Associação dos Sem Carisma #53
Ppkansadas na área!
Vocês querem mais podcast? Toma mais podcast!
Hoje estreia no seu agregador de podcast favorito o PPKANSADA, mais um empreendimento Associação dos Sem Carisma Enterprises.
Bela Reis (agora de licença maternidade), Bertha Salles e Taize Odelli desabafam com a gente sobre a realidade da vida da mulher — e como elas estão cansadas de muitas coisas.
Para te convencer a ouvir este novo produto auditivo (já apoiado pela nossa querida Sallve), aqui vai um guia para saber se você precisa do PPKANSADA — e já segue lá no Insta para não perder nenhum episódio.
Minhas ex-amigas imaginárias
Por Camila Fremder
Eu amo quando vocês me dizem que são minhas amigas imaginárias. Eu mesma tenho as minhas, e saber que eu sou a de alguém é muito legal e engraçado. Fiquei pensando sobre isso e percebi que, na grande maioria das vezes, eu mentalizo tanto as minhas amigas imaginárias que acabo ficando amiga de todas elas. Jana Rosa, Julia Petit, Tati Bernardi, Helen Ramos, Mareu… Todas as minhas amigas de hoje em dia já foram minhas amigas imaginárias que eu tive a sorte de conquistar e, ainda por cima, trabalhar. Tem prova de amor maior do que uma amizade que sobrevive ao trabalho? Convivência intensa, dinheiro envolvido, cansaço, trocas de e-mails e WhatsApp infinitas… É o combo perfeito pra tudo dar errado, mas só deu certo.
É por isso que me arrisco de novo, agora com um novo time de ex-amigas imaginárias que viraram amigas reais — e eu brinco que são o meu lado jovem. Bertha, Taize e Bela, as colunistas desta newsletter foram amizades do meu imaginário e que, mais uma vez, viraram parceiras de trabalho, agora em um outro projeto além da News — o podcast PPKANSADA. Entro como produtora, junto com meu fiel escudeiro Bruno Porto, e minhas bebês entram com esse carisma (único e limitado) apresentando esse show sobre COMO A MULHER HETERO SOFRE! O primeiro episódio hilário já está no ar e é só clicar aqui pra ouvir. Foi patrocinado pela Sallve, marca da também amiga Julia Petit, que sempre apoia as minhas nóias, inclusive apoiou o próprio É Nóia Minha? no começo. Sallve, você é absolutamente fundamental para que a gente consiga entregar todo esse conteúdo maneiríssimo, obrigada!
Eu sei, sou muito sortuda mesmo, mas o que me ocorreu é que se todo mundo que diz ser minha amiga imaginária acabar virando minha amiga real, eu tô meio desesperada porque não sei se tenho tanta idéia de projeto assim… Mas por favor, não deixem de mentalizar, porque só agora pensei em mais uns 4 projetos, ok? Nos vemos no imaginário ou na realidade, vai saber...
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
Por Bertha Salles
Quando a lágrima sai pelo lado errado
Bebeta, mulher cis, bissexual, 26 anos e solteira em 2020/21, e, detalhe importante, 100% ansiosa.
Desde que me entendo como gente e ser pensante, sofro com ansiedade e pânico, e isso acaba fazendo um pouquinho parte de mim, de quem eu sou, e está tudo bem.
Essa informação é importante nesse texto para chegar aonde eu quero chegar, e não, não é lá no G spot que tô falando, kk.
Em 2019 resolvi voltar a tomar medicação para enfrentar com mais tranquilidade as questões da ansiedade e do pânico (óbvio que sempre fazendo terapia, cuidando da saúde física e acompanhada da minha psiquiatra). Mas como com a pandemia nada ficou mais fácil ou sequer tranquilo, aumentei a medicação, mudei, enfim, mó rolê.
Comecei a tomar sertralina, e o que aconteceu foi o seguinte, uma coisa bem inusitada e que eu não esperava.
Dizem que o antidepressivo diminui a libido, pode dar dor de cabeça e alguns outros efeitos colaterais, mas com esse especificamente eu não estava contando .
Como vocês sabem, eu tenho a lua em câncer e gosto de chorar, sofrer e dramatizar. E como eu estava/estou solteira e frustrada com todas as relações que me envolvia, não queria e nem quero saber de ninguém atualmente, eu só queria botar para fora com alguma bobagem. Porém, o meu corpo não estava correspondendo a essa vontade.
Eu queria mesmo era chorar, sofrer com um filme de comédia romântica ou ouvindo Belo, sabe. Mas, mais uma vez, o meu corpo não estava correspondendo.
A fonte de choro secou, eu tento, tento, tento e não consigo. Me esforço, até tremo o queixinho no espelho para ver se sai uma mísera gotícula. E nada.
Agora, por outro lado, tem um lugar que vive assim, de maré cheia, uma represa quase inundando.
Minha gente, que loucura, a sertralina me deixou uma máquina de líbido. E eu não tenho por onde colocar mais, descarregar e, honestamente, eu só queria chorar por cima.
O famoso tô fazendo nada e pensando em putaria, O TEMPO TODO.
"Com que frequência você fica excitada? O TEMPO TODO."
Poderia até render um novo Sexto Sentido, fica a dica para o diretor aí, aloka.
Por fim, falei com a minha médica e ela disse que tudo isso era normal e acontece. Mas assim, estou indignada e descarregando no lugar que eu não queria.
Haja dedo, kkk.
E o que é mais louco e eu fico me perguntando é, o quanto as nossas descargas emocionais não são complexas, e realmente por algum lugar tudo tem que sair. Antes era no choro, e agora… Vocês entenderam.
Bom, é isso. Esse foi o meu desabafo de hoje.
Quando as coisas voltarem ao normal, conto para vocês.
Mas quero saber de vocês, sem carismers, por onde vocês têm encharcado por esses tempos?
Beijos encharcados,
Bebetinha
Reclamar de homem de novo?
Por Taize Odelli
O título desse textinho de hoje já dá o tom, né?
Vou dizer que, ultimamente, meu maior passatempo é falar mal de homem. Todo dia, pelo menos, eu faço um comentáriozinho pejorativo acerca de algum homem — bem, nesse governo, quem não faz?
É o contatinho do Tinder que sumiu, o crush da amiga que brinca com os sentimentos dela, o cara que você estava vendo que cagou para você o tempo inteiro e, quando você terminou a brincadeira, veio querer se redimir. É o cara do trabalho que não sabe nada, mas finge que é o pica das galáxias, o tio inconveniente que você dá graças por estar há mais de um ano sem ver. Não existe um lugar na vida da mulher onde não tenha um homem que torre a sua paciência.
"Ah, mas nem todos os homens..." Sim, claro. Nem todos. Mas se nem meu pai escapa das minhas críticas, eu vou deixar de criticar o carinha do Twitter que apareceu do nada nas minhas mentions para dizer "nem todos os homens"?
Reclamar de homem é uma coisa que cansa. Eu juro, eu não queria reclamar. Eu queria era amá-los, todos, por serem indivíduos maravilhosos, éticos, cuidadosos, preocupados, maduros. Eu sou hétero, plmdds, eu gostaria de pensar só coisas boas do sexo com quem quero me relacionar. Mas no momento não dá, não é possível.
Foi lendo Calibã e a bruxa, da Silvia Federici, que esse incômodo com o homem encontrou um motivo. Não é o homem, em si. O homem não nasce mau, disseram. É a sociedade que o corrompe. E é isso o que acontece: nascemos, crescemos e vamos morrendo a cada dia em uma sociedade feita para os homens, e todo dia pensando: até quando terei que aguentar isso?
Nas maiores coisas — como altos cargos em empresas, na política — até nas mais pequenas -- como a vontade de poder andar na rua sem ser incomodada —, eu enxergo um homem onde não deveria estar, ou fazendo algo que, se uma mulher fizesse, ela seria imediatamente cancelada.
Existe uma grande rede de proteção ao homem, ao que ele diz e ao que faz. Mesmo o mais "desconstruído", o mais diferentão, não quer abrir mão do seu privilégio masculino, não quer enxergar como as mulheres são, ainda, vítimas de muitas violências morais e físicas — as pobres mais que as ricas, as negras mais que as brancas etc. Mas todas são, em algum grau.
Então sigo aqui, falando mal de homem. Cansada disso, exausta de enxergar problema em todo lugar. Mas aqui, e agora em um podcast criado pra gente desabafar esse cansaço. E, ingenuamente, esperando que algum dia os caras entendam, nem que seja só um pouquinho.
Lá vem a dica dica aqui dica acolá
Izzetips
Não tenho outra coisa para indicar essa semana além de: BIG BROTHER BRASIL.
Segunda-feira esse grande ópio do povo Brasileiro, a grande alienação da Rede Globo, volta e eu estou ansiosíssima. Ano passado, no comecinho da pandemia, o BBB foi o grande acontecimento dos meus dias. Me distraiu, me divertiu, me deixou puta muitas vezes, mas era disso o que eu precisava: algo para me alienar totalmente da minha vida.
Nunca pensei que diria isso, mas... SENTI SUA FALTA, TIAGO LEIFERT!!!!
É isso, na segunda-feira, minha dica é pegar a pipoca, sentar no sofá e julgar todo mundo dentro daquela casa.
Aliás: fica aí os meus comentários sobre os participantes, informações coletadas através do Instituto DaTaize.
BEBEDICAS
E aqui vamos com mais uma série.
Desde o lançamento desta, eu morro de vontade de assistir.
Mas eu tenho uma nóia com algumas séries que eu preciso prestar, assim, 100% de atenção. Sem celular, sem nada para me distrair, só ela ali, e era esse o caso.
Totalmente FOCADA.
Minha gente, o que que é POSE?
Eu estou completamente apaixonada.
Pose engloba tudo de mais maravilhoso desse mundo, o universo LGBTQIA+, e toda miscigenação localizada em Nova York. Conta sobre a cena e cultura Drag, e as relações familiares que ali se constroem. De apoio, suporte e acolhimento para essas pessoas que já foram tão deixadas de fora da sociedade em geral.
E como tudo isso está ligado a várias outras relações e personificações na sociedade, como, por exemplo, um economista da bolsa de valores, questões como quem é que se fantasia para trabalhar são ali levantadas, e eu achei um paralelo fantástico e que eu nunca tinha pensado.
Pose é uma série necessária, e está disponível na Netflix.
Assistam! :)
Podosfera (eu amo esse termo meio ridículo, e vocês?)
Mais um É Nóia Minhaaaa! Gente o papo foi cabeça, viu? Falamos sobre tendências em geral, de moda, de mercado, de profissões. Chamei os especialistas no assunto Jorge Grimberg e André Carvalhal (que já participa do Nóia pela terceira vez de tanto que eu amo), e o episódio já é um dos que eu percebi mais interação da audiência. Ouve lá!
Calcinha Larga voltou com a maravilhosa da Andréia Sadi. Foi muito engraçado, ainda mais porque Andréia é uma calcinher e arrasou nos quadros <3 Como não amar? Dá o play!
Bjo na ppk! (Ousada? Sim.)
Muito feliz em anunciar mais esse conteúdo pra vocês! O PPKANSADA nasce hoje, aquariano, pra falar verdades e questionar comportamentos antigos. Estou feliz e ansiosa. Ouçam e me contem o que acharam. Parabéns Bertha, Taize e Bela, tá lindo, divertido e a nossa cara <3 Tenho certeza de que os sem carismers vão amar!
Bjos bjos bjos to feliz demais!