Associação dos Sem Carisma #47
Ficha de Leitura Sem Carisma
Indicamos tantas leituras aqui nessa news que achamos que está difícil lembrar de tudo o que lemos. E como na edição de hoje estamos sendo apoiadas pela editora Intrínseca — essa linda <3 —, preparamos uma ficha de leitura para você anotar os livros que você leu. Pronto, já pode imprimir, listar suas leituras e compartilhar no Insta.
Falando em livros, fizemos a nossa ficha sobre A cachorra, lançamento da Intrínseca e um livro perfeito para nós, pessoas não carismáticas.
Escrito pela colombiana Pilar Quintana, conta a história de Damaris, uma mulher que sempre quis ter filhos, mas nunca conseguiu engravidar. Aos 40 anos, ela adota uma cachorra e lhe dá o nome da filha que nunca teve, e a presença da bichinha em sua vida vai desencadear um tsunami de feelings. Que feelings? Não daremos spoiler, só diremos: VAI LÁ LER.
Aliás, Pilar Quintana participa hoje (4/12) da Flip. Vai ser a partir das 20h30, e todo mundo pode ver lá no canal da Festa Literária Internacional de Paraty.
Leiam A cachorra
Por Camila Fremder
Eu resolvi ler A Cachorra, de Pilar Quintana, não apenas porque qualquer pessoa que eu conheço que leu amou, mas também por que li uma reportagem que contava que a autora havia escrito a obra durante a amamentação de seu filho. Inocentemente me identifiquei com tal fato, pois também escrevi meu último livro enquanto amamentava meu filho Arthur, ainda no puerpério. A maternidade é algo tão forte e transformador que eu precisava escrever pra entender o que estava acontecendo comigo, e eu escrevi um livro inteiro e mesmo assim não entendi direito. Risos.
Durante a leitura densa e precisa do livro de Pilar Quintana, eu só consegui pensar: "Meu Deus, ela escreveu tudo isso durante os primeiros meses como mãe!" E mesmo que o livro aborde muito além do tema maternidade, foi incrível pensar que ela chegou em algo tão profundo, tenso e forte num momento em que estamos tão fragilizadas. Ao mesmo tempo, não tem nada mais maternidade do que esse misto de sentimentos. Leiam esse livro, por favor.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Quando foi que eu virei a senhora e a fifi do prédio?
Na vida tem transições que acontecem de forma tão sutil que são praticamente imperceptíveis aos olhos durante o nosso dia a dia.
Precisam de uma série de ocorrências, de certa forma recorrentes, para que você se enxergue meio que de fora assim, meio fantasminha, sabe? Rs.
E finalmente reparar na somatória de tudo o que você se tornou, ou vem se tornando.
No início da quarentena, eu comecei a reparar em todos os meus vizinhos. Óbvio que não fisicamente, por conta do momento, mas através dos barulhos que eles faziam.
Descarga, hora de transar, quando tá bebendo, quando tá jogando CS e xingando os coleguinha tudo no headset.
Eu sabia quem era o gamer, a prostituta que tava fazendo home office (afinal, todo mundo tinha que dar um jeito de trabalhar, né minha gente), o empresário estressado, a universitária que teve que voltar para a casa dos pais por conta das aulas online... Eu finalmente sabia e conhecia toda a minha vizinhança em coisa de 1 ou 2 meses.
Sendo que eu moro aqui há 3 anos e nunca nem reparei em ninguém, hihi.
Quando dei por mim, eu sabia todos os horários dos meus vizinhos do lado e a de cima. E pior, perguntava e reclamava deles para os meus porteiros e zeladores, queria saber da vida, o que faziam, se eram legais ou não, e ainda dava as minhas opiniões com base em tudo o que eu ouvia. E vou além, tudo isso na hora de descer para pegar mercado, ou quando me ligavam para dizer que tinha chegado encomenda. Ou seja, eu virei oficialmente a fifi do edifício.
Me pergunto se isso é um karma, porque assim que me mudei para São Paulo, com 18 anos, morei com mais 3 amigas em uma república e já tentaram nos expulsar diversas vezes por conta dos barulhos, dos amigos, das festas, dos horários, dos cheiros de Jah Rastafari que exalavam do apartamento, uma loucura.
Juro que hoje em dia eu entendo todos eles, e peço perdão ao universo por tudo o que fiz. Mas que tudo que vai volta, ah volta!
E o que eu acho mais contraditório é como tudo isso voltou de forma sutil, de início, para mim aos 26 anos, sendo tão jovem, né? Eu acho pelo menos, sei lá.
Me fazendo virar uma senhora fifi do edifício que desce de pijama e meia com chinelo para reclamar na portaria.
O que todo mundo leu em 2020, menos eu
Por Taize Odelli
A vida do leitor é um eterno "conheço, mas não li, mas quero ler". E todo ano tem aquele livro que parece que todo mundo está lendo, mas sabe-se lá por qual motivo você deixou ele de lado. Pode ser por não querer fazer parte do hype, ou só porque tem outras prioridades mesmo.
Aqui vai uma listinha com alguns que eu quis muito ler em 2020, mas ficaram pro próximo ano — ou "próximos anos", eu me conheço, rs.
Torto arado, de Itamar Vieira Junior
Um livro que todo mundo amou, todo mundo achou lindo, ganhou o principal prêmio de literatura do ano no Brasil. Mas eu não li. :( É sobre duas irmãs que trabalham numa fazenda no Sertão da Bahia, descendentes de negros escravizados. Uma está "contente" com a vida na fazenda, mas outra percebe a injustiça que há nessa servidão em que vivem.
Eu, Tituba, de Maryse Condé
É um livro dos anos 1980, mas muita gente leu ele em 2020. Condé faz um resgate dessa personagem que realmente existiu: Tituba foi escravizada e uma das primeiras mulheres julgadas por bruxaria em Salem, em 1692. Sabe, as Bruxas de Salem? Pois é. Aqui a autora conta, numa narrativa romanceada, a sua história.
Os sete maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid
Eu acho que já indiquei esse livro aqui. E sim, eu não li. Eu faço isso, desculpa. Mas eu quero ler!!! Até já tenho o livro aqui! É sobre uma estrela de Hollywood das antigas que, aos 80 anos de idade, decide contar a sua verdadeira história para uma jovem repórter. Quem leu diz que 1- é muito bom e 2- Taylor escreve bem demais.
Herdeiras do mar, de Mary Lynn Bracht
Esse é um dos que mais to afim de ler porque envolve muitos temas que eu gosto. É um romance que conta a história das mulheres coreanas durante a Segunda Guerra Mundial, quando muitas foram capturadas jovens pelos japoneses para trabalharem nos bordéis militares. Mas talvez tenha deixado esse livro para depois justamente por causa do peso que a história tem.
A Casa Holandesa, de Ann Patchett
Pensa num livro com capa bonita. A cada foto dele que via no Instagram, dava vontade de ler. Mas esse ano não deu. É sobre uma família que viveu nessa "Casa Holandesa", que após a Segunda Guerra se viu enriquecendo no ramo imobiliário. Mas os irmãos Danny e Maeve são expulsos de casa pela madrasta e voltam à pobreza, o que faz do livro uma grande treta familiar que dura anos e anos.
Eis as dicas! Se alguém aqui leu algum desses livros, me conte se realmente são bons! Para quem deixou esses passarem, fica a dica para não esquecer deles no ano que vem. ;)
Diquinhas da vez
Bebedicash
Na última semana comecei a ouvir o podcast Retrato Narrado, da jornalista Carol Pires, uma série do Spotify com a Revista Piauí, e me bateu muito forte.
Nele, a jornalista busca traçar o perfil do Bolsonaro indo atrás desde o local onde nasceu, até conversar com amigos, familiares e pessoas que já cruzaram o caminho, ou conviveram com aquele lá, O Bozo. *carinha de vômito*
E é incrível como tudo faz sentido, e como o perfil de alguém tão obstinado e, ao meu ver, psicopata é visivelmente uma somatória de toda uma trajetória.
Em tempos como esses em que tivemos que votar, penso mais uma vez em 2022. E acredito que todo mundo deveria ouvir esse pod, é quase que um dever cívico, rs.
Izzetips
Essa dica é para quem gosta de maratonar... canais do YouTube. E pra quem gosta de história e tem um inglês bom (desculpa, galera, queria ser mais inclusiva nesse momento).
Eu sou meio viciada no Buzzfeed Unsolved, e amo demais os dois apresentadores, Ryan Bergara e Shane Madej. Pois eles têm outros projetos além do Unsolved, e um deles é o Puppet History, que rola no Watcher, canal onde publicam esses outros vídeos.
Puppet History é um quadro apresentado pelo The Professor, um boneco comandado pelo Shane, que conta algum causo interessante da nossa história enquanto dois participantes, Ryan e mais um convidado, disputam um troféu. E gente, tô viciada demais. Já falaram da erupção do Vesúvio que destruiu Pompeia, de uma revolucionária colombiana, de uma sobrevivente do Titanic, da pior Olimpíada já feita... E é divertido demais! Eu, que gosto de história e piadas duvidosas, estou amando muito.
Yes, I’ m a podcaster, baby… (Sim, fui péssima novamente)
O É Nóia Minha? dessa semana trouxe um tema que muitas noiers se identificaram: Por que fazemos coisas que sabemos que estão erradas ou que não são tão legais? As produtoras de conteúdo Dandara Pagú e Naetê Andreo abriram seus corações e contaram tudo aquilo que dá uma certa vergonha de ter feito. Vem ouvir e se identificar também porque, no fundo, a Nóia nunca é só minha.
O Calcinha Larga trouxe a comediante Babú Carreira e gente, tá muito engraçado, sério, não vou nem soltar spoiler por aqui, vai lá!
E chegou DEZEMBROOO
Esse ano foi muito louco, e por ter sido tão louco é que justamente não importa que chegamos em dezembro, ainda existe tempo suficiente pra muita coisa louca acontecer…
Preciso avisar vocês que nossa Camiseta Sem Carisma já está de volta no site da Tangerina Moon. E pra você que é firmeza e assina a nossa news, voltamos com o código de desconto pra quem ainda não usou, vai lá ganhar seus 10% com o código VEMCARISMA!
E não esquece também de seguir a gente lá no Insta sem carisma, viu? Lá tem conteúdo todo dia, ótimo para esperar a próxima sexta chegar. ;)
BJOSSSS,
noix <3