Associação dos Sem Carisma #141
Vai ter evento. Sim, presencial
Olha a novidade fresquinha chegando na sua caixa de entrada. A Cosí Home fez uma parceria com nós desta associação para deixar a sua casa mais bonita.
A coleção Cosí + Associação dos Sem Carisma será lançada no dia 10 de novembro, e vamos fazer um evento para todos os sem carismers irem. É isso o que você ouviu: ESTAMOS EXIGINDO A SUA PRESENÇA EM UM EVENTO.
Ah, tá com dúvida se vai ou não? Pois elencamos alguns fatos que mostram que esse evento terá muito carisma. Olha aí.
A coleção Cosí + Associação dos Sem Carisma tem planner, moringa, três modelos de pratos em três tamanhos e xícara para você deixar sua casa com o seu jeitinho: bonita, confortável e… sem carisma, mas só na medida certa.
A coleção estará disponível a partir do dia 10 de novembro na loja física da Cosí aqui em São Paulo, e online a partir do dia 11. Anota aí que a gente vai te cobrar de ir no evento, viu?
Eu vou chamar o Mano…
Por Camila Fremder
Sabe, eu estou feliz com o resultado das eleições e tals, mas eu já me cansei de ligar a TV e ter gente falando e fazendo absurdos. Eu acho que a gente devia chamar o Mano Brown. Imagina que tá todo mundo vendo TV e do nada aparece a vinheta do Plantão da Globo. Frio na espinha, você grita: “Vó, corre aqui na sala que deu vinheta do plantão”. Sua mãe faz o sinal da cruz. Seu pai grita do banheiro: “Eu falei que isso ia dar merda!". Todo mundo aflito na sala, e uma voz anuncia: Interrompemos a programação para o pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Mano Brown.
Entra o Mano de regata preta, umas correntes. Olha pra câmera e diz: AÊ, PAROU. E vai embora. Chamar o Mano Brown é o equivalente do "eu vou chamar seu pai" nos anos 90. Quando a mãe avisava que ia chamar o pai da gente, a gente sabia que ia dar ruim, era só o pai entrar no quarto que a gente já tava sentado na escrivaninha grifando um livro qualquer. Mano Brown, só vem.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Eu não sei deixar cicatrizar
Sempre tive mania de ficar cutucando as minhas feridas, isso desde pequena.
Eu morava em uma casa no meio do mato e lá tinham muitos, MUITOS pernilongos e todos os tipos de insetos possíveis e impossíveis também. Porque às vezes brota uns negócio, uns bicho, que você pensa:
- "Que cogumelo Deus tomou quando tarra criando isso?"
Ok, voltando.
Lembro que os meus pais colocaram até um lustre especial na garagem da casa que servia de frigideira para os insetos, a luz atraía eles e PAH, matava. Toda hora a gente ouvia um TSSSSS — que eu julgo como um pouco satisfatório, estou falando isso com muita culpa, desculpa.
O meu braço tem as marquinhas dessas picadas que eu não deixava nunca cicatrizar até hoje, são manchinhas brancas que ficaram, e toda vez que olho, lembro.
Lembro da sensação que era uma mistura de ansiedade e obsessão por não deixar aquilo cicatrizar, fechar em paz, e também o sentimento de prazer, satisfação, quando sangrava.
É muito louco quando a gente vê que alguns comportamentos nossos, que parecem tão pequenos e irrelevantes, se repetem em outras áreas da vida.
Percebi que sou assim também nas minhas relações, que por mais que me machuque, eu sempre insisto, volto e abro a ferida. Difícil deixar ir, deixar a natureza agir, fechar e cicatrizar aquilo no seu processo natural.
Será que é uma tentativa de burlar e negar o que deveria acontecer, o que deveria ser o "certo", o natural e deixar ir?
Sei lá, só sei que sigo cheia de marquinhas brancas no braço e no coração.
O playboy da sala virou bolsominion
Por Taize Odelli
Quero começar esse texto transcrevendo um diálogo no Twitter com um amigo meu. Ele disse:
"Por que será que os chiliquentos, hoje com 40 anos ou mais, são os mesmos playboys e patricinhas que davam chilique e chamavam mamãe e papai na escola décadas atrás quando não aguentavam os B.O.s? Os 'pops' do fundamental e médio viraram (ou sempre foram?) esses estrumes bolsonaristas aí."
Esse tweet resgatou instantaneamente a memória dos meus colegas de escola, pessoas que se encaixam muito bem nessa descrição. Aí respondi:
"Nossa SIM. Um bando de gente que acha que vive numa novela da Globo porque construiu uma casa horrível de dois andares, mas sem acesso a nada de realmente progressista porque estão enfurnados nessa farsa de bem-estar.
Lá não tem teatro, não tem cinema (e quando tem é só aquilo que você sabe), não tem shows fora do eixo sertanejo/gaúcho/pagode, não tem museus, não tem diversidade nenhuma. O mundo é aquilo lá e só, o que fugir daquilo é ameaça.
Acho que muitos colegas da época de escola achavam eu e — meus dois amigos que íam tentar entrar na federal — éramos uns esnobes esquisitos porque a gente consumia coisas diferentes do que eles e se permitia sonhar alto, sabe?
E por não terem se permitido isso, bate um ressentimento. Aí se fecha lá naquele conservadorismo para se convencer de que aquilo é a vida boa, a correta, sem nada de diferente e questionador. É triste pra caralho."
(Sim, foram quatro tuítes de resposta, me empolguei).
Depois que mandei essas respostas, me toquei que o x da questão está na palavra “sonhar”. Fiquei com isso na cabeça desde o texto da Bela da semana passada. Esse texto me mostrou algo que eu não estava enxergando: que o que falta para as pessoas é voltar a sonhar. O medo do fracasso é grande. O medo de não ser boa o bastante também. E talvez esse medo impeça que essas pessoas sonhem e que façam algo para ir em busca desse sonho.
Parece tão besta falar isso, "aaaai vamos sonhaaaaar". Mas é uma coisa mais profunda, que tem a ver com a segurança de vida que precisamos ter para perseguir o que a gente quer. Porque sem essa segurança, o sonho vira uma coisa que você não conquistou, que está ali dentro te consumindo. Corrói por dentro e no final transforma esse ressentimento em ódio.
Aí já poderia linkar isso com o quê? O CAPITALISMO, que coloca o consumo como o sonho principal, o objetivo final da vida: ganhar dinheiro e consumir e consumir e ter dinheiro a ponto de não conseguir consumir tudo o que há na Terra durante toda uma vida — oi, CEO do banco roxinho. Mas aí já fica complicado demais, porque é tanta contradição dentro de mim que ainda preciso processar direito essas coisas.
Mas é isso: eu estou conseguindo viver o meu sonho, conquistando as coisas aos poucos. Eu me permiti cair no meio de um mundo totalmente diferente apesar de todas as inseguranças com o meu direito de estar neste lugar. Eu me permiti sonhar, sonhar tanto a ponto de querer fazer o possível para alcançar esse sonho. E não foi fácil. Não foi isento de falhas e momentos em que pensei apenas em desistir.
Não quero que leiam isso como se estivesse me colocando acima dessa galera, isso não é uma questão de caráter apenas — a vida simples no meio do mato é uma coisa que eu ainda almejo, aliás Mas é que essa amargura toda acabou se transformando nisso que enfrentamos hoje: um conservadorismo burro e violento. E aí me pergunto: é possível que eles mudem?
Para ouvir gostosinho
É Nóia Minha?
Clarice Falcão e Célio Porto colaram lá no Nóia para falar sobre como a gente dá palco pra gente doida. STOP MAKING STUPID PEOPLE FAMOUS. Ouve aí.
Calcinha Larga
Teve um papo bem legal sobre amizade com Karol Pinheiro e Máqui Nóbrega. Dá o play!
Conselhos que você pediu
O conselho da semana vai para quem está com aquela libido baixa, quase inexistente… Ouça!
Tchau e até quinta
Viu? Ficamos tão carismáticas depois de domingo que até marcamos um evento. E nós vamos. Vamos sim, viu? E esperamos que você vá também.
Então a gente se vê quinta-feira, às 18h, lá na Cosí Home, aqui em São Paulo, pra festejar esse momento com a gente. Entregaremos carisma. E sorvete.
Beijos!
Camila, Bertha e Taize
Ansioso por essa coleção!!!!!!!!!!!!!!
Mas que horas começa??? E precisa confirmar a presença??