Associação dos Sem Carisma #167
Como se desculpar com um sem carisma
Obrigou seu amigo não-carismático a ir em um rolê furada? Fez seu cônjuge sem carisma passar um fim de semana com toda a sua família? Pisou na bola com alguém e quer ficar em bons termos?
Pode até não ser difícil conseguir o perdão de um sem carisma, mas se você quer arrasar no pedido de desculpas, aqui vão algumas dicas! Deixe seu sem carisma feliz. :)
Vamos de Doc e, quem sabe, mais um pet? Brincadeira!
Recomendo a série sobre a vida de Anna Nicole Smith, disponível na Netflix, e sim, é claro que ia acontecer isso de novo comigo… O print abaixo me fez rir porque até o Codré comentou isso depois que assistimos ao doc. Adotar mais uma gatinha eu vou ficar devendo no momento, até porque com a casa em obra não vai rolar. Mas apesar de ainda ser mais team Pam, é inegável o carisma dessa sagitariana, viu?
A história é cativante, retratando a vida fascinante e repleta de altos e baixos dessa icônica personalidade. Com uma narrativa envolvente, a série mergulha na trajetória da polêmica modelo e atriz, revelando detalhes bem controversos de sua carreira e vida pessoal. Eu me lembro de ser muito nova e já ficar fascinada sobre tudo que envolvia Anna Nicole, mas depois da sua morte em 2007 eu tinha apagado muita coisa da minha memória. Assiste e depois me conta se quando a minha vida acalmar eu devo adotar a Anna, rs…
Voltei pra mim
No final de semana passado, no Dia das Mães, eu me dei de presente uma diária num hotel e cruzei o portal de passar a primeira noite longe do meu filho. Eu acho que já tinha comentado aqui na news que, desde o ano passado, sentia essa urgência de conseguir dormir longe dele, mas só de pensar eu choraaaaava. Ao mesmo tempo que eu achava muito importante, a ideia era desesperadora e não sei muito bem explicar o porquê.
Agora, Martin com dois anos e quatro meses, eu sentindo certa independência dele — e minha, rs —, tomei coragem. Eu sabia que tentaria sabotar até o último segundo, por isso reservei sem opção de cancelamento grátis. Pra capricorniana, pior do que dormir longe do filho é perder dinheiro, kkkk. Mas na real, nem pensei em cancelar, eu precisava muito disso.
Para minha total surpresa, foi muito fácil e estranhamente familiar. Em vários momentos eu tive lapsos de “meu deus, eu tenho um filho!!” e muitos “é minha primeira noite longe do meu filho, é um dia importante!!”. Aquela cena “eu sozinha num quarto de hotel” era tão familiar pra mim que fez desse grande evento algo bastante natural.
A conclusão que eu cheguei foi que, por ter cultivado tanto minha individualidade durante a vida, cortar esse cordão simbólico com meu filho foi mais fácil do que eu imaginava. Eu já viajei muito, já estive muito sozinha comigo, relaxando, me divertindo, me descobrindo, entediada, feliz, me jogando, viajando ou não. Não havia nada de anormal naquela cena, parecia só um déjà vu. Não tinha a estranheza ou o desconforto de fazer algo pela primeira vez. Foi tipo memória muscular, depois que você aquece, tudo volta pro eixo.
Portanto, tendo ou querendo filhos ou não, construa sua individualidade. Encare como uma grande obra em que você coloca um tijolinho por vez. Esse é o muro que vai segurar boa parte da sua estrutura quando você precisar atravessar um novo portal, superar um término, inaugurar uma nova fase, fazer algum movimento brusco. Ter pra onde voltar e esse lugar ser você mesma é bom demais.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Quem vai e quem fica
Todo mundo aqui já tá cansado de saber que sou a farsa dessa Associação, certo? KK
Mas acho que com a virada de mais um ciclo, o "universo" (ou a vida acontecendo, sei lá, mas vou chamar de universo) tem me mostrado que realmente só vale gastar o carisma com os poucos e bons.
Essas são as amizades que na verdade você nem precisa forçar carisma algum, só existir ali naquela relação, sem esforço. Em que você vai para a casa do outro e fica cada um vendo o seu próprio celular, ou assistindo uma série, uma bobagem na TV, comer um negócinho, tudo isso em completo silêncio e mesmo assim se sentir 100% confortável.
Ir para qualquer lugar com essa pessoa e se sentir bem, independente da situação e dos outros, porque não importa, você tem quem realmente vale ali ao seu lado, e juntos ficam mais fortes e imbatíveis. Nada abala KKKK. Essa parte ficou muito “somos invencíveis, pode crer", Lua de Cristal, Xuxa.
Esse tipo de relação natural, espontânea, até mesmo quando não existe a conversa, ou alguma coisa espetaculooosa, um motivo certo ou errado acontecendo, é raro e é precioso.
Nesse aniversário eu pensei que, no fim, eu só queria estar com esses, os poucos, mas que são bons.
Tá, eu fiz uma micro festinha e comemorei o meu aniversário? Sim, fiz. KKKK Ascendente em libra, sabe, desculpa. RS
Se sentir completo com o pouquinho que é de verdade é especial demais!
Qual é o meu conteúdo?
Faz algum tempo que eu fico matutando sobre o que eu faço aqui na internet. Para quem não sabe, comecei nesse rolê lá em 2009 com um blog de resenhas de livros que ficou no ar até o ano passado e, por mais baixa que fosse a frequência, ainda era atualizado. Sim, mantive um blog até 2022. Quem tem blog em pleno anos 20 do século 21???? Depois de ter meus cartões de crédito bloqueados e não pagar mais o servidor do blog, ele saiu do ar. E por mais que eu tenha um carinho imenso por esse projeto que mudou a minha vida, não pretendo voltar com ele.
Nos últimos anos tentei focar em vídeos no Instagram. As resenhas por escrito viraram vídeo-resenhas, que sinceramente são bem mais fáceis de fazer. O problema é que os vídeos não são minha mídia favorita para produzir conteúdo. Não consigo ser concisa, então eles passam facilmente dos 10 minutos de duração. Para o YouTube isso não seria problema, se eu tivesse algum canal lá – por mais que pedissem durante o primeiro boom dos youtubers, nunca fiz, dá muito trabalho, sou preguiçosa. Mas para uma rede social… Ah, 10 minutos é muito.
Tentei o TikTok, mas também não me acertei. O algoritmo até acertava minhas preferências, mas todo aquele ambiente ainda é muito estranho pra mim. Assim como o Instagram anda ficando cansativo. É tanto conteúdo, tanta atualização, que apenas não dá para olhar os vídeos de todas as pessoas que eu gosto. É coisa demais, e ver coisa demais me faz sentir uma pressão para produzir toda hora também. O problema é que sequer tenho assunto para trazer diariamente algum conteúdo nas redes, e considero um trabalho meio ingrato nesse meio porque tudo é esquecido poucos dias depois.
O que eu gosto mesmo de fazer é escrever. Como eu fazia com as resenhas no blog, como eu faço aqui e na minha outra newsletter. Escrever sobre minhas experiências com a vida, meus ódios, minhas viajadas mentais, meus sentimentos. Meu sonho de produtora de conteúdo é viver só escrevendo, sem precisar ligar nenhuma câmera, apenas deixando os dedos rolarem pelo teclado — e eu digito muito bem e rápido, obrigada, aula de digitação. A escrita é o meu habitat natural. Só que aí vem outro dilema: escrever não dá nem ¼ da visibilidade que mostrar a cara na internet dá. Pelo menos não agora, e não do jeito que as redes sociais são pensadas.
Consumir um conteúdo escrito exige muito mais atenção e tempo do que ver um vídeo de 5 minutos na internet. E a dinâmica das redes sociais não é prender a sua atenção com um conteúdo profundo, mas sim oferecer mil estímulos para você seguir jogando o joguinho das redes: curtir, compartilhar, comentar. O que eu gosto de fazer, o que eu quero fazer, não se encaixa na lógica da produção de conteúdo atual. E eu acho que vou abraçar isso mesmo. Não quero ter que estar presente em todas as plataformas, e não acho saudável ter que ser ativo em todas elas. Não quero ter que implorar migalhas de engajamento no Instagram. Mas dá?
Como sempre eu, que quero ganhar dinheiro, tomo os caminhos que menos dão dinheiro na vida. Eu que lute, né? Algum mecenas aqui quer financiar essa coitada, por favor?
Eu quero uma vida de loira platinada
Aprendendo a derreter meus poemas
Dias atrás li o poema “Receita para Poemas Endurecidos”, da Viviane Mosé, e todas as palavras me tocaram de uma maneira diferente. De forma resumida por um loiro, a obra ressalta a importância de derretermos os nossos poemas internos (que são sentimentos) para que, no futuro, eles não endureçam e virem tumores. Para alguém como eu que desde muito novo guarda a maioria do que sente para si, cada palavra ali fez completo sentido.
Acredito que quem teve sérios problemas em aceitar a própria sexualidade sabe do que estou falando, é como se guardar mágoas e reações fosse uma forma de se esconder dentro de si mesmo. Pois durante muito tempo a gente acreditou que ser da forma como somos é errado. Lembro nitidamente de falar engolindo minhas palavras por medo. Medo de ser “descoberto” pelas pessoas ao meu redor, medo de ser julgado pelo tom da minha voz, pelos meus pensamentos e por aí vai. Então, devido a fatores como esses, minha relação com o mundo exterior foi construída na base de fazer a egípcia para não demonstrar o que sinto, o que afetou muito na construção das minhas amizades.
Tempos atrás, ser meu amigo era sinônimo de praticar o Jogo da Mímica dos Sentimentos, em que eu fazia de tudo para o outro notar o que estava sentindo, mas não falava. Faltava criar um belo cartaz em russo, com 5 pistas para a pessoa traduzir e adivinhar o motivo da minha mágoa para pedir desculpas. Agora me diga, existe amizade que aguente? É claro que não, nem eu me aguentava. Mas assim que tive o primeiro sinal de aceitação própria, minhas relações passaram a não ser mais uma prova do líder do BBB.
Quando entrei para o ensino médio, finalmente tive a coragem de me assumir como sou (chato), e esse primeiro passo foi essencial para que meus novos amigos me conhecessem verdadeiramente e fossem com a minha vibe. Que fofo, né? A partir desse momento, comecei a reconhecer e valorizar mais meus sentimentos e aprendi muito sobre como lidar com o outro, já que antes eu mal sabia.
Hoje em dia, poemas como o da Viviane Mosé quase acabam comigo quando leio, porque lembro desse sentimento de agonia terrível que era guardar tudo para dentro e não sentir o alívio que é botar pra fora. Ultimamente, ando preferindo perder amigos por “derreter meus poemas”, nem que seja na base do berro, do que perdê-los por ficar calado. E eu falo mesmo, hein? Toma cuidado comigo.
Vem de podcast
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Quem avisa amigo é, e Camila chamou Thais Farage para dar aqueles avisos amigáveis e comentar os casos da audiência. Escuta aí!
E aí, você se considera inteligente? Como anda a autoestima da sua cabecinha? O papo de hoje foi com a escritora Iris Figueiredo para falar sobre nossas travas criativas e nossa inteligência. Dá o play!
Como não repetir os mesmos padrões na maternidade? Vem aqui ouvir mais um conselho da Bela!
Tchauzinho
Hoje entregamos a edição super recheada da Associação dos Sem Carisma, com o time todo aqui juntinho. <3
Então oh, obrigada a todos por estarem aqui acompanhando nossos surtos semanalmente, e queremos lembrar que nosso formulário para receber o Jornews Sem Carisma continua aberto. Não sabe o que é o jornews? Então clica aqui pra ficar ligadinhe.
Até semana que vem, e beijos mil,
Camila, Bertha, Claudio, Isabela e Taize
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A difícil arte de comprar presente- O que de pior pode acontecer com um sem carisma? " Sou um que descendo ,vou com este vivente , passo a passo ,e o inferno todo a ele mostrar pretendo" respondeu o Mestre - Dante.- Imagine ter de comprar presente, sendo taurino, com escorpiões famintos nos bolsos e conta corrente no vermelho? Agora imagine ter de presentear uma senhorinha de oitenta e oito anos, taurina , que não gosta de perfumes, coisas espalhafatosas etc. Pra completar imagine ter que ir em Madureira - para comprar uma lembrancinha que caiba no seu bolso,sem ser picada pelos famigerados escorpiões e sem ter sua conta bloqueada . Andar num bairro ,onde o medo e desconfiança estampado no rosto de todos é palpável , com pessoas segurando bolsas pelo simples fato de estar você ao lado delas . Enfim ... Para um sem carisma - acredito que não tem pior situação.inda mais se levarmos em conta que um sem carisma provavelmente Não tem lá uma pegada Fashion né non? Em fim numa situação desta Um sem carisma pode e deve debochar de Dante a vontade - Dizer que sua jornada no inferno - Foi bem amadora , coisa de tolinho mesmo .... Visto que ao longo do passeio ele teve ajuda de Virgílio e ganhou no fim um belo encontro com Beatriz , coisa que para um sem carisma nunca acontece...