Associação dos Sem Carisma #149
VEM AÍ: Boné Sem Carisma
Quer mais carisma do que começar 2023 com mais um item fundamental para os membros desta associação?
Pois vocês viram vários spoilers do que está para ser lançado na próxima segunda-feira lá no site da Tangerina Moon: O BONÉ SEM CARISMA.
Para lhe proteger do calor dos raios solares, compor seu look, servir de disfarce… Então aguarde, que segunda-feira você vai poder adquirir o seu.
Me fugiu o nome agora…
Por Camila Fremder
Encontrei um amigo de longa data no cabeleireiro essa semana. Começamos a pôr a fofoca em dia, aquela coisa de e como tá fulano e tals. E com a memória bem atrapalhada a gente foi seguindo a conversa até que notei uma moça na cadeira ao lado olhando pra gente meio rindo. Sorri pra ela, e ela “gente, tá muito engraçado ouvir vocês falando porque vocês não lembram o nome das pessoas, dos lugares, de quem tava nas histórias, mas mesmo assim a conversa segue, dá pra ver que vocês são amigos há muitos anos”.
Relembrei o nosso papo e realmente ela tinha razão, era um tal de, aquela loirinha que cozinhava bem, que tava sempre com o menino de boné que andava de skate, e o amigo, sei, claro, encontrei eles naquela loja da irmã da sua amiga do prédio, me fugiu o nome agora, sabe? Ah, sei, a loja de plantas lá, na rua Dr. alguma coisa, né? Isso!
Só o que eu tenho a dizer é: valorizem seus amigos de longa data, eles te poupam muitas explicações.
Ano novo, metas novas
Por Isabela Reis
Vai chegando o início de um novo ano e eu fico completamente obcecada por um único assunto: metas do ano. Eu só falo disso, só penso nisso, só puxo assunto sobre isso com minhas amigas. Fico extremamente curiosa com os planos das pessoas e buscando na criatividade e na vida do outro mais alguma meta que faça sentido pra mim.
Se a minha memória não está me traindo, eu faço minhas metas do ano desde 2009, ou seja, dos meus 13 aninhos. Lógico, naquela época eu colocava qualquer coisa e muitas que sequer dependiam de mim. Fiquei anos colocando “ganhar um irmão” até finalmente minha irmã nascer às vésperas dos meus 16 anos. Eu fazia minhas metas no dia 30 ou 31 de dezembro, fechava o caderno e só abria de novo quando chegava a hora de fazer nova metas. Claro, mal lembrava do que tinha escrito e aí vinha a frustração por não ter feito várias coisas que poderia ter cumprido se tivesse lembrado. Acho que a maioria das pessoas carrega essa frustração, né? Pra que fazer se não vou cumprir?
Eu fui assim fazendo minhas metas por puro lazer até 2021. Depois de ser atropelada pela pandemia, um bebê e um puerpério, eu senti que precisava assumir melhor as rédeas da vida e planejar meu ano. Resolvi fazer uma semana gratuita de planejamento do Blog Vida Organizada, minha paixão há anos e anos, e foi muito transformador. Ainda estou finalizando minha lista de metas de 2023, mas resolvi dividir aqui algumas dicas desse processo que me ajudaram muito a ter metas e, de fato, fazer elas acontecerem.
Revisar o ano que passou. É a parte mais importante! Eu nunca tinha feito e isso me deu muita dimensão pra entender o que realmente fazia sentido planejar pro ano que começa. Pensar o que deu certo, o que você quer repetir, o que você ainda quer fazer, o que tirar da sua vida, o que deu muito errado, onde faltou reconhecimento, qual o saldo do ano.
Fazer uma análise minuciosa da sua vida em 12 áreas (pode ser em uma roda da vida) e, a partir disso, definir qual área precisa de foco principal e quais outras precisam de mais atenção: hobbies e diversão; plenitude e felicidade; espiritualidade; saúde e disposição; desenvolvimento intelectual; equilíbrio emocional; realização e propósito na carreira; recursos financeiros, contribuição pessoal; família; relacionamento amoroso; vida social.
Definir uma palavra do ano. A minha de 2022 foi Lazer e foi extremamente importante ter escolhido uma palavra. Eu lembrei e falei dela o ano inteiro, e ter essa presença constante na minha vida me ajudou muito a nortear minhas decisões e escolhas na direção do meu lazer e descanso.
Pensar suas metas da forma menos genérica possível, esmiuçar bastante. Por exemplo: “quero ter uma vida mais saudável”. O que isso significa? Fazer uma aula experimental de uma atividade física X? Contratar um Personal? Comprar marmita congelada pra comer melhor durante a semana? Controlar a quantidade de delivery? Beber somente 2x na semana? Desmembre suas metas em ações, tarefas, um passo a passo que você possa botar na sua agenda e ir marcando, fazendo, cumprindo e dando check.
Pegar um calendário anual e marcar todos os feriados, viagens, aniversários, eventos, férias de familiares, tudo que vá acontecer na sua vida (ou no país que impacte sua vida) para entender qual o melhor momento pra botar cada meta em prática. Saber em janeiro de 2022 que a gente emendaria Rock In Rio/Eleições/Copa do Mundo/Natal/Ano Novo me deu a dimensão de que eu precisaria lançar qualquer coisa profissional antes de setembro. E assim fiz, lançando o meu podcast Conselhos que você pediu, em agosto.
Revisitar suas metas com frequência. Eu faço minha lista de tarefas e checklists do dia a dia no Todoist, então criei ali uma pasta com todas as minhas metas. Vira e mexe eu tava lá olhando, vendo se tinha algo que poderia fazer, um médico pra marcar, um projeto pra rever… Tenha suas metas sempre à mão!
Ajudei? Espero que sim. Foi muito incrível olhar minha lista e ver que cumpri a maioria das conquistas que não só sonhei, mas me organizei e me propus mesmo a fazer. Nós vivemos anos muito confusos, imprevisíveis. Acho que a gente merece dar uma chance pra colocar de novo os pés no chão e nossas vidas nos trilhos. Bom planejamento, bom ano!
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
De presente nesse Natal eu acabei ganhando um trilhão de coisas! Sabe o que foi?
Um caminhão de nóias dos meus parentes. É aquele meme mesmo, mais um ano pagando terapia para todo o trabalho da terapeuta ser destruído em um dia só, no dia em que Jesus nasceu ainda por cima, sabe?
Acho chato, desrespeitoso com o menino J.
Era gente falando mal do meu cabelo, fazendo comentário gordofóbico o tempo todo, e até um hino esquisito rolou antes da ceia que eu não entendi nada, e foi seguido por um TAOKEY debochado e por outro parente, antes de iniciarmos a comer. Ou seja, má digestão certeira.
Saí de lá, de um encontro que era sobre estar vivo, celebrar a vida, a família (risos), o amor, com mais certeza de por que tenho tantos traumas e de que tudo aquilo não fazia sentido. Mas ao mesmo tempo, saí de lá para ir encontrar as minhas melhores amigas de infância e passarmos o ano novo juntas.
E de repente todo o sentimento ruim que eu estava para comigo mesma, de ter caído em toda essa cilada e mal-estar, vindo de pessoas que mal convivem comigo, se desfez.
Fui acolhida e amada, minha autoestima foi voltando para um lugarzinho mais dela, de conforto, e eu só consigo exaltar a importância da amizade e da família que nós escolhemos. E de cada vez a gente se fazer mais presente, fazer mais questão de estarmos com esses e com os nossos.
Que nesse novo ano seja assim!
Eu tava lendo aqui…
Por Taize Odelli
Eu tava lendo aqui essa semana o livro As margens e o ditado, que reúne quatro ensaios de Elena Ferrante sobre a escrita. Como é um livro curtinho, terminei rápido e está aqui, do meu lado, todo grifado. Ferrante sabe como ninguém conduzir uma história, e ler esse livro me fez entender os motivos disso.
Ela fala muito sobre a busca de uma verdade na escrita, aquela que parece ser real, natural, orgânica. E de como é difícil alcançar esse texto que existe do jeito que queremos apenas dentro da nossa cabeça. Citando textos e poemas clássicos — porque ela é uma mulher culta e chiquérrima —, Ferrante explica esse sentimento de que nossa mão nunca consegue acompanhar as nossas ideias. E minha maior frustração ao escrever é essa incapacidade de, na maioria das vezes, achar a palavra certa para descrever a imagem que passou rápida demais pela minha mente.
Ferrante escreve à mão, uma escrita que é mais lenta do que a dos computadores. Mas esse problema de alcance não se restringe à escrita com papel e caneta. Mesmo nos teclados, com cada dedo pressionando a tecla que lhe é indicada – todos os dedos, tá? porque aqui teve curso de DIGITAÇÃO –, com os movimentos sendo bem mais rápidos e ágeis, as palavras escapam. Puff, passou.
E é daí que me vem um medo enorme de escrever. Mesmo aqui, sendo um texto que fala de mim sobre mim mesma na maior parte do tempo. No final de cada um, fico pensando que faltou alguma coisa. Que algo não está bem explicado. Ou então que nada vê, já falaram tanto disso. Mas o maior medo é o dos textos que eu poderia, mas nunca escrevi.
Textos que nunca escrevi porque acho que não tenho talento para isso. Ou porque acho que não tenho nada de original a entregar. Mas Ferrante já dá logo o antídoto para esse medo. Ao relembrar suas preocupações de leitora escrevinhadora, como ela diz, ela ensina que a escrita envolve muito mais saber encontrar um caminho para a história utilizando-se do que já existe. "Na escrita, tudo tem uma longa história atrás de si." Grandes obras foram escritas centenas de anos atrás, e não é por isso que a literatura não segue entregando algo bom. Usamos o tradicional, o que já foi feito, o que é considerado cânone, e aí podemos bagunçar tudo isso. Derrubar as convenções e as expectativas.
Mulher, se Elena Ferrante penou para escrever e acreditar em si mesma e foi lá e criou A amiga genial, vish! Aí acho que nem tenho chances. Mas fiquei com uma vontade grande de escrever depois de terminar a leitura. Acreditando que preciso deixar a escrita correr livre sem ficar noiando se presta ou não. No meio de um monte de texto meia-boca, pode surgir alguma coisa boa. No meio de alguma coisa besta que eu queira dizer aqui, pode surgir uma ideia que mude tudo. E não preciso tentar ser genial como a Ferrante, só pelo menos tentar não ser medíocre.
2023, o ano do podcast
É Nóia Minha?
Estávamos de folga nesta newsletter, mas os podcasts voltaram antes! Teve Nóia essa semana com Mari Faria e Theo Cochrane falando sobre nossos complexos.
Ppkansada
O Ppkansada voltou com um formato diferente, e uma temporada inteira para discutir os diversos tipos de relacionamento. Essa semana teve Lela Brandão pra conversar sobre jeitos diferentes de viver a monogamia.
Conselhos que você pediu
Sua amiga foi traída. Contar ou não contar? Esse é o conselho da vez que a Bela dá para nós, ouvintes.
Santa Reclamação de Cada Dia
E para continuar no tema traição, a Taize falou sobre como essa coisa de traição é uma paranóia que precisamos abandonar.
PRIMEIRA NEWS DO ANOOOOOO
Feliz Ano Novo, mesmo que já seja dia 13 de janeiro. Sexta-feira. Que data mais auspiciosa para voltar. <3
Já estamos animadas com o lançamento do Boné Sem Carisma lá na Tangerina Moon, então se você quer comente aqui ME DÁ UMA BOMBETA. Não, não vamos sortear bombeta. Só queremos interação mesmo.
Gente, esperamos que seu início de ano esteja sendo bom, e se não tá, você não está sozinhe. Estamos aqui mais uma vez para sermos sem carismers juntes.
Beijos,
Camila, Isabela Bertha e Taize
Impossível não ler com a voz de cada uma de vocês <3
Gente, que baixo astral cantar hino no Natal! Coitada da Bertha 🤦 Ainda bem que ela saiu logo dessa. Por essa e outras que cortei contato com parente. Em 2009 a Isabela tinha 13 anos, eu estava fazendo cursinho pré-vestibular. Triste. 😅