? Então senta para ouvir o novo episódio de E os namoradinhos?.
O que você está procrastinando, hein? Bora ouvir essa reflexão da Isabela no Conselhos que você pediu.
E a Bertha volta com mais uma história caliente em Amor ao pé do ouvido, mas com uma dose de idealização.
Bora sextar
Semaninha puxada, viu?
Por isso a despedida vai ser breve:
Beijos, se cuidem, até semana que vem, lavem bem atrás da orelha, não esquece de secar direito entre as unhas dos pés, frieira ninguém merece.
Camila, Isabela, Bertha e Taize
Lembretes de encerramento:
Vem seguir nosso perfil no Instagram que tem novidade todo dia.
Entre no seleto grupo Associação dos Camillers no Telegram.
Siga o canal do É Nóia Minha? no YouTube.
Coleção Imaturos na Oyo For Us em parceria com Camila Fremder e Rodrigo Rosner
Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
Já me identifiquei no primeiro parágrafo- na sexta foi minha formatura e casamento da prima, sábado foi um aniversário. no domingo, parece que eu tinha levado uma surra. um cansaço medonho
Ja salvei o vale pra usar depois dessa semana que vai ser tensa 🤣
Camila me fez chorar so com a ideia do caos. Bela como sempre alugando um triplex na minha cabeça, Taize trazendo a realidade nua e crua sempre faz a pisciana aqui botar os pés no chão e a Bebetinha que sempre me faz ler os textos ouvindo a voz de veludo dela na minha cabeça, enfim a minha newsletter preferida.