Associação dos Sem Carisma #17
Uma atividade para a família toda
A resposta para a cruzadinha está lá no final da news!
O peso
Por Camila Fremder
Do nada eu lembro umas coisas muito loucas que aconteceram quando eu era criança. Foi assim que eu abri a porta do banheiro, onde Arthur estava tomando banho, que aquele bafo quente de vapor me lembrou um dia bizarro da minha vida — o dia em que eu senti o peso do cocô no maiô da natação.
Ninguém entende quando a criança entra naquela fase de perguntar tudo, “mas por quê, mãe?” É uma frase repetida em todas as situações, só que ninguém percebe também que, quando a gente é criança, a gente TEM que perguntar tudo. “Mãe, posso comer essa bala agora?” “Posso tomar refrigerante?” “Já pode entrar na piscina?” “Posso ver TV?” E por aí vai…
Eu fiz uma pergunta muito simples para a minha professora de natação: “Posso ir ao banheiro?” Ela me disse que não, que eu terminasse o exercício primeiro. Agora, partimos do princípio de que se uma criança pede pra ir ao banheiro durante uma aula de natação, não é xixi que ela precisa fazer, certo? E foi fazendo força pra terminar o meu último exercício que eu fiz o meu mais memorável cocô na calça (mais precisamente no maiô) em público.
Eu e o meu maiô vermelho todo cagado saímos correndo do jeito que dava pro banheiro. Imagino mini-passos apressados, uma coisa meio gueixa em desespero, e o caminho até o vestiário era bem comprido para uma menina de 7 anos cagada, era interminável! Cheguei ao banheiro chorando muito, e a minha mãe, que assistiu a todo o espetáculo naquela janelinha de vidro que dá pra piscina das crianças, já me esperava com um bolo de papel higiênico na mão.
O pior é que eu fazia natação toda segunda e quarta. Aos 7 anos de idade eu não apitava nada, por isso caguei no maiô na segunda e voltei para a natação na quarta. Ninguém queria ficar perto de mim, afinal, eu era aquela que espalhou os coliformes fecais na piscina.
O mais impressionante foi que, aos 7 anos de idade, eu entrei na aula de natação depois do maior vexame de toda a minha vida como se nada tivesse acontecido. Ainda que fosse difícil puxar papo com alguém, eu fiz o que eu tinha que fazer e fui embora durante várias segundas e quartas. Aos 7 anos de idade eu aprendi a cagar para os outros cagando no meu próprio maiô.
Dica de séries infantis
Por Luisa (9 anos)
Deu aquela vontade de assistir uma serie de suspense e comedia. Quando você entra na Netflix e vai procurando uma serie legal para assistir, você procura, procura e procura e não acha nenhuma! Eu acho que esta lista de séries vai ser muito boa pra você nessa quarentena! (Essas series são para 13-)
Segue a lista de séries:
Green House Academy: Com certeza de suspense e aquela série de ships, sabe? Você sempre vai falar "aquela pessoa é muito inocente e aquele é o vilão!" Mais quando mal percebe era tudo ao contrário! Pelo menos eu fico imaginando o que pode acontecer e fico competindo pra ver se estava certa! Bom, a série é sobre um grupo de pessoas que querem transmitir terremotos que ficam cada vez piores a cada episódio! Mas os alunos da Green House Academy fazem de tudo para impedir, e o pior, não têm ajuda dos adultos, porque a maioria dos adultos não são confiáveis! Quer saber mais? Veja a série! Lembrando que já filmaram a temporada 5 e já já poderão ter mais episódios!
Aucademy- Você já deve conhecer a escola, certo? Agora, você conhece a Aucademy? Sim, é uma escola! Só que de cachorros! Ei, escute bem, não conte a mais ninguém sobre essa escola, ok? Ixi, já é tarde demais, a amiga do seu amigo e a prima dele... TODOS JÁ SABEM que na série há muitos desastres. E o que mais? Veja a série e descubra…… Ei, é serio! Não conte a mais ninguém sobre essa escola, hein... ;)
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Oi, meus amigues!
Como vai a sua relação com a sua alimentação e o seu corpo hoje?
Essa é uma pergunta que eu tenho muita vontade de fazer para uma galera toda vez que eu as vejo comentando sobre o quanto engordaram na quarentena e só pensam em comer "PORCARIA", ou pessoas que comentam que a Adele está linda porque emagreceu (alerta para a thread da semana!).
Sabe, não é possível que em 2020 as pessoas ainda se relacionem assim, dessa forma tão superficial e cruel, umas com as outras e com elas mesmas, ou é, né. E ainda por cima chamem comida de "porcaria".
Já pararam para pensar no quão tóxico é você ver o alimento e a sua imagem dessa forma? Ver como negativo algo que está aí para nutrir, dar força e saúde para o seu corpo, o nosso corpo, que no fim é a única coisa que temos.
Nessa semana, por conta da thread, eu acabei me lembrando de quando eu tinha 15 anos e contava em um caderno as calorias de tudo o que eu comia.
Naquela época eu me sentia fraca e ia parar no pronto socorro quase toda semana com a pressão em 8/4, sem força porque não comia. E isso tudo só para me sentir inclusa em um padrão, me sentir "melhor" de alguma forma. Mas o quão, desculpe a palavra, mas o quão fodido é isso.
Para me sentir bonita, aceita ou melhor, eu precisava estar magra, mesmo que para isso eu estivesse sem força nem para assistir a uma aula no meu colégio aos 15 anos
.
Eu faço esse desabafo de um lugar que ainda não cicatrizou dentro de mim, afinal, ainda tenho familiares, amigos e pessoas ao meu redor que valorizam a magreza. Acham que estar bem, feliz e saudável é sinônimo de estar magro.
E eu sofri a minha vida toda tentando desconstruir tudo isso aqui dentro de mim, então eu peço para que quem esteja lendo repense e respeite o jeito que você fala com o outro. Pois eu não tive isso ao crescer e sei o quanto doeu, eu não tive alguém me dizendo que isso não era normal, que esse tipo de relação com o alimento e o corpo não era normal.
E entenda que o que é elogio para você muitas vezes pode afetar e dar gatilho para outra pessoa a vida inteira dela, pode mudar a relação dela com a comida e com o corpo por muitos anos.
Eu agora estou bem, em um lugar de entendimento, aceitação e busca por amor próprio, mas tem muita gente que ainda não está e ainda não encontrou isso dentro de si.
Afinal, em uma geração de imagens e seguir blogueiras de saúde no Instagram que em plena pandemia e quarentena dão uma festa, ou em que uma mulher, cantora e vencedora de sei lá quantos Grammy's é valorizada pelo fato de estar magra, é muito claro que ainda precisamos repensar o nosso comportamento e fala com a comida, o respeito com os nossos corpos e os dos outros.
Esse texto sai de dentro de mim como um desabafo e um pedido muito sincero para você que está lendo para repensar, isso pode mudar muitas vidas por aí!
Se amem e se cuidem sempre.
Beijos,
Bebetinha <3
Aberta a temporada de leitura no cobertor
Por Taize Odelli
Começou, galera. Bateu o frio, você tirou a pantufa do armário, as meias, colocou todos os pijamas de inverno para lavar, separou a mantinha e adotou um gato para te aquecer.
É O FRIO!
Período mais do que perfeito para ficar lendo. Eu, particularmente, amo o inverno e minhas melhores memórias de leitora sou eu enroladinha na coberta segurando meu livrinho — e as mãos congelando — e com uma caneca de chá ou chocolate quente do lado. Visualize isso: é o retrato da plenitude.
As indicações dessa semana são daqueles livros que de tão bons não vão deixar você sair do conforto do seu cantinho quentinho. ❤️
Pessoas normais, de Sally Rooney
Já devo ter indicado esse livro aqui antes, não sei? Mas ele é perfeito: uma garota e um cara da Irlanda acabam se aproximando no último ano do colégio e escondem de todo mundo essa relação. Conforme os anos passam, eles se desencontram e encontram novamente em uma história de amizade, amor e muitas tretas da vida. Você, romântica de coração gelado, vai amar.Pequenos incêndios por toda parte, de Celeste Ng
Curte um drama familiar? Então vem ler esse livro sobre uma mãe e filha que se mudam para uma cidade “perfeita”. Quando começam a se aproximar de uma família de lá, histórias do passado retornam e aquela visão de vida perfeita mostra não ser tão perfeita assim. Celeste escreve muito bem sobre as relações entre pais e filhos, expectativas e escolhas. Vai agradar bastante.Relatos de um gato viajante, de Hiro Arikawa
Pensa num livro fofo fofo fofo! É narrado pelo ponto de vista de um gato que, não podendo mais ficar com seu tutor, parte com ele em uma viagem pelo Japão em busca de uma nova casa. É divertido, é triste, é lindo… Enfim, é fofo.Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid
É um livro que toda amiga minha que leu amou demais, e eu confio muito na opinião delas. Evelyn Hugo é uma estrela de Hollywood do século passado. Prestes a fazer 80 anos, decide contar a "verdadeira" história de sua vida. Uma leitura sobre os sacrifícios feitos por amor e o preço da fama.
Para quem está achando difícil se concentrar na leitura nesses tempos, tudo bem: tanto Pessoas normais quanto Pequenos incêndios por toda parte ganharam adaptações para a TV. Mas recomendo demais a leitura também!
Stay home, stay beautiful, stay cozy,
Taize
Tsacdop (escrevi podcast ao contrário pra parecer criativa)
Esse foi nosso primeiro episódio de É noinha minha? E eu realmente espero ter muitos outros porque eu amo conversar com crianças <3 Convidei minha enteada Luisa, que é a mesma que escreve a coluna aqui, (meu Deus, será que estou pondo ela pra trabalhar demais?) pra ser a convidada dessa semana e eu pude notar que temos quase as mesmas nóias. Dá o play aí se você ainda não ouviu! E vacilei por não tirar foto com ela… Perdão!
Um beijo pra minha mãe, pro meu pai e um especialmente pra você!
Espero que você tenha gostado dessa news, fizemos com muito amor, carinho e um pouco de nervoso porque olha, é cada notícia que eu a gente assiste que não tem como não ficar um pouco abalada, né? Fique bem, se puder em casa e continue ignorando o presidente.
Bjos,
Cami, Bertha, Taize e Luisa