Associação dos Sem Carisma #153
Avisos da Firma
Começo de ano é aquela coisa, né? A preguiça de lidar com o meio corporativo por mais um ano. Os mesmos problemas de sempre e os mesmos incômodos… Como conquistar paz no coração?
Isso a gente não faz ideia, risos. Mas podemos pelo menos te oferecer um band-aid para aplacar a dor. E no caso do meio corporativo, dos escritórios e firmas, uma coisa que incomoda a gente demais é esse negócio de ficar interrompendo nosso trabalho para puxar papo, a convivência com dezenas de humanos em um espaço pequeno, as demandas que não fazem sentido…
Pensando nisso, preparamos este pack de cartazes para você imprimir e colar na sua escrivaninha. Pelo menos sua mesa fica mais a sua cara, sem carisma algum.
A Thelma ajuizada sem Louise
Por Camila Fremder
Eu quando jovem achava lindo quem sabia viver intensamente. Assistia Thelma e Louise emocionada, sentindo aquele calorzinho no coração, imaginando fazer loucuras pelo mundo afora na companhia de uma amiga com menos limites que eu. A ironia é que fui uma criança super calma e até posso dizer que totalmente previsível. Mas no fundo da minha alma eu só esperava o momento em que eu iria ter coragem de seguir meus instintos e correr riscos, ser livre, espontânea, impulsiva, autêntica.
Nunca me tornei essa pessoa que busca por aventuras, mas ando percebendo um movimento interessante agora que estou mais velha e dona do meu nariz. Sinto muita vergonha quando perco o controle ou me percebo impulsiva. Também tenho raiva de mim quando me pego ciumenta, quando perco a paciência com alguém, quando sou irresponsável. A impressão que eu tenho é que passei grande parte da minha vida querendo me sentir mais livre e fazer tudo o que me dava na telha, e quando finalmente me tornei adulta e responsável pelas minhas ações, só o que eu quero é esconder todo e qualquer instinto mais primitivo. A Camila criança deve estar rindo da minha cara nesse momento.
Pulsão de vida
Por Isabela Reis
Acabei de voltar de uma viagem de cinco dias em Salvador com meu filho, marido, mãe, tia, enfim, a família toda. Desde que voltamos, tô mergulhada em reflexões do quanto foi importante ter trazido meu filho pra minha vida, meus universos, meus gostos. É claro, já me rendi à Galinha Pintadinha, Mundo Bita e um outro desenho musical que sequer sei o nome, mas sei todas as letras.
A gente subestima muito as crianças, sabe? Vira e mexe eu ainda subestimo meu filho. Acho que ele não vai dar conta de algum rolê, de alguma comida, fico super tensa, já na contensão do “vai dar merda”. Acontece de não rolar mesmo e eu nunca forço a barra. Tem muitas coisas eu encaro porque minha família nos empurra.
“Vou ser madrinha de um casamento em Porto Alegre quando ele tiver quatro meses…”
Minha mãe: “Ihhh, já vai estar grandinho, dá super!”
“Não tô levando lanche pra ele.. E se ele não quiser a comida do almoço?”
Também ela: “Lá tem um monte de caipirinha. Se tem caipirinha, tem fruta!”
“Mas se ele não ficar bem no ensaio na quadra da Beija-Flor às 21h da noite de uma quinta-feira há 40km da nossa casa?”
Meu marido: “A gente vai embora, ué”
Eu acho eles absolutamente reducionistas. Aff! Me irrita, confesso. Como pode tudo ser tão simples e fácil pra essa gente? Mãe acha mesmo que tudo é um bicho de sete cabeças ou eu sou noiada demais?
Fato é: com esse empurrãozão (ou falta de opção por ser voto vencido), a gente vai. E nessa da gente ir, descobrimos as grandes paixões do Martin. Foi ouvindo as nossas playlists que ele se apaixonou por Caetano, Gil e Marina Sena. Foi assistindo vídeos de shows que ele se encantou por tocar violão e cantar. Foi indo em roda de samba que ele descobriu um amor por percussão. Foi na quadra da beija-flor que ele sacramentou sua devoção ao samba. Foi comendo do nosso prato que ele voltou de Salvador dizendo que queria mais moqueca e bobó. Foi botando embaixo do braço e viajando que pudemos viver tantos momentos incríveis. Foi levando em museus que ele tem lembranças que conta até hoje.
É muito lindo ver como as crianças agarram com todas as forças as oportunidades de experimentar, de viver algo novo, de provar pela primeira vez. A responsabilidade da maternidade me fincou ainda mais na terra, na racionalidade, na segurança. Não é fácil pra mim me jogar na vida com um bebê no braço. Mas todas as vezes que fui, todos os rolês que fizemos, eu sempre me surpreendo com a capacidade do meu filho de se jogar, viver intensamente e me ensinar tanto.
Tô gostosa
Por Taize Odelli
Gente, eu tô gostosa. Mal voltei para a academia e já me sinto uma grande gostosa. E quando eu tô nessa fase de "pô, eu sou gostosa", eu assumo de vez essa faceta. É foto biscoitando sim. É side boob, é bunda, é aproveitar essa vibe para aparecer mesmo e ir levantando a auto-estima.
Mas sempre bate aquele receio, né? Ainda mais em quem vem de uma base cristã: você PRECISA SE DAR AO RESPEITO. Quantas vezes, na adolescência, eu escondi o meu corpo para "me dar ao respeito". Quantas vezes deixei de postar algo porque uma foto de biquíni poderia fazer as pessoas perderem esse respeito por mim. Eu ia me podando para manter essa imagem de "menina inteligente que não curte futilidades".
Mas eu curto futilidades! Ô se curto… Eu me divirto com elas, eu me sinto… bonita. E se eu me sinto bonita, quero mais é que o mundo veja mesmo. Leonina aparecida, né?
Curioso pensar, também, em como esse negócio das redes sociais atua. A gente sabe que o Mark Zuckerberg tem medo de mamilos, e ao mesmo tempo em que o corpo feminino é tratado como algo proibido, que não pode ser visto, os conteúdos que mais espalham e têm audiência são justamente os que exploram a possível nudez da mulher. Porque né, a rede social é povoada de punheteiros. Algo que até nos demove de se mostrar mais, para evitar comentários sem noção e assédios. A nudez, ou a sugestão dela, é aceita pela plataforma quando serve aos homens.
Durante muito tempo eu não me mostrei publicamente como uma gostosa para evitar isso. E por vergonha. E por medo do julgamento. Mas se eu tô me sentindo bem, e se tenho essa fagulha exibicionista dentro de mim, eu quero explorar isso. Quero me sentir gostosa, ser gostosa, ser vista como gostosa, e quero que isso sirva a mim somente. E foda-se quem fica incomodado com isso.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
O Surto de Saturno ou o Retorno de Surtuno?
Na Astrologia, o Retorno de Saturno acontece quando a pessoa está entre os seus 28 e 30 anos, e é o período em que esse planeta se encontra no céu na mesma posição em que estava no momento do nascimento da pessoa em questã, sabe?
Já na psicologia, essa fase dos 28 aos 30 também é conhecida como “a crise dos 30”.
E aí você me pergunta:
E dai, Bebeta? KKKKKK
Enlouqueceu?
Sim! Mas acompanha o fio aqui, RS.
Fiquei pensando em Saturno e em Surto, Kkk. Que por coincidência, ou algum sinal místico, astrológico, não sei, tem praticamente a mesma fonética, não?
Surtuno, Surto, Sarto, Saturno…
Tá, voltando.
O planeta Saturno é ligado ao seu propósito, e o fenômeno acontece justamente nessa idade onde a gente se encontra em total crise (normalmente) de identidade, de carreira. Ou seja, em surto.
Me encontro assim à beira dos meus 29 anos.
Na última semana tive um completo surto financeiro e profissional. Me questionei de absolutamente toda a minha trajetória, se fazia sentido ou não.
Pedi aos astros um sinal, uma mensagem, o que fosse.
Não sei se acredito plenamente nessas coisas ou não, mas sei que recebi um retorno. E acho que foi de Saturno.
Um leque de ideias, e esperança surgiu dentro do meu peito. Como se tivessem me ligado na tomada. Assim, fui recarregada e agora me sinto pronta para enfrentar.
Para o seu ouvidinho
No roll dos podcasts dessa semana, o É Nóia Minha? recebeu Marina Smith e Viviane Miranda para discutir a seguinte questão: é mais vantajoso ser freela ou ter um emprego fixo?
Bateu vontade de uma suruba? Não sabe como funciona esse negócio de relacionamento liberal? Então cola no Ppkansada que recebeu a pesquisadora Anne Fonseca para falar sobre o meio liberal.
O Conselhos que você pediu dessa semana é para quem nunca comemora as suas próprias conquistas. Bora mudar isso, garota.
Cansa essa rotina de todo dia a mesma coisa sem nenhum respiro, né? O Santa Reclamação de Cada Dia dessa semana reclama sobre isso.
Até já
Não sei vocês, mas nós terminamos essa news com a sensação de um abracinho. Claro, sem contato físico. A semana foi corrida, e aqui estamos nós, prontas para mais um fim de semana recarregando nosso carisma em casa.
Então recarreguem bem, viu? Beijos,
Camila, Bertha, Isabela e Taize
Lembretes de encerramento:
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Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
Cada texto uma reflexão e é muito bom. Curti e já quero imprimir os adesivos pra colar na mesa. O nú é uma discussão, pq o sexo TB é uma, fiquei a pensar num ponto importante. O quanto que a falta de discussão cotidiana sobre o sexo na sociedade transforma o sexo e o desejo meio que um tabu e talvez na minha cabeça a existência dos punheteiros, só existe por uma sociedade que se limita a falar do sexo no privado quando cada dia através da mídia ele se torna "assunto corrente" a bocas miúdas.