Associação dos Sem Carisma #138
Frases famosas
No É Nóia Minha? dessa semana, Camila levantou uma nóia com a qual nos identificamos muito: a incapacidade de lembrar de citações inteligentes. Sempre tem alguém no rolê que lança uma frase de Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Graciliano Ramos… Mas e a gente que não consegue nem lembrar dos aniversários dos amigos — propositalmente ou não —, como é que faz?
Se nossa mente é ruim para citações inspiradoras, para a cultura pop, famosos e subcelebridades ela é cheia de referências. Pois aqui vão as nossas frases famosas favoritas.
O dia em que eu ia escrever um texto, mas dei dicas
Por Camila Fremder
Codré, meu companheiro (explicando pra quem chegou agora aqui nesse rolê), é diretor de fotografia e está gravando uma série de TV no momento. Aliás, assistam A Eleita, que foi ele que fez também, com Clarice Falcão na Amazon Prime Video. Mas, voltando ao assunto, essa nova série tem muitas cenas à noite, então o horário de gravação dele está de 3 da tarde até 3 da manhã. Ou seja, ele sai de casa pra trabalhar tipo 2 da tarde e só volta de madrugada. Com os fusos completamente trocados, o que nos resta é encostar os pezinhos das 3h30 até as 7h00, que é a hora que acordo pra levar Arthur pra escola e depois já saio pra trabalhar.
De resto trocamos mensagens rápidas só pra mostrar aquele "não parece, mas tô aqui". Essa situação me fez lembrar de um livro muito fofo que li chamado Teto para dois, em que uma mulher e um cara dividem o mesmo quarto, mas um trabalha à noite e outro de manhã, e aí rola uma troca de bilhetes que, se você tá acostumado com comédias românticas, você já imagina o final. E aí que eu li esses dias que esse livro vai virar filme, e o que parecia ser apenas um texto para a newsletter virou uma recomendação de conteúdos. De nada.
Próxima parada
Por Isabela Reis
O Ppkansada de hoje é sobre viagem. A coisa que eu mais amo fazer no mundo é viajar. Meus pais, especialmente minha mãe, plantaram essa sementinha em mim ainda criança. Fizeram comigo o que só tiveram dinheiro pra fazer quando adultos. Me colocaram na mala e fui com eles pra tudo quanto é canto, seja pro meio do mato aqui pertinho ou pro outro lado do oceano. Viajamos com Martin pela primeira vez quando ele tinha cinco meses. Um pernoite na serra foi o primeiro passinho. Depois disso, viajamos pra São Paulo, pra praia, pra serra de novo. Sem planos mirabolantes, sem luxos, mas com muita vontade de continuar vivendo, conhecendo o mundo e apresentando a vida pro meu filho.
Em breve enfrentaremos, os três (eu, Raphael e Martin), nove horas de avião, quinze dias longe de casa. Depois eu volto com comentários, dicas, contando como foi e afins. Mas eu resolvi escrever porque toda vez que penso nessa viagem, me dá vontade de chorar de emoção. Explico — e talvez vocês até já tenham me ouvido dizer isso. Namorei por alguns anos uma pessoa que não gostava de viajar. Simples assim. Não tinha interesse, não fazia esses planos, não pensava nisso. Simplesmente era algo que tanto fez, tanto faz, mas a verdade é que preferia não. Tentei tudo que pude: me oferecer pra pagar tudo, organizar tudo, perguntar, conversar, pedir, implorar. Nada adiantava. Era um não assunto. Eu mandava mensagem sobre… sem resposta. Eu tentava puxar assunto… desconversava. Enfim, sei que não era por mal ou pessoal, tinha muitas outras qualidades, mas só sei que foi assim.
Foi assim por anos. E eu, que sempre topei (quase, rs) tudo, fui deixando de viajar. Eu sempre tive amigas que amavam e topariam, mas né, tem viagens que você quer fazer com seu amorzinho. Pois bem, o meu amorzinho não queria, e com isso chumbei minha bunda dentro de casa. Consegui arrastar duas vezes e foi ótimo! Mas sem aquela empolgação que eu queria. Depois eu entendi que, pra mim, não adiantava acatar minha vontade de viajar e somente ir comigo. Eu queria alguém que sentisse todo tesão e vontade do mundo naquilo como eu sentia. O namoro terminou, a vida seguiu e eu fui me arranjar em outras bandas.
E nessa nossa banda que arrumei, o sonho de viajar dita o ritmo da vida. A data das férias, o dinheiro economizado, a organização da escala de trabalho, os planos de vida, os sonhos de família. A gente quer mesmo é viajar. Eu sonhei muito, muito em encontrar um parceiro assim. Olhando pra trás, vejo como me privei tanto de fazer o que eu mais gosto na vida (não por ele, mas por desânimo meu de ir com outras companhias).
Eu não sei exatamente o que você aí que tá lendo gosta de fazer, qual é o seu maior tesão da vida, os sonhos que você quer realizar, qual sua grande ambição, mas escolha dividir a vida com alguém que tenha como prioridade número um a mesma coisa que você. Comprar uma casa? Ter um filho? Viajar o mundo? Trabalhar enlouquecidamente? Viver no meio do mato? Sei lá, qualquer coisa. Deixa que o resto, as outras coisas menos importantes, as outras vontades conciliáveis, a gente estica daqui, puxa dali, resolve, arranja, cede, cede muito. Mas não abra mão daquilo que é seu norte, do que te faz indiscutivelmente feliz, do que te dá um tesão infinito de viver. O que andar junto contigo na direção do sonho, fica. O que te atrasa, tchau.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Eu sei que de alguma forma essa mensagem vai chegar até você, nem que seja por uma transmissão de pensamentos, já que nossas ideias sempre foram tão conectadas. É, conectadas de uma forma estranhamente, alucinante e bizarramente maravilhosa.
É muito doido quando a gente conhece alguém do mais absoluto nada e não faz ideia do que esperar dali. Totalmente despida de expectativas, sabe. E de repente somos surpreendidos, a vida vai lá e me apresenta um ser como você, único, mesmo, da forma mais maluca, confusa e bonita que poderia ser.
Quando eu falo dessa conexão, ela se estende em presença.
Está em uma música do Paralamas que eu não ouvia há anos, ou um som do Acústico MTV do Capital Inicial, kk (Dinho Ouro Preto, um cara mto especial). E de repente você passa a habitá-las. Ou em algum prato de comida que já degustamos ou gostaríamos de comer juntos, que passa a ter o seu gosto também. É maluco isso, tudo é, mas essa sinestesia do comer, ouvir, beber, rir, o que existe no meio disso tudo, que eu não sei o que é, me deixa quase que inebriada.
Eu ainda não sei se esse é um texto de amor romântico, de amizade. É, eu não sei o que é, mas sei que é bom o que me desperta, sei que tem amor, muito.
Eu precisei deixar, eu precisei ir, porque a vida é mais complicada do que sons, objetos, sinestesia.
Mas no meio dessa confusão toda e de tantos não sei, de uma coisa eu tenho a mais plena certeza: que a gente se reencontra em breve e numa melhor, numa relax, numa tranquila, numa boa.
É f0d4 ter a lua em câncer, viu? RS
Eu quero demais acreditar
Por Taize Odelli
Nos últimos dias eu ando consumindo muito conteúdo sobre o desconhecido. Aquilo que não sabemos explicar. Vi de vídeo de fantasma à vídeo de alienígena. Saiu um episódio do Arquivo Oculto da Lorelay Fox sobre as profecias de Nostradamus e fiquei vidrada. Conhecem a Noite Oficial dos Ovnis que rolou em 1986 aqui no Brasil? Gente, foi tudo!
Ao mesmo tempo, eu sou uma pessoa que se considera cética. Bem cética. Eu sempre procuro explicações sobre tudo. A cada vídeo de eventos sobrenaturais, eu encontrava uma explicação fácil para o que era aquilo — uma gota d’água na lente da câmera, fios escondidos, alguém escondido… É fácil simular uma porta abrindo sozinha e móveis se arrastando. Muitas vezes, aquele vulto nada mais é do que nossa mente tentando encontrar rostos no escuro — chama pareidolia.
Com Ovnis eu tendo a ser mais crente. Luzes estranhas no céu com velocidades altíssimas é mais difícil de criar, ainda mais quando essas luzes estranhas ficam aparecendo em radares de gente acostumada a ver coisa voando no céu. Aí a crença vai batendo…
Vendo tudo isso eu fiquei pensando em como eu gostaria que essas coisas todas fossem reais. Porque o que eu sei sobre a realidade me deixa tão sem esperança e sem vontade de me conectar às coisas daqui que, sei lá, gosto de pensar na ideia de que seres de outros mundos possam fazer uma visitinha pra gente. Quem sabe me levar na nave para um rolê. Até poderia participar de algumas experiências, se não forem tão invasivas. Na real, eu gostaria mesmo é de trocar um ideião com alguma coisa de outro mundo, outro lugar.
É que quando a gente não está muito bem na realidade, ou quando a gente sabe que as coisas talvez não mudem aqui do jeito que a gente espera, é mais confortável se imaginar numa situação que sequer sabemos se existe mesmo.
Dê o play e seja feliz — ou não
É Nóia Minha?
Camila recebeu Alana Azevedo para uma clássica batalha de nóias. Com a participação da nossa linda audiência. Ouve aí!
Calcinha Larga
Teve Morgana Secco no Calcinha dessa semana com Camila e Helen. Dá o play!
Ppkansada
Bertha, Isabela e Taize convidaram Máqui Nóbrega para fofocar sobre viagens e compartilhar perrengues. Escuta aí!
Conselhos que você pediu
No podcast da Bela, teve conselho para quem tem parente ruim. Ouve!
Aquele abraço
Ah, passou metade de outubro a gente já sente os ventos do fim do ano, né? Finalmente, o fim. É tipo um fim de festa, quando a gente finalmente vai poder voltar pra casa. Só que tem outra festa depois. Mas enfim, é bom quando acaba.
Lembrando que tem reposição das camisetas Sem Carisma, nosso manto sagrado, nas cores off-white e vermelha. Vai lá na Tangerina Moon para pegar esse uniforme.
Um beijo,
Camila, Bertha, Isabela e Taize
Senti falta da frase mega famosa: Não sou capaz de opinar! Pires, Glória hahahahahaha
Acho que só vou sentir os ventos do fim do ano depois que o dia 30 passar e puder comemorar de fato que no dia 01/01/2023 estaremos livres, leves e soltos com uma estrela brilhando.