Associação dos Sem Carisma #6
Cartão vermelho pra você!
Por Camila Fremder
“Vamos marcar uma reunião?”
Ah, é legal ouvir essa frase, vai? Quem não quer um jobzinho novo, não é mesmo? Ainda mais quem é freela. Mas pera aí, vamos esclarecer melhor as coisas: o que é reunião pra você? Se for um encontro onde pessoas resolvem pautas de forma rápida, prática e objetiva, eu tô na sua reunião amarradona (alguém fala amarradona? É coisa de carioca? Não sei da onde tirei isso…).
Mas quem nunca viveu aquela situação onde 5 pessoas sentam em volta de uma mesa e tomam água ou café e falam de assuntos aleatórios por 30 minutos, e na hora que você acha que a coisa vai engrenar, que você tá ali, toda atenta de lápis na mão e caderninho aberto, todos começam a divagar cada um numa direção diferente e geral perde o foco até que alguém (ou você, provavelmente) diz: “Olha, eu preciso ir porque tenho um outro compromisso”.
Você perdeu uma hora do seu dia (às vezes mais) e só o que aconteceu é que você descobriu que o Rafael, filho do Marcos que é assistente de marketing, tá gripado, e que a Cibeli, filha da Letícia que é gerente de mídia, já tá bem melhorzinha depois que ela a levou no homeopata, que você inclusive pediu o contato, mas nunca vai ligar porque só queria ser legal e enturmar com o pessoal da reunião. Resumo: ninguém resolveu nada e em breve irão marcar uma nova reunião onde você vai ter que dizer que ainda não ligou no homeopata porque nossa, a vida tá uma loucura…
A verdade é que toda reunião poderia ser um e-mail ou uma mensagem de WhatsApp, com raríssimas exceções. Pensando nisso, nós criamos um cartão vermelho para você levar na bolsa ou na carteira e distribuir advertências dizendo: VOCÊ MARCOU UMA REUNIÃO QUE PODERIA TER SIDO UM E-MAIL/WHASTAPP. De nada, mais uma vez. Imprima e use sem dó.
Diálogos da época que estudava astrologia
Por Camila Fremder
Eu tenho essa mania de guardar diálogos que ouço por aí ou que acontecem comigo, e revisando meus cadernos da época que estudava astrologia, achei alguns anotados que nem lembrava mais.
Professor: O padrão ariano tem algumas características bem interessantes....
Aluno: Eles são egoístas, né?
Professor: Não necessariamente.
Aluno: Meu avô é.
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Professor: A casa 7 é a casa das relações.
Aluno: Tipo casamento?
Professor: Também...
Aluno: Se a minha tá sem planetas, quer dizer que eu não vou casar?
Professor: Não, isso não tem nada a ver.
Aluno: Então onde é que tá o meu boy aqui?
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Aluna: Você sabe se os gatos estão na sala?
Eu: Não sei, por quê?
Aluna: Você me faria um favor?
Eu: Sim.
Aluna: Você pode subir na sala de aula e tirar qualquer gato que esteja lá? Eu tenho fobia a gatos…
Eu: Ah, tudo bem. Você já foi atacada?
Aluna: Não, foi algo que aconteceu na minha vida passada.
Eu: Ok…
Eu leio essas coisas e me dá uma saudade de voltar a estudar astrologia… Se você também ama saber mais sobre esse tema, te recomendo o podcast da escola de astrologia que eu estudava, a Gaia. É novo e ainda tem poucos episódios, mas dá pra aprender várias coisas. Ouve aqui!
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
MINHA PRIMEIRA VEZ... EM UM DATE DE APLICATIVO, RS
Estou solteira desde a metade de 2018, e desde então baixei alguns aplicativos de relacionamento, o famoso Tindão, o Bumble e etc. E eu confesso que nunca tive coragem de sair com ninguém de lá, achava que rolava muito small talk que não ia para lugar nenhum, preguiça demais. Assim como tenho preguiça das pessoas que usam palavras aleatórias em inglês como fiz agora, rs.
Era tudo muito bate papo da Uol, sabe:
- "E aí, gata! Tc de onde? Kkk."
Puxado. E eu assim, 100% sem tempo, irmão.
Nesse meio tempo, os aplicativos acabaram servindo somete para eu reencontrar e dar uns beijinhos em pessoas semi conhecidas. Tipo no meu ex-vizinho da rua de quando eu era pequena que era/é, na verdade sempre foi, um gatinho. Um boy que trampava comigo quando eu namorava e é um tudão, outro que ia na mesma academia que eu em 2009, kk, e por aí vai — e eu não vou ficar falando mais que essa lista é médio grande, risos.
E agora, em pleno início de 2020, afinal, ano novo vida nova (mentira), eu resolvi me abrir e finalmente sair com uma pessoa totalmente desconhecida e ter um date de aplicativo.
Fiquei muito nervosa e cheia de paranoias, como toda pessoa que eu acho que vai fazer isso pela primeira vez.
- Será que ele é um sequestrador de órgãos? Será que ele é muito diferente da foto? Será que vamos ter assunto?
E por aí vai.
Enfim, tomei um belo banhão e passei todos os cremes que eu tinha, sabonete líquido especial, perfuminho na Chechely e tudo mais - Essa parte não precisava falar, né, mas vamos lá. Ou seja, fiquei daquele jeito e vesti a "melhor versão de mim" para criar forças e me sentir o mais segura possível para enfrentar o famoso medo do desconhecido e da frustração, né.
Bom, sou taurina e preguiçosa, então marquei em um boteco do lado da minha casa, literalmente do lado mesmo.
Cheguei mais cedo e já fui pedindo a minha vevejinha. Logo ele chegou e disse que não bebia, Aí já pensei que ia ser difíiiiicil, mas no fim, obviamente, isso era besteira e a conversa super fluiu.
Nos beijamos e achei bom, e por fim rolou, né, fomos para minha casa, afinal eu tarra ali do lado, né, rsrsrs.
Por fim, depois de trilili tralalá, ele, como quase todo bom homem héterozão, teve um chilique inesperado e começou a se ajeitar para ir embora com pressa e sem cuidado nenhum comigo.
No outro dia acordei e adivinha? Bloqueada no Instagram e no aplicativo em que conheci o hómi.
Gente, eu não tenho nem palavras para descrever o meu sentimento e tudo o que eu queria dizer para esse cara e para tantos outros que fazem esse tipo de coisa. Na verdade eu disse e mandei uma mensagem esculachando ele no zap assim que vi o block geral, hehe
Instantaneamente começou a me bater mil paranoias, mas quando me dei conta, todas elas estavam sendo comigo, achando que o problema estava em mim. E nessas entrei em um looping muito doido e doído, autodestrutivo mesmo. Quando, na verdade, quem deveria se sentir mal é esse tipo de gente que não tem empatia nenhuma, que é mal resolvida e simplesmente não tem o mínimo de bom senso com o outro.
Olha, não tem mal nenhum em querer somente uma noite com o outro, Mas, na boa, apenas não sejamos cuzões.
Não é por isso que precisa agir como se a outra pessoa não existisse e tratar mal, excluir. Todo mundo já é adulto e bem instruído, e esse tipo de atitude não é nada legal com qualquer pessoa que seja.
E o que eu concluí sobre isso é que existe muita gente escrota nesse mundo, mas que a gente não deve se fechar totalmente ou desistir de sair e conhecer gente nova por conta dessas situações. Foi somente mais um calinho para essas cascas grossas aqui, uma experiência ruim a mais.
Conversei com várias amigas que já passaram por isso, e eu só queria dizer e reafirmar para todas nós que a gente é muito foda, e que esse tipo de gente é um bando de cuzão mal resolvido, e que é mais uma história para a gente contar e dizer que passou. E passou. E agora cada vez menos deixaremos uns cuzões desses passarem em nossas vidas de novo.
Um beijo para todas as mulheres que me ajudaram nessa situação a sair das paranoias e a escrever esse texto de desabafo também,
Bebeta.
5 lançamentos de 2020
Por Taize Odelli
Agora que estamos no Carnaval — e ele logo passará, desculpa, mas sou dessas que sempre antecipa o fim —, já podemos falar das novidades em livros em 2020.
Para quem não é familiar ao mercado editorial (nem queira ser, sério), é agora que os livros novos começam a sair. Afinal: quem lê durante as férias e antes do Carnaval? A gente quer é fazer tchibum na piscina e se besuntar de glitter no meio da galera. A gente = as outras pessoas, não a gente que é sem carisma. Mas vocês entenderam, né?
E como tudo isso é novidade, tenho a chance aqui de INDICAR LIVROS QUE AINDA NÃO LI. Mas eles prometem, eu juro. :)
Berta Isla, de Javier Marías (fevereiro)
Javier Marías é meu muso espanhol tiozão, autor só de livro TOP. Berta e Tom se conhecem ainda no colégio e acabam se casando. E o casamento tá lá, lindo e maravilhoso, até que Berta descobre que Tom foi recrutado pelo serviço secreto britânico. E ela não pode fazer nenhuma pergunta a ele sobre isso. Ou seja: CASÓRIO CHEIO DOS SEGREDO. Livro para quem curte relacionamentos e mistério.Dez drogas, de Thomas Hager (março)
Essa belezinha aqui é uma espécie de "biografia dos remédios", e será lançado no próximo mês. Thomas Hager conta a história por trás dos remédios que mudaram a medicina, e mostra como os avanços tecnológicos e até condições sociais influenciaram no desenvolvimento das drogas. Livro ótimo para quem é hipocondríaca.Marcas de nascença, de Arnon Grunberg (fevereiro)
Arnon Grunberg é o tipo de escritor que gosta de chocar lentamente com seus livros. Nesse aqui, Otto é um médico que trabalha com prevenção ao suicídio, super gente boa e boy lixo. Ele sempre visita a mãe velhinha que é cuidada por duas garotas nepalesas, e literalmente não SEGURA A EMOÇÃO quando vê uma delas seminua. Bem boy lixo, né. Pois aí começa a confusão e é aí que Grunbergzinho deve esconder as surpresas. Livro para quem gosta de situações "eitaaaa".O grande livro dos gatos (março)
Bem, o nome descreve bem o conteúdo. Esse lançamento de março é uma coletânea de contos sobre... gatos. Os felinos mesmo. Se tem uma coisa que um escritor recluso e sem carisma gosta é de um gato, e não faltou gente na história da literatura escrevendo sobre eles. Livro bom para quem gosta de... gatos, dã.Por que o tempo voa, de Alan Burdick (fevereiro)
Esse livro vai ser ótimo para você que acha que o Carnaval passa rápido demais. É aquela coisa: chega o Natal mas não chega o fim do expediente. E aí, quando a gente tá lá finalmente se divertindo, puft, acabou a folga. Burdick é jornalista da New Yorker e dá aquela filosofada bonita sobre a nossa percepção do tempo. Livro bom para você, bonita curiosa que gosta de temas doidos para puxar assunto com aquele match do Bumble.
Pods da semana
Tivemos Antonio Prata e Sarah Oliveira no podzinho da semana. e se você reparar bem, eu tô bem tímida no início do papo porque SOU MUITO FÃ DELES! Eu assistia a Sarah todos os dias na MTV e sempre li os livros e colunas do Antonio Prata. Falamos sobre essa nóia de ficar mais velho, mas ainda ser novo e não se sentir velho… Papo de idade.
Dá o play aí e aproveita e pesquisa os livros do Antonio porque todos são bons, juro!
FALOWWW!
Preciso avisar que sexta que vem não teremos newsletter e nem podcast na quinta. Sim, somos filhas de God e precisamos de um descanso, ok? E eu sei que vocês vão tá de boa aí também, atualizando série e fazendo fake fotos de blocos pra postar no feed, e vão esquecer de nos ouvir e nos ler… Ou seja, vamos todos descansar.
Não esqueça de nos piramidar! .
Ps: Um beijo, André.