Associação dos Sem Carisma #118
Você é precavida?
O sem carisma é um vivente que se precave, né? Cada convite negado é uma medida de precaução para não passar por situações não carismáticas. Cada desvio na rua é uma precaução para não passar por mais um momento constrangedor.
Mas será que você ouve os sinais do universo, usa seu senso aranha e age para se precaver? Vem descobrir.
O carma da obra
Por Camila Fremder
Eu amo ver programas de reforma, fico imaginando o que daria pra fazer aqui em casa e, obviamente, acabo não fazendo nada, mas amo. Esses dias, Seu Benedito, o zelador, me chamou e disse que meu banheiro estava vazando no andar debaixo. Obra. Só que, apesar de passar horas do dia assistindo aqueles gêmeos marretando paredes, eu tenho absoluto pavor de fazer obra. Vocês também têm medo de obra? Pra mim, quando acontece uma coisa dessas de de repente você precisar quebrar algum cômodo da sua casa, é o carma agindo. Provavelmente você foi, digamos assim, meio cuzão com alguém e por isso foi castigado.
Tentei pensar positivo, falava pra mim mesma: é só o box, uma parte muito pequena da casa, não vai demorar, não vai ser muito caro. Demorou e foi caro. A obra nunca respeita o local em que determinamos que ela vai acontecer. Aqui em casa, por exemplo, parte do teto fora do box, que é feito de gesso, quebrou, e aí tivemos que refazê-lo. Mas o pior foi quando o vidro do box chegou e arrancou um pedaço do batente do meu quarto, arranhou a porta do quarto do Arthur e destruiu outra parte do teto. Você entende o que eu estou dizendo? Qualquer obra sofre metástase. Um simples vazamento vira uma refação de gesso, um novo batente e uma pintura de porta. Sejam bons com as pessoas.
Como é bom ver Pantanal
Por Taize Odelli
Se você ainda não é pantaneiro, aguarde que você será. Eu já sou 100% pantaneira, cadelinha da novela das 21h. De segunda à sábado, desde a estreia, eu tenho um encontro com o folhetim.
Como é bom ver novela, gente. Eu tenho uma relação íntima com novelas desde a mais tenra idade. Nem entendia o que estava acontecendo, mas era difícil tirar o olho da TV. A indomada, Fera ferida, Torre de Babel e A próxima vítima estão entre as mais antigas de que me lembro. Chocolate com pimenta, O rei do gado, O cravo e a rosa e O clone viraram algumas das minhas favoritas. Até vi Pérola Negra, Fascinação e, claro, Chiquititas, A usurpadora, Cúmplices de um resgate e outras famosas novelas do SBT. Até vi novela da Record — Essas mulheres, onde conheci o muso Gabriel Braga Nunes.
Meus primeiros contatos com narrativas foram as novelas. Poderia ter certa vergonha de dizer que assistia algumas, principalmente as infantis, mas era raro perder um capítulo. Claro que veio a fase rebelde, "ui, novela é coisa de gente velha", mas todo dia eu tava lá ligando a TV. Até porque esse era o principal momento de união entre a família; eu, meu pai e minha mãe deitados na cama vendo Terra Nostra, de segunda a sábado — no domingo era pra ver Fantástico e Faustão.
E Pantanal, gente. Para vocês terem uma noção, esse remake está sendo o que o BBB foi em 2020 e 2021. Está sendo o que foi Avenida Brasil, uma das melhores coisas já feitas na televisão brasileira. O furor que causou lá na Manchete voltou com tudo agora, com as homenagens à primeira versão, atores que voltaram, trilha sonora impecável e, gente, as cenas do Pantanal. Impossível não querer visitar o Pantanal depois de ver Juma e Jove tomando banho na prainha, nus em pêlo – inclusive, quero, rs.
E me dá um conforto enorme ter esse compromisso diário (menos aos domingos, um dos poucos defeitos de Pantanal, deveria passar todos os dias). Eu me sinto relaxada assistindo, bate uma nostalgia quando vejo Filó e os peões reunidos na cozinha fofocando, tomando um cafezinho, porque isso me lembra tanto a minha família. Dá vontade de ser amiga de todas as personagens. Tirando a tal Nayara, que até agora não me conquistou, todas são perfeitas.
E olha só como narrativas são importantes: nesta semana 77 milhões de pessoas viram a novela. É a união de um país, empenhado em acompanhar cada nova reviravolta. Nos últimos capítulos, lamentamos a morte de Madeleine (não existe spoiler de novela, o formato inclusive sempre viveu de passar spoiler à torto e a direito para levantar a expectativa para os próximos capítulos). Torcemos pela redenção de Maria Bruaca, se rebelando contra o homem lixo com quem é casada e vivendo, finalmente. O aparecimento de Zé Lucas de Nada (Irandhir Santos apenas entregando TUDO!). Trocamos "raiva" por "reiva", porque Juma não tem só um rostinho bonito, a atuação da Alanis colocou as expressões dela na boca do povo. Estamos ansiosos com o trio vingativo que irá se formar com Juma, Alcides e Muda.
Essa novela tá fazendo a gente cair de amores novamente com o Brasil. Com a natureza, com as pessoas, com os costumes, com o jeitinho que somos que não existe em outro lugar. É patrimônio nacional sim. É a nossa arte, nossa música, nossas questões colocadas ali. Foda-se Bridgerton, SER BRASILEIRA É BOM DEMAIS, PORRA.
É bom, sabe? É bom encontrar mais uma coisa para gostar, para ansiar ao fim do dia, para passar o tempo — e o tempo passa, viu? Outro defeito de Pantanal é não ter capítulos de 2 horas. É bom redescobrir uma história e ser atingida por ela. Porque a vida é uma grande narrativa. E das boas. E os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Será que eu beijo mal?
Fui fazer uma sessão de fotos para uma campanha com umas amigas. Chegando lá, soube que uma das fotos seria eu beijando uma dessas amigas.
E, modéstia a parte, eu acho que beijo gostosinho, sabe? RSKK
Um feedback que costumo ter é esse, sem querer me gabar, né.
Mas confesso que fiquei tensa, afinal, não seria qualquer beijo. Além de ter uma plateia assistindo o ato, ele também seria registrado para posteridade.
E beijo é uma coisa muito maluca, porque por mais que eu já tenha ouvido que beijo bem, eu já beijei pessoas em que pensei: que merda, língua dura de helicóptero do caralho.
Aí, como boa pessoa insegura que sou, pensava: será que sou eu que não sei movimentar a minha língua direito aqui nesse bocão?
Ou então, quando fico muito tempo sem beijar alguém, também vem essa dúvida: será que ainda sei beijar?
Mas acho que essa é uma ação que é tipo andar de bicicleta mesmo, a gente nunca esquece, rsrs.
Enfim, voltando para a sessão de fotos, a hora do beijo chegou, e eu só pensei: vamo timeeee, vou dar o melhor de mim aqui (muito homem hétero agora).
Na hora que a gente ia começar, PLAFT, bateu dente, e aí já bateu a insegurança.
Dentro de mim eu só manifestava que as nossas línguas se encaixassem em uma bela massagem, foquei nessa intenção aí e segui.
Só que beijo para foto é diferente, ele precisa ser meio reto, sem ficar naquele lance de virar a cabecinha, saca?
Por fim, virou um grande beijo técnico e eu senti que decepcionei, e não consegui dar o meu melhor.
E sigo na mesma e eterna dúvida: será que eu beijo mal?
Olha o caminhão da dica passando na sua rua
Dicaize
Não tem outra, né. A dica de hoje é a trilha de Pantanal. Tem essa playlist não oficial no Spotify com todas as modas já tocadas por Tibério, Eugênio e Trindade nas rodinhas de viola da fazenda de Zé Leôncio. Sério, eu dei play aqui em "Pantanal", cantada por Maria Bethânia, e comecei a chorar. É lindimais. Nossa música é lindimais. Affe, só ouve.
Bebedicash
Sofri uma ruptura, rs.
Alaka, brincadeira, eu só estou viciada na série mesmo.
Ruptura é uma série da AppleTV dirigida e escrita por Ben Stiller que conta a história de uma empresa onde parte dos funcionários dela fazem uma ruptura no cérebro, e enquanto estão no trabalho elas não se lembram quem são, onde vivem, se têm família ou não. Enfim, essa ruptura separa completamente a vida pessoal da do trampo, o que é bem problemático e dá um pano pra manga, viu.
Cheia de mistérios, plot twists e personagens bizarros, Ruptura te deixa fascinado e completamente hipnotizado.
Perfeita para dar aquela maratonada no findis!
Pod vir que tem
É nóia minha?
És precavida ou és apenas noiada? Vem descobrir ouvindo o episódio com Dandara Pagu e Guilherme Facci.
Calcinha Larga
Faz sentido dividir tudo com o seu companheiro? Foi o papo que rolou entre Tati, Camila e Helen com a vereadora Erika Hilton. Ouve lá!
Ppkansada
Desceu, tá de chico, menstruou: hoje as pprks falaram sobre a nossa relação com a menstruação. Dá o play!
Indiscutível
Imagina só estar numa naninha gostosa, acordar e estar no necrotério. Notícias absurdas que só Camila e Déia podem trazer para você. Escuta!
Arrivederci
Gastando todo o nosso italiano para dar aquele tchau e novamente agradecer esta linda audiência por mais uma semana de consumo do nosso conteúdo. Obrigada. <3
E vamo que vamo que junho tá batendo na porta e lá se foi meio ano. Menina, como passou rápido, né? E a bateria do carisma lá, capengando… Recarreguem durante esse fim de semana.
Beijos!
Eu odeio obra. Muito. Choro, prefiro mudar de ap do que reformar qualquer coisa. Sou intolerante a obra. Essa foi a minha Newsletter preferida de todas!!!!Até agora...
Me sentindo representada, como sempre.