Associação dos Sem Carisma #73
Você é impulsive?
Gente que se joga, que não espera, que vai atrás, que não fica sentada esperando… Será se és impulsive, sem carismer?
Inspirados no episódio do Nóia dessa semana, preparamos esse teste para você descobrir seu grau de impulsividade. Vem fazer.
Eu pifei
Por Camila Fremder
Não sei se vcs perceberam (espero que sim), que não teve texto meu na news passada. Pois é, eu pifei. Aceitei mais compromissos do que eu deveria, isso se somou a noites mal dormidas e mais as preocupações da vida de uma mãe durante a pandemia, e quando eu vi, meu coração disparou, a mão começou a suar e parecia que tinha um animal feroz dentro de mim. Alguns chamam carinhosamente de pânico, eu gosto de dizer que pifei.
Tô 100%? Não, até porque ninguém está. E ainda temos quadraturas no céu, mercúrio retrógrado e eclipse… Sim, chegou a tia da astrologia. Vou ficar bem? Espero que sim, procurei ajuda, aumentei a análise e conversei com mais 8 amigos que já passaram por isso durante a pandemia. O consolo é não estar sozinha nessa. E que isso sirva de ajuda pra você também. Estamos todos exaustos e prontos pra pifar.
Hoje volto com esse textinho em forma de satisfação, que vocês sabem que eu gosto, mas em breve espero me sentir mais concentrada e disposta pra dividir meus "causos" aqui. Se cuidem e, se preciso, peçam ajuda.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Eu tenho uma questão que tem afetado demais a minha vida. Aliás, com o passar dos anos eu sinto que me afeta cada dia mais: a necessidade de querer ser legal demais com todo mundo.
Você deve estar pensando: "Nossa, que merda, hein!" Kkk MAS CALMA LÁ!
Sempre tive muito medo da rejeição e de não ser aceita, por conta de diversos momentos traumáticos, e isso acabou desenvolvendo em mim um mecanismo que era o de ser muito legal com todes. Tudo isso por medo de perder a pessoa no sentido de ser rejeitada por ela, mesmo que às vezes isso me prejudicasse ou eu tivesse que fazer algo que eu não concordava ou poderia realizar.
Esse tema é recorrente na minha terapia, estipular os limites, e saber que está tudo bem dizer não e que não preciso agradar o tempo inteiro o baile todo. Rs.
O problema é que é desgastante ser assim.
A maioria das pessoas não sabe lidar e acabam abusando disso, principalmente em relações profissionais.
Eu viro amiga de todo mundo, e quando vejo já estou de Kkk, e eu sempre achei que isso era uma super qualidade, e muitas vezes é.
Mas eu me ultrapasso em situações, e depois não consigo me colocar e já perdi o bonde.
Por exemplo, eu estava fazendo exercícios físicos com um personal (chiq), e quando vi o cara tava me dando vários bolos, mandando mensagem de domingo para eu adiantar o pagamento para ele comprar presente para a namorada. DOMINGO, UM DIA ANTES DO PRIMEIRO DIA ÚTIL DO MÊS PARA COMPRAR PRESENTE PRA NAMO?!!!!!!!!
Pois é, esse tipo de situação absurda acontece demais comigo, e eu sempre ficava me lamentando por isso e falando que todo mundo era folgado e cuzão. Mas tem uma coisa: se uma situação acontece recorrentemente contigo, o problema são os outros ou alguma atitude sua?
ENTAWN. Tipo o meu pai, que se casou e divorciou 3x, e não fala com nenhuma delas, alegando que todas as ex-mulheres são doidas e ele que é legalzão (infelizmente um clássico da masculinidade).
Muitas vezes acabo me dispondo a fazer tudo e abraçar o mundo, e isso acaba deixando um vazio, porque algumas vezes eu não posso, não consigo, ou simplesmente não quero.
Me perguntei se isso era ser desonesto consigo mesmo e sim, é. Consigo e com o outro também.
Esse lance de ser submissa para agradar tem a cada dia sido uma luta que travei comigo para não cair nessa.
Por fim, a minha dica para hoje é para não cairmos nesse limbo de tentar agradar quando você não se sente confortável ou satisfeita com algo.
Escutar a nossa intuição é sempre o melhor caminho.
Beijos agradáveis, rs,
Bebetinha
Eu quero acreditar, mas tá difícil
Por Taize Odelli
Essa semana o governador João Calça Apertada Dória disse que vai adiantar a vacina da população adulta de São Paulo em 15 dias. Quando vi que eu poderia ser vacinada ali pelo final de setembro, já nem acreditei muito. Ao ver a notícia desse adiantamento, eu pensei: "só quer ver".
Você sente que, quando fazem uma previsão positiva, nossa primeira reação é a incredulidade? Há como ter esperança sendo brasileiro, ainda mais depois de mais uma semana de tragédia acontecendo?
Eu já sou adepta de esperar o pior para não ser surpreendida pelo desapontamento. Se você não cria expectativa, a queda parece menor. O que eu nunca aprendo é que a queda pode ser sempre maior. E nesse caso, prefiro pensar que eu vou ser vacinada, sei lá, no ano que vem. E isso é uma visão até que otimista minha, porque sempre pode piorar.
Prefiro pensar que as eleições do ano que vem vão ser mais tensas ainda do que foram antes, que não é garantido que teremos Bolsonaro fora da presidência mesmo com todas as evidências trabalhando contra ele. Porque né, bolsonarista não liga pra evidências. A única que eles gostam é daquela do Chitãozinho & Xororó.
A cada sinalzinho de que a esperança pode renascer, logo vem algo que derruba ela de novo. Essa semana foi a morte de Kathlen Romeu, que parece que vem como um aviso de que nada nunca vai melhorar. A gente recebe esse tipo de notícia já com a descrença de que ninguém vai ser punido, ou de que logo esquecerão do caso porque outra coisa vai acontecer na próxima semana. E assim vai indo…
Esses dias o Thiago Guimarães postou um vídeo falando sobre o uso da violência como uma narrativa de desconstrução, e a maneira com que ela é, muitas vezes, banalizada pela cultura pop. E no trecho final, o que ele falou sobre gritar e se revoltar fez muito sentido: a gente está gritando todos os dias, toda hora, e parece que ninguém ouve. Ninguém faz nada. E o grito vai morrendo, e a nossa capacidade de se revoltar vai morrendo junto… E é tão horrível quando isso acontece. Porque a gente vê uma apatia crescendo dentro da gente, e é a partir dessa apatia que tudo de ruim pode ser feito sem consequência alguma.
Eu quero acreditar que isso vá acabar logo, que as coisas vão melhorar, que o mundo, um dia, possa ser um lugar um pouco menos filha da puta. Mas sei lá…
Ps.: E enquanto a gente termina essa newsletter, vem mais uma notícia absurda do governo. Não tá dando mesmo, sabe. Alguém ajude a gente URGENTE.
Dicash
Dicaize
Lembra que indiquei um lugar que faz marmitinhas uma vez? Pois essa semana conheci mais um lugar mara — obrigada, vizinha Carla! <3
É a Frutifica, que tem um preço bem camarada e você pode escolher entre pratos avulsos e kits para vários dias. Eu já comi o risoto de limão siciliano e a lasanha e achei tudo. Pode parecer, quando você recebe, que as porções são pequenas, mas juro que te alimenta bem. Depois que coloca no prato você vê que não é pequena não.
Tem pratos vegetarianos e veganos também para quem é desse rolê! Bora economizar no delivery.
Bebedicahs
A minha dica de hoje é a série Mare of Easttown, da HBO Go.
Que série!
Só de falar já fico sem fôlego!
Uma mistura de drama com suspense e comédia que conta a história da detetive Mare, interpretada pela Kate Winslet, que está um absurdo no papel.
A personagem é marcada por diversas cicatrizes da vida relacionadas à família e à saúde mental, e ao longo dos sete episódios vai tentando desenrolar através dos crimes que investiga os seus próprios traumas.
É cativante, e foda demais!
Quem puder assistir, vale demais o hype!
Podcasts (esperava uma piadinha, né?)
No É Nóia Minha? dessa semana teve teve um papo sobre impulsividade e como isso atrapalha a gente, com Ellen Milgrau e Jamile Godoy. Ouve lá no Spotify!
O Calcinha Larga voltou com temporada nova! Nosso trio maravilha conversou com a apresentadora Gabriela Prioli no primeiro episódio sobre família. Ouve que tá tudo.
E o PPKANSADA foi todo amoroso pois falamos sobre... o amor! Isabela e Taize chamaram a influenciadora Bruna Olliveira para filosofar sobre o tema. Escute sim!
Cabô!
E chegamos ao fim de mais alguns desabafos impulsivos quase pifados nesta Associação.
Espero que essa troca nossa tenha sido um respiro e força para mais uma semana.
Beijos, e até sexta que vem! <3