Associação dos Sem Carisma #38
Mantras para aplacar a ansiedade
Eu estava muito ansiosa pra fazer um episódio do Nóia sobre ansiedade. Agora que eu já fiz, estou ansiosa pensando se as pessoas ouviram e gostaram. A ansiedade me persegue, e sei que persegue todas as meninas que aqui escrevem. Se a sua ansiedade também piorou durante a quarentena, nós pensamos em cards pra você guardar, colar no espelho ou enviar para algum amigue que precise. Use sem moderação.
Cansada demais, mas se tiver um job me liga
Por Camila Fremder
Eu alterno entre dois estados que são: “Acho que dá pra pegar mais um job” e “Se eu pegar mais um job, eu morro”. E assim eu sigo sempre me sentindo viva, porém à beira de um colapso, mas acho que isso é estar viva pra mim.
Quem convive comigo enlouquece junto porque estou sempre reclamando de cansaço, enquanto ao mesmo tempo conto sobre o novo projeto que tive ideia enquanto chorava no banheiro por ter coisas demais pra entregar.
Quando estou exausta finalizando um texto tarde da noite eu penso: “Por que eu aceitei esse trabalho se eu poderia facilmente estar dormindo agora?”, e aí, quando estou quase dormindo, me vem a ideia de um texto incrível que poderia ter feito para alguma marca.
Eu tô sempre vivendo esse limbo entre a inspiração e o cansaço. A disposição e a iminência de morte. É Nóia Minha ou todo mundo é assim?
O que não vivi
Por Isabela Reis
Eu me considero uma pessoa calma. Não me interessa a opinião de quem convive comigo. Já fui muito reativa e explosiva, então só eu sei até onde eu poderia chegar em outros tempos e o quanto eu evito conflitos. Sou uma eterna indignada e é esse meu lado que vem à tona e eleva meu tom de voz. Mas passa rápido. Não gosto de ficar brigada, não faço questão de dar a última palavra. Falo o que tá dentro de mim e fim. Na minha obsessão por conteúdo sobre maternidade, sempre me deparava com “fiquei muito estressada, brigona”. Quando descobri a gravidez, pensei “é agora que o inferno de Dante vem!”. E não veio.
Três dias depois que recebi o resultado, quando o choque inicial passou, eu me senti invadida por uma onda de tranquilidade. Todo mundo ao meu redor ficou muito tenso: gravidez inesperada, mudança, pandemia, meu Deus! Eu continuei tranquilaça. Os três primeiros meses foram uma oscilação de mau humor e introspecção loucos, mas sem disposição para brigas ou gritarias.
Com o tempo, minha paciência, tolerância e tranquilidade foram sendo sistematicamente testadas: mal estar, enjoo, dor na coluna, busca de apartamento, negociações frustradas e bom, no meio de uma pandemia, não esqueçam. Por algum tempo na gestação, eu pensava “nossa, tô muito calma MESMO. Se isso tivesse acontecendo em qualquer outro momento, eu jamais teria reagido assim”.
Esse é um texto sobre quebra de expectativas. A gente tem certeza que vai reagir de um jeito, que a vida vai caminhar na linha reta que traçamos, que cada uma das nossas metas serão alcançadas sem atrasos no percurso. De repente, no meio do caminho tem uma pandemia, uma gravidez inesperada, um muro incontornável, uma angústia sem fim e, inesperadamente, uma calma absoluta.
Desde que o caos se instaurou no mundo, eu me apeguei na frase — que diz o Google ser do John Lennon: “A vida é aquilo que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos”. Eu estava ocupadíssima planejando os acessos de raiva e as brigas que iria comprar botando a culpa nos hormônios. E aí a vida aconteceu.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Por que é tão difícil descansar?
Faz uns dois meses que eu não consigo dormir direito.
Sempre tive facilidade para fazer uma boa naninha, então para mim tem sido novidade. Uma novidade ruim.
Como boa taurina, onde eu encostava eu dava um bom cochilo, daqueles pesadões. Então me perguntei "o que que tem acontecido?". Além do mundo em 2020, né, kkk. Mas a pergunta ainda fica no ar.
Fiquei pensando sobre o meu sono, e como me relaciono com o descanso em si.
Descobri que muitas das vezes, me sinto culpada por ter um tempo para mim, ou não fazer nada, sabe?
No mundo de hoje parece tão chique viver sem tempo, estressado e cheio de trabalho. E eu sempre amei viver no talo de trampo, abraçar o mundo com os braços curtos. Adoro! Kkk
Ui, até me dá um gatilho bom de pensar. Ansiouser, né.
Eu sou freelancer desde que me formei, 2017. Então, consequentemente, se não trabalho, não tenho grana e, por fim, muitas das vezes não tenho férias. E como boa jovem millenial, nunca consegui guardar dinheiro para bancar essa recompensa, hehe.
Os últimos meses da minha vida foram do jeito que eu adoro, cheios de trabalho e coisas para fazer e produzir. Mas era tanta coisa que até dormindo eu pensava sobre isso, então o que acontecia? Eu não dormia. Minhas mandíbulas até começaram tencionar, e isso nunca havia me acontecido.
Tive uma semana mais tranquila, e mesmo assim ainda não conseguia dormir direito, porque aí estava me sentindo culpada por não estar fazendo muito e ficava pensando o que eu podia fazer para preencher o tempo ou criar. E olha a nossa cabeça, né?
Quando converso com meus amigues, sinto a mesma frustração e sentimento. De ter esse orgulho sobre estar ocupade, trabalhando até não poder mais. E eu só queria escrever para mim, e para vocês, que é importante sim descansar, se dar um tempo e um espaço.
Nesses dias tentei ver mais séries, ler livros e fazer umas aulas onlines de Yoga e meditação, e tem ajudado. Estou tentando parar, e entender que está tudo bem dar uma diminuída no ritmo.
Atualmente parece que todos nós somos médicos e precisamos trabalhar o tempo todo, responder mensagens assim que recebemos, e isso só vai virando uma bola de neve/ansiedade maluca.
Então, quando der, se permita colocar o celular no silencioso e se curtir um pouquinho. Tá tudo bem e ninguém vai morrer ou ficar chateade por isso.
Mais um texto desabafo de mim mesma (kkk) para você nessa newsletter que para mim é tipo diário mesmo,
Bebetinha
Calma, senta aqui e lê
Por Taize Odelli
Pegando o gancho desse mal moderno que é a ansiedade, esse negocinho que tira o nosso sono e sobrecarrega a nossa cabeça já rendeu muitos livros. É difícil entender, muitas vezes, como a ansiedade pode afetar a vida de alguém, e também entender que aquele frio na barriga que estamos sentido em momentos importantes não é bem uma ansiedade, só um nervosinho mesmo.
E nada melhor do que conhecer o que é isso do que lendo, né? As indicações de hoje, então, são sobre ansiosos, para evitar a ansiedade ou pelo menos para conhecer algumas histórias de pessoas afetadas por isso. Vem comigo.
Meus tempos de ansiedade, de Scott Stossel
Stossel é editor da revista Atlantic e ansioso. No seu casamento, passou a noite toda tremendo e suando pois a ansiedade pegou forte. Nesse livro, ele narra sua vivência com a ansiedade e também traz dados e estudos científicos sobre esse distúrbio mental que se tornou comum atualmente.
Celular: como dar um tempo, de Catherine Price
A gente já viu muito post por aí falando sobre a ansiedade que sentimos nas redes sociais, né. E o celular é um grande culpado disso. Para quem ter uma relação menos “doentia” com esse aparelhinho, Price oferece um programa de 30 dias para aprender a deixar mais o celular de lado e fazer com que ele não afete tanto a sua cabeça.
Bem que eu queria ir, de Allen Shawn
Shawn é agorafóbico, um tipo de transtorno de ansiedade que lhe deixa com um medo absurdo de se ver sozinho no meio de multidões ou de atravessar espaços públicos. Nesse livro ele faz mais ou menos o que Stossel fez: investiga suas fobias, sua história e traz informações sobre essas condições. Uma leitura para mostrar como distúrbios mentais afetam tanto coisas simples da vida.
Diário de uma ansiosa ou como parei de me sabotar, de Beth Evans
Livro mais levinho, cheio de ilustrações, Evans fala de um jeito bem humorado sobre essas coisas que acabam atacando nossa ansiedade, como se comparar com o amigo bem-sucedido nas redes sociais, sabe? E também fala sobre TOC, sobre depressão, sobre como procurar ajuda. Enfim, um livro que também é um abracinho.
É isso, meus queridos. Vamos tentar nos desconectar e ter uma boa leitura para acalmar a cabeça.
Pega na minha dica
DIQUETINHA (Diquinhas + Bebetinha, sacaram, né? Kkk)
Ficou meio porn, meio ruim, mas é noix.
Essa semana de descansinho foi tão produtiva (aquelas que já acha que tem que produzir e cancela o próprio texto acima), mas eu consegui assistir duas séries que estavam na minha lista fazia um tempão, e aqui vai.
LITTLE FIRES EVERYWHERE da Amazon Prime. Eu fiquei tão fritona e intrigada no desenrolar da história das personagens que maratonei tudo numa tacada só. A série faz você questionar vários diálogos, relações, sobre a história de vida dos seus pais ou a sua mesmo. A sequência de fatos que te tornam quem você é. Se puder, assistam que vale muito a pena! Kerry Washington e Reese Witherspoon estão brilhantes.
WE ARE WHO WE ARE, Hbo GO. Uma série do diretor Luca Guadino, belíssima, que conta a história de dois adolescentes e suas famílias vivendo em uma base militar americana na Itália. Fala sobre transexualidade, política e outros temas super latentes de uma forma muito delicada e poética.
Espero que gostem, e se assistirem me manda aquele dmzão ou marca a gente no Insta.
Beijinhos!
Dica da Taize
Sabe aquele alimento meio trash do supermercado que te salva no momento de maior preguiça alimentícia? Eu, como uma pessoa que odeia cozinhar, mas adora comer, sou a maior fã desse tipo de produto. E um que descobri esses dias está enchendo meu buchinho em noites de preguiça master.
É o Mac’N Cheese da Sadia. Eu amo mac’n cheese, e até cheguei a fazer uma vez do zero, ralando meu próprio queijo. E depois de tanta trabalheira pra ralar aquele queijo todo, apenas desisti de tentar fazer isso em algum outro momento da vida.
É difícil às vezes achar um mac’n cheese legal pra pedir que não custe uma fortuna. Pois bem, essa versão pronta congelada da Sadia é baratinha e o gosto é… até que bom? Pelo menos supriu minha vontade de comer macarrão com queijo. Mas atenção: ele não fica bom só com 5 minutos no microondas, fica aquela coisa meio geladinha no meio. Então é bom botar um tempinho a mais.
Fica aí minha dica de comida podrinha de supermercado que é gostosinha.
BELATIPS:
Eu não tenho hábito de YouTube e de assistir vídeos, a única pessoa que eu assisto religiosamente é a Nataly Dias, a @blogueiradebaixarenda. Ela é criadora de conteúdo, youtuber, instagrammer, moradora do Morro do Banco, aqui no Rio, baixa renda, casada com o Gui, mãe do cachorro salsicha Zeca e a pessoa mais espontânea, autêntica e transparente que eu acompanho na internet. A série de vídeos sobre ser minimalista sendo baixa renda é sensacional e levou o pensamento de “menos é mais” para milhares de casas baixarendinhas do Brasil. Fora o quadro de receitas “presta ou não presta?”, o maior produto de entretenimento criado durante a quarentena. Maratone todos os vídeos e sinta-se parte da vida dessa família maravilhosa e acolhedora.
Cast cast baby. Pod Cast cast baby
(Eu juro que eu fico pensando se vocês tentam adivinhar o título idiota que eu vou criar aqui, e eu sei que quando vocês leem vocês pensam: Nossa, acho que esse foi o pior até hoje…)
No É Nóia Minha? desta semana nós falamos sobre ansiedade. Chamei dois amigos que sofrem com isso e a gente conseguiu desabafar sobre o tema e de alguma maneira eu me senti menos ansiosa depois. Acho que toda vez que eu percebo que não estou sozinha em minhas loucuras eu me sinto melhor. Então, se você está precisando se acalmar, ouça esse episódio e perceba como todo mundo tá na mesma.
No Calcinha Larga nós conversamos com Titi Miller e teve um pouco de tudo, maternidade, boy lixo e indiretas. Vai lá ouvir pra entender esse babado.
Por hoje é só, pessoal!
Mais uma newsletter!! (para você ler com a mesma entonação que eu grito no começo do Nóia, MAIS UM E NOIA MINHAAAA, e se você não entendeu, para de fingir que gosta de mim de verdade e vai escutar meu podcast.)
E falando em nóia, eu já tô sofrendo por antecipação, pois ansiosa, com o Mercúrio Retrógrado. Ai gente… sério. Deviam cancelar essas coisas em 2020, sabe? Porque vai juntar com o Marte retrógrado ainda, e se você é do tipo que vai me mandar inbox falando que não gosta de astrologia, isso tudo ainda vai se juntar com essa sua mensagem insuportável… Não está fácil. Mas vamos em frente, como Saturno, finalmente.
E segue a gente lá no Insta pra gente passar por tudo isso juntinhos.
bjs,
Minas lindas (Cami, Bertha, Bela, Taize)