Associação dos Sem Carisma #117
Frases para seu status do WhatsApp
Sem dúvida, o WhatsApp, Zap, Zapzap, Whats, é um dos maiores vilões do sem carisma. Seu advento tornou a gente disponível para os demais durante 24h.
Tem quem consiga desenvolver o desprendimento e ignorar mensagens e áudios — meu deus, os áudios —, preservando seu carisma às 23h deixando essa notificação para depois.
Mas tem quem não consiga deixar aquela notificação vermelhinha piscando no celular, e aí abre, lê e sente o carisma se esvaindo do seu ser. Como resolver isso?
Aqui a gente pensou em cortar o mal pela raiz. Não haverá notificação se você não receber mensagens.
Então aqui vão algumas ideias de frases para seu status do WhatsApp – ou qualquer outro app de mensagem.
Noiada
Por Isabela Reis
Ando cheia de nóias. Sim, peço licença à nossa rainha das nóias, presidenta da nossa Associação, pra compartilhar as minhas.
Desde que aquele cidadão teve o celular roubado, desbloqueado e tomou um golpe de 143 mil reais, eu não penso em outra coisa. E vocês? Fui ouvir o episódio do Café da Manhã, podcast da Folha de S.Paulo, que levou um especialista em segurança digital pra falar sobre o assunto e ensinar a se proteger. Tem dois dias que ouvi e tem dois dias que me sinto a maior das otárias. Juro! TUDO que ele desaprova, eu faço. Tudo que ele recomenda, eu nunca fiz. E não foi por ignorância, é pura displicência. Eu me odeio? Botei na agenda. Essa sexta eu revoluciono minha vida digital. Vou virar a pessoa mais segura do mundo!
As nóias não param por aí. A dengue voltou, cês tão sabendo, né? Já comprei uma tela de mosquito no Mercado Livre pra colocar na minha janela dos fundos. Não, sério, já basta esse resfriado de outono completando um mês na minha casa, dengue é vandalismo.
E os conhecidos pegando Covid tudo de novo? Misericórdia. Isso não acaba, não? Sério. Já tive duas Covids em 10 meses. Eu não mereço uma coisa dessa. E pior, tenho medo da doença? Claro. Mas meu maior pavor é ter que me isolar de novo sozinha com uma criança. Juro por tudo. Deus que me perdoe, mas as mães me entendem.
Ah! Tava quase esquecendo das minhas roupas. Eu já falei aqui que depois da gravidez, com a amamentação, 90% das roupas que eu tinha deixaram de fazer sentido. Peças que comprei na adolescência, blusas nada amamentáveis, muita estampa que nada tem a ver comigo mais. Enfim, nada com nada. Comprei várias roupas nos últimos tempos na tentativa de correr atrás do preju. Mas todo dia olho meu armário e não gosto de quase nada. Sério, eu só queria ter muito, muito dinheiro pra refazer meu armário todo. E a maluquice piora.
Outro dia tava fazendo 45 graus nessa cidade e eu esbravejando que “não tenho roupa pra esse calor, eu só tenho calça e casaco, essa cidade é insuportável, vem frio pra eu me vestir melhor”. Bom, no momento, 19 graus. Tenho roupa? Claro que não!!!!!! Nenhuma roupa minha é quente o suficiente. Tenho 200 casacos e uma única camisa de manga comprida. Sério, eu me odeio? Eu tô maluca? É efeito adverso da maternidade ou sequela da Covid? Estou perturbada? Tem cura? Enfim, continuo mal vestida, deslocada e, atualmente, com frio. Me sigam para mais nóias em breve.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Pode já pegar o seu palo santo e o seu incenso, que hoje eu tô muito tilelê por aqui.
Renovar os ciclos e os votos comigo mesma, dar mais uma volta ao sol e celebrá-la, sempre me dá energia e transborda a minha alma.
Ter um dia para celebrar a nossa existência é incrível e, no meu caso, me enche de sentimentos bons.
Como é bom estar rodeada das pessoas que a gente mais ama na comemoração deste dia, e ouvir de cada uma o que você significa na vida delas. Parece que isso acaba validando um pouco, de certa forma, o motivo da nossa existência, de estarmos aqui. E de fato, lembrar que não estamos e não somos sozinhos nesse mundão louco.
Sempre fiz muita questão de comemorar essa data, então poder fazer uma festa, um encontro com essas pessoas que amo, depois de dois anos sem eles, ter esse retorno, agora nos meus 28 anos, com tanta coisa boa acontecendo. Parece que teve um sabor diferente de vida, um refresco, uma força para continuar.
E é muito louco como há duas semanas eu estava aqui falando sobre as minhas inseguranças e sobre estar passando por uma fase difícil, me sabotando, e como de repente tudo virou e o vento mudou de prumo.
Acho que essa é a graça da vida, poder olhar para trás, ver que passou, que conseguimos e estamos aqui, e sempre um pouquinho mais fortes e recarregados que antes, para assim continuarmos caso o vento sopre pra outro lado de novo.
Mas poder parar, apreciar e celebrar momentos como esse, e agradecer (VAI GRATILUZ), é uma das sensações mais incríveis e que faz a gente lembrar e valorizar o fato de estarmos vivos.
Fakefluencer
Por Taize Odelli
A internet é um mundo doido, né? Quer dizer, o mundo em si é um mundo doido, dado o tanto de gente doida que existe nele.
Conhece Lillee Jean? Uns aninhos atrás, Lillee Jean apareceu ali no Instagram fazendo umas makes. Ela recebia produtos de beleza, frequentava eventos, fazia parcerias com grandes marcas… Mas tinha algo muito estranho na Lillee Jean: as maquiagens dela eram horríveis e extremamente amadoras. O conteúdo todo dela era, basicamente, uma coisa rasa e bem malfeitinha. Como uma pessoa sem talento consegue criar uma marca própria de batom e fazer parceria com tanta gente?
Acontece que Lillee Jean mentiu sobre tudo o que ela mostrava no seu perfil. Os seguidores eram falsos. As interações, falsas. As permutas, falsas. As fotos de viagem, falsas também. O batom? Ela foi numa lojinha que faz batons personalizados e agiu como se tivesse sido convidada a criar um batom. No fim, Lillee Jean criou para si todo um mundo paralelo, completamente dissociado da realidade. Uma mentira que tomou proporções grandes demais.
Também temos histórias assim na internet nacional. Há poucos anos, uma proeminente influenciadora da esquerda foi desmascarada no Twitter. Descobriram que a foto de seu filho era roubada do perfil de outra mulher, uma gringa que nem fazia ideia de que as imagens estavam sendo usadas por outra pessoa. O apartamento que a influ disse que comprou nunca saiu do site de vendas, e numa conversa com o corretor ele confirmou que ela visitou, fez uns vídeos e depois nunca mais voltou. O certificado de casamento era um modelo de documento que qualquer pessoa podia baixar na internet e preencher. A faculdade em que ela disse fazer seu mestrado alegou que ela nunca foi matriculada lá. Enfim, tudo uma grande mentira.
Antes de tudo isso, ela meio que tentou ser uma influencer de direita. Não vendo a carreira deslanchar, passou pro outro lado. E esses dias ela ressurgiu e fiquei espantada com o tanto de gente que acredita nela. Não que tudo o que ela diga seja mentira, mas dado o histórico, é bom sempre desconfiar. Minha vontade é gritar pra todo mundo OH, NÃO ACREDITA NESSA TRAMBICAGEM!
É fácil ser enganado na internet, né. E eu fico me perguntando por que tanta gente se esforça em mentir e criar histórias mirabolantes e, depois de descobertas, seguirem insistindo na mentira. Por mais que elas se contradizem e cavem um buraco cada vez maior na mentira. É muito doido como, mesmo assim, eles levam muitos seguidores junto nessa, que até hoje acreditam nela.
Mas não somos nós mesmos falsos nas redes também? Não suspendemos a realidade por alguns momentos para passar outra impressão para as pessoas? Fazemos, ah fazemos. Já vi gente fingindo doença, relacionamento, treta… Tudo isso postado esperando com ansiedade a reply de apoio. Para mostrar pros outros que você está certa, ou que tem visibilidade. A imagem virtual é tudo, e essa gente inventa uma vida que gostaria de ter em busca de aprovação alheia. Pelo menos é isso o que acredito.
Cabe sempre olhar para tudo com desconfiança. Os discursos que vimos aqui podem parecer inocentes no começo, mas cavando um pouquinho mais, a gente vê que o problema é bem maior do que parece.
Mandando dicas
Dicaize
Flebag deixou saudade, né. Saudade, principalmente, do padre gato. Mas sabia que tem uma série nova com um padre gato? É A serpente de Essex, da Apple TV, que tá rolando agora com episódios novos toda sexta.
É protagonizada pela Claire Danes (saudades dela!) e o Tom Hiddlestone. Se você pensou que o Tom é o padre gato, acertou.
Padre anglicano, né, daqueles que podem casar. Mas a história é a seguinte: depois de enviuvar, a personagem de Claire vai pra Essex atrás dos boatos de que um bicho aquático tipo Ness está caçando pessoas. O personagem do Tom é o padre do lugar, tentando racionalmente acalmar a galera. Já Claire é uma mulher interessada em biologia, lê Darwin, e quer é descobrir se essa fera seria um fóssil vivo.
O engraçado é que o padre é o mais céticos de todos, e a cientista atéia é quem mais acredita na existência desse animal.
Enfim, vi os dois primeiros episódios e já amei. E o padre é gato.
Ah: vale dizer que a série é baseada no livro da Sarah Perry. Então para quem é da leitura, fica essa dica também!
Bebedicash
A Bela deu a dica em um episódio do Ppkansada sobre a entrevista da Oprah com a Viola Davis contando sobre o seu novo livro, Finding Me: A Memoir. Resolvi assistir nesses dias enquanto almoçava, e foi uma das melhores coisas que assisti nos últimos tempos.
É impressionante escutar a Viola contando sobre a sua trajetória de vida, dos perrengues pesadíssimos que já passou, até hoje, que é reconhecida e prestigiada pela atriz foda que é.
Ouvir pessoas que julgamos como "poderosas", fortes e seguras de si, uma Viola Davis, expondo a sua vulnerabilidade e se despindo dessa forma, nos aproxima muito e nos preenche de várias formas.
No dia em que eu assisti a entrevista, eu estava precisando receber alguma mensagem de esperança e de que as batalhas não são fáceis mesmo, sabe?
E que a gente por muitas vezes vai acabar se sabotando, se diminuindo no meio desse processo, independente de quem você seja ou do lugar que está na carreira e na vida.
Me deu um acalanto gostoso, e mais admiração por essa mulher ainda.
A entrevista está disponível na Netflix e vale demais assistir <3
Belatips
BELATIPS:
Já que vivo uma relação de ódio e ódio com minhas roupas, venho por meio deste recomendar duas mulheres essenciais nesse processo de mudar a forma como enxergo o vestir: @thaisfarage e @barbaramigliori.
Não quer dizer que gostaria de me vestir exatamente como elas, não mesmo. Nossos estilos e escolhas têm pouquíssimo a ver. A Thaís só usa preto e a Bárbara praticamente só usa bege, opostos de mim, que não uso preto e amo coloridos. Mas veja, a forma como elas enxergam as roupas, a busca por um vestir funcional acima de qualquer coisa, a simplicidade sem ser simplista — como diz a Bárbara —, mudaram muito a forma como eu penso moda e onde quero chegar nesse processo de construir um novo guarda-roupa. Sou fã!
Esquenta seu ouvido aí que tá frio
É Nóia Minha?
Jamile Godoy e Ricky Hiraoka abriram o saquinho do ódio para compartilhar nossos ódios com a galera. Ouça!
Calcinha Larga
O Calcinha está filosófico com a presença de Tainá Müller conversando sobre a relação de crianças com parentes que já morreram e a importância de pensar na infinitude. Escuta aí!
Ppkansada
Que personagem você interpreta na sociedade? Esse é o tema do papo entre Bertha, Isabela e Taize hoje. Escuta lá!
Indiscutível
Marmita é coisa séria. As maiores notícias com as maiores âncoras, Camila e Déia Freitas. Bora ouvir!
Tchauzinhos quentinhos
Menina, se agasalha bem que a friaca vai continuar, viu? E, se puder, doe casacos e cobertores para quem tiver necessidade, pois queremos todos quentinhos.
Obrigada de novo por ficar com a gente até o final de mais uma newsletter. Esse recado é só para você que leu tudo. Te amamos, viu? Vocês são mara.
Cuidem-se e beijos,
Bertha, Bela e Taize