E se a gente tivesse um reality show para chamar de nosso? Seguem nossas sugestões:
Quero ser mimada sim!
Olha só, papo reto aqui! Providenciei episódios de segunda a quinta pra vocês, então o MÍNIMO que eu espero é o apoio de todos os sem carismers nesses projetos. O Amor na Influência é uma aventura muito nova e eu estou amando essa minha versão totalmente em vídeo. Até o momento, gravamos 6 episódios, e os temas estão super legais, o episódio que sai na terça que vem é com podcasters que eu sei que vocês amam, e tá engraçadíssimo.
Então já que a mãezinha aqui tá trabalhando igual doida pra vocês terem o que ouvir no caminho do trabalho, lavando uma louça na pia ou se arrastando na academia, peço que vocês curtam os pods, marquem 5 estrelas, divulguem e tudo mais, eu sei que isso vai ser o maior incentivo pra eu continuar nessa loucura de rotina! Me mimem? Obrigada.
Toda terça tem episódio novo no canal do YouTube da Wondery Brasil ou na sua plataforma de áudio preferida. Ah, e temos grupo de Telegram também!
Caju
Nem lembro a última vez que um lançamento de um álbum me arrebatou tanto. Desde que mergulhei no universo dos podcasts, parei completamente de ouvir música. O que era parte da minha rotina, sumiu. É raríssimo eu colocar uma música pra tocar, o tempo todo são só vozes na minha cabeça. Não ouço nada que lança, não descubro artistas novos. O único responsável por manter um mínimo de letramento musical em mim é meu marido, que ama descobrir artistas e músicas novas e me obriga (que bom!) a ouvir no carro.
Foi assim que eu conheci o álbum novo da Liniker, Caju. Ele botou pra tocar e eu fui ouvindo, ouvindo. A música favorita dele é “Febre” e, claro, pagode é sempre minha cara. Adorei! E aí resolvi, na semana passada, nas horas de avião da viagem a trabalho que fiz, dar o play de verdade.
Na minha opinião, “Caju”, a música que abre o álbum, é das mais bonitas lançadas nos últimos tempos. A melodia é linda, mas tem coisas que só uma mulher é capaz de dizer por outras.
“Será que você sabe que no fundo eu tenho medo de correr sozinha e nunca alcançar?
Eu me encho de esperança de algo novo que aconteça. Quem despetala a rosa estará lá pro que aconteça? (…)
Quando eu alçar o voo mais bonito da minha vida, quem me chamará de amor, de gostosa, de querida?”
Isso é quase terrorismo psicológico com as solteiras, juro! Kkkkk Liniker você não tinha esse direito! Até as casadas estão em pânico!
Mas brincadeiras à parte, eu acho que o trecho “Quando eu alçar o voo mais bonito da minha vida, quem me chamará de amor, de gostosa, de querida?” bate fundo em toda mulher que decide manter a própria autonomia, priorizar a vida profissional, olhar pra si mesma. Raramente um homem — e essa é uma marca da heteronormatividade — vai sustentar estar com uma mulher que brilha, às vezes mais do que ele. Muitas mulheres se veem punidas afetiva, emocional e até sexualmente dentro de relacionamentos sólidos, casamentos longos, quando começam a ganhar mais que o parceiro, aparecer mais, ser reconhecida pública ou profissionalmente. Além dos que jamais topariam entrar numa relação com uma mulher gigante. Homens pequenos que se apequenam ainda mais quando tentam eclipsar suas parceiras.
Existe muita solidão tanto nas solteiras quanto nas que estão em relacionamentos. Quantos homens comemoram de verdade as vitórias de suas namoradas? Quantos se desdobram no cuidados com a casa e com os filhos pra ela fazer aquela pós que vai colocá-la em outro patamar no mercado de trabalho? Quantos estão lá aplaudindo suas esposas em cima de um palco, dando uma palestra, recebendo uma promoção? Quando várias mulheres alçam o voo mais bonito de suas vidas, elas têm quem as chame de amor, de gostosa, de querida?
Liniker colocou em uma frase o que é o medo de muitas de nós. Eu que acostumei a me identificar com o falatório dos meus podcasts preferidos, que tinha perdido o costume do que é ser arrebatada por uma música, me reencontrei com ela e apaixonei tudo de novo. Tem uma semana que canto, cantarolo, boto pra tocar alto em casa, leio as letras, tento decorar. Delícia. Morando dentro da concha desse abraço. Ouçam Caju!
Uma nova rede social
Elon Musk tentou dar uma driblada no Alexandre de Moraes e alguns usuários tiveram acesso às suas contas no X durante poucas horas nessa semana — agora já está bloqueado novamente, e parece que o Kiko dos Foguetes está arregando para a lei brasileira aos pouquinhos… Na discussão que surgiu entre voltar para aquele esgoto ou ficar no BlueSky, muitos falaram que ainda não se encontraram na nova rede social, falta algo.
Os motivos são vários: não se informam como antes, não têm os perfis gringos que seguem lá na outra rede, etc. Mas têm muito a ver com preguiça também. Preguiça de procurar seus mutuals e seguir todo mundo de volta, de alimentar uma nova rede, de interagir nesse espaço novo com regras, até então, mais justas do que o finado Twitter (você pode controlar bem o que vê, quem pode de responder e o que vai aparecer na sua timeline). Vi muita gente reclamando de que o feed não está como era na outra rede social, que não sabe como atingir aquela curadoria perfeita feita durante anos que se perdeu graças aos chiliques do mimadinho, e aí não querem passar por todo esse trabalho de novo.
E aí fiquei pensando em como o povo se desacostumou a usar a internet. Na passagem de bastão das comunidades de fóruns e chats de bate-papos para as redes sociais, muita gente desaprendeu a navegar nela. E falo "navegar na internet" como se dizia 20 anos atrás porque era isso mesmo o que a gente fazia: explorava o conteúdo que existia em toda a WWW. De um blog passávamos para outro, e outro, e chegava em um artigo na Wikipedia, e depois numa reportagem sobre a vida comunal dos indivíduos pré-humanos… A gente descobria as coisas na antiga internet porque ela não estava centralizada em uma plataforma. A gente sabia fazer uma pesquisa no Google.
O Facebook apareceu para mudar essa lógica que, depois, foi replicada nas outras redes. Para lucrar com publicidade na internet, você precisa de um grande número de usuários ativos na sua plataforma, e assim a rede social foi programada para que você nunca saísse dela. Por isso links para sites externos perderam o alcance, e as redes sociais que antes geravam tráfego para outros lugares desapareceu. Por isso as pessoas hoje chegam cada vez menos na fonte da informação, e jornalismo virou fazer clickbait, porque é isso o que funciona numa rede que privilegia likes. São tantos anos nos submetendo a essa lógica que a gente perdeu a capacidade de sair da caverna das redes para explorar o que tem fora dela novamente.
Bem, se for depender dos buscadores, realmente não é lá muito recomendado sair e explorar — esses dias quase caí num golpe de site falso, já que Google e o Bing deixam qualquer trambiqueiro anunciar seu golpe, aparecendo antes dos resultados oficiais. Mas vejo que a galera não quer se mexer mais quando está na internet, não quer ter que sair e explorar o conteúdo, descobrir novas pessoas, novas redes, pesquisar a informação que precisa ao invés de encher as caixas de comentários com perguntas como "que livro é esse?", quando o nome do livro está no próprio post. Na verdade, o pessoal se acostumou a ser amparado pelos algoritmos que escolhem o que é relevante para a timeline, e não sabe mais fazer essa curadoria por conta própria. E há tantos problemas aí, viu?
Eu tô bem entusiasta de ficar criando uma comunidade nova lá no BlueSky justamente por não ser um lugar ditado pelos algoritmos. Ficar conversando sobre livros, fofocas, Fórmula 1 e novelas lá tá me trazendo a experiência que eu tinha no início do Twitter, com apenas meus amigos e eu falando besteira sem sermos interrompidos pelos anúncios de jogos de azar. Aliás, sem anúncio algum: uma rede limpa, nova, fresca como as flores do campo.
Não tem como cogitar eu voltar pro X (como já falei na minha newsletter aqui) quando aquilo se transformou no lugar mais doentio da internet. Agora que eu tenho uma timeline com só o que eu quero ver, com os devidos blocks feitos para nunca ser incomodada por conteúdo que não me interessa, eu vou aproveitar essa nova chance de ser feliz na internet do jeito que eu era no passado, sem algoritmo e descobrindo coisas novas.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
essa semana escrevi sobre a passagem do meu avô, sobre a minha relação com a depressão e a saúde mental.
sobre os “e se?” que a gente leva depois de passar por isso. e eu digo ~a gente~ porque é isso, todo mundo que está em volta se afeta e tenta lidar com isso de algum jeito.
acho importante frisar mais uma vez a importância de falarmos sobre existir uma forma de sair dessa, sabe? algumas formas.
quando fiz o texto no meu instagram, agradeci à minha mãe, que no início dos anos 2000 teve a consciência e o impulso de me botar na terapia. mesmo quando ainda não falávamos tanto sobre o assunto, a terapia ainda não era um tópico comum como é agora, era totalmente velado.
a minha mãe e a terapia me salvaram. comecei a escrever nessa época também, era bem solitário o processo, mas ajudava. só que falar com uma pessoa, sentir o acolhimento quando nem a gente tá se entendendo, fez toda a diferença.
recebi uma mensagem da minha primeira terapeuta, andreia dos anjos, respondendo ao meu texto! ela tem anjo até no nome.
na mensagem ela disse algo muito lindo que foi: “sou grata por me permitir atravessar o deserto junto com você! sim, os desertos nos ajudam a nos constituir, nos fortalecem”.
chorei, agradeci e depois sorri. obrigada por terem atravessado o deserto comigo.
ter alguém para atravessar contigo faz toda a diferença.
atravessei.
Play nos pods
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Além de O amor na influência, que já deixamos lá em cima, tem também É Nóia Minha? Camila chamou Chico Barney e Caio Barbosa para relembrar os grandes ex-BBBs.
E os namoradinhos? veio com mais um episódio com o melhor dos causos de família!
A Isabela fez mais daqueles episódios do Conselhos que você pediu que você precisa ouvir. Dessa vez o assunto é a epidemia das casas de apostas:
Tchauzinho!
Parabéns, você chegou ao fim de mais uma edição da Associação dos Sem Carisma e pode dizer que cumpriu a sua cota de 15 minutos de leitura do dia. Mas recomendamos vocês continuarem lendo mais, viu? Vê aí se uma edição antiga não passou pelos seus olhos…
Obrigada demais por estarem aqui mais uma semana. Aliás, semana passada, na Bienal, foi muito legal encontrar leitores dessa newsletter também! Então fica aqui nosso carinho e carisma. <3
Beijos mil,
Camila, Isabela, Bertha e Taize
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