Associação dos Sem Carisma #163
Sim, mas…
Tudo tem seu lado bom e ruim, né? É essa a beleza da vida, sua complexidade e contradição – ai, que profundo…
E é claro que nós, sem carismers, curtimos várias coisas que, para consegui-las, exigem passar por alguns perrengues. Aqui vão algumas.
Quem é o GPT na fila do pão?
O povo agora tá nessa nóia de inteligência artificial e, apesar de ser a rainha das nóias, eu não tô assim tão em pânico. O pouco que testei achei a parte de texto bem estranha, umas frases clichês soltas no meio de coisas que eu tive a impressão de ter lido por aí umas 180 vezes. Eu acho que a parte mais séria de todas é que nós estamos ficando extremamente burros com o tanto que usamos o celular. Estímulos infinitos para nada, atalhos de vida e falta de apreciação do ócio, de exercitar a criatividade. Fiz um combinado comigo mesma de usar o mínimo possível. Diminuí, nos últimos 7 dias, 41% de uso e já me sinto melhor. Voltei a fazer Sudoku, estou lendo mais e passo mais tempo incentivando o Arthur a ficar longe das telas com atividades manuais em casa. Tô quase a mãe brigadeiro de tâmara, mas tô feliz com essa decisão.
Outro dia, mexendo no tal do Chat GPT, perguntei pra ele quem é Camila Fremder, aquele famoso egosearch que aprendemos a fazer no Twitter. Olha a resposta:
Camila Fremder é uma escritora, roteirista e podcaster brasileira. Ela é conhecida por seu trabalho como coautora do livro "Desculpa, Esse é Meu! - Manual de Etiqueta Urbana para Cães e Seus Donos" e como criadora e apresentadora do podcast "É Nóia Minha?", onde discute assuntos relacionados a saúde mental, como ansiedade e depressão, de forma descontraída e com bom humor. Fremder também é autora de outros livros, como "Meu Amor, Meu Bem, Meu Querido", e trabalhou como roteirista em programas de televisão, como "Lady Night", apresentado por Tatá Werneck.
Tudo o que está em negrito está errado, apesar de que ser roteirista da Tatá seria um ótimo job <3. Não me acho uma pessoa famosa e tals, mas sei que existe bastante informação dos meus trabalhos na internet, já que trabalho por aqui, não é mesmo? É nisso aí que a gente vai confiar agora? Me parece meio estranho. Me promete uma coisa? Termina de ler essa news e larga o telefone? Vai arrumar uma gaveta, tentar uma receita, se enturmar com alguém no refeitório da firma, mas sai do cel, a gente tá ficando prejudicado demais com isso…
Beijos
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha
É oficial, o meu inferno astral começou
Esse ano tem sido um dos mais difíceis da minha vida, um dos mais estranhos.
Tô tipo um cocô entupido na privada que fica lá girando e não desce nunca. Na verdade ele não sobe, não desce, só fica ali girando, em círculos para todo sempre, até alguém pegar um desentupidor ou um DIABO VERDE. KKKKKK
Desculpem o drama, mas já sabem, né?
Lua em Câncer.
No dia 14 de Abril começou o meu inferno astral, e eu jurei que nada ia me abalar. Tanto que nesse dia eu fui fazer um spa day pela primeira vez em um hotel chique, que eu tinha ganhado.
Pô, nada mal começar assim, né?
Pensei que tinha XTOURADOH, e a sorte ia virar.
Monas…. Kkkkkk
Deus até riu agora lendo essa frase.
Apenas nos últimos dois dias o meu cachorro ficou doente, o meu pai foi assaltado e um ex-ficante (?) ressurgiu duma tumba na porta da minha casa. KKKKK
E esse é só o começo!
Então, sem carismers, MANDEM BOAS VIBRAÇÕES para a madrinha aqui!!!!!
Que eu chegue viva e com saúde mental até o dia 14 de maio.
O palco do doido
Não sei qual foi o vírus que infectou o internauta, mas anda tudo caótico demais. Você diz um "A" e já vem trocentas pessoas criticarem o seu "A". Ou, pior ainda, alguém diz um "A" que é uma grande merda e o pessoal cai em cima do cidadão e reverbera a merda que ele falou. O xingamento é justo. Mas compartilhar a mensagem para outros se indignarem presta?
Essa semana vi um tuíte passando na minha timeline, uma amiga dizendo que outra coisa escrota tava viralizando porque a galera estava indignada com o que uma conta de 100 seguidores postou. Cem seguidores é quase um nada, é como você falar sozinho. Mas o Twitter tem essa coisa de transformar até o mais insignificante assunto e a mais insignificante pessoa em tema do dia.
E o pessoal sabe que gerar raiva gera engajamento. A pessoa que postou a merda sabe disso, e provavelmente o fez já esperando a enxurrada de ódio. É o famoso bait, a isca jogada para atrair a galera. Aumentar o número de curtidas, de impressões, de comentários. E a pessoa que compartilhou também sabe disso, pelo menos aqueles que vivem caçando sarna pra se coçar na rede social. E aí ficamos no mesmo círculo vicioso: bosta é dita, alguém com público vê a bosta e comenta em cima, mostrando o quão bosta que aquilo é. Os seguidores curtem, comentam, repostam essa indignação e pronto. Temos mais um tuíte de sucesso.
Ok, isso acontece desde os tempos mais primórdios do site. Só que agora é todo dia, toda hora, é uma polêmica forçada em cima de outra polêmica forçada. E os bobos da corte lá, se esbaldando vendo as estatísticas. Uma coisa que sempre repito é que a gente não deve dar palco pro doido dançar. E reverberar o que o doido diz para milhares de seguidores é o palco que ele sonha em ter.
Então sei lá, você viu alguma coisa idiota rolando por aí que te deixou puta da vida? Segura esse dedinho aí do RT comentado. Não espalha não. Se for postar, posta, sei lá, um print pra pelo menos não aumentar o engajamento do perfil em questão. Porque essa galera quer isso: um palco lindo, decorado, cheio de painéis de LED mostrando o tanto de curtidas e RTs que ganhou.
Eu quero uma vida de loira platinada
E se eu adotasse um gato?
Estou em um período de mudanças, morando sozinho. Dentro dessa infinidade de coisas que preciso pensar para que minha casa se mantenha um ambiente funcional, o que mais me passa pela cabeça é um gato laranja meio tigrado. Fico imaginando as inúmeras possibilidades de nomes de divas pop, ou até mesmo nomes comuns de seres humanos para chamá-lo. Confesso que nomes compostos me deixam ainda mais animado, como Maria Christina, Lisa Rinna ou Debbie Harry, a vocalista da banda Blondie.
Esse gato sofreria um pouco nas mãos de alguém como eu, não sou uma pessoa fácil e por isso estou mudando sozinho, para que ninguém mais precise lidar comigo. Ele poderia se sentir um pouco atordoado por acordar ao som de Britney Spears (inclusive, outro ótimo nome) e dormir chocado com um stand up da Joan Rivers. Seria como viver em um reino de música, descolorante, leite de amêndoas e The Real Housewives of Beverly Hills, ou seja, duro no começo, muito sofrido, mas tenho absoluta certeza que ele se acostumaria.
Já o vejo dominando a casa toda, julgando as visitas da faculdade e selecionando quem poderia voltar pelo gosto musical. Mandaria até em mim, já que teria o argumento de passar mais tempo dentro de casa do que eu. Admito que sentiria uma leve inveja dessa ausência de obrigações e vida mega-confortável que ele levaria. Mas daí eu acordo.
Não tenho condições de assumir, acima de responsabilidades como faculdade, trabalho e um lar recém-moldado, a responsabilidade de cuidar de um novo membro na minha casa. Não aguento a rotina de uma samambaia, quem dirá de um gato que dependeria 100% de mim, DE MIM! Nem eu dependo de mim. Além do mais, conheço pessoas que doaram animais de estimação por não terem pensado muito além de um nome legal e não conseguirem lidar com a vida de dono de pet. Acho isso um absurdo, antes comprar um gato de pelúcia a ter que se desfazer de um real por não saber cuidar, não é mesmo?
No momento que escrevo esse texto, janto 3 uvas, tenho dois sachês de sal no armário da cozinha e uma geladeira poderosa que guarda apenas uma bandeja de gelo. Será mesmo que é de um gato que preciso? Fica aí essa reflexão, rs. Tenho certeza que os sensatos diriam que a melhor companhia para um jovem de 19 anos é o álbum Blackout, da Britney Spears.
Para ouvir nesta sexta-feira de feriado
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Aliás, votem aqui no É nóia minha? para ele ser um dos 10 finalistas da categoria Podcast no Prêmio Ibest!
Camila chamou Alexandra Farah e João Batista Jr. para falar sobre gente podre de rica lá no É Nóia Minha?. Bote seu dedinho no play!
Hoje não tem Ppkansada porque nossas meninas estão preparando uma nova temporada. Aguarde que vem aí!
Enquanto isso, aproveitem para ver a participação da Bertha e da Taize lá no Cliche Talks.
Será que um dia estaremos satisfeitos? Essa é a pergunta que a Bela se faz, e filosofa sobre, lá no Conselhos que você pediu.
E no Santa Reclamação de Cada Dia, a Taize reclamou de gente legal demais, como uma boa sem carisma que ela é.
Bora feriadar!
Agora que você chegou no final desta newsletter, decretamos que você pode oficialmente aproveitar o feriado. Se você não sabe o que vai fazer nesses sagrados três dias de descanso, nossa dica é fazer nada mesmo. É, fica aí caçando coisa pra ver na Netflix. Faça como Camila e esqueça o celular. Não entre no Twitter. Apenas faça nada. <3
Aquele muito obrigada por mais essa semana sem carisma aqui junto com a gente!
Beijos,
Camila, Claudio, Bertha e Taize
Lembretes de encerramento:
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