Associação dos Sem Carisma #139
Sem conforto, sem carisma
Um dos motivos para que nós, sem carismers, não sair de casa é a questão do conforto. Não é apenas a questão de que na nossa casa temos sofá, cama, bebida e comida, enfim, tudo para o nosso conforto. Mas tem a coisa da roupa também, né? Só de pensar no que vestir, no sapato apertado, em ter que carregar bolsa, já bate o arrependimento de ter topado o rolê.
MAS NÓS TEMOS A SOLUÇÃO! Ou melhor, a Lela Brandão Co. tem. Porque pensa numa roupa linda, chique, estilosa E confortável. Para você sair feliz de casa para servir esse look. E tem coleção nova chegando na praça HOJE, a "Coragem", com desfile lá no Instagram às 11h e vendas liberadas a partir do meio-dia.
Quer sentir a diferença que é usar Lela Brandão Co.? Selecionamos algumas situações vestuárias que nos deixam totalmente sem carisma para você entender como amamos as roupas da Lela.
Olha aí, Lela Brandão Co. devolve o nosso carisma e energia para ir no rolê porque esses looks merecem ser vistos. Vai lá no site da Lela Brandão Co. conhecer a coleção Coragem e as outras peças da marca. E use nosso cupom para ganhar aquele descontinho: semconfortosemcarisma.
Promessa da arte contemporânea, por mamãe
Por Camila Fremder
A arte contemporânea precisa conhecer esse grande artista. Nascido em São Paulo, no bairro do Itaim Bibi, seu pai é artista plástico e sua mãe é escritora. Desde muito cedo foi inserido no mundo das artes, e se destaca no jardim de infância impressionando professoras e assistentes. Muito focado, pinta diariamente e não tem medo de misturar técnicas. Se arrisca com pincel e experimenta tinta a óleo no mesmo espaço em que pratica colagem e descobre novas texturas.
Provocador e generoso, o artista espalha suas obras pela residência de maneira democrática, desmascarando aqueles que colocam em dúvida suas certezas. Traduz com uma energia criativa o que parece inexaurível. Não veio para pacificar ou simplificar, mas para tensionar incansavelmente soluções.
Seguem as obras:
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
A culpa não é dela, e nem minha
Fui dar um rolezinho alguns dias atrás quando fui surpreendida por uma história que ainda estava meio mal parada dentro de mim, e fiquei ainda mais surpresa com a sua reviravolta.
Encontrei uma mina que era amiga de uma amiga minha, e ela acabou indo com a gente para uma festa, onde tudo aconteceu.
Por algum motivo, ou sexto sentido, eu já imaginava que essa menina tinha ficado com o mesmo cara que eu. Sim, aquele que eu estava dizendo estar apaixonada, e tomei um pé nessa minha bundona linda há alguns meses (não é o da semana passada não, viu, rsrsr, lua em câncer sempre 100% intensa). Bebeta sensitiva SIM.
Mas por outro lado, e algum outro motivo, eu senti uma empatia tremenda de cara com ela. Olhei, admirei, pensei: COROLHO, QUE GATA, INTELIGENTE, INTERESSANTE! Sou giletão, né, tá, mas isso não tem nada a ver com o meu ponto, RS.
O que quero dizer, é que eu não senti rivalidade por ela em nenhum instante, como às vezes acaba acontecendo nessas situações, e olha o que legal ainda vem aí.
Durante a festa, uma outra mina que estava lá com o nosso grupo, ficou sozinha comigo e a mina. Vou chamá-la de Tete para facilitar, e essa mina do mais absoluto nada falou uma parada que eu 100% falaria, e é muito a minha cara de sem noção “ fazer. Ela virou pra gente e disse:
“Sabe o que nós 3 temos em comum?”
E falou o nome do traste, embuste, aquele que não deve ser nomeado.
Eu caí na risada com essa mina, já Tete ficou claramente surpresa e logo me puxou de canto.
Ali trocamos confidências e descobrimos que ele falava exatamente as mesmas coisas para nós duas, praticamente ao mesmo tempo, usando dos MESMOS mecanismos e manipulações, fora algumas outras paradas absurdas que fez com Tete, no sentido físico e emocional.
Eu e Tete nos abraçamos e logo ela foi embora.
Fiquei a noite toda pensando nela, naquele encontro e conversa.
Nós tínhamos passado pela mesma coisa, em tempos que por instantes foram um pouco diferentes.
No dia seguinte, recebi uma mensagem dela me agradecendo pela conversa e dizendo que ela tinha entendido ali, naquele papo, que o problema não era ela, que tudo estava mais claro a partir daquele papo. Porque é isso. Como sempre, nós mulheres temos a tendência é acharmos que nessas situações o problema é com a gente.
O que eu aprendi com isso é que esse papo de sororidade é real mesmo, e pode nos ajudar a enxergar muita coisa que tentaram enfiar na nossa cabeça ao longo da vida.
Sempre que tivermos a oportunidade de nos olhar com mais carinho, empatia e poder trocar, vai facilitar e evitar muito sofrimento.
Tete e eu nos fortalecemos e nos livramos.
Por que livro é elitista e jetski não?
Por Taize Odelli
Essa semana uma editora grandinha fez um vídeo daqueles que a gente ama odiar: um monte de gente falando nada, fazendo o L com um livro aberto. E a frase né: faz o L com um livro. Conhecendo os donos da editora, eu sei que é mais marketing do que realmente preocupação com o país – outras pessoas que aparecem no vídeo já realmente se preocupam sim. Eu sei que é uma peça audiovisual que não conversa em nada com quem está fora da bolha intelectual do Rio e de São Paulo – talvez de Porto Alegre, mas sei lá.
Só que aí vem uma questão que me incomodou em muitas críticas que o vídeo recebeu: por que o livro é elitista? Porque o principal argumento era esse: fazer uso do livro afasta o eleitor comum porque ele não lê. Como se mostrar um livro fosse um ataque maior do que mostrar uma arma.
Fora toda a visão de que leitura não é coisa de pobre. Que pobre não lê nem se interessa pelos livros. Se fosse assim, eu nunca teria lido um livro na vida, pois oh, eu nasci pobre. Numa família humilde onde não tinha livros em casa. Virei elitista, pelo jeito, assim que li o meu primeiro Harry Potter.
Sei que esse ranço pela literatura é culpa dos leitores que ficam se gabando porque leem, se acham mais inteligentes por causa disso, e também por causa de uma galera nesse vídeo que ignora outras realidades mas quer pagar de woke na internet. E essa galera realmente me dá ojeriza. A maneira com que eles objetificam o livro e a leitura, colocando isso num pedestal. E eu, como leitora, sempre fui contra isso.
Mas né, livro também não é nenhum monstro. Existem coisas muito mais elitistas do que mostrar um livro na internet fazendo um L. Um jetski, por exemplo, que o Bolsonaro ama andar pelo litoral de Santa Catarina: ele é bem mais inacessível do que um livro. Um abajur de arma feito por designer famoso (feito como crítica, mas não sei se Claudia Leitte tem neurônios pra entender isso) é muito mais inacessível do que um livro. Comprar 51 mansões com dinheiro vivo é muito mais inacessível do que o livro. Ir no velório de uma velha monarquista desfilar lookinho preto é muito mais inacessível do que um livro.
O livro não é assim tão elitista, sabe? Critiquemos o vídeo besta, mas não descambemos para a demonização da leitura porque "quem lê é metido". Calma lá.
Tem pod e tem cast
É Nóia Minha?
Manda pra tia, pro tio, pra mãe e pro papagaio esse episódio com Jana Viscardi e Nathalia Braga sobre clickbaits e o tanto de notícias que consumimos. Ouve aí!
Calcinha Larga
Maria Ribeiro, Júlia Rebello e Paulo Vieira foram lá no Calcinha para falar sobre transformar suas vivências em humor. Dá o play!
Ppkansada
E os lutos que a gente sente morando neste BRASIL? Bertha, Isabela e Taize conversaram com Juliana Dantas e Renan Sukevicius, do podcast Finitude, sobre como lidamos com nossas perdas.
Conselhos que você pediu
Será que não existe um ser humano no mundo pra gostar da gente? Vem que Bela falou sobre ser amada.
Santa Reclamação de Cada Dia
Se você está mau de grana como a maioria dos brasileiros, vem ouvir a Taize reclamando de juros abusivos e bancos.
Até logo
Tá aí, hein? Entregamos mais uma newsletter com sucesso.
Para ser mais sucesso ainda, você pode ler nossa Associação dos Sem Carisma trajado com nosso manto sagrado: tem camiseta vermelha 13 e a camiseta off-white da paz para você arrasar por aí. Juntando com uma roupitcha Lela Brandão Co., então, vai ficar tudo.
Beijos, e até a próxima semana,
Camila, Bertha e Taize
Adorei o desenho do segundo quadro. Achei conceito. <3
Taize sempre com ótimas reflexões