Associação dos Sem Carisma #109
Você é chata, sincera ou realista?
Inspiradas no episódio do É Nóia Minha? dessa semana, elaboramos esse teste para saber se você é chata, sincera ou realista. Ou talvez os três. Ou uma combinação de dois.
Faça aí!
Quando a louca aparece
Por Camila Fremder
Não é sempre, mas de vez em quando eu dou uma de louca. Principalmente com fome, e eu estava com fome e cansada. Arthur já dormia e, do nada, começa uma música muito alta no vizinho, mas alta bem sem noção, e já era tarde para aquele volume todo em plena quinta-feira. Resolvi espiar, mas como não tenho olho mágico, abri uma frestinha da porta e dei de cara com um adolescente que eu nunca tinha visto antes.
Entendi o que estava acontecendo, o meu vizinho de porta estava recebendo pessoas, não muitas, acho que parentes, mas não tinha por que uma música naquela altura. A porta da casa dele escancarada, sala meio vazia, luz super clara, tudo muito estranho. Olhei pro adolê e disse: “Será que você pode abaixar o som, por favor?” Ele fez que não com a cabeça. Aí eu disse a seguinte frase: “Avisa o dono da casa que se ele não abaixar o som, eu entro aí de pijama e danço no meio da sala”.
A festa acabou. Talvez o meu pijama seja realmente feio.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Cuidar de quem cuida
Já falamos sobre esse tema no Ppkansada, mas na última semana eu estava com um vazio no peito, uma angústia e não sabia descrevê-la, muito menos compreendê-la, mas por sorte era dia de terapia.
Parecia estar tudo certo na minha vida, se encaminhando, então por que eu sentia um vazio tão grande? Da onde ele vinha?
A vida é muito cheia de altos e baixos, e às vezes questões que estavam submersas acabam emergindo DO ABSOLUTO NADA.
Como vocês bem sabem, sempre tive problema em colocar limites nas minhas relações, e me doava demais, gostava de ficar nesse lugar de cuidar do outro.
E por muito tempo, por menor que sejam os meus relacionamentinhos, rs, eu sempre cuido, sou atenciosa e dou o meu melhor. E para variar, não recebia de volta. Coisinhas mínimas, de quem presta atenção no outro. Não por amá-lo, mas por empatia, por jeitinho, carinho, sabe?
Eu sei que isso tem muito mais a ver com a minha expectativa do que com a pessoa em si, mas tem uma hora que cansa e a gente só quer se sentir cuidada. Entendi que essa hora chegou e eu cansei.
Não só cansei como entendi que eu mereço sim ser cuidada nas minhas relações.
É possível simpatizar com os homens?
Por Taize Odelli
Essa semana comecei a ler Os homens no meu divã: histórias reais de sexo, amor e psicoterapia, da dra. Brandy Engler com David Rensin (Editora Record, tradução de Cristina Cavalcanti). Nele, Brandy faz uma reflexão sobre os problemas psicológicos dos homens, relatando alguns casos que tratou e fazendo uma mistura disso com sua própria história com relacionamentos e suas reações diante desses homens estranhos que vinham pedir ajuda a ela.
Há muita coisa nesse livro que me fez pensar, mas uma delas é sobre a questão da simpatia e empatia que reservamos a eles. Claro: temos muitos motivos para odiarmos os homens e diminuirmos como eles se sentem. "Ah, tá tristinho porque o ego foi ferido? Foda-se, a gente sofre muito mais". E sofremos. Os homens gostam de atrapalhar nossa vida e jogar uma pá de traumas e inseguranças nas nossas costas. Uma coisa que eles fazem, também, com eles mesmos.
Em alguns casos que Brandy citou até agora, ela deixa bem exposto como seu julgamento pessoal emergia no meio das consultas. De início, antes de se aprofundar no caso do paciente, ela fala que não consegue sentir nenhuma simpatia por um homem que chega no seu consultório e fala que enxerga as mulheres com que trai sua namorada como coisas. Já partimos daí: eles traem as parceiras constantemente, uma busca do sexo fácil para ignorar o que está errado. Não tem como simpatizar, né?
Só que aí, conforme ela avança no tratamento, essa simpatia vai surgindo. Ela vai vendo a vulnerabilidade dos homens, vai entendendo o que fez eles chegarem a esse ponto, e aí tudo faz sentido. Todo esse comportamento errático e infiel vai ganhando uma justificativa. O atingido por isso não é só a mulher, é principalmente ele.
Eu sei: já deu de passar pano para os homens, né? Já deu de tratá-los como garotos que não sabem medir as consequências. É justo querer se manter afastada de homens que sabemos que não são flor que se cheire. E essa leitura, até agora, está me deixando com esses mixed feelings: eu abomino todos esses comportamentos, mas mano, o cara tá acabado, sabe. Não dá para ignorar isso também.
Óbvio, esse sentimento só vai surgir se você tiver acesso aos medos, inseguranças e ansiedades dos homens, mas não somos psicólogas gratuitas de macho, nem devemos ser. Eles são ensinados desde sempre a não demonstrarem nada disso, a mascararem esses sentimentos com sexo e autoafirmação. A simpatia vai surgir por aquele que busca ajuda, procura entender seu comportamento a ponto de querer mudá-lo. Que se abrem quanto a isso com suas parceiras, amigas, familiares. Dá pra sentir uma simpatia, sabe? Mesmo que, ainda assim, a gente queira socar a cara de todos esses caras.
Quanto ao resto dos homens que se acham bonzões e pensam que terapia é frescura, o que que tenho a ver?
Olha a dica
Bebedicash
A diquinha de hoje é hype demais, e é Almodóvar! A Netflix disponibilizou o seu último filme, chamado Madres Paralelas, e vale muito assistir.
É mais um filme dele estrelado pela musa Penélope Cruz, que interpreta a Janis, uma fotógrafa que decide ter uma filha e ser mãe solo.
Janis conhece a Ana na maternidade, que também é mãe solo, e as duas imediatamente se conectam através deste mesmo ponto.
As suas filhas ficam em observação na UTI juntas, e as duas mães acabam trocando contato para continuarem se falando e dando suporte uma à outra.
E através de cenas belíssimas e muitos cenários vermelhos, acabam surgindo algumas dúvidas com relação à maternidade e paternidade da filha de Janis, que acabam se desenrolando em um fato surpreendente, e que vocês tem que assistir para eu não ficar segurando esse babado sozinha.
Dicaize
Hoje minha dica vai ser para você que curte um crime, uma coisa macabra, casos não resolvidos e arranha no inglês — ótimo para treinar, viu?
Essa semana andei vendo vários vídeos do canal Lazy Mascarade, que nada mais é do que um daqueles canais que falam de true crime. Eu curti esse canal porque a voz do cara não me irrita (inclusive, acho linda), e ele conta tudo bem direitinho. Dá para passar horas e horas vendo.
Ah, e para as três pessoas que assinam esta newsletter e gostam de Fórmula 1, domingo tem, hein? :P
Popopopopopopodcast!
Como já falamos, o É Nóia Minha? trouxe uma discussão importantíssima: chata, sincera ou realista? Com participação de Maqui Nóbrega e Luciana Paes. Escuta!
O Calcinha Larga recebeu a linda Thais Farage para falar sobre homem e para legalizar (ou não) homem com camisa de futebol. Pra descobrir, só ouvindo.
E o Ppkansada teve a presença tudo de Ana Canosa para falar sobre o prazer da mulher. Ouça e aprenda!
E por aqui ficamos
Mas semana que vem voltamos! Claro, se o mundo não acabar, se o meteoro não cair, se ainda houver Brasil… Até lá, se joga nessas dicas que demos na news de hoje e, se estiver se sentindo super leitore, leia as edições anteriores também. É só ir aqui nesse link que está tudo lá.
Até a próxima e beijos mil,
Camila, Bertha e Taize