Associação dos Sem Carisma #68
Para hidratar o carisma
O seu carisma está seco? Sem viço? Apagado?
Se você não faz ideia, esse teste pode te ajudar. Com apoio da Sallve, que sempre está aqui para ajudar essa nação sem carisma, fizemos um teste para saber quanta hidratação você precisa. Isso porque eles acabam de lançar um cremão maravilhoso para ressuscitar até o carisma mais seco. Faz seu teste aí!
O Hidratante Reparador da Sallve é um cremão múltiplo que hidrata e nutre, podendo ser usado no corpo todo. Serve para as áreas do rosto, para aquele joelho e cotovelo xoxo, para aqueles lábios com saudade de um beijinho, e é vegano, sem silicone e sem óleo mineral. É para ficar hidratade, luminose e linde.
E claro que tem mimo: use o cupom MEUCREMAO para ganhar frete grátis no seu Hidratante Reparador e salvar o carisma da sua pele (válido até o dia 9/5).
Parece que foi ontem
Por Camila Fremder
A gente sabe que tá velha quando se pega falando em voz alta a frase: "Meu Deus, mas parece que foi ontem!!" E sim, parece que foi ontem que eu lancei o meu primeiro livro, por uma editora independente que acreditou em mim. Meu pai ainda estava vivo, e como eu fico feliz de pensar que ele viu o começo desse sonho. O "Parece filme, mas é vida mesmo..." era o meu blog de 2007 que virou livro em 2011. Sim, hoje faz 10 anos que lancei o meu primeiro livro e se tem alguma coisa que eu me orgulho nessa vida é de poder dizer que sou escritora.
Eu autografei os livros em uma tarde feliz, ensolarada e cheia de amigos queridos. São tantas saudades desse dia que nem sei. Saudade do meu pai, de encontrar amigos, de abraçar, fazer selfie com rostinho colado… Até de dar um pega em um baseado e achar que vou desmaiar porque não lido bem com drogas.
O mundo precisa ficar bom de novo. Quem sabe até o meu próximo lançamento de livro a gente não consiga se ver e ficar pertinho de novo? Por enquanto, não custa sonhar.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
A cada semana que passa, leio o nome dessa coluna e me sinto mais impotente para falar de amor nesse mundo.
Tá difícil, tá revoltante, triste crescer e sentir amor dentro de nós.
Como falar dele mais essa sexta-feira para vocês, se para praticamente todos os lugares que olhamos, temos dificuldade de enxergá-lo?
Por conta dos últimos acontecimentos, e com a morte tão dolorosa e abrupta do inesquecível Paulo Gustavo, junto a mais de 412 mil pessoas, por pura negligência e irresponsabilidade de vocês sabem quem e quens. Assisti ao vídeo dele falando sobre o amor, afeto e o riso serem resistência para sobreviver a este mundão.
O vídeo é do final do ano passado, e tá circulando com muita frequência nas redes e na TV, provavelmente você que está lendo já deve ter visto.
E ao terminar de assistir pela terceira ou quarta vez, me peguei em um conflito enorme de sentimentos, pois sempre acreditei que o amor, e as ações que o contemplam, nos eternizava aqui, neste mundo.
Quando eu tinha 15 anos, o meu pai me deu um livro do Khalil Gibran, que se chama O Profeta. É um livro de poesias com diversas passagens pelos sentimentos, tais como o amor, os nossos pais e a morte.
O último poema é sobre a morte, e eu lembro de como sempre fui uma pessoa 100% ansiosa e com medo da morte e de morrer, eu não queria nem ler.
Até que um dia eu abri e li, e a coisa mais linda do mundo estava escrita ali, e eu nunca vou esquecer do quanto tudo fez sentido e da calma que me veio naquele momento.
A passagem dizia o seguinte, em resumo:
"Querem conhecer o segredo da morte.
Mas como o encontrarão, se não buscarem no coração da vida?
A coruja que tem os olhos noturnos cegos para o dia não pode desvendar o mistério da luz.
Se querem de fato contemplar o espírito da morte, abram o coração para o corpo da vida.
Pois vida e morte são uma só, assim como o rio e o mar são um.
No fundo da esperança e dos desejos reside o conhecimento silencioso do que há além;
E, assim como as sementes sonham sob a neve, seu coração sonha com a primavera.
Acreditem nos sonhos, pois neles estão escondidas as portas da eternidade..."
Nesse momento em que fechei o livro, me lembro do conforto em pensar que o amor que eu entregava às pessoas, através de uma palavra de carinho que digo para os meus amigues, da comida que amo cozinhar para agradar quem eu gosto, da música que gosto de cantar com us amigue violeiro (não sou tilelê rodinha de violão legião urbana não, hein), dos textos que escrevo para vocês aqui, das palhaçadas que gosto de falar e risadas que amo dividir, e que tudo isso se eterniza no outro, de certa forma.
Assim como ele se eternizou através do riso e de sua arte, todos nós carregamos um pouquinho do outro a cada vez que cruzamos olhares e caminhos, e isso é para sempre.
Esse vídeo me deu um pouco de força e resiliência, mesmo que ainda com muita revolta, mas com vontade de seguir amando.
Não tá tudo normal
Por Taize Odelli
Esse era para ser um texto mais feliz, mas nessa semana isso está bem difícil.
Para quem não sabe, eu sou formada em jornalismo, apesar de ter atuado pouco como jornalista. Mas a comunicação foi algo que sempre me atraiu e sou uma grande consumidora de notícias. E, nos últimos anos, uma grande crítica de como são dadas as notícias.
Uma das grandes falácias do jornalismo, na minha opinião, é a imparcialidade. É essa uma das primeiras coisas que você aprende no curso: o jornalista deve ser imparcial, sem favorecer lados, indo sempre atrás dos fatos independente de suas visões pessoais. Sim, isso é verdade, um bom jornalista faz isso. Mas imparcialidade, na vida real, não existe. E sinto que muitas vezes — ainda mais em se tratando da política brasileira —, a imparcialidade é usada para blindar os veículos de tocarem nas feridas de verdade.
A cada presepada do presidente e de seus filhinhos, a cada absurdo de seu governo, eu sinto uma raiva gritante com a forma com que as coisas são noticiadas. Em nome da imparcialidade, é como se o Bonner estivesse todos os dias passando a mão na cabeça dessas antas que comandam o país com suas palavras bem educadas. Com seu jornalismo isento e bom-moço.
Quando Bolsonaro claramente mente e ataca, na TV dizem que ele omite, que reage. É dito de uma forma neutra, contida, que esconde o real significado do que está acontecendo. Vivemos no país do dedo no cu e gritaria, é assim que Bolsonaro atua e angaria seus apoiadores. Não tem como ser neutro na linguagem nessa hora. A neutralidade passa a impressão de que ah, tá tudo normal.
E no Brasil, ultimamente, é isso o que parece. Algo absurdo acontece, e para se manter "imparcial", as palavras escolhidas dão a entender que "ah, tá tudo normal". Como se fosse proibido mostrar indignação e revolta.
Existem discursos mais diretos, mas esses chegam a poucas pessoas. Já vi muito Guga Chacra indignado na Globo News quando falava do Trump, mas vi pouco jornalista de TV aberta e com grande audiência tendo a mesma indignação com o que acontece aqui. Tendo a agressividade no discurso que a gente precisa hoje para ver se o pessoal se toca. Para meter medo em quem está lá, no Planalto. Porque eles fazem o que fazem porque não têm medo algum.
E a gente sabe muito bem que grandes veículos ajudaram, e muito, Bolsonaro a chegar onde chegamos. É a "escolha muito difícil", a "esperança com o crescimento econômico de Guedes", as muitas vezes que trataram ataques à própria imprensa pisando em ovos porque não querem se comprometer com anunciantes e diretoria. E aí vem as campanhas de "apoie o jornalismo, apoie a imprensa", porque esse é, segundo o curso que eu fiz, o Quarto Poder. A instituição que tem o poder de derrubar os grandes que oprimem os fracos. E são campanhas importantes, a gente precisa, plmdds, do jornalismo. Mas o poder que o jornalismo tem parece que está dormindo, escondido, falando para ninguém. É como se fosse a voz do Google, sem emoção e entonação, lendo uma historinha. Fazendo a gente dormir, e não se revoltar.
Enquanto for assim, vamos continuar indignados sozinhos. Eu só queria ver Bonner gritando em rede nacional chamando Bolsonaro de cuzão assassino genocida com todas as letras. Não se ataca um inimigo sendo bonzinho.
Aquela dica que você gosta
Dicaize
A dica dessa semana vai para você, mãe de pet.
Se você tem gato ou cachorro, com certeza já passou pela agradável experiência de sentar em cima de um xixi no sofá. Pois me aconteceu isso essa semana mesmo. Obrigada, bichinhos.
Mas para minha tranquilidade, tinha aqui em casa esse belíssimo produto que é o eliminador de odores da Enzimac. Você joga em cima da onde o bicho fez suas necessidades (kkkkrying) que ele tira mancha e tira aquele cheiro de inferno. Não vivo mais sem ele.
Bebedicash
Além da dica de você se cuidar usando máscara, não se aglomerar e pressionar o governo pois: CADÊ AS VACINA KCT?
Vou deixar uma dica massa para uma leitura gostosa e aconchegante, e é o livro que mencionei no meu texto - O Profeta, de Khalil Gibran.
Esse livro me foi dado em um momento muito especial, na primeira vez em que fui viajar sozinha. Meu pai me entregou o livro com uma página específica marcada, sobre PAIS E FILHOS.
Era uma passagem linda de como os pais criam os filhos para o mundo e do quão difícil é soltá-los neste mesmo mundo em que eles já habitam e conhecem as dificuldades e percalços antes de você.
Eu particularmente amo a poesia e uma cafonice bem falada, vocês sabem, rs kk.
Então se vocês querem se aquecer com uma leitura levinha, rápida e muito bonitinha, procurem esse livro! :)
Podcasts no seu ouvidinho
No É Nóia Minha? tivemos um papo reflexivo sobre maturidade com Gabriela Prioli e Leandro Karnal que está incrível. Vai lá ouvir!
No Calcinha Larga teve um papo sobre ser filha única com a jornalista Magê Flores, do Café da Manhã da Folha. Ouve aí!
E no PPKANSADA chamamos a ginecologista Cidinha Ikegiri para falar sobre os mitos da macholândia. Para ouvir e dizer "é isso".
Um beijo e um sorriso
Paulo Gustavo disse que rir é um ato de resistência, e é por isso que estamos aqui toda semana. A gente quer falar sério, mas também quer fazer você rir, aliviar um pouco essa tensão que fica em cima da gente a semana toda. Só assim para aguentar esses dias e ter força para quando tudo isso acabar. E vai acabar. Enquanto a gente estiver aqui, vai ter resistência sim. <3
Beijos risonhos,
Camila, Bertha e Taize