Associação dos Sem Carisma #225
Atestado para comparecer ao espetáculo É Nóia Minha? Ao Vivo
É Nóia Minha? Ao Vivo — é isso mesmo que você leu
Contrariando todos os sinais que dou aqui na news, no podcast e nas redes sociais, temos um encontro marcado presencialmente nos dias 30 de outubro e 4 de dezembro de 2024: ir ver o É Nóia Minha? ao vivo no Teatro Sabesp Frei Caneca, em São Paulo.
Vocês praticamente lotaram duas sessões do teatro, então já estou me preparando psicologicamente para esse momento. E como as apresentações vão cair no meio da semana, deixo aqui um atestado para você se preparar para ir também. Afinal, não é sempre que tenho o carisma para ir num evento dessa magnitude. Já salve o seu para apresentar ao RH nas semanas de Nóia Ao Vivo!
Ah, e sobre outras cidades: já estamos pensando nos próximos destinos do É Nóia Minha? Ao Vivo, tá? Aliás, responde aqui dizendo para onde você acha que eu tenho que ir!
Memorabília
Há um mês, eu postei em todas as redes um pedido de ajuda para encontrar um vídeo. Era um vídeo que eu tinha certeza que tinha visto! De um homem, ator ou artista, explicando para a câmera como organizava os livros na estante de acordo com as relações de (possíveis) afinidade ou inimizade entre os autores. Assuntos que tinham a ver, um autor que apoiaria um certo tema. Era uma maluquice completa e eu queria TANTO ver esse vídeo de novo. Perguntei mais de uma vez, pesquisei em todas as buscas e nada.
Essa semana, eu vi um ex-namorado na rua. A minha memória é péssima e fiquei me perguntando “cara, como foi que a gente saiu de colegas pra um casal?” Eu não tinha a menor ideia. Não lembrava do primeiro date, quem chamou pra sair, como eu tinha feito pra demonstrar interesse, como eram as conversas. Nada. E veja, a gente terminou tem mais de cinco anos, eu tô muito bem casada e não foi qualquer tipo de saudade (era um casal nada a ver), foi uma curiosidade absurda por ter tido um branco completo na minha memória. Como desmemoriada convicta, tenho todos os backups e fui eu na nossa conversa investigar. Do nada, tava lá a história da organização dos livros. Eu fiquei chocada, estatelada, mais do que surpresa. Não consigo nem explicar o choque que eu fiquei ao descobrir que aquele vídeo do “ator” e seus livros era do meu último ex antes do Raphael.
Dito isso, se faltava alguma dúvida, estou convencida: a minha memória é terrível. Eu esqueço muita coisa mesmo. Nomes, pessoas que fiquei, segredos que me contam, brigas que comprei, pessoas que me sacanearam. Apago completamente da minha cabeça momentos bons e ruins. Eu já percebia isso há muito tempo, e agora cravo que, por isso, sou uma colecionadora maluca do que chamam de “memorabília”. Definição: “Conjunto de objetos e coisas guardados ou colecionados por estarem relacionados com pessoa, acontecimento ou época importantes e por trazerem à tona memórias e lembranças.”
Eu tenho todas — repito: todas — as cartinhas e desenhos que troquei com minhas amigas durante a infância. Todas as cartas de amor de namorados ou pretendentes, ingressos e pulseiras de shows inesquecíveis, crachás de trabalhos marcantes. Até outro dia, eu tinha a caixa da primeira pílula do dia seguinte que tomei na vida. Juro por Deus. Mas essa eu resolvi jogar fora finalmente há uns dois meses, kkkkk. Panfletos e mapas de cidades e museus que visitei, passagens de viagens que fiz. Com a era digital, tenho duas nuvens e um HD externo que somam mais de 2TB de espaço (ainda com bastante espaço livre pra novas memórias, ufa!). Mas eu sinto que, se não guardar, se não tiver aquele objeto físico ou aquela foto, eu vou esquecer. É desesperador.
Mas tem um lado que me conforta. Eu nunca esqueci os momentos verdadeiramente importantes. Aqueles que mudam a vida ou o patamar de uma relação. Eu nunca esqueci o dia em que vi o Raphael pela primeira vez, nunca esqueci cada abraço que eu recebi no momento mais difícil da minha vida, nunca esqueci o medo, o alívio e a emoção de receber meu filho no meu colo. A voz da minha avó que morreu quando eu tinha 15 anos, o jeito que ela falava. O desespero do meu pai me vendo convulsionar. Quando ouvi pela primeira vez o coração da minha irmã batendo num ultrassom. O dia em que eu conheci meu pai de santo. Cada detalhe do colégio em que eu estudei e fui tão tão feliz. Aquele pôr do sol em NY que mudou tanta coisa que eu pensava sobre a vida. A visita para alugar a casa onde eu moro. Quando o médico mandou a mensagem “a cirurgia já acabou, foi tudo bem”. O acolhimento quando comuniquei minha demissão. A reação de todas as pessoas que amo quando contei da gravidez.
Eu queria lembrar mais, mas eu esqueço. Eu esqueço tudo. Menos o que me transformou.
Metade da década
Ontem cheguei na metade da década dos 30, ou seja: estou rumo aos 40 anos de idade. Impossível não olhar para os números sem pensar nisso, né? A gente tende a arredondar para mais quando o dígito final é 5 — uma das poucas coisas da matemática que permaneceu aqui. Eu tô feliz por ter chegado aos 35 anos até que bem estabelecida, com uma vida muito mais confortável do que a que eu tinha aos 25 anos. Considero que venci, que estou vencendo.
Esses últimos 5 anos passaram tão rápido que é como se eu tivesse vivido eles na velocidade 2x. Claro que essa impressão existe também por causa da pandemia, que bagunçou totalmente nossa noção de tempo. Ficar tantos meses trancada dentro de casa fez parecer que eu não "vivi" esses últimos anos. E minha rotina mudou tanto de lá pra cá que nem sei mais como é viver tendo que sair de casa todos os dias. O que é bom, mas também ruim. É como se tivesse desaprendido a viver uma parte da vida que, até agora, não consegui recuperar. Só que aconteceu coisa para caralho nesse tempo: mudanças de casa, de trabalho, a chegada de Camila, Bertha, Isabela, Ale e Claudio na minha vida (o Bruno eu já conheço desde os meus 25, rs), os relacionamentos que vieram e já se foram, a depressão que se intensificou e que agora estou controlando melhor.
E aí fica essa coisa de "nossa, cinco anos passaram rápido demais”. Talvez todo adulto sinta isso, agora que a vida não segue mais a lógica da infância e da adolescência, onde a gente podia olhar pros nossos dias como se fosse um videogame em que a gente tem que ir passando de fase — ou, no caso, de série. Agora não é mais assim, não tem mais "fases" para passar, é mais um RPG onde você tem que realizar as mesmas tarefas e passar diversas vezes pelos mesmos lugares para ir descobrindo o que tem pra fazer em seguida.
Mas até o RPG tem um desafio final, uma vitória a conquistar. Na vida real, a gente tem é que seguir acordando todos os dias, vez após outra, e esse final não chega nunca (quer dizer, chega, mas aí é o tal “game over"). Porque todo dia a pia tem louça suja para lavar, o varal tem roupa pra recolher, a caixa de areia tem cocô pra limpar, no WhatsApp tem um novo briefing para seguir. Bem, dá pra ver que aos 35 eu já estou meio cansada, né? Cansada demais pra ter saudade dos 20 e poucos anos em que eu tinha mais esperança (ou mais ilusões?) na vida. Agora, começando a caminhar para os 40, sinto que vou seguir cansada, mas pelo menos terei mais autoridade para reclamar, e com o pé numa realidade mais concreta.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
férias escolares it's the real deal
desde que eu saí do colégio… tá exagerei, vai. desde que saí da faculdade, eu nunca mais tinha pensado, vivido, e muito menos ouvido falar sobre "as férias escolares". até que a vida passa e seus amigos, familiares, pessoas próximas e tal, começam a ter filhos. e gente!!!! o conceito de férias escolares vira outro instantaneamente.
do outro lado da ponte, da PONTE DA VIUDA, KK, e eu tô falando do lado da pessoa que não é mãe/pai (sou tia, dinda e amiga, tá?), outro rolê! férias escolares significam o sucão do caos na terra, mona. não tem muito a ver com diversão, tem a ver com MISSÃO!
a missão de entreter e divertir uma criança, e também, se você é rede de apoio de pessoas com filhos, de deixar os pais das crianças descansarem das férias dos filhos, tendeu? KKKK muita gente que lê essa newsletter já sabe disso porque está do lado parental já tem uma cota, né. mas tô dando aqui a minha visão de amiga/tia/dinda, tá?
e quando eu digo descansar, é tipo, tomar um banho com calma, sentar no vaso e fazer um cocô em paz mesmo, coisas assim! não é JOGAR UM PS5, fazer massagem e skincare.
nesse último final de semana eu fui viajar com a minha amiga, gabi, e a sua filha, maya, de 09 anos, para encontrarmos a nossa outra amiga, a tata, e a sua filha, alice, de 02 meses, que mora em outra cidade. a gabi foi mãe solo da maya na época em que a gente estava na faculdade, e eu lembro de quando a maya era bebezinha, da gente ficar com ela algumas tardes para poder ajudar a gabi a conseguir fazer coisinhas triviais do dia a dia (sqn), tipo UMA ENTREVISTA DE EMPREGO, KK.
e durante os 03 dias que passamos juntas, eu também senti muito a necessidade da minha amiga, da gabi, de falar com alguém que não tinha filhos e tava do outro lado, sabe? do tipo, falar sobre dates, coisas banais, tomar uma cerveja e cantar músicas dos anos 2000 bem alto como se fosse a avril lavigne? kkkkkk
percebi como esses momentos foram especiais para a minha amiga, e do quanto ela também precisava desse momento nas férias.
hoje passei a tarde com a minha sobrinha para que o meu irmão e a minha cunhada pudessem ir visitar um amigo e ir comprar umas plantas. e também, claro, ficarem os dois um pouquinho a sós, sem filhos.
nasce um filho, os pais também acabam nascendo, mas as pessoas por trás não deixam de existir, né?
e acho que como tios, amigos, dindos, a gente tem esse papel de lembrar essas pessoas de que elas ainda existem, estão ali.
Podcast Time
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Quem aí tem medo de inteligência artificial? Camila chamou Matheus Sodré e Thiago Guimarães para conversarem sobre os perigos dessa tecnologia. Ouve aí!
Já ouviu falar de caráter flexível? Então vem ouvir o novo episódio de E os namoradinhos? que vocês vão entender…
Chegou a hora de falar sobre traição lá no Conselhos que você pediu, senta o dedo no play!
E no Amor ao pé do ouvido, temos uma história bem de libriana contada pela nossa taurina favorita Bertha Salles.
E no sou meio vagabunda, mas sou boa pessoa, a Taize soltou mais um episódio exclusivo comentando os assuntos mais mornos do mês.
Ok, circulando!
A gente não quer ser dessas que toda semana encerra com: “nossa, que semana, hein?". Mas tá meio difícil não dizer isso toda sexta-feira, porque a cada semana que surge, uma nova correria acontece.
Mas oh, o sentimento é bom, viu? Vocês arrasaram demais e estamos deveras ansiosas para o Nóia Ao Vivo. Valeu demais, tá?
E beijos, aproveitem bem o fim de semana,
Camila, Bertha, Isabela e Taize
Lembretes de encerramento:
Vem seguir nosso perfil no Instagram que tem novidade todo dia.
Entre no seleto grupo Associação dos Camillers no Telegram.
Siga o canal do É Nóia Minha? no YouTube.
Coleção Imaturos na Oyo For Us em parceria com Camila Fremder e Rodrigo Rosner
Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
Camila, RJ tem que entrar pra lista, tá?! Faz ponte aérea, bate e volta, dá seus pulos. QUEREMOS VC TAMBÉM!
Salvador!!