Associação dos Sem Carisma #46
Para você, cinéfilo, com amor
Inspiradas nesse patrocínio perfeito de Telecine na nossa news do coração, providenciamos os avisos de porta que qualquer pessoa Sem Carisma precisa ter. Mais uma vez, de nada, por fazermos tudo. Ah, e agradeçam lá no perfil do insta Telecine.
E pensa que é só isso? Preparamos um lista de filmes Sem Carisma pra você assistir lá no app Telecine!
Millennium: A garota na teia de aranha
O Farol
Oito mulheres e um segredo
Parasita
Fora de série
Duas rainhas
Central do Brasil
Scarface
Encontros e desencontros
Gênio Indomável
De perto ela não é normal
O dia em que eu não virei atriz
Por Camila Fremder
Eu fico pensando se todo mundo alguma vez na vida já se imaginou sendo ator/atriz, mas só algumas pessoas têm coragem de confessar isso. Eu sempre me imaginei atriz dos filmes que eu assistia. E eu imaginava tudo, inclusive a minha preparação para o papel. Como podemos notar, eu não tenho nenhuma vergonha na cara, e nem assim consegui ser atriz. Na verdade, foi quando eu comecei a trabalhar com televisão que eu finalmente desisti dessa profissão. Sim, quando eu cheguei perto desse mundo, e conheci atores de verdade, diretores e roteiristas, eu percebi que não teria o menor talento pra isso.
A primeira vez que eu vi ao vivo alguém atuando eu fiquei chocada. Como assim essa pessoa faz isso na frente de todo mundo que tá aqui? É muito doido. A impressão que eu tive é que aquela pessoa tava meio maluca, sabe? Ela tava tomando um cafezinho sorrindo e batendo papo comigo, e depois entrou num cenário e virou outra pessoa, assim, do nada. Tipo uma chavinha liga e desliga. É muito fácil você se imaginar atuando ou até interpretar cenas sozinha no seu quarto (não que eu já tenha feito isso, tá? Me contaram e tals…), mas atuar de verdade é pra poucos. Hoje nem é dia do ator, eu nem sei quando é, e com certeza existe esse dia, mas se você é ator/atriz e está lendo isso, entenda, eu te acho muito foda. De verdade. E se você não é ator/atriz, mas sempre se imaginou sendo, desculpa se eu destruí um pouco dos seus sonhos, mas saiba que eu não deixei de atuar na minha cabeça por conta disso, ok? Nos vemos no próximo longa.
Tinha tudo para dar errado
Por Isabela Reis
Quando o Dia de Iemanjá em plena Salvador dá errado, nada mais pode dar certo. Seguindo o Nóia da semana, esse foi sem dúvida o dia mais sem carisma de 2020.
Eu não contei essa história publicamente até hoje porque é humilhação atrás de humilhação. Mas indo direto ao ponto: eu, minha família e amigos tomamos um golpe em pleno Dois de Fevereiro.
Há seis anos passo o dia de Iemanjá na capital soteropolitana com minha mãe. Há três, alugamos uma lancha com amigos e vamos passear pela Baía de Todos os Santos, almoçar na Ilha do Frade. É um dia que começa na devoção da alvorada e, feita a profissão de fé, vira um desbunde absoluto, felicidade plena, comida farta, luxo, poder e glória. Para 2020, não seria diferente.
Seria meu primeiro Dois de Fevereiro com Raphael, meu conje. Fiz a maior propaganda do passeio. Minha tia veio da Alemanha! Eram 15 pessoas só no nosso barco e tinha outro cheio também do nosso grupo. Nosso barco dos anos anteriores não estava disponível, então com meses de antecedência, pegamos indicação com o amigo empresário de artista, super recomendado. Tínhamos foto da lancha maravilhosa. Dinheiro depositado. Todo mundo em Salvador.
Tudo certo pra dar errado.
Deu 9h. “Gente, esperem aí porque estamos tendo problema de liberação na Marina, por conta dos barcos da procissão”. Tranquilo, suave. Acontece. O tempo foi passando. O barco “não foi autorizado”. Não tinha outro para repor, já que estavam todos alugados para a festa.
“Isso é golpe”. Minha mãe pescou. Ameaçou. “Vamos tentar alugar uma escuna, mas terão outros grupos”, disse a golpista. Bom, falou escuna com desconhecidos, eu só penso naquela música berrando e o carisma acaba ali mesmo.
Fui contra a escuna. Não pela falta de carisma, mas porque eu sempre acho que, quando algo dá errado, é livramento. Não era pra ser. Deixa plano B pra lá. Pra que insistir no erro? Barco, mar, já fico toda encagaçada achando que vai afundar, encalhar, virar. Tensa. “Livramento porra nenhuma! Foi golpe isso!”, falava minha mãe enquanto tentava outra lancha. Eu na torcida pra não conseguir.
Não rolou. Uns ficaram frustrados. Outros, muito putos. Pra ser sincera, pessoalmente, nem fiquei sem carisma. Fiquei achando que era livramento e mantive o astral no melhor estilo “hoje ninguém vai estragar meu dia”. Fomos para um restaurante na Praia do Flamengo, ali perto. Comemos tudo, bebemos horrores — que saudade uma roska de seriguela — e foi um dia incrível também.
Poderia até dizer que, mesmo quando tudo dá errado, ainda é possível reverter. Que o importante é estar com as pessoas que amamos. Beleza. É tudo verdade isso aí. Mas ainda assim eu preferia ter estado na lancha. Sem dúvida, o dia mais sem carisma, empata-foda, esfria-tesão do meu 2020. Foi o maior balde de água fria. No dia seguinte, teve barraco, delegacia, B.O. na estelionatária. A negociação para devolver o dinheiro levou semanas — e só recuperamos parte.
Tudo isso em Salvador, no dia de Iemanjá. Por falta de aviso não foi. Esse ano tinha tudo pra dar merda. E deu.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Fim de ano está chegando, e lógico que, acompanhado à essa época, nós fazemos aquela velha e boa retrospectiva, tipo a do Globo Repórter, só que dentro da nossa cabeça mesmo.
Mas como esse foi um ano trágico, e o Nóia dessa semana foi sobre o "Momento mais sem carisma de 2020", eu não pude pensar em um dos meus podres, porque foram muitos, eu podia contar e desabafar aqui.
Falando em podre, acho que o auge do meu tem a ver com podridão, sabe.
Em um ano nada fácil, onde eu não estava vivendo grandes momentos amorosos, descolei um romance de quarentena, mas o início dessas 3 ficadas não foi tranquilo.
Minha lua é em câncer, então 3 ficadas e falar todos os dias para mim já configura romance.
Esse era um cara que eu já conhecia e achava um tudão. Sabe aquele crush de faculdade que todo mundo tem?
Eu achava ele um dos caras mais gatos existentes no meu mundo, ponto era ele. E finalmente, esse boy estava me dando moral.
Enrolei, enrolei, conversamos horrores até que marcamos o fatídico date.
Jantinha aqui em casa regada a vinho, como sempre. Essa é a minha tática da caverna da loba, risos. KK. Aliás, lobo vive em caverna? Sei lá.
Voltando, no dia acordei pleníssima, me alimentei bem, cantei para os pássaros e organizei tudo para o meu date per-fei-to. Até que, no momento pós-almoço, começo a sentir borbulhas na barriga, borboletas. Mas não, não eram de paixão.
Eram de podridão mesmo… Gases, cocô. Olha, um show de horror.
Logo procurei um luftal, alguma coisa para segurar, mas já estava ficando tarde. Então só me restou recorrer a todos os santos que conheço, entidades, chamei geral para ajudar.
Ele chegou, e enfim jantamos, bebemos até que uma hora precisei fazer xixi, ele tinha acabado de sair do banheiro. E assim que relaxo para soltar o jatinho, o meu bumbum relaxou e PRRRRRA.
Na hora ele exclama:
- Puts, desculpa! Esqueci de abaixar a tampa da privada, né?
Para vocês verem o tamanho do estrondo.
Enfim, eu tinha me safado dessa e óbvio que concordei.
O resto da noite correu perfeitamente bem, até o momento em que estávamos enroladinhos naquela deliciosa conchinha e, de novo, a natureza voltou a me chamar.
Olha, o resto vocês podem imaginar, mas eu acho que esse foi um dos piores momentos da minha vida,
É aquele momento em que às vezes eu to indo dormir e penso nele, e meu rosto começa a queimar, vermelho de vergonha alheia própria, sabe?
Mas é isso, como já diria o velho e bom ditado, que serve perfeitamente para o ano de 2020 de muita gente:
O que é um peido para quem já tá cagado, né? Risos.
Por fim nós nos vimos mais duas vezes e foi massa, então também fica uma outra perspectiva aí, de que um punzinho muitas vezes também não é o fim do mundo. Acontece, hehe.
Beijos com vergonha alheia,
Bebetinha
2020 foi... bom?
Por Taize Odelli
Pior ano de todos. Pior ano do ano, rs. A gente tem muito pra reclamar de 2020, foi treta atrás de treta e, de verdade, todo mundo já está cansado de ser brasileiro e não ter um dia de paz nesse país.
Bem, eis que, para mim, 2020 não foi um ano ruim. Acho doido como o coletivo e o privado nem sempre estão em sintonia. É claro que passei muito estresse, xinguei horrores muita gente e muita coisa. Talvez seja porque justamente não saí muito de casa esse ano que eu acho que ele foi bom — como muita gente sem carisma aqui deve achar.
Mas o principal é que pela primeira vez na vida o motivo dos estresses não foi o trabalho. Não sei se já contei isso aqui na news, até porque geralmente estou mais falando sobre livros, mas ano passado eu tive um breakdown no trabalho e pedi demissão do nada. Estava cansada, noiada, me achando um lixinho humano, e mesmo sem ter algum outro job na mão, saí e pensei: "prefiro ficar sem dinheiro do que ter que continuar nisso aqui". E foi o que fiz.
Aí estou desde então na vida de freela, que se intensificou horrores nesse ano. Sair de casa já não era algo que eu precisava fazer antes mesmo da pandemia. Comecei a reservar mais tempo do meu dia para mim mesma, para ler ou fazer as minhas coisas — ou só pra descansar e fazer nada mesmo, porque isso é necessário demais.
Claro que às vezes as coisas desandam, é uma demanda atrás da outra que aparece, as coisas ficam meio atrapalhadas, mas prefiro isso a ter que ficar sentada num escritório. É, em 2020 descobri que escritório não é mesmo pra mim.
E esse ano teve isso aqui né. Essa associação. E acho que esse é o melhor momento do meu ano, poder escrever, indicar livros, reclamar de pessoas e exaltar o sem carisma lifestyle nessa newsletter. Ver realmente que somos uma nação grande de pessoas não carismáticas. 2020 pode ser, para muitos, o ano mais sem carisma de todos, e acho que é sim. Mas mais porque essa associação nasceu e a gente tá aqui, toda semana, conversando — de longe, por texto, sem contato físico.
Então 2020 foi um ano bom. Obrigada Camila, obrigada Bruno, obrigada Bela, Bertha e Ale, por fazerem desse aninho cagado um período tão feliz da minha vida.
Own, desculpa a melosidade.
Dicashow
Bebedicash
Na minha diquinha de hoje, vou indicar o podcast da Laurinha Lero, Respondendo em Voz Alta.
Uma amiga me apresentou recentemente e eu achei genial.
Laurinha é engraçada, inteligente e a cara do deboche.
Aquele tipo de pessoa que é capaz de tornar qualquer história muito incrível e cativante, e faz você ter empatia e se identificar na hora com os "causos" da vida dela.
Belatips
Hoje é Black Friday. CUIDADO! Esse foi um ano difícil financeiramente, teremos promoções tentadoras, mas, por favor, não dê um passo maior que a perna. Não se endivide para comprar brusinha!
Se suas finanças estão bagunçadas, antes de sair comprando tudo, recomendo organizar. O app Minhas Economias é maravilhoso para fazer gestão financeira, organiza tudo em planilhas ou gráficos. E também tem versão web, o que facilita para quem prefere a visualização do computador.
Outro bem intuitivo de usar é o Guiabolso. Você pode sincronizar ele com a sua conta de banco e ele já captura as transações automaticamente, não precisa dar entrada no app manualmente de cada uma. Antes de usar esse, pesquisei bem sobre essa sincronização com o banco e não achei reclamações ou problemáticas. Fica a seu critério.
Se você for old school das planilhas de excel, vá em frente. Mas se organize, pelo amor de Deus! Não seja tomada pela emoção desse fim de ano difícil, não complique seu 2021. Moderação!
Ta-Dicas (hsduihfuefheufh desculpa)
Pra não falar que não indiquei nada relacionado a livros hoje, recebi essa semana em casa o Planner 2021 da editora Todavia e eu estou completamente apaixonada. Eu adoro agendas, planners, essas coisas, e na real eu já tinha até comprado o meu planner do ano que vem. Mas aí chegou esse, e agora não sei qual usar.
Ele tem um design lindoso, com ilustrações incríveis, e planejador mensal e semanal. Além disso, vem com espaço pra anotações, listas de livros, filmes e afins, tracker de hábitos e talz. E a capa é um plástico gostosinho com bolso pra guardar coisas. Achei chiquérrimo demais.
Então se você está procurando um planner pra 2021, dá uma olhada nesse da Todavia. Fino e culto.
Deixa eu falar o meu podcast no seu ouvidinho? (nossa, essa foi horrível, né?)
É Nóia Minha: Olha, esse episódio é pra rir, ok? Principalmente da história do rico do WhatsApp. Quando o episódio tem participação da audiência, é loucura na certa, então vai lá ouvir!!!
Calcinha Larga: Pela primeira vez chamamos um casal! Maria Flor e Emanuel Aragão lavaram a roupa suja na nossa frenteee! Mentira, mas eu fiquei com vontade de fazer uma chamada sensacionalista. Vai lá ouvir!
Olha, pra mim deu...
Gente, esse ano foi exaustivo do começo ao fim, e se todo ano a gente tá sempre acabado no final, nesse eu nem sei expressar como me sinto. Posso dizer por todas aqui da news que estamos mais cansadas que a Luciana Gimenez. Mas tá aí a sua news, conforme prometido, porque a gente é muito firmeza, falow?
bjosss,
Noix