Calendário Sem Carisma 2023
A gente sabe que você estava ansiosa para esse momento: SIM, TEMOS O CALENDÁRIO SEM CARISMA 2023!
Esse é o nosso presentinho de fim de ano para você que quer ser um sem carisma organizado. É só baixar e imprimir para já começar a anotar tudo aquilo que vai abalar o seu carisma no ano que vem – para já ficar preparado, né?
E o calendário desse ano é uma homenagem aos nossos spirit animals, aqueles bichinhos que a gente ama ou odeia porque ou representam nossa falta de carisma, ou eles mesmos tiram o nosso carisma.
Aproveitem!
Recomeçar
Por Camila Fremder
Eu sempre tive preguiça de pessoas que se definem como intensas, e sempre tive bode quando definiam meu signo usando essa palavra. Tá bom, eu até concordo que entro sim de cabeça nas relações, nos meus projetos e tals, mas existe um limite muito claro nas coisas que me proponho a fazer. A minha intensidade é proporcional a quanto aquilo pode me fazer mal ou me fazer perder tempo. Se eu identifico que perdi mais de uma noite de sono, eu prefiro dizer tchau. E tchau sem culpa, justamente porque durante a relação ou projeto eu sei que fui intensa nas minhas emoções e dedicação.
Eu não vou insistir em algo que não acredito mais 100%, assim como não vou me dedicar a uma relação que mais me suga do que me acrescenta. Desligar ou terminar não são um grande problema na minha vida, essas palavras têm um sentido de recomeço. Tem gente que me enxerga como muito fria, tem gente que me enxerga como muito calma, eu mesma não perco muito tempo me analisando, não me acho assim tão importante. Tô mais que pronta pra encerrar esse ano, só vem 2023!
A saudade que eu tava de mim
Por Isabela Reis
O clima reflexivo de fim de ano e o caos entre Natal e Ano novo não eram suficientes. Por isso, eu decidi botar um filho no mundo no dia 28 de dezembro. Enlouqueci no início do mês pra sobreviver bem à maratona dos próximos dias. Deixei bastante espaço livre na agenda pra pensar que, nossa, eu tenho mesmo um filho de dois anos.
O primeiro ano é modo sobrevivência, ainda mais na pandemia. Nem deu pra considerar que aquele 2021 foi vida, né? Eu só tapei o nariz e fui. Check. Mas 2022 foi o começo desse aprendizado eterno de viver sendo mãe. E por viver, digo, trabalhar, descansar, transar, viajar, beber, me divertir, sair. Longe de ter feito tudo isso plenamente, mas deu pra começar. Nem faz sentido usar o verbo “retomar” pra falar dessa volta à vida pós-maternidade e pandemia. É começar do zero mesmo. Reaprender a viver nos mínimos detalhes.
Eu não consigo lembrar onde, mas essa semana li um post que dizia mais ou menos assim: “ao invés de pegar sua lista de metas do ano, focar no que você não fez e já criar uma tensão para o próximo ano, olhe com carinho tudo que você conseguiu alcançar”. Caiu como uma luva nesta pessoa aqui que se cobra demais. Ter autocrítica é muito importante, mas quando a crítica é tão dura e a exigência é tão alta que não te permitem comemorar verdadeiramente nada, tem algo errado.
Tem mesmo e eu espero que a terapia melhore isso, mas nem consigo me lembrar a última vez que fiquei verdadeiramente feliz por algo que eu fiz. Será que um dia eu já abracei a felicidade e me permiti ficar com ela por horas e horas sentindo aquele gostinho de realização? Minha lembrança é sempre assim: “poxa, legal né? Bacana”, e próximo! E veja, eu tenho muito orgulho de quem eu sou como mãe. Taí um campo da vida em que me enalteço, me dou todos os créditos, colho os louros. Mas quando as áreas da vida são outras... vixe.
Então, meu último feito desse ano será sentar comigo mesma, revisar meu ano, reviver todas as águas que rolaram nesses 12 meses, agarrar a felicidade e não deixar ela ir embora em cinco minutos. Vou me parabenizar por ter malhado 2x por semana o ano inteiro. Por ter me divertido ouvindo todos os podcasts que eu quis. Por ter gravado mais de 120 episódios entre Conselhos, PPKansada e Angu de Grilo. Por não ter pulado uma única sessão de terapia. Por ter comido melhor. Por ter batido o pé e me colocado como prioridade tantas vezes.
Enfim, eu fiz tudo que eu pude pela Isabela esse ano. E fiz porque, no fim de 2021, eu estava desesperada de saudade de mim e virei o ano comprometida a me priorizar com todas as minhas energias. E cumpri o maior dos compromissos, esses que são comigo e só eu posso realizar. Parabéns pra mim! Compromisso renovado por mais um ano. Feliz Natal, feliz Ano Novo, sem carismas. Que em 2023, vocês sejam suas prioridades.
Mensagem motivacional para 2023
Por Taize Odelli
Semana passada assisti uma série documental na HBOMax chamada Onda de 100 pés. Sim, lá vem mais uma referência esportiva. Mas fica comigo, por favor!
A série fala sobre a galera que surfa onda gigantes, a galera Pedro Scooby, e principalmente mostra a trajetória de Garrett McNamara, que influenciou uma geração de surfistas. E também fala de Nazaré, claro, aquele lugarzinho de Portugal onde os surfistas descobriram um point com ondas gigantérrimas, grandes a ponto de ser difícil acreditar que elas existem. Mas existem, existem demais. E eles estão em busca da onda de 30 metros de altura.
A primeira coisa que Garrett percebeu ao chegar em Nazaré foi que a Praia do Norte não era qualquer praia. Ondas podem parecer pequenas e inofensivas de longe, mas elas não são. O mar precisa ser respeitado. E para um surfista de ondas gigantes, ele deve ser respeitado ao extremo. São 15, 20 metros de água vindo atrás de você, ameaçando quebrarem na sua cabeça. Ondas que vêm de todos os lados, uma atrás da outra, e não podem ser previstas. A principal preocupação de Garrett ao levar outros surfistas para lá é a segurança, porque uma onda dessas é mortal.
Eu já me cago toda quando vejo uma onda de 1 metro e meio, dois metros, chegando perto de mim. Eu já fui arrastada por várias dessas ondas. Não é legal, mas é isso que faz com que o respeito ao mar se imponha. Agora essa galera… Essa galera tá flertando com a morte a cada swell — olha ela usando linguagem de surfista! Essa galera já caiu feio e já ficou com medo da força do mar. Maya Gabeira foi uma das primeiras mulheres a surfarem profissionalmente em Nazaré, e logo na primeira vez ela caiu, se acidentou, parou no hospital, sentiu medo demais para voltar para essas ondas logo depois.
O próprio Garrett McNamara teve acidentes sérios ao surfar ondas gigantes, um deles tão forte que ele quicou três vezes na água depois de cair de uma altura absurda. O medo se instalou nele. Ele pensava que talvez não surfaria ondas gigantes de novo. E surfou. Assim como Maya Gabeira, que em 2020 bateu o recorde de maior onda já surfada por uma mulher, 22,4 metros.
Resumindo dessa forma, parece que Maya e Garrett são super-heróis tamanha a coragem e determinação. Mas eles não são, são gente comum como eu e você. E vendo eles falarem com tanta paixão sobre o surfe, o mar, a força da natureza, eu me senti abraçada.
Abraçada porque a série mostra que não foi fácil pra eles. Que mesmo com medo e em risco, eles deram aquele pulo no escuro necessário pra gente crescer. Mesmo sendo derrubados por uma onda gigantesca, eles encararam ela de novo até dar certo. Respeitando a sua força e temendo ela. E continuam tentando, porque a onda de 30 metros ainda não apareceu, e é essa a que eles mais querem.
Aí pensei: olha eu aqui, com medo de uma marolinha. Medo de ir um pouco mais perto de onde as grandes ondas quebram. Querendo chegar lá, contemplando as ondas batendo e o pessoal deslizando nelas, rápidos e felizes. E eu só na vontade. E com medo.
PUTA QUE PARIU, MULHER, A GALERA SE QUEBROU TODA E AINDA ASSIM CONSEGUE SE LEVANTAR E TENTAR DE NOVO! VAI, CARALHO!
Sim, essa é a minha mensagem motivacional: a onda derrubou? A gente espera ela passar, ela carregar a gente até a areia, sem se debater e sem se desesperar. E aí entra no mar de novo pra tentar mais uma vez, agora mais madura e preparada. Até dar certo.
Ai, que brega. Mas é fim de ano, né? Feliz 2023, Feliz Natal, e obrigada por tudo. <3
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Essa época do ano sempre me deixa emotiva. Alaka que é emotiva sobre tudo o ano inteiro, rs. Mas em especial, fim de ano mexe comigo.
É maluco pensar como só um marco no tempo, num calendário, que inventaram pra gente não se perder e ficar ainda mais lelé, pode significar tanta coisa, tanto.
Encerrar ciclos é sempre difícil, esquisito, mas também me enche de esperança e de vontade, e acredito que esse seja o grande barato pra maioria das pessoas
Mas isso vale também para os mini ciclos, tipo, encerrar uma sequência de pensamentos ou atitudes que vem me consumindo e dar um basta. Dizer ok, bora se reinventar, fia.
Pode parecer besteira, bobagem, formalidade, sei lá, mas de fato tudo isso me desperta algo de gostosinho aqui dentro. Saber que eu posso dormir, acordar e recomeçar de algum jeito me conforta.
E pode ser só um cochilinho da tarde mesmo, esse dormir, um suspiro mais longo — inspira, segura e solta o ar. Aí começa de novo, diferente, se quiser.
Esse ano foi muito generoso comigo, e foi muito sobre o se reinventar, ser resiliente para pelo menos se sentir no caminho, na direção do que se sonha, encaminhadinha, sabe?
E olha, foram muitos respiros, suspiros, recomeços, micro surtos e tudo mais no meio do caminho e para chegar aqui.
Eu ainda não cheguei, e acho que nunca vou chegar, e talvez seja aí que está a graça e a beleza de tudo isso.
Um beijo, um respirinho e até o ano que vem,
Bertha.
Salva pra ouvir na viagem
É Nóia Minha?
Pra entrar no clima natalino, teve especial de histórias de Natal com participação da audiência. Vem ouvir!
Ppkansada
Os episódios do ano já acabaram, mas aqui vai um gostinho do que as ppkers reservam para o ano que vem!
Conselhos que você pediu
Outra coisa bem natalina é família, né. O conselho da Bela dessa semana é sobre não ser tão próxima assim da família do cônjuge. Escuta!
Santa Reclamação de Cada Dia
Qual foi a maior fonte de reclamação no seu 2022? Taize fez uma retrospectiva do Pior do Ano. Vai lá ouvir!
Até 2023!
É isso! Que ano, hein? Ai, amamos falar isso aqui.
Só queremos agradecer, antes de dar tchau, por todos vocês que estiveram aqui lendo, compartilhando e comentando, transformando essa comunidade sem carisma em algo lindo. Amamos vocês, tá?
Aproveitem as festas, mesmo sem fazer festa. Descansem. Ano que vem tem mais. :)
Beijos!
Camila, Cláudio, Bertha, Isabela, Ale, Bruno e Taize
Camila, também sou uma escorpiana intensa mas com limites. Taize, brigada pela breguice necessária para o fim/começo de ano. <3