Associação dos Sem Carisma #57
Espantando o tédio
Acabou o Carnaval, voltaram as reuniões… Até quem tem carisma acaba ficando sem quando entra numa daquelas reuniões chatas e sem fim. Para te oferecer um pequeno alento, preparamos para hoje um manual de como fazer belíssimos desenhos na sua agenda para aplacar o tédio.
Um mimo, um bálsamo
Adoramos a palavra BÁLSAMO. Uma gíria 100% avó para dizer que algo é bom, é saudável. Assistir à novela das seis é um bálsamo para o espírito. Nossa, esse pudim foi um bálsamo para o estômago. Cauã Reymond é um bálsamo para os nossos olhos. Deveríamos resgatar o uso do bálsamo como elogio. Tragam essa palavra de volta.
E hoje temos um mimo para vocês: desconto no Bálsamo Demaquilante da Sallve! Que é, bem, um bálsamo para a pele. É um óleo-gel que tira até a maquiagem à prova d’água e limpa os poros e cravos, removendo a oleosidade excessiva. E aqui vai um código para você usar e ganhar esse descontinho: BALSAMODACAMILA. Vai dizer que não é um mimo, um bálsamo.
O engano
Por Camila Fremder
— Central de promoções da Vivo, com quem eu falo?
— Ah, não tô interessada em novas promoções, obrigada.
— Não tá interessada né, sua rapariga?
— Oi?
— É Jaqueline quem tá falando, não é?
— Não.
— Jaqueline, aqui é o teu macho, tá ouvindo, sua abusada?
— ...
— Não disfarça não!
Desliguei.
Não sei se isso é uma nova tática da Vivo pra gente não desligar tão rápido, ou se é o ex da Jaqueline querendo ela de volta, mas seja o que for, os dois estão bem equivocados na estratégia...
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Ser um jovem adulto em 2021 tem sido sofrido e exaustivo por diversos motivos, e disso todo mundo sabe e já está cansado de saber.
Sem novidades por aqui, mas a cada amigue ou familiar por volta dos seus 20 a 30 anos com quem eu converso, vejo o quanto esse sentimento é comum e intrínseco à nossa geração.
Os discursos são sempre os mesmos, parece que, quando a gente nasceu, os nossos familiares tinham uma grande expectativa em nós, éramos especiais, tínhamos mil ferramentas e oportunidades para sermos o que a gente quisesse ser. Sem limites, entre aspas, e sem noção alguma da realidade.
Lógico que estou contando um pouco sobre a "bolha classe média kkk" onde cresci e que convivi por grande parte da minha vida, sei que as realidades de cada um são muito diferentes.
Mas eu não sei se é porque crescemos juntos à internet discada, tijolão com cobrinha na mão, e a gente já arrasava no paint desde criança, ou o que que aconteceu ali, mas rolava aquele brilho ao pensarem no nosso futuro, ou em como seríamos um famoso caso de suckess, afinal, a gente tinha tudo ali.
Tô parecendo a Viih Tube e a Thais falando que as patricinhas de Beverly Hills vão se revoltar, será?
Bom, gosto de escrever porque é um exercício de escuta também. Se soou imbecil, me mandem mensagem depois, por favor. KKK
Enfim, os meus pais sempre me super protegeram, como se eu fosse um mini cristalzinho, kk, mas quando eles se separaram, e eu tinha uns 8 anos, eu entendi um pouco mais sobre o lado humano das pessoas e o quanto a gente idealiza o outro e as coisas que temos ou vamos ter nessa vida ou não, por fim.
A grana ficou bem mais curta e a realidade surgiu. Foi o meu primeiro choque traumático, dentro de tantos outros que ainda estavam por vir.
Minha mãe dava aulas de manhãzinha em uns 3 colégios, inclusive o que eu estudava para conseguir uma bolsa, até de noitão em faculdades, e tudo isso para que não me faltasse nada.
Eu sentia muitas saudades e às vezes até chorava no portão pedindo para ela voltar logo porque queria o seu abraço ou sentir o seu cheirinho, kkkk, sou apegada a cheiros.
Ela sempre tentou tornar tudo mais fácil mesmo quando o mundo estava um caos para que eu não sofresse e, mais uma vez, para me proteger.
Os problemas reais surgiram a partir daí, e é lógico que não melhorou, e aceitar isso sempre foi muito sofrido e doloroso.
Quando eu digo que não melhorou pode soar meio deprê e tal, mas o fato de que não melhorou não significa que não tiveram momentos bons ali no meio de tudo isso, e às vezes, voltando à nossa geração, acho que temos dificuldade de reconhecer esses pormenores e aceitar que a vida é assim mesmo.
Mesmo com tudo que a gente conseguiu e vem conseguindo em meio a tanta merda, e isso já é massa demais.
Essas últimas semanas ando meio triste e frustrada com tudo isso, bem geração Z, risos, e hoje a minha mãe me ligou e me disse tudo isso que contei para vocês, e o quanto a gente acaba não reconhecendo as pequenas coisinhas no meio do caminho por tanta projeção e anseios que acabamos criando. E de certa forma isso me acalmou, assim como quando ela chegava de noite do trabalho e eu fingia estar dormindo e ela me dava um beijinho na bochecha, com cheirinho de mãe.
Sei que nem sempre vamos ter esse acolhimento ou alguém para fazer esse papel, mas espero que você, ao ler isso, sinta-se beijado e com cheirinho de conforto e segurança de mãe.
Leitora de merda
Por Taize Odelli
Nessa semana, o Pedro Pacífico, mais conhecido como Bookster, postou um vídeo sobre o que é ser um bom leitor, e ele me fez pensar em todas as coisas que já ouvi dizerem ser comportamentos de um leitor de verdade.
O bom leitor, para essas pessoas, só lê livros "importantes", os clássicos, o que é aclamado pela crítica especializada. O bom leitor não dá atenção para a literatura comercial, na verdade ele nem chama isso de literatura. Ele não lê livros "da modinha", ele não olha se um livro foi escrito por um homem, uma mulher, um branco, um nego, um asiático — o que importa é o texto, e o texto não tem cor nem sexo (aham, vai nessa). O bom leitor não rabisca um livro, não quebra a sua lombada, não deixa a chuva molhá-lo. E ele também lê todos os livros até o fim.
Se eu fosse levar a sério essas "regras do bom leitor" que aprendi há 15 anos, eu já teria perdido a minha carteirinha de leitora por várias vidas seguidas. Eu sou uma grande leitora de merda. Eu não li a maioria dos clássicos, eu abandonei vários livros, eu rabisco, molho, dobro, arregaço meus livros. Quem entrar no meu blog, vai ver que li de David Foster Wallace a Stephanie Meyer. Li Dan Brown e Shakespeare. Me diverti com livros de Marian Keys e chorei com livros de Julian Barnes. Fui de Douglas Adams e sua viagem pelas galáxias a Dostoiévski e sua viagem pelo interior conturbado da mente humana. De Jane Austen, só li Orgulho e preconceito e… Zumbis. Nunca li o original.
Já falei sobre isso numa news passada, sobre como uma certa parcela de pessoas gostam de se vangloriar por aí só porque costumam ler uns catataus escritos no século XIX. Do desserviço que essa gente faz para quem quer ler mais, mas acaba sendo taxado de mau leitor porque não lê aquilo que o cristalzinho da literatura considera ser bom. Como o Pedro disse, bom leitor é aquele que lê o que gosta, que fala de suas leituras com empolgação e acaba incentivando outras pessoas a lerem também. Seja um clássico ou o best-seller da vez.
E se isso é ser um leitor de merda, meus amigues, eu sou uma grande leitora de merda e tenho o maior orgulho disso.
As dicas e tal
Dicaize
Em 2012 eu — e o mundo — fiquei obcecada com um vídeo de uma moça num elavador. Elisa Lam estava desaparecida há vários dias em Los Angeles. Sua última imagem vista foi a da câmera de segurança de um dos elevadores do Hotel Cecil, onde estava hospedada, mostrando um comportamento muito estranho da parte dela. Ela apertava todos os botões do elevador desesperadamente, e ele não saía do lugar. Parecia que ela estava sendo seguida, e em alguns momentos fazia movimentos estranhos com as mãos. Dias após a divulgação do vídeo, seu corpo foi encontrado em circunstâncias bem estranhas.
Esse caso deixou muita gente encucada na época e até hoje. E agora tudo foi meio que esclarecido no documentário Crime Scene - Hotel Cecil, que estreou semana passada na Netflix. É uma mini-série que traz investigadores da polícia, da internet e ex-funcionários do hotel para contar o que realmente aconteceu com Elisa Lam. Achei muito bom por mostrar toda a história desse hotel (cheia de tretas) e também mostrar como a internet lidou com o caso, com todo mundo buscando explicações mirabolantes. Vale ver.
BEBEDICASH
A minha diquinha de hoje vai ser o novo filme da Netflix, Malcom & Marie.
Com diálogos longos e cheios de assuntos latentes, mas que acabam não se aprofundando muito, acompanhamos uma discussão de um casal que vai do céu ao inferno em um estalar de dedos, kkk. Nossa, acho que eu nunca escrevi isso na vida.
O casal muda de cômodo da casa como mudam de temperamento, a gente acompanha essa briga super intensa de uma forma 100% vidrante, oscilando entre amor e ódio em milésimos.
Estrelado pela maravilhosa Zendaya, que dá um brilho especial no filme com uma atuação muito foda (depois me mandem o que vocês acharam da cena da faca, só vou largar essa), e uma fotografia linda toda p&b e CONCEITOH, esse é um filmão que vale a pena assistir num dominguinho com uma mantinha, e hidratadinha com o bálsamo da Sallve assim bem goxtosinha.
Pod 1, 2 e 3
No nosso querido É Nóia Minha? temos os piores dates da audiência e olha, se você acha que teve dates ruins, você precisa ouvir a quantidade de absurdo que tivemos. Dá lá o play!
No Calcinha Larga tivemos a presença ilustre da minha amiga pessoal Dandara Pagu. Tá imperdível, vai lá ouvir!
No PPKANSADA, Bela, Bertha e Taize fazem uma grande auto-sessão de terapia ao falar sobre bagagem familiar nos relacionamentos. Ouve lá!
É isso, então?
Obrigada por nos ler, obrigada por compartilhar nosso conteúdo, ficamos super felizes com isso. Não se esqueça que o uniforme Sem Carisma e a ecobag estão disponíveis lá no site da Tangerina Moon. <3 Obrigada Sallve pela preferência de sempre, nossos leitores e nossa pele agradecem!
Bj bj bj,
Noix