Por favor, devolva o carisma da mulher
Março é o “mês da mulher”, e curiosamente é um dos momentos do ano em que o nosso carisma vai lá pra baixo. É uma enxurrada de “homenagens” que são tudo, menos homenagens. Dar flor? Chamar de guerreira? De forte? De cuidadosa e carinhosa? Ô gente, estamos em 2022…
Agora, quer uma homenagem boa pra gente? É só devolver nosso carisma. E não é tão difícil não, basta apenas botar a mão na consciência. Mas se alguém próximo de você ainda tem dificuldade de entender isso, manda essas frases pra pessoa pra ver se ela aprende.
Viu? Não é difícil. Se lembrassem disso, o mês da mulher seria bem mais aturável…
Vida, uma manutenção (quase eterna)
Por Camila Fremder
Gravei um Nóia hoje, que vai ao ar semana que vem, e no meio do papo (sem querer dar muito spoiler) falamos sobre como burocracias do dia a dia irritam demais. Essas coisas de cartório, e infos pra contadores, e siglas que nem sabemos direito o que significam, mas no meio disso, eu me dei conta de que manter o nosso corpo em dia também é uma baita burocracia. Gente, a unha, ela não para de crescer nem um minuto! Cortar cabelo é caro demais, e eu a cada três meses estou desesperada pra passar a tesoura nele. E fazer xixi? Toda hora a gente tem que parar o que está fazendo e sentar pra vazar um líquido do nosso corpo. Não é muito louco?
E quanto mais velha eu fico, maior é essa manutenção. Mais exames de rotina, cuidados especiais com a alimentação, prática de exercícios, e muita terapia pra aceitar que a vida tem lá seu lado chato e que envelhecer é inevitável. Tem lado bom? Tem, mas ele acontece nesse pequeno intervalo entre cortar as unhas, escovar os dentes e verificar a validade das coisas que estão na geladeira, por isso, preste atenção.
Fragmentada?
Por Bertha Salles
Estou de férias e demissionária, numa fase um pouco louca de transição, como relatei na última semana.
Lidando com expectativas e também com ajuste de rotina, o que me deixa perdidinha e lelé da cuca.
Resolvi ir viajar para dar uma descansada neste feriado, e aproveitar para depois ir ver os meus pais e amigos em Saint Joseph of the Fields, ou Sanjamaica para os íntimos. Mas como sempre, apesar de estar de férias e ser demissionária, também estou com pressa e resolvendo mil coisas ao mesmo tempo.
Acabo me sentindo muito o Julius de Todo Mundo Odeia o Chris, porque na vida da Julius aqui, de quatro empregos, você tem folga de um, mas os outros três estão aí rolando e pegando fogoooo no cabaré, kk.
E aí é família, é amigo, casa, emprego, descanso e eu não consigo dar conta de tudo e todos, sinto que acabo sempre falhando e decepcionando alguém. Então entendi que talvez eu deva me fragmentar, ou talvez eu já seja fragmentada, kkkk, aloca.
O que não é o ideal, mas sim aprender que não dá pra dar conta de tudo mesmo e nem agradar a todos. Afinal, vocês já viram Fragmentado? A experiência não é nada legal.
É a tal história de querer abraçar o mundo com braços de T-Rex, não dá. E citando a frase mais clichê dos últimos tempos: É sobre isso, E TÁ TUDO BEM!
A gente não consegue dar conta de tudo, e tá o que? TUDO!
PUTA QUE PARIU VAI SE FUDEEEEEE
Por Taize Odelli
A internet, né. Se você não passou raiva uma vez na vida na rede social de computadores, você não viveu a experiência completa.
Trabalhando com redes sociais, você passa por uma situ dessas pelo menos uma vez na semana. Seja lendo notícias e mergulhando nos comentários dos tweets, seja recebendo mensagens absurdas com as reclamações mais absurdas ainda acerca de coisas que não tem nada a ver com a pessoa.
Um exemplo: essa semana, uma guria aleatória que nem segue a editora com quem trabalho deixou uma mensagem dizendo que a cabeça de uma ilustração da capa de um livro era "desproporcional". Um livro de ficção, sabe. De fantasia, com seres mágicos. Mas enfim, como ela não leu o livro, difícil chegar nessa conclusão sozinha. Mas eu expliquei isso de uma forma bem passivo-agressiva porque comentário ridículo e sem sentido merece ser respondido assim — não sou a favor de ser "querida" com internauta chato.
Aparentemente, não recebemos o memorando de que, se for ilustrar um ser humano numa capa de livro, devemos seguir à risca as proporções anatômicas. O que me deixa mais puta é que as ilustrações todas são lindas. Não é só uma questão de gosto: ela pode de boas não gostar. Mas precisa ir lá comentar algo ridículo desses? A PROPORÇÃO DA CABEÇA DE UMA ILUSTRAÇÃO? Qual é o objetivo, fazer a gente jogar toda a tiragem do livro fora e pedir pra ilustradora fazer tudo de novo porque ela não gostou? Diz que foi um toque amigável, mas pareceu mais uma ofensa à ilustradora e ao nosso trabalho.
Bem, esse foi um caso. Mas está cheio de casos assim. Outros exemplos: pessoas me mandando mensagem porque não gostam das minhas "cantorias" enquanto falo. Como se eu fosse mudar meu jeito de falar e me expressar para agradar ela. Pessoas reclamando que falamos muito de coisas escatológicas no PPKANSADA e que isso é "pueril", como se adultos não cagassem nem tivessem hemorróidas. Homens mandando DM dizendo que às vezes falamos demais sobre maternidade e isso não faz parte da realidade dele. Pessoas me mandando incessantemente mensagens dizendo para eu parar de cutucar o meu rosto, como se isso não fosse uma condição que eu tenho que tratar com terapia e uma dermatologista, apenas depende da minha "força de vontade" — ah, essas mensagens direcionadas a mim foram todas anônimas, claro.
E na área corporativa, tem as pessoas que, tal qual um avião de partida no aeroporto, anunciam que vão DEIXAR DE TE SEGUIR. Como se fossem seres especiais que a gente tem que fazer algo para manter a pessoa lá.
Ah, a internet. Todo mundo fala, todo mundo dá pitaco, todo mundo reclama. Mas ai de você se der uma resposta atravessada para um comentário ridículo. Tá na hora do pessoal aprender que não vai sair falando o que quiser sem ser respondido, contrariado. No meu caso, ninguém paga meu aluguel para dizer como eu devo me portar. No caso do PPK, essas pessoas não pagam para ouvir nosso podcast para dizer o que podemos ou não falar nele. No caso da editora, a pessoa não era nem seguidora, nem cliente, nem nada. Só tava lá pela polêmica.
A vocês, só tenho uma coisa a dizer: obrigada pelo engajamento. Mas da próxima, pense: preciso mesmo falar isso?
Ps.: Desculpa ser bocuda. Mas quando leio algo que faz meu sangue subir, é assim que reajo. Depois acalmo. Sou um anjo, juro.
Didica Ripilica
Dicaize
Eu falei desse livro essa semana lá no perfil do Insta, mas vamos reforçar a indicação: O lugar, de Annie Ernaux (Editora Fósforo, tradução de Marília Garcia). Nele, Annie escreve sobre seu pai, que teve uma origem pobre no campo, e a distância que se criou entre eles conforme ela começou a estudar e ascender socialmente. Eu encontrei vários paralelos entre minha vida e a dela, pois para quem não sabe, eu vim do mato e parei em São Paulo, hehehe.
É um livro bem curtinho e lindo demais. Falei mais sobre ele nesse vídeo aqui. :)
Aquele podcast goxtoso
Teve mais uma Roleta do Unfollow lá no É Nóia Minha?. E, sendo sincera, temos muito a discutir. Ouve lá!
No Calcinha Larga recebemos a jornalista e influenciadora Luiza Brasil para discutir os prós e contras do InstaTinder. Dá o play!
E lá no PPKANSADA as nossas colunistas ppkers chamaram a professora de dança Isadora Zendron, idealizadora do BoateClass, para conversar sobre perder a vergonha de mexer o nosso corpo.
Zé Finí
E acabou mais uma edição da Associação dos Sem Carisma. Já segue nosso Insta? O Insta da Camila? E da Bertha? E da Bela? E da Taize? E da Alê? E de Bruno Porto? E de Nóia, Calcinha e PPK? Porque associado de verdade dá aquela força pra todo mundo. Mas tudo bem, nem a gente tem carisma para seguir geral…
Mas prometemos só postar coisa boa. Umas nem tanto.
Beijos, se cuidem, e até semana que vem,
A Gerência
Melhor news da semana :)