Associação dos Sem Carisma #170
É tempo de Dia dos Namorados
Pois é, gente. O dia 12 de junho está virando a esquina, e até para os sem carisma que namoram essa comemoração pode gerar uma grande preguiça. É restaurante lotado, a correria pra comprar presente, a obrigação de fazer "algo especial". Pensando no bem-estar dos casais desta associação (e dos solteiros também), aqui vão algumas dicas do que fazer nesse Dia dos Namorados.
Quem ama e se declara
Foi-se o tempo em que o Dia dos Namorados era protagonista na minha vida. Adulteci e deixei o romantismo morrer ou é tudo uma grande bobagem?
Eu não acho que é tudo bobagem. Mas também nem lembro da última vez em que essa data foi muito importante no meu calendário de namoro. Lembro na minha adolescência, os primeiros dois namoradinhos do colégio, era uma mobilização. Correr na Imaginarium pra comprar o presente, ganhar um ursinho ou coração de pelúcia. O cinema ou o passeio no shopping do dia. Anos depois, um pouco mais de dinheiro, restaurantes melhores, filas, a sábia decisão de comemorar na véspera ou depois, a péssima decisão de pedir um delivery que atrasará horas e horas.
A última vez em que o dia dos namorados me deu frio na barriga foi quando o convite pra jantar enfim demarcou o “estamos namorando”. Será que, talvez, o significado subjetivo do Dia dos Namorados seja definir quem de fato tá namorando e quem não tá? É nessa data que os universos se dividem. Ou os pedidos de namoro são feitos ou os rolos são desfeitos pela falta de oficialização. Há quem ainda “peça em namoro”? Será que isso é muito águas passadas? A geração Z também foi influenciada pelas comédias românticas e ainda se pede em namoro, ou isso é coisa de velho?
Caindo em plena segunda-feira, a chance de um programa de casal é nula por aqui. Mas como da última vez em que eu bati um textão de amor no Dia dos Namorados deu tudo certo, venho repetir uma frase que eu gosto muito: quem ama e se declara corre sérios riscos de ser feliz. Nesse penhasco da paixonite, eu sempre pulei. Quebrei bem menos a cara do que fui feliz. Valeu a pena demais. O máximo que pode acontecer é você seguir o baile e, agora adultas, sabemos que isso não é de todo ruim — ainda que acompanhado de sofrimento.
O Dia dos Namorados é cafona? Sim. É uma data puramente comercial criada pelo pai do Dória? Também (e que mala quem fica criticando com esse argumento). Mas se é uma oportunidade pra gente falar e sentir um pouquinho de amor, paixão e desejo no meio dessa aridez da vida adulta, eu tô dentro.
Visão do inferno
Essa semana fomos "surpreendidos" por mais uma invenção "inovadora" da empresa Apple. Tudo entre aspas mesmo, porque assim: a gente sabe que a Apple sempre vai aparecer com algum produto novo e caríssimo, e sabe também que tudo isso será tratado como algo revolucionário, que vai melhorar consideravelmente nossas vidas. O que, sinceramente, não vai acontecer. Na real, vai piorar.
Bati o olho no tal Apple Vision e pensei "mas que merda, mano". Para quem não ouviu falar nesse troço, o Apple Vision é um óculos de realidade aumentada que basicamente transforma seus olhos no seu computador/celular. Você enxerga tudo o que está à sua volta e os ícones e apps ao mesmo tempo, e pode controlar o sombreamento da lente para que as pessoas continuem vendo seus olhos. Na apresentação desse produto, que custará 3.500 DÓLARES, parece mesmo algo de outro mundo. E claro que os entusiastas do legado de Steve Jobs aplaudiram essa nova visão do futuro.
Visão do inferno, né? A gente já tá aqui atolado de notificações, presos nessa merda de celular, e agora querem meter um óculos que vai te deixar mais ainda com aparência de máquina cuja função é trabalhar e ficar rolando os feeds da vida. A gente já se isola para ficar grudado nas redes sociais. Imagina com um troço desses na cara, vendo TV e o feed do Twitter no seu mesmo campo de visão? DEUS ME DIBRE.
Comecei a lembrar de como era bom quando computadores eram apenas computadores. Aquela CPU enorme encaixada em seu nicho da escrivaninha, projetada para conter todos os elementos da máquina com perfeição. Para usar o computador, a gente tinha que ficar sentados numa cadeira, nos deslocar até o local onde ele ficava. Para entrar na internet, nos tempos de conexão discada, tínhamos que esperar a hora certa para usar. Acredito que, nessa época, a gente aproveitava muito mais o nosso tempo na internet com coisas relevantes, porque nosso tempo (e saco) para ficar na frente do computador era limitado.
Já hoje… Aaah, hoje a gente tem tempo de tela demais. Quando os computadores migraram para os celulares, principalmente, não existe quase tempo sem tela. Estamos na internet o tempo todo caçando algo para fazer, e aí nosso tempo é invadido por discussões esdrúxulas, conteúdo ruim, entretenimento duvidoso… Impossível não se estressar na internet quando estamos o tempo todo nela, consumindo qualquer coisa que aparece na nossa frente.
Agora imagina como esse negócio de Apple Vision vai deixar a galera ainda mais vidrada nesse mundo digital. Visão do futuro nada, vai ser uma visão do inferno mesmo.
Ps.: Quero aproveitar o espaço aqui para fazer uma autodivulgação rápida. Voltei com a minha newsletter pessoal, sou meio vagabunda, mas sou boa pessoa, e vou mandar uma news nova a cada duas semanas. A última saiu quarta agora e eu falei sobre o amor e como ele oprimi as mulheres. Espero que gostem. :)
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
É, minha gente, a minha super história de amor da semana passada virou mais um fracasso para a minha carreira romântica, KKKK.
Fui encontrar o francês em um rooftop em Lisboa, e só de escrever essa frase já me sinto em uma comédia romântica estrelada pela Julia Roberts, rs.
Eu tremia, a minha cabeça não parava de fritar mil ideias e brisas erradas com absolutamente todas as possibilidades de situações constrangedoras que poderiam rolar, até quando eu o vi ali sentadinho de costas olhando para os lados a me procurar.
Fomos ao encontro um do outro e nos abraçamos muito forte. Como abraçar alguém que você tem carinho e saudades é especial, né? KK Contemplativa aqui.
O papo rolou e nos atualizamos sobre os últimos 13 anos.
Carreira, amores, interesses, desabafos, projeções… Nem parecia que tinha passado tanto tempo.
Mas ele deixou a coisa mais importante para o final, kkk.
Ainda bem que eu sou ligeira e já tinha sacado a foto de plano de fundo do celular dele…
Que não poderia ser mais cafona, KKK, era um casal se beijando…
E óbvio que ele fazia parte deste casal, né.
Pois bem, a minha história de romance e reencontro após 13 anos virou mais uma tragédia para a lista.
Ele está com um filho de nem um ano de idade e casado com a mãe da criança, RS, E EU COM CARA DE PALHAÇA!
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No É Nóia Minha? dessa semana, teve mais uma rodada de Batalha de Nóias com participação de Maclá Tenório e Amanda Ramalho. Ouve aí!
O papo da semana no Ppkansada foi sobre a nossa relação com pelos e autoestima com a Luiza Junqueira!
Lá no Conselhos que você pediu, a Bela falou sobre desigualdades entre irmãos. Ouça!
Até mais ver
Que delicinha, você provavelmente está lendo esse e-mail do conforto do seu lar, pelo menos se fizer parte da parcela dos que tiveram feriadão. E vamos combinar: trabalhar no feriadão é esculacho.
Aproveitem o feriado, o fim de semana, algum dia aí, e até semana que vem!
Beijos,
Isabela, Bertha e Taize
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A sinceridade da Taizze com a super inovação tecnológica da maçã