Associação dos Sem Carisma #145
Cafona demais
O conceito "cafona" é uma coisa que faz parte do vocabulário do sem carisma, né? Não, não somos cafonas, mas a gente tende a achar muita coisa por aí cafonérrima.
É vergonha alheia atrás de vergonha alheia, e também aquela nóia de que podemos estar sendo cafonas sem nem perceber. Medo!
Aí pensamos: quais são as coisas mais cafonas para um sem carisma? Para nós, são essas aqui. Mas conta pra gente: que coisa cafona mais tira o seu carisma?
OYO esses óculos
Para quem pergunta "Camila, de onde são os seus óculos?", esta newsletter traz a resposta: são da OYO. Esses são da nova coleção eles estão lançando, a OYO Light, que são óculos de sol com lentes clarinhas e de diversas cores. E nesse modelo clássico, então, achamos tudo, porque combina com o rostinho de todos os sem carismers.
Tem cupom de desconto para animar a nossa sexta? Tem sim! Lá no site você ganha 10% de desconto com o cupom CAFREMDER10. E se você precisar de lentes com grau, é só solicitar um orçamento direto no atendimento da OYO.
Se joga nas lentes clarinhas da OYO Light porque a gente sabe que óculos de sol + membros desta associação combinam demais.
Mandando shade aos 5
Por Camila Fremder
Eu amo que o Arthur é sincero, mas do seu jeito. Explico.
Outro dia do nada ele começa a dizer que quando for mais velho, ele não vai ter barba, ele vai preferir tirar tudo. Na sala — eu, o padrasto e o pai — prestávamos atenção no discurso. "Sabe, vou deixar tudo bem lisinho, a minha pele sem nada, tirar toda a barba." Até que o padrasto diz, "mas eu e o papai temos barba". E ele, "pois é, mas eu não quero incomodar ninguém, sabe gente?".
Outro dia a indireta (tá mais pra direta, né?) foi pra mim. "Mãe, abaixa aqui. Chega mais pertinho." Deu uma cafungada em mim e saiu. "Você não gostou do meu perfume, filho?" e, tentando ser simpático ele diz, "Eu não vou te responder porque não quero te ver triste, tá?". Que tal esse shade?
Casadah
Por Isabela Reis
A aliança da gata veio! Sim, queridas! Finalmente!! Seria mentira dizer que não infernizei meu marido pra isso. Sim, enchi o saco. Mas pera, tem motivo válido — pelo menos pra mim.
Eu e Raphael nos conhecemos, não desgrudamos mais, emendamos os primeiros dates em namoro e, 11 meses depois, descobrimos uma gravidez. Exatamente um ano depois do dia em que nos vimos pela primeira vez, o teste deu dois tracinhos. No meio da pandemia, vivendo aquele caos que vocês já me ouviram reclamar aqui 200 vezes, foi tudo uma correria sem fim. A gente automaticamente decidiu morar juntos e tentar fazer nossa relação dar certo na configuração família tradicional brasileira.
Bom, uma pandemia, uma gravidez, puerpério, primeiro ano do bebê, segundo ano do bebê, morar juntos, conta pra pagar. Enfim, passado todo esse combo destrói-relação, podemos dizer seguramente que sobrevivemos. Chegamos do outro lado dessa instável ponte, vivos, felizes, nos amando.
No susto e correria da gravidez, não deu nem tempo de pensar na nossa relação. A gente foi vivendo, tentando, pensando no Martin. Agora, já dá pra dizer com segurança que nós não estamos juntos porque temos um filho juntos. Estamos e escolhemos diariamente permanecer por nós. Porque nos amamos muito, porque nosso laço é importante, é prioridade, porque tem muita escolha nesse ato de amar todos os dias, muita vontade. Independente de termos um filho, definitivamente não é isso que nos mantém um casal.
E faltava algo que simbolizasse isso. Lá atrás não fizemos questão, não foi prioridade. Mas já tem um tempo que isso quicava em mim. Uma necessidade, talvez besta, de simbolizar o que é só nosso nessa confusão que foi o começo da vida de casados. Ele diz que não via necessidade, que não precisava de mais nada e, por isso, enchi o saco, argumentei. Realmente se tornou algo muito importante pra mim.
E veio aí. No jantar de Thanksgiving, durante nossa viagem para Nova Iorque, cidade que amamos muito, com nosso filho, o irmão dele e a cunhada de testemunhas. Muda alguma coisa? Claro que não. Símbolos e rituais não necessariamente mudam algo, mas são marcos. Pra mim, é importante ritualizar, passar por esses portais imaginários.
Trocamos nossas alianças já na mão esquerda. Declaro que não estou noiva! Não vai ter festa tão cedo — talvez daqui a alguns vários anos, em outro ritual de "opa, deu certo mesmo, hein?". E não me sinto no meio do percurso entre o namoro e o casamento. Somos casados. Já éramos, na verdade. Um dia vai ter cartório, papelada, burocracia, festão, mas não é isso que me importa. Faltava muito pouco, agora não falta nada. Tamo junto, marido!
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Faz algumas semanas que eu estou com uma maniazinha, uma coisinha boba assim, de pegar algumas músicas que tem a palavra amor, especificamente amar (e também outras variações e inflexões aí da palavra, é assim que fala?) e trocar pela palavra MAMAR.
Sim, eu tenho doze anos de idade, ou dois. Tô na fase oral de uma criança? NÃO SEI. Perturbei, bacana.
É tipo criança que ri quando fala pum, essa sou eu, essa eterna crioncinha.
Mas olha que legal, vem comigo!
Vou-lhes apresentar o meu super repertório:
“Se eu não te mamasse assim, talvez não visse flores, por onde eu vim…”
“Quando a gente mama é claro que a gente cuida, fala que me mama só que é da boca pra fora…”
Essa última aí, que é Sozinho do Caetano Veloso, música que o incrível Peninha compôs, eu cheguei a tuitar e receber uma resposta surpreendentemente maravilhosa, mas muito pesada para colocar aqui onde vos falo, vão ter que ir lá no meu perfil @bebetopster para conferir.
E me desculpem ícones Caetano Veloso, Peninha, Ivete Sangalo e tantos outros artistas que amo e respeito as obras, mas é que é mais forte que eu. Meus dedinhos ficaram coçando e o cantinho da boca sorrindinho, sabe???
Será que antes de ter trazido esse assunto aqui para vocês eu deveria ter levado para terapia?
Não sei, agora já foi.
Beijos e a madrinha mama vocês!
Ops, AMA!!!!!!
A chorona
Por Taize Odelli
Não, não vou falar sobre a lenda da fantasma que assombra passantes na estrada. A Chorona aqui sou eu.
Domingo retrasado foi o encerramento da temporada da Fórmula 1. Sim, esse vai ser um texto sobre Fórmula 1 e sobre chorar. Mas não vai embora não, fica aqui comigo porque vai fazer sentido.
A Fórmula 1 é o meu esporte favorito, apesar da questão de ser de elite e cheio de gente cuzona. E justamente por ser esse esporte fechado, é importante demais ter pessoas legais e que usam de sua visibilidade para falar a favor de uma Fórmula 1 mais inclusiva e consciente. Então além de estar triste pelo fim de mais uma temporada do meu entretenimento favorito, estava triste pela despedida de um dos pilotos mais legais do grid: o pitico do Sebastian Vettel, quatro vezes campeão mundial.
O Vettel é o cara que não tem medo de protestar, mesmo que isso lhe renda uma multa salgada por quebra de protocolo. Protestar contra leis discriminatórios nos países que sediam as corridas, cobrar respeito e mais oportunidades para as minorias dentro do esporte. Do moleque meio metido que surgiu quando estreou no esporte, ele se tornou um dos caras mais amados da Fórmula 1, junto com o também maravilhoso Lewis Hamilton. E por tudo isso, eu me peguei chorando copiosamente durante essa última corrida do Vettel, com todas as homenagens que fizeram a ele.
E aí pensei: caralho, que ridícula, chorar assim com um esporte de hominho. Mas logo depois pensei também em como esses momentos que engatilham meu choro na verdade não têm a ver só com esse momento. Tem a ver com todos os outros choros por outros motivos que eu estava ignorando e não deixando sair.
Se não chorei porque estou preocupada com dinheiro, porque algo não deu certo, porque eu errei, porque estou confusa quanto ao que quero fazer e ao que devo fazer, são esses momentos inicialmente “bestas” que fazem com que as comportas dos meus olhos se abram. Aproveito essa emoção pra juntar todos esses choros represados e deixar ir de uma vez só. E eu gosto quando esse choro finalmente escapa de mim em momentos bonitos. Vira um choro feliz e emocionado misturado com melancolia. Um choro que é mais fácil chorar.
Quando eu era uma adolescente chata, eu não entendia como as pessoas podiam chorar por coisas que eu considerava sem importância. Tipo futebol. E eu sei que eu era uma adolescente chata porque eu não me permitia chorar. E agora, olha só: chorei porque um piloto de Fórmula 1 está se despedindo do esporte.
O único problema de agora ser essa chorona é que, horas depois, estarei com a cara toda inchada, o olho quase fechando e uma dor de cabeça horrível. Mas isso vale a pena, porque me descarrega de todos esses choros que eu não queria deixar sair.
Chuva de dicas
Bebedicash
Olha aí que já faz tempo que eu não mando aquela dicona goxtousa!
Mas se liguem, recentemente estreou na HBOMax a nova temporada de The White Lotus, e se você achava que aquela novelinha não poderia ficar melhor, você errou, porque tá bom d+!
Com novos personagens, mas preservando a incrível Tanya (papel da brilhante Jennifer Coolidge, mãe do Stifler, pra quem tem a ref), a gente é tomado por um crime logo no primeiro episódio que vai ser desvendado ao longo dos episódios e da exposição das bizarrices e peculiaridades de cada núcleo dos hóspedes do The White Lotus, que ah, também ganha nova locação, agora na Sicília, Itália.
Tá pitoresco, te prende, delicinha de assistir.
A única questão é que tem que esperar o episódio novo que só sai um por domingo, af.
Mas ok, até que gera mais suspense e expectativa.
Vale veeeeer!
Dicaize
Faz tempo que li um quadrinho chamado Asterios Polyp, do David Mazzucchelli, um projeto que ele levou cerca de 10 anos para completar. Asterios é um arquiteto de cinquenta anos que tem sucesso na área, mas apenas como teórico. Um homem execrável, mas aí a casa dele pega fogo e ele salva apenas alguns objetos pessoais. Aí começa a crise, né: a revisão do seu passado e das relações que teve com a família e a ex-mulher. E olha, esse quadrinho te pega lá no fundo. Lá no que é o sentido da vida, e por isso é um dos meus favoritos.
Tá, mas por que estou falando dele agora? Porque finalmente está voltando pras livrarias depois de ANOS esgotado – se você tentasse comprar num sebo capaz de pagar centenas de reais. Traduzido pelo maravilhoso do Daniel Pellizzari, vale demais ler.
Agora, para seu ouvido
É Nóia Minha?
Essa semana teve uma conversa sobre coisas cafonas que amamos com o Rica Benozzati, o Yohan Nicolas e o Lucas Scarpelli. Ouve aí!
Ppkansada
Hoje tem episódio novinho e um papo com a Krishna sobre quando, do nada, aparece um namorado. Escuta!
Conselhos que você pediu
Assunto complexo é com a Isabela e neste episódio ela falou sobre tretas de madrasta. Vish!
Santa Reclamação de Cada Dia
E o Neymar, hein? Se você quer reclamar dele, vem com a Taize porque reclamação aí não falta.
Ufa, acabou
Esse suspiro pode significar o fim dessa leitura, porque a edição ficou grande, né? E pode significar o suspiro do início do último mês do ano, o mês em que acaba, em que a gente se ilude achando que tudo será diferente no ano seguinte mas não vai. Ai, delícia, né?
Aproveitando para avisar que tivemos reposição da nossa bandeirola de Natal lá na Cosí, então aproveite para enfeitar sua casa com este lindo item. E também vem ver a coleção toda, né. Manda pra galera pra deixar de indireta de presente de Natal.
Beijos doces, e até semana que vem
Camila, Bertha, Isabela e Taize
quero te mamar como um idiota mama...
Aiiin Bela, que texto lindo. Me emocionei!!!!! Felicidades a essa casalzão da porra. 💙