Associação dos Sem Carisma #137
Dobble Sem Carisma
Dia das Crianças é o dia que a gente tem que entregar carisma, né? E se você ainda não sabe com o que presentear a sua cria, novamente estamos aqui para te ajudar com uma boa dica.
Nas casas das sem carismers o Dobble reina como o jogo favorito da família, porque é começar a jogar que começa também a gritaria, as risadas, os latidos dos cachorros enlouquecidos com a barulheira…
Dobble é um jogo para a família toda jogar, tem várias versões para você se divertir e é muito fácil de jogar. Basta encontrar o símbolo que se repete em duas cartas, e sempre tem... Tem que ser atento, tem que ser rápido, tem que ser esperto para terminar as cartas antes de todo mundo.
Para você já ter um gostinho de como é jogar Dobble, fizemos uma mini-versão do jogo Sem Carisma. É só imprimir, cortar, jogar rapidinho ali na sua casa e correr para garantir o seu Dobble.
Curtiu? Já vem aqui garantir o seu Dobble para arrasar no Dia das Crianças.
Mas por quê?
Por Camila Fremder
Esses dias estava lembrando de quando eu me separei do pai do Arthur. Além de ser um momento extremamente complicado para a família, o que mais me chocou foi a reação das pessoas. Quando encontrava alguém que descobria o meu estado civil daquela época, a maioria só queria saber o motivo da separação, e não se eu estava bem ou se precisava de algo. "Mas quem pediu pra separar? Ele fez alguma coisa? Você tá afim de outra pessoa? Vocês ainda se falam?"
Já me aconteceu de receber uma enxurrada de perguntas e só depois da quinta me perguntarem se eu estava bem. A pessoa separada é o símbolo do medo para quem está dentro de um relacionamento. E caso você seja uma separada com filho, seu nicho são os separados com filhos e assim por diante. Quanto mais a pessoa se vê em você, mais ela precisa entender que essa maldição jamais vai acontecer com ela.
Separou mesmo?
Sim.
Não tem volta?
Acho que não…
Você acha que foi porque você quis um segundo filho?
Mas eu não queria um segundo filho.
Mas você acha que se você quisesse teria sido melhor ou pior? Porque às vezes eu penso, sabe, se já não tá na hora de dar um irmãozinho pro Bernardo…
As pessoas são muito loucas, né?
Para os cristãos, de coração
Por Taize Odelli
Depois desse primeiro turno que foi uma vitória, mas ainda assim um balde de água fria — porque né, olha quanta gente votou NAQUELE —, a gente se volta para “o que pode ter dado errado”. Além de pensar na humanidade em si.
Chomsky deu a letra: “apoio de artista e universidade não ganha eleição”. A gente sonha com uma nação que faça arte e pesquisa e que consiga viver de arte e da pesquisa. Mas sonhar não faz a coisa ser real. O Brasil não é uma nação artística e “esclarecida” pois a grande maioria de nós não tem tempo nem condições para estudar, consumir arte e fazer arte — pense na quantidade de artistas que existem, principalmente nas artes plásticas, que já nasceram com dinheiro. Estamos bem longe de ser essa nação.
Somos a nação da fome e da pobreza e da miséria, há tanto tempo abandonada pelas políticas públicas que não fazem nem cócegas nos problemas que temos. Somos também uma nação cristã, uma das mais religiosas do mundo. Porque uma nação abandonada por quem deveria estar cuidando dela acaba caindo nos braços de grupos “religiosos” que a mantém assim, sem poder e obediente.
Não deveria espantar a gente o fato de que a pauta de costumes aqui no Brasil é mais significativa para a direita do que a pauta da economia, da educação, da saúde, dos direitos de todos. Para os “esclarecidos da direita”, quanto menos o pobre tiver, mais eles ganham. E certas “religiões” se aproveitaram dessa constatação para venderem os seus fiéis para um projeto político de extrema-direita. Beijo, pastores que vocês sabem quem são.
Eu não faço parte de nenhuma igreja. Estou mais para ateia do que para agnóstica. Eu olho pra religião sempre de forma crítica. Mas eu também olho para a religião como um grupo social fundamental porque é na religião que muitas pessoas se unem. É o único lugar a que podem recorrer. E enquanto a esquerda estava lá, cantando com Caetano Veloso, os pastores e falsos messias estavam na igreja construindo seu plano de dominância. Não podemos botar a culpa nos fiéis enganados, porque a má fé, muitas vezes, não parte deles. Eles são tão vítimas quanto nós dessa política de extermínio.
Cristão: você só quer sobreviver, só quer comer, só quer ter um lugar para dormir. E se a esquerda se esqueceu de você e sobrou só “Eles”, bem, fica difícil, né. Só que você precisa saber que a religião é uma arma de controle de poder dentro do Brasil e você está, sim, sendo controlado. Você aí da Assembleia de Deus, da Universal, dessas igrejas que surgem todo dia cada vez que se chuta uma moita tal qual o Link em Zelda. A gente precisa aceitar isso.
Igreja não deveria ser local de discussão política pois a fé é algo de cunho pessoal que não pode e não deve ser imposta aos outros — pela força, pelo controle, pela política etc. Mas é difícil a gente conseguir chegar neste patamar agora, quando a parte mais carente da população só tem a essa “igreja” a recorrer — a igreja que cria o problema e oferece a solução mágica que é, na verdade, outro grande problema.
Então já que política e religião se tornaram uma coisa só dentro dessas eleições, bora lembrar disso: a gente precisa fazer da religião uma fonte de informação e de esclarecimento. Usar da fé para difundir o progresso que a gente sonha em ter. A gente precisa ser uma nação cristã e crente que sabe pensar por si mesma e que não dependa de falsos profetas. A gente precisa saber questionar, discutir, avançar como pessoa religiosa. Encontrar na religião conforto, sabedoria e autonomia para não sermos controlados por dois ou três pastores que vivem com os cofres cheios de dinheiro e de armas. E nem por um “messias” que saiu do esgoto para a luz.
Dito isso: Bolsonaro adorador do Diabo, vote 13. Um beijo para os cristãos que estão na luta. <3
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Recentemente eu contei no meu Instagram da minha treta com a costureira da esquina de casa, que eu vou explicar aqui caso você não tenha visto, sem carismer.
Era 2020, eu estava produzindo uma série e precisava de um vestido de noiva para a apresentadora usar em um episódio.
Consegui o vestido de noiva na Rua das Noivas aqui em São Paulo, mas ele tinha que ter uns ajustes para ficar bom na muié que ia usar, kk. OK!
Logo pensei: vou levá-lo aqui na costureira da esquina de casa e resolver esse babado rap10.
E se você já trabalhou com set de filmagens, ou produção no geral, você sabe que tudo é para ontem e não tem desculpa quando o negócio não rola ou acontece.
Eu precisava do vestido pronto em 2 dias.
Expliquei tudo isso pra costureira da esquina. Me lamentei, eu devia estar suando frio e com a pálpebra esquerda tremendo, coisa normal para um produtor, RS. EU ESTOU DEBOCHANDO, PLMDDS, NORMAL ENTRE MUITAS ASPAS, OK? ALERTA DE DEBOCHE.
Ela me garantiu que super rolaria e eu estava safe.
Dois dias depois voltei lá, sorriso no rosto, em paz para a minha diária de filmagem, eu ia passar, pegar o vestido e ir gravar.
E adivinha?
A costureira não tinha nem aberto a sacola com a PORRA DO VESTIDO DE NOIVA.
Eu surtei, fiz um escândalo, ela havia me iludido, e por fim, disse que nunca mais voltaria lá.
"NUNCA MAIS BOTO OS MEUS PÉS AQUI!"
Mas eu tinha uma carta na manga, uma segurança no fundinho do coração e para as minhas pequenas causas de costura, que era a Dona Creuza, uma costureira aqui no prédio do lado de casa, escondidinho assim, que era perfeita. Uma senhorinha, tinha o tempo dela, por isso não contava com ela para os esquemas de produção malucos. E ela era honesta, avisava que não ia conseguir no prazo e tal, SABE. DIFERENTE DE OUTROS.
Corta para agosto de 2022, e eu estava precisando arrumar várias peças de roupa.
E a dona Creuza, anja, havia saído daqui, e mudado de bairro.
Fiquei desesperada, afinal, sou preguiçosa também, e me conheço. Eu ia acabar deixando as peças lá e nunca mais voltar pra pegar.
Coloquei o rabo entre as pernas e fiz o que?
Voltei a costureira da esquina.
Por sorte, ela não me reconheceu, rs.
Arrisquei, meti o louco, por pura preguiça e comodismo, ou mania, sei lá.
No fim deu tudo certo, voltei para pegar as minhas peças e estava tudo no grau, mas assim que cheguei lá, ela mais uma vez não lembrava de mim ou do meu nome. E isso aconteceu algumas outras vezes em que fui lá desde então.
É sempre um: MAS QUAL SEU NOME MESMO? QUEM É VOCÊ? AH TÁ, É. É VOCÊ.
Ou seja, zero atenção, empatia, simpatia, mas o serviço é feito ali e ok. Pego, pago e vou embora. Resolve o meu problema.
Só que como boa taurina com a lua em câncer, fico sentida com o descaso.
E É AÍ QUE MORA O PERIGO, E QUE VEM A PLOT DESSA HISTÓRIA.
Eu descobri que a relação que eu tenho com a costureira é a mesma que eu tenho com as pessoas que eu pego.
Sigo insistindo nelas, mesmo que não lembrem nem do meu nome, tenham me dado vacilos e ghosting, eu vou lá e PERSISTO.
Pois é.
Eu insisto no que tá ali na esquina, ao invés de andar um pouquinho mais e mudar de bairro. É um padrão de comportamento e, claramente, é burro.
Bom, estou encaminhando esse texto para a minha terapeuta agora mesmo.
Lista de novos episódios da semana
É Nóia Minha?
Se você é chata, você vai amar esse episódio com Helen Ramos e Julio Victor. Só dá o play!
Calcinha Larga
O episódio dessa semana teve participação de Marcos Pigossi, Erika Hilton, Mônica Benicio e Pedro Henrique França. Tudo, né? Vai lá ouvir.
Ppkansada
As ppkers chamaram Daniela Arrais para falar sobre como manter o bem-estar e a sanidade mental na internet. Escuta aí!
Conselhos que você pediu
Isabela Reis deu mais um conselho sábio sobre o que os olhos não veem, o coração não sente…? Ouve aí!
Santa Reclamação de Cada Dia
Taize Odelli utiliza do seu lugar de fala como catarinense para reclamar dos catarinenses. Ouça!
Até logo, hein
A gente vai, mas a gente vai voltar. Você sabe que a gente vai voltar. Na próxima sexta-feira estaremos aqui, invadindo novamente a sua caixa de entrada. Só aguarde…
Essa semana entrou reposição dos nossos mantos sagrados Sem Carisma lá na Tangerina Moon! Tem o uniforme 1, a camiseta off-white, e o uniforme 2, a camiseta vermelha, em diversos tamanhos. Vai lá garantir a sua! :)
Obrigada, beijos, e até sexta que vem.
Camila, Bertha e Taize
a história da costureira me quebrou hdushuahahu
amei
Perdi todo o carisma em ficar sem um cupomzinho pro Dobble. Me ajuda na missão de querer proporcionar um momento familia com minha irmã viciada em tiktok =(