Associação dos Sem Carisma #25
Oi
Acreditamos que esse gif pode salvar o seu dia:
De nada.
Chegou a nossa hora
Por Camila Fremder
Existe uma grande diferença entre não gostar de cozinhar e não fazer a menor ideia de como se cozinha. Quando você não gosta de cozinhar, mas se vira, você sabe onde está guardado o espremedor de alho, por exemplo. Já pessoas como eu nem compram alho e muito menos sabem o que fazer com um. Sou o desastre da culinária em pessoa.
A maior ironia é que estou sempre rodeada de pessoas que cozinham super bem, gente que pica tomates na velocidade 8 do créu, espreme alho, refoga verduras, faz banho maria e unta forma, uma loucura. Mas pra compensar a minha falta de jeito na cozinha, eu lavo a louça toda, enxugo, guardo e ainda passo pano na pia, só que ninguém dá muita bola pra essa parte, sabe?
Só agora, durante a quarenta, que quem arrasa na louça suja finalmente está sendo valorizado. É louça o dia inteiro! E eu tô lá, bolando a técnica pra desperdiçar a menor quantidade de água possível, sem quebrar um copo ou lascar um prato, limpando o ralinho depois, evitando que a pia entupa com restos de comida e dando aquele toque final com o rodinho de pia. Sim, lavar louça é uma arte, respeite.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Que esses dias não tão fáceis para ninguém a gente já sabe, né!
Mas tem momentos da nossa vida, especialmente quando Mercúrio fica Retrógrado, que parece que tudo se complica e se volta como uma rajada de vento com gafanhoto, ou um ciclone, para ser mais atual, na sua cara para dizer: EI, ASSIM NÃO TÁ LEGAL NÃO!
Óbvio que te digo isso de um lugar de privilégios que eu reconheço, e com questões que são completamente resolvíveis e repensáveis. Acho que é aí que tá o ponto de como enfrentar alguns dos nossos problemas, o jeito que a gente consegue olhar para eles e dimensioná-los com mais respiro, calma, até como se estivesse de fora deles.
Uma verdade sobre nós é que, quando uma coisa não tá indo bem ou não tá legal, pode ter certeza que o seu corpo, a sua mente, vai te enviar mil sinais, e diversas vezes a gente não os escuta, os ignora. Eu sou rainha nisso, e fui rainha nesse quesito no momento quarentena. Mesmo estampado na nossa cara e com um sinal de alerta em vermelho piscando, a gente pensa: Aaaaaaa, depois eu vejo isso!
Bom, precisei passar por alguns sustos nesta vida para dar mais atenção a algumas coisas que já estavam escancarados na minha cara há muito tempo, nada grave, mas de novo, de se repensar e se resolver.
E aí pensei como é importante, mais uma vez, olhar e ouvir de fora, e também ao mesmo confiar nesse instinto da voz interior, que no fundo tudo sabe, tipo mãe, sacou, kkkk. O nosso instinto deveria, por sinal, se chamar voz de mãe, fica a sugestão.
Então o meu conselho de amor de hoje é para se ouvir um pouco mais deste lugar "distante", de fora, tipo terapia mesmo, sabe?
Porque quando a gente se ouve mais, e se coloca nesse lugar, conseguimos encontrar soluções ou identificar questões de um jeito mais fácil e tangível, parece.
E é exatamente isso que estou fazendo agora enquanto escrevo esse texto, me ouvindo "de fora".
Então fica aí mais uma dica, tente escrever também para pôr para fora e quem sabe e, por fim, se enxergar melhor.
Isso pode deixar as coisas um pouquinho mais fáceis!
Pelo menos eu já tô me sentindo mais aliviada agora, FIKADIKA.
Beijinhos,
Bebetinha
Leituras para pensar “homens, por quê?”
Por Taize Odelli
Ontem fiz um rant no Instagram sobre homens. Fui influenciada pelo post de uma influencer (a Marieli Mallmann) sobre Fleabag, e eu fiquei super “sim, é isso”.
Sabe aquela coisa de os homens usarem as mulheres como alavanca emocional? Como uma psicóloga com adicional de sexo? Ou nem isso, porque até em amizades o mesmo acontece. Os homens exigem paciência e compreensão, e raramente retribuem essa paciência e compreensão - pelo menos na minha experiência pessoal. Falar sobre isso me deixou cansada pelo dia todo, só queria dormir e assistir Serviço de Proteção para Princesas.
Por isso, para a news de hoje, selecionei alguns livros que te deixam com aquela sensação de “PQP HOMENS!!!”, porque às vezes a gente só quer desabafar.
Dias de abandono, de Elena Ferrante
Olga é abandonada pelo marido com quem tem dois filhos assim, do nada, e trocada por uma mulher mais jovem. Ela nunca quis ser uma mulher que entra em desespero, mas acaba caindo numa espiral de rancor, sem entender o que fez para merecer isso - spoiler, nada, óbvio, pois um homem te abandona mesmo se você for a coisa mais querida e compreensiva do mundo. A leitura desse livro me deixou angustiada, e com muita razão. Na verdade, Ferrante é mestre em criar personagens masculinos deploráveis, todo livro tem um. Ferrante também parece estar bem cansada.
Os homens explicam tudo para mim, de Rebecca Solnit
Rebecca é escritora e aborda diversos temas, como política, ambiente e arte. Um dia, em uma festa, teve que ouvir um homem falar sobre um livro maravilhoso que ela PRECISAVA LER. Sem saber que a autora do livro era ela mesma - e claro que ele não deu brecha para ela revelar isso. Os homens explicam tudo para mim reúne uma série de textos sobre esse machismo que acomete 87% da população masculina (porcentagem minha) que se acha superior a nós quando são, na verdade, uns bostinhas.
Breves entrevistas com homens hediondos, de David Foster Wallace
DFW era ele mesmo um homem hediondo. Mas pelo menos ele tinha consciência disso - não que tenha ajudado muito, em alguns casos, mas o cara sabia. Ele é um dos meus autores favoritos, apesar de tudo. E nesse livro de contos, além de histórias dolorosas sobre pessoas depressivas, tem essa série de “entrevistas” com homens tenebrosos, uma leitura que te assusta porque você reconhece esses homens na vida real.
Tirza, de Arnon Grunberg
Um homem de meia-idade daqueles bem “comuns” está prestes a se despedir da filha que está partindo para uma viagem antes de entrar para a faculdade. Abandonado pela mulher, no fundo ele é um cara bem… medíocre. Quando a filha desaparece, sua busca por ela vai revelando várias tretas pesadonas dessa família. O protagonista desse livro é o retrato daquele homem de bem cujas atitudes são asquerosas. E o livro é maravilhoso
É isso. Às vezes a gente tem que abraçar nossa raiva, e esses livros retratam homens que, francamente, já estamos cansadas de ter que lidar. Mas ajuda a gente a perceber muitos sinais. E vejam Fleabag.
Momentinho do pod
No É Nóia Minha? da semana tive a primeira Batalha de Nóias com a participação dos Nóiers (como eu carinhosamente chamo os ouvintes). Como sempre, ficou um episódio muito engraçado, já que quem ouve esse podcast é completamente maluco, graças a Deus. Dá o play aí pra descontrair.
No Calcinha Larga dessa semana, eu, Tati e Hel convidamos Xan Ravelli, que é uma figura de pessoa e mãe de dois. Então você que é mãe, pega seu fone, se esconde no banheiro e dá o play!
Muito obrigada. Não, obrigada você. Magina, eu que agradeço…
Vocês acreditam que essa é a nossa news de número 25? Menina, como o tempo passa. Vocês guardam todas com amor? Vocês releem algumas de vez em quando? Vocês têm uma preferida? E um textinho do coração? Conta pra gente porque vamos adorar saber! Escreva para associacaodossemcarisma@gmail.com e aqueça nosso coraçãozinho.
bjs,
Cami, Ta e Bertha (e Isabela, que tá de folga essa semana)