Indiscutível, apenas
Tá tendo uma semana ruim? Parece que nada é capaz de te animar? Pois deixe de tristeza que temos um podcast novo na área: o Indiscutível! E aqui vai a Déia Freitas tentando ler a notícia e falhando. Obrigada, Déia, por esses risos <3
O Indiscutível é o novo podcast de Camila Fremder e Déia Freitas, feito para comentar as notícias mais indiscutíveis que existem. Uma dose semanal de muita informação, ou não.
Vai lá ouvir o Indiscutível no seu tocador de podcasts favoritos, e siga o pod lá no Instagram!
A Cabeça da Mãe é uma Loucura
Por Camila Fremder
Acordei super cedo ouvindo um barulho estranho vindo da sala. Era Max, meu cachorro, vomitando. Depois da quinta vez, o levei no veterinário. Dor abdominal, corre pro ultrassom, corre pro raio-x. Aparentemente ele havia comido algum objeto. Opera? Não opera. Diarréia monstra, soro na veia e cara de moribundo. Até que saiu um cocô de gato com areia junto com mais cocô de cachorro. O doido comeu cocô de gato! Nunca tinha acontecido. Fiquei chocada. Voltamos pra casa conversando. "Poxa, Max, cocô de gato? A mamãe compra ração, petisco, biscoito…".
À noite, vou colocar Arthur pra dormir. Tosse a cada 2 minutos. Duas horas pra fazer dormir. Saio eu agora moribunda do quarto dele. Mando mensagem para o pediatra:
A mãe tá exausta demais.
O que sobra?
Por Isabela Reis
Desculpa continuar batendo nessa mesma tecla, mas eu preciso. Essa semana, vocês devem ter visto, um bar hipster em São Paulo caiu na boca das mães porque proibiram a entrada de uma mãe solo com seu filho. O local aberto, à tarde, um bar como tantos outros, como todos aqueles em que eu desenhei com giz de cera no papel da mesa. Eu queria conseguir virar essa página rapidamente, mas não consigo por dois motivos:
1. Eu fui a criança do rolê. Meus pais foram os primeiros entre os amigos a terem filhos e nunca, NUNCA, renunciaram ao lazer e ao que fazia eles felizes por causa de mim. Com minha mãe, eu ia para todos os restaurantes e eventos pelo Rio, virava a noite na Sapucaí, ia para as quadras de escola de samba, quando necessário, passava a tarde na redação d’O Globo. Com meu pai, fazia trilha, mergulhava em cachoeira gelada, viajava para o meio do mato. Isso tudo não moldou quem eu sou? Quem sou eu se não essa jovem mulher que AMA comer bem, que se revigora numa cachoeira, que foi moldada pelo samba-enredo? O que sobraria de mim se tivessem tirado dos meus pais a possibilidade de serem felizes? O que sobraria deles?
2. Vocês já me leram aqui dizendo que me sinto a mesma Isabela de antes de ter filho, só que agora… com filho. Não teve crise de identidade, não teve conflito. Eu gosto das mesmas coisas, eu vou aos mesmos lugares. E isso porque os locais que amo continuam recebendo a mim e ao meu filho, tudo que gosto de fazer acolhe a minha família. Essa aceitação é essencial para me humanizar. Eu continuo eu. Aquela de sempre. Quem seria eu se tudo que eu gosto de fazer fechasse as portas para mim?
Se a sociedade não nos abraça depois da maternidade, quem sobra? O que a gente vira? É muito cruel. É muito cruel que todos os amigos possam se encontrar, confraternizar, se abraçar depois desses dois anos tenebrosos que tivemos e uma mulher fique de fora, seja excluída, simplesmente porque ousou ser mãe. Quanta culpa cabe nessa exclusão?
Não aceito. Não aceito uma sociedade que não aceita meu filho. Não aceito uma sociedade que não engole a parte de mim que eu mais amo, que mais me faz feliz. É, acima de tudo, injusto. Vem a raiva, a indignação, o ódio dessa gente cafona, covarde. Mas depois a melancolia e a tristeza devastam. Quem sobra depois que a gente é mastigada e cuspida por essa sociedade que nos odeia?
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Mudanças sempre me apavoraram, e tem coisas na vida que nunca mudam.
Quando eu tinha cinco anos fiz a minha primeira mudança, que foi a de país. Yes, she is a gringa.
Aos oito, meu pai saiu de casa de forma abrupta e traumatizante, e consequentemente tivemos uma mudança no estilo de vida, na casa e no meu psicológico.
Após a separação, veio a mudança de escola. Saí de uma escola tilelê, kk, e fui para uma escola de freiras. Eu tinha que acompanhar a minha mãe e estudar nas escolas que ela dava aula.
Essas foram as mudanças ruins, que eu, ainda criança, não tinha recursos para lidar, e acredito que ainda não tenho, rs.
Tiveram também as mudanças boas, mas que foram dificílimas e bugaram o meu pobre cabeção.
Sair da casa da minha mãe para fazer faculdade aqui em São Paulo, mudar de apartamento, mudar de faculdade, e agora por último mudar de carreira.
Momentos importantes, positivos, mas que em algum lugar automaticamente rola uma associação na minha cabeça de que a mudança sempre vai ser para pior, ou que algo muito ruim possa acontecer decorrente dela.
Não sei se é aquele papo de a minha criança interior ser traumatizada, mas eu fico me questionando e me culpando por ainda me sentir assim, com esse medo e ansiedade que consome e corrói. Afinal, eu não sou mais aquela criança, sou uma jovem moça kk de 27 anos, quase 30. Alguém avisa essa garota! Kkkk
Eu acreditava que nessa idade já teria minimamente uma segurança em mim, em tudo que já fiz, em quem sou, e nos recursos que tenho para não me sentir dessa forma.
Mas a realidade é bem diferente.
Os adultos realmente mentem e na verdade estão só fingindo que têm a vida resolvida, quando por dentro estão 100% quebrados, em dúvida e inseguros. A gente só segue fingindo, e essa é a maior verdade que ninguém nunca te disse.
No último domingo, ao me lembrar de tudo o que está acontecendo comigo, na minha vida, das escolhas que fiz, me peguei tendo a maior crise de ansiedade e imediatamente ligando para a minha mãe.
Me perguntei: Que merda que eu fiz? E o que que eu faço da minha vida agora? Como vai ser a minha rotina? Será que eu vou dar conta? RS. ALAKA. Só de escrever e relembrar, o coração já bate descompassado.
E assim como eu fazia quando adolescente, a primeira pessoa que me vinha à mente era a minha mãe, e só as suas palavras poderiam me acolher. Os anos passaram, eu mudei, mas esse recurso, definitivamente não. Ainda é o mesmo daquela adolescente que mal sabia o que estava sentindo.
Me olhei no espelho e vi aquela emuxa confusa refletir.
Não sei se no futuro vou me sentir mais segura ou não, ou se seguirei procurando os mesmos recursos de conforto, mas se alguma coisa mudar, eu aviso vocês aqui.
Para que servimos?
Por Taize Odelli
Eu amo fazer nada. Sinto que minha cabeça não pára nunca de pensar. E enquanto eu faço nada, sinto que a carga mental alivia um pouco. Óbvio, né: com nada para fazer, não tenho as preocupações do trabalho e afins. Posso aproveitar uma leitura, um filminho, uma série, ou ficar só cantando e ouvindo música.
Somos a espécie mais capaz de pensar neste planeta chamado Terra. Todos os animais têm cérebro e células nervosas, mas foi pra gente que caiu o fardo da consciência. Tem a ver com o número de neurônios que temos. Nenhum outro animal, por maiores que sejam os seus cérebros e habilidades, fazem esse exercício de pensar a sua existência e a sociedade em que vive. Pelo menos não descobrimos até agora se são capazes disso ou não.
Aí fiquei aqui matutando: será que o fato de termos consciência não significa que fomos feitos para passar a vida nos dedicando ao pensamento? Tipo, não no sentido que o capitalismo e o comunismo colocam a gente dentro de engrenagens pensadas para a produção e o trabalho. Uma coisa mais Grécia Antiga, sabe, de ficar caminhando pelos jardins e filosofando – óbvio que, sabendo que isso era bom, os caras monopolizaram essa tarefa naquela época, desprezando as mulheres.
Mas era isso o que eu queria passar a minha vida fazendo, sabe? Pensando, buscando através dos estudos e meu próprio pensamento algum conhecimento sobre esse mundo e a humanidade. Não seria uma boa pesquisadora acadêmica pois sou preguiçosa. De resto, adoro ficar adquirindo conhecimento e aprendendo sobre as coisas. E agora eu penso que essa é a melhor coisa que podemos fazer como animais pensantes: realmente parar e pensar, filosofar, construir ideias.
Meu sonho de princesa, agora, é organizar meus dias em torno do pensamento. Infelizmente, para isso acontecer, eu preciso que outro sonho de princesa se realize: ser herdeira.
Tem dica, hein?
Dicaize
Quem curtiu ouvir Caso Evandro, atenção que tem temporada nova do Projeto Humanos, do Ivan Mizanzuk. Ontem saiu o primeiro episódio do podcast, que vai falar sobre os crimes que aconteceram em Altamira, no Pará, entre 1989 e 1992. Nesse período, várias crianças foram atacadas na cidade, e essa temporada investiga o que aconteceu. Vai lá ouvir que tá tudo.
Péra que tem mais podcast
Fui cancelada por ser sudestina no É Nóia Minha? essa semana, e quem me ajudou nisso foi a atriz Dada Coelho e o roteirista Edu Araújo. Ouve lá!
Teve conversa com a atriz e influencer Alexandra Gurgel lá no Calcinha Larga. Falamos sobre como o pornô hétero afeta a sexualidade feminina e também se estamos em crise ou vivendo uma personagem em crise. Dá o play!
E o Ppkansada recebeu a dra. Viviane Monteiro para falar tudo sobre ela: a nossa PPK. Vai ouvir que esse episódio está mara!
Zé Finí
Vocês também estão doidos de projetos aí? Porque aqui não pára. Você piscou e PÁ, apareceu um projeto novo. Haja carisma!
Esperamos que você goste desse novo projeto de Camila Fremder Enterprises em parceria com Não Inviabilize Inc. Ouçam o Indiscutível e espalhem pra família!
Beijos,
A gente
Como parar de rir com a Déia? HAHAHA
Amo a newsletter, fico só esperando a sexta chegar pra ler a nova edição