Você está no limite?
Às vezes a gente não sabe se é preguiça ou é cansaço. Ou não sabe se é cansaço ou é o famoso burnout. Pois é, quando a gente está no limite nem percebemos que estamos no limite, prestes a colapsar.
Mas tem como identificar os sinais, viu? Vem ver.
Firme na Firma
Por Camila Fremder
Depois de mais de 10 anos trabalhando de casa (o que ficou conhecido como home office nos dias de hoje), estou de volta no esquema firma, entro umas 10hrs e saio tipo 18hrs, todos os dias da semana. Sim, sou a minha própria chefe, mas até o momento ando respeitando a rotina que me propus, que diga-se de passagem é infinitamente mais tranquila do que quando praticava o famoso home office.
Muito se fala sobre a liberdade de trabalhar de casa, mas eu me percebi numa grande roubada. Quantas vezes me via trabalhando dez da noite de pijama ao invés de curtir uma série? Quase sempre. A facilidade de ter todo o setup montado no esquema escritório dentro do meu próprio quarto era a desculpa perfeita para eu me sentir constantemente cobrada a trabalhar mais, render mais. Gripes sequenciais, mini-burnouts ou pesadelos em que eu devia alguma entrega viraram constantes na minha rotina.
Por isso, agora chega. Quero ser o tipo de pessoa que entra em casa e deixa as questões do trabalho para trás, bem anos 1990, né? Sério a gente tá tudo ficando doido. Se o home office funciona pra você, ótimo, pra mim funcionou por um bom tempo. Se a sua pegada é o esquema híbrido de trabalho, vai na fé. Se você não suporta mais o esquema firma, te entendo. Só precisamos prestar atenção se a gente não tá passando do ponto, hein?
A seguir você acompanha um vídeo do primeiro dia de trabalho da The Firma:
Enable 3rd party cookies or use another browser
Aliás, segue a gente lá no TikTok para acompanhar os próximos episódios!
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Tudo o que me abraçou, em tudo o que sei sobre o amor
É incrível como a arte — seja um livro, uma música, um filme, pode nos encontrar e atravessar em momentos tão necessários da vida. Como de repente, aquilo era tudo o que você precisava ouvir, sentir, ler ou ver.
Essa semana isso aconteceu comigo, e foi ao ler Dolly Alderton em seu livro Tudo o que eu sei sobre o amor, lançado pela Intrínseca. Foi muito maluco, pois parecia estar acompanhando os relatos da minha própria vida, desde a adolescência até a vida adulta, mas nas palavras de Dolly lá na Inglaterra. Can you believe it, girl?
Fiquei pensando:
Ué, lá na Inglaterra elas também passam mó perrengão quando o assunto é amadurecer e amar, né?
Aquelas, kkk.
Agora, falando sério, eu não sei se é pelo fato da minha adolescência e da autora terem sido no mesmo período, somos da mesma geração ali dos anos 1990. Se é porque iniciamos alguns dos nossos papos românticos de adolescência através do MSN (quem nunca deu uma indireta para alguém via subnick do MSN, hein rs), o que era emocionante, "aprendemos a flertar" por ali. Ou se é porque idealizamos provavelmente o mesmo tipo de pessoa perfeita para a vida toda (aquela ideia de amor que nos venderam quando crianças? Quem fez isso? Ë desumano!!!!), e a vida adulta perfeita, resolvida ali no "auge" dos seus 27 anos, KKKK, risos nervosos.
Mas o mais louco sobre o livro, e como ele me atravessou, é como a gente acaba muitas vezes durante esse longo, lindo e doloroso processo que é amadurecer, caindo em contradição. E muito do que a gente projetou também cai por terra.
Aliás, caímos, né?
Cair em contradição, ou apenas cair, faz parte do processo da vida e do amadurecimento, dói, machuca, mas também te transforma como um todo.
Tem aqueles pés na bunda que a gente toma no auge, onde achamos que conhecemos tudo sobre o amor e entregamos tudo, acreditamos que aquela pessoa, daquele momento, é o seu tudo, e aí você plaft, toma um tombão que leva embora todo o seu brilho e apetite por semanas. E depois, você vai se reerguer, ter mais um monte de date furada, se apaixonar de novo, tomar mais um pé na bunda, e seguir, começar tudo de novo, só que agora mais cascuda.
Mas uma coisa que sempre estava ali durante esses momentos, e independente das fases, e que sempre vai ter um papel muito importante na nossa vida é aquela melhor amiga, ou melhores amigos, que no livro, e na vida de Dolly tem a sua Farly, assim como eu também tenho a minha para passar por esse período, que quem lê e acompanha aqui, sabe que tem sido difícil.
Essa pessoa com toda certeza existe na sua história, como na minha também, e é ela que vai estar do seu lado quando o mundo parece acabar, dos momentos mais merdas aos mais iconic ever (you know girl? rs).
Ser atravessada por histórias vulneráveis e cheias de plot twists, como a de Dolly, me fazem querer viver e crescer mais, me fazem ser mais forte e, quando quiser, mais fraca também (por que não?). Mas de toda forma, me deixam com a certeza de que posso enfrentar o que é que seja que vem por aí.
Tô ficando pra trás ou só tô cansada?
Por Isabela Reis
Tem alguns meses que minha grande nêura profissional é o TikTok. Ter ou não ter? Eis a minha questão.
A ideia de desbravar mais uma rede social já me parece um pesadelo. Produzir pra ela então, meu deus, sinto que vou desintegrar no ar igual o Thanos. Outra linguagem, outro formato, outro algoritmo. Só de pensar, me sinto drenada. Juro, parece que minha energia vai toda embora pelo pé. Eu murcho todinha com a ideia de produzir um novo conteúdo pra uma rede que eu sequer consumo.
“Mas ah! É o futuro! O Instagram vai acabar!!” E toma-lhe de noite sem dormir preocupada com o fim da rede social que paga minhas contas. A nóia absoluta de precisar “levar o trabalho pra fora das redes sociais” e vamos de podcast, então. Serve? Lancei meu quarto! É diversificação suficiente ou precisa de ainda mais????
Juro! Me sinto num beco sem saída. TikTok ou morte!!! Prefiro morrer!!! Mentira. Enfim, criei um TikTok, óbvio. Vou virar TikToker? Não sei. Não queria. Mas tenho alternativa? Estou em negação. Vivo meus dias fingindo que o Instagram ainda vive seu auge, que não existe aplicativo vizinho, que o Zuckerberg é o maioral.
Penso na Geração Z e não poderia me identificar menos. Fico olhando de longe, pensando em como entender, decifrar. O que mais eles querem além de dancinhas? Será que eu estou ficando antiquada? Meu perfil não se adequa mais às novidades dos jovens? Ou eu só estou cansada e sobrecarregada e, por isso, tudo me parece um imenso obstáculo muito maior do que verdadeiramente é? Eis minhas questões.
Não vou acolher porra nenhuma
Por Taize Odelli
Semana passada eu mediei um bate-papo entre a Rafaella Brites e a Krishna sobre "Síndrome da Impostora e outras crises existenciais", uma conversinha daquelas bem levinhas para uma sexta-feira à tarde, numa sala cheia de mulheres que já passaram por diversas crises quanto a suas capacidades e merecimentos. Eu estava nervosíssima, seria minha primeira vez mediando uma mesa assim. Mas assim que pisamos no palquinho e comecei a conduzir a conversa, desliguei o modo nervoso e entrei no modo comunicadora.
Tudo correu muito bem, e como o tema das crises existenciais das mulheres acaba levando a conversa para o tema HOMENS, não faltaram críticas à classe masculina. Porque muitas das nossas inseguranças e medos vêm de uma sociedade construída no patriarcado, onde somos desprezadas e tratadas como meras coisas. Então chegar nesse ponto era inevitável. Se eu posso fazer uma autocrítica, é que eu usei toda e qualquer oportunidade nas perguntas para xingar a instituição HOMEM. Como eu sou bocuda, é claro que eu xinguei mesmo — sério, eu sei escrever bonito, mas falando é só baixaria.
E foi justamente por fazer isso que eu peguei pra mim uma "colocação" de uma menina da plateia. Sim, na hora de abrir para perguntas, sempre tem alguém querendo fazer uma colocação. Uma crítica construtiva, segundo ela. E citando Paulo Freire, disse para tomarmos cuidado com a linguagem na hora de criticar os homens. Porque, no feminismo, temos que também "acolher o opressor" para que ele se sinta integrado e fique do nosso lado, e não ameaçado. Antes mesmo da Rafa e da Krishna disserem um A, eu já peguei o microfone porque certamente era eu quem mais xingava naquela mesa, rs. Concordei, há homens e homens. Há homens, como alguns amigos, sabem ouvir e considerar o que eu falo. Já outros estão nem aí. E já que ela sacou uma citação, também peguei uma. De Agnes Varda: Eu tentei ser uma feminista feliz, mas eu estava com raiva.
Tivemos mais uma semana difícil que prova isso. Mais uma semana de raiva que a gente nem sabe mais como expressar. O cara lá que estuprou uma mulher na sala de parto, na presença de outras pessoas, não é alguém que merece acolhimento ou compreensão. Não é o tipo de pessoa que eu quero no movimento lutando pelos direitos das mulheres, porque para ele a mulher não tem direito algum. Eu não vou acolher Bolsonaro e os indivíduos que saíram do saco dele depois de tantos ataques e ameaças aos nossos direitos e até à nossa integridade física. Não vou acolher ninguém que sempre oprimiu e sempre usará toda e qualquer oportunidade que aparecer para me oprimir. A minha raiva me impede de sequer cogitar acolher um homem que agrediu alguém, que defendeu agressor, que culpabilizou as mulheres, que tem medo de ser punido um dia porque sabe que é capaz de cometer também, um dia, uma agressão. A violência conta as mulheres está no sangue dessa gente. Não tem acolhimento, não tem espaço sequer para compaixão aqui.
Dito isso: PUTA QUE PARIU HOMEM É UMA CLASSE NOJENTA, INSALUBRE, BURRA, INCOMPETENTE. HOMENS SÃO OS VERMES DA BOSTA DO CAVALO COM DIARRÉIA. BANDO DE PAU PEQUENO QUE NÃO SABE LIMPAR O PRÓPRIO CU. HOMEM NÃO É GENTE, NÃO É BICHO, NÃO É PORRA NENHUMA TÃO GRANDE É A SUA NULIDADE COMO SER CIENTE E ÉTICO. VÃO TUDO SE FUDER.
Obrigada.
Hora da Dica
Dicaize
Tem horas que tudo o que eu quero fazer é suspender a realidade vendo vídeo de fantasma. Sei lá, não que eu acredite em fantasmas, mas gosto de pensar que eles existem às vezes – desde que não apareçam pra mim.
Um dos canais que mais ando vendo ultimamente é o Nuke's Top 5, com inúmeras listas de fantasmas e coisas esquisitas capturadas pelas câmeras. Dá para ficar horas olhando. Para quem curte um fantasminha camarada, olha lá!
Belatips
Meu novo podcast! O nome “Conselhos que você pediu” é um tanto autoexplicativo, mas vou explicar. Você me manda um caso por e-mail e a fofoqueira aqui dá pitaco na sua vida! É curtinho, coisa de 15 minutos, e sai aos domingos. Sim, um podcast dominical, finalmente!
O primeiro episódio já está no ar e domingo tem mais (se tudo der certo, com cortes em vídeo no meu TikTok @belaoreis kkkKRY)
Podcasts Carismáticos Demais
É Nóia Minha?
E aí, tá no limite aí? Então vem ouvir o Nóia com Isabela Reis e Anielle Franco explanando sobre seus limites.
Calcinha Larga
Vale a pena ouvir de novo o episódio sobre enfrentar os sentimentos lá no Calcinha!
Ppkansada
Essa semana as ppkers falaram sobre como é bom construir e ter um lugar só seu – alugado ou financiado, rs. Ouve aí!
Até loguinhio
Acabou mais uma edição da Associação dos Sem Carisma. Mas você pode estar com a gente todos os dias lá no nosso Instagram e, agora, no nosso TikTok. Segue, viu? Porque a gente tá gastando nosso carisma em uma nova rede social.
Logo aparecemos com mais novidades da The Firma. ;)
Beijos,
Camila, Bertha, Isabela e Taize
(alerta de uma mulher puta da vida gritando e xingando abaixo. leia por sua conta e risco)
THAIZE FALA MAIS QUE TÁ POUCO
Não suporto esse rolê palestrinha de "ain, mas tem que acolher o outro lado". A gente tá sendo morta, estuprada, violentada, abusada, adoecida de todas as formas. A maioria dos posicionamentos que vi sobre o caso recente, que vieram de homens, eram alguma versão do "ai mas nem todo homem, favor não generalizar". Confrontei um sobre isso e ele me disse "parabéns, vão continuar lutando sozinhas se continuarem assim". E quando foi que a gente não lutou sozinha? Quem são as maiores vozes a não ser nós mesmas?
ACOLHER É O CARALHO, VOU XINGAR MESMO E QUE SE FODA QUEM ACHAR RUIM. PEDAGOGIA DO OPRIMIDO PORRA NENHUMA, EU QUERO É A PEDAGOGIA DO ESCULACHO E DO CONFRONTO PORQUE NÃO TEM COMO SE DEFENDER DE UM TIRO USANDO O CARALHO DE UM LIVRO, PORRA. MUITO INTERESSANTE QUE, NA HORA DE ESTUPRAR A GENTE, HOMEM SABE MUITO BEM O QUE ESTÁ FAZENDO MAS NA HORA DE ASSUMIR AS CONSEQUÊNCIAS DOS SEUS ATOS VIRA UM MENININHO INDEFESO E INOCENTE QUE NÃO FALA POR SI. VAI SE FODER VOCÊ QUE COMPACTUA COM ISSO TAMBÉM!
(desculpa o berreiro, é que tava entalado e eu precisava gritar de alguma forma)
Obrigada Thaize! Por conseguir colocar em palavras o que eu estou sentindo nas últimas SEMANAS. HOMENS, VÃO TUDO SE FUDER!