Associação dos Sem Carisma #2
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Carta para Mari
Por Camila Fremder
Mari,
Queria que você soubesse que a Dani está ficando com o Gabriel já tem mais de um mês, e não quer que você saiba. Segundo ela, vocês dois tiveram só um lance estranho, nada demais.
O Roberto (que come açaí de garfo, não sei porquê) disse pra Dani te contar tudo porque pra ele o lance estranho foi claramente um namoro entre Gabriel e você. Ele disse que era pra Dani falar que ela e Gabriel ficaram meio "do nada" e ele fez aspas com as mãos quando disse "do nada", ou seja, a gente sabe que não foi "do nada".
A Dani disse que ia pensar, mas tem certeza que pro Gabriel tanto faz. O Roberto discordou e acha que o Gabriel não quer que você saiba porque você ficaria muito triste e brava. Eu concordo com o Roberto, porque se até eu fiquei meio p*** da vida com tudo isso, e eu só tava sentada na mesa ao lado, fico imaginando como seria para você. Foi no frutaria da Rua Oscar Freire, dia 14/01, umas 16h30. Espero que isso chegue até você.
PS: Recomendo uma trilha sonora pra levantar seu ânimo: Sou fofa, mas posso acabar com sua vida.
Bjos,
Camila
A principal coisa que me motiva a sair de casa é observar o comportamento humano. Eu sou o tipo de pessoa que não se importa em sentar sozinha no restaurante ou perambular pelo shopping muito comigo mesma. Eu amo estar sozinha mesmo quando não estou em casa. É como se eu também estivesse vendo um filme ou uma série de TV, só que não no conforto do meu lar e sim andando por aí. Eu reparo no sotaque, no trejeito das pessoas e até arrisco a dizer quando acho que elas estão mentindo por terem coçado a cabeça ou mordido o canto da boca no meio de uma história.
Ouvir o papo da mesa ao lado é a minha atividade social preferida, e eu digo atividade social porque não deixa de ser um momento de interação com pessoas. Veja bem, eu saio de casa, aceno para o meu porteiro, falo com o garçom, existe uma troca, e a maneira como eu presto atenção e me conecto com as pessoas da mesa vizinha me faz praticamente opinar em voz baixa sobre o assunto discutido, o que pode me fazer parecer uma pessoa perturbada falando sozinha, e mesmo assim eu não ligo.
Teve uma época em que eu acreditava que minha audição era fora do normal, que eu poderia ser usada por espiões em missões secretas, mas isso infelizmente nunca aconteceu. Todo solitário é meio detetive, vocês não acham? Aquela habilidade de sair dos eventos sem ser visto, de conseguir encontrar o ponto cego da festa, de ter sempre um boa desculpa na manga e atuar uma rouquidão, uma gripe, uma virose. Nós somos muito talentosos...
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
É BOM FICAR TRISTE SIM!!!
Comecei a pensar nesse tema voltando de um velório....É, parece macabro, mas eu juro que tenho um ponto de vista a ser exaltado aqui!
Eu estava no ônibus voltando deste enterro, e nisso comecei a pensar sobre a tristeza e de como ela é importante em nossa vida. E no geral, de como os momentos difíceis são essenciais para construir a nossa identidade - quem somos, e muitas vezes nos dão forças para enfrentar tudo.
E na mesma hora em que eu estava imersa nessa brisa, li um texto bafo com uma tirinha da série Anne With an E, em um post do psicólogo @psialexbender, que dizia:
E aí em um estalo, PLAU, tudo parecia fazer sentido, o ciclo da vida, e que precisamos ficar tristes para dar valor à felicidade, precisamos morrer para nascer… Não, eu não estou chapada!
Nessas eu lembrei da época mais difícil da minha vida, e de como eu não sabia lidar com os meus problemas e encontrei o meu lugar no mundo, naquela época - afinal estamos em constante mudança -, na tristeza.
Vai parecer babaca, mas nessa época virei emo, rs.
E com isso eu entendi que esse foi o meu jeito de conseguir manifestar e gritar para o mundo como eu estava me sentindo. Através das músicas que ouvia, do jeito que me vestia e pintava os meus olhos e, principalmente, por ter abraçado essa tristeza.
OBS: Cinto de zebrinha e franja roxa fazem parte desse combo também.
Parece besteira, mas esse é um grito de valorização aos momentos tristes, que sempre vão nos tornar uma pessoa melhor, pode confiar!
Em era de felicidade digital completamente falsa, valorizem os seus momentos de tristeza.
Playlist Emo 2000s - Chora que é bom, nenê
Segue aqui a playlist do Spotify bafo que vim ouvindo nessa viagem e me trouxe a melhor nostalgia Emo 2000s possível. Tem desde My Chemical Romance a The Used e Good Charlotte. Curte aí e chora MUIT0 Q É BOM D+:
2 acessórios Emos que fizeram
a sua cabeça nos anos 2000
Cinto de Tachinhas
Olha, se você não tinha um desses no seu armário e se dizia Emo, com toda certeza você teria sido barrado no show do NxZero no Hangar110 naquela época. Não é por nada, mas pronto falei.
Munhequeira Emo
Aposto que minha amiga aqui @Camila Fremder e a galera da tendinite já se empolgou achando que poderia dar um style na munhequeira, né? Rs Kkk
Livros tristes que vão te desidratar
Por Taize Odelli
Pegando o gancho da reflexão de Bebetinha, as dicas de leitura de hoje são para você que curte ficar desidratada chorando lendo um livro.
Eu sou daquelas que acredita que, quanto mais eu estiver triste, mais preciso ir para o fundo do poço - e a literatura é uma das melhores coisas para me jogar lá no fundo, assim como ouvir The National. Não é uma questão de comparar a tristeza alheia da ficção ou não ficção com a minha tristeza, mas me aprofundar ainda mais no meu período sombrio para entendê-lo melhor. Para cair com tudo no fundo do poço, quicar e pegar impulso para sair.
Pois bem, aqui vão as recomendações do que gosto de chamar de LITERATURA CHORANTE:
Uma vida pequena, de Hanya Yanagihara
Plot: Um catatau de quase 800 páginas de pura dor e sofrimento. O romance acompanha a história de quatro amigos assim que eles deixam a faculdade. Um deles, Jude, é cheio dos traumas e mesmo assim tenta fazer de tudo para ajudar os outros. É um livro lindo, e não se assuste com o tamanho. Se assuste mesmo com o tanto de SOFRIMENTO que a autora colocou aí.Altos voos e quedas livres, de Julian Barnes
Plot: uma mistura de ficção com ensaio, uma reflexão profunda sobre o amor e a perda, tudo isso linkado com… balonismo? Barnes escreveu esse livro depois da morte da esposa, e gente, é lindo e vai te fazer chorar horrores, mesmo se você tiver um coração gelado.Mentirosos, de E. Lockhart
Plot: tempos depois de se envolver em um acidente estranho, Cadence volta para a ilha de sua família para passar as férias, ansiosa para reencontrar os primos e amigos de lá. Mas tá tudo meio diferente, ela está diferente, e tenta resgatar o que aconteceu na última vez que esteve no lugar. Tem uma reviravolta incrível que vai te deixar em prantos.O palácio de inverno, de John Boyne
Plot: alternando entre passado e presente, um homem relembra os tempos em que foi soldado e cuidou da segurança do último tsar russo e da família Romanov. Mas não é só um romance histórico não: quando você entender realmente o que está acontecendo, vai jorrar lágrimas. John Boyne, né, ele é expert em fazer chorar (vide O menino do pijama listrado).Tudo o que nunca contei, de Celeste Ng
Plot: parece um thriller, já que o livro começa com o desaparecimento de uma garota de 17 anos que era o cristal da família. Mas, na verdade, é um livro foda sobre relações familiares, expectativas e decepções. Só sei que passei as últimas 30 páginas dele chorando.
Então já sabes: quando bater a bad, pega um desses livros aí. E quem quiser saber mais sobre cada um deles, só dar um bizu lá no rizzenhas.com.
É nóia minha?
Sim, vocês pediram e nós atendemos! Teve Batalha de Nóias Edição Especial, com Rica Benozzati, Samyra Torquilho e Amanda Ramalho. Falamos de BBB, de planos de fuga e como sempre eu tentei falar sobre Ets, mas o povo desvirtuou o assunto de novo. Será que algum dia eu vou finalmente conseguir trocar uma ideia sobre ETs? Ou quem sabe até com algum ET?
Bye bye
Estamos completamente obcecados em produzir essa newsletter cheia de amor pra vocês, então em sua comunidade.
Beijos
Cami e equipe