Associação dos Sem Carisma #173
Recomece e renove
Nosso carisma sempre despenca quando alguma coisa inesperada acontece, principalmente quando essa coisa é um término ou uma perda. Como lidar com esses momentos, né?
Hoje estamos motivacionais, e aqui vão umas ideias de recomeços que podem ser úteis para você e ainda salvar o seu carisminha frágil. Vem ver!
Julho: a mãe está de férias
Por conta do advento FÉRIAS ESCOLARES, nossa presidenta não estará comparecendo na reunião de hoje, pois ela é mãe.
(Entre as colunas de hoje, só temos solteiros sem filhos com mais tempo pra escrever.)
Então em breve Camila volta, com menos energia pois está entretendo a crei nas férias.
Obrigada pela compreensão. Fiquem com Camila Fremder maquiada para deixar sua sexta mais linda:
Amanhã tem suruba
Amanhã tem suruba. É isso mesmo que você está pensando. É essa suruba mesmo. Mas nem se anima que eu não vou falar coisas luxuriosas nesse texto não, pois essa é uma newsletter de família (rs).
No início do ano fui pela primeira vez em uma festinha de gente pelada. Tô aí, né, vivendo a vida de piranha na maior paz, e sempre tive essa curiosidade. Fui com um amigo em uma festa super organizada, e aí aprendi o que é suruba de verdade. Suruba não é bagunça. E não é só sexo.
O objetivo da festa é se divertir com segurança e sem julgamentos. A seriedade com que tratam isso no grupo da festa me deixou tranquila desde o início. Apenas sim é sim, comunique qualquer coisa que te deixe desconfortável, você não tem obrigação de transar, nem de tirar a roupa. Se ver alguma coisa suspeita, fale. Se ver alguém sendo discriminado por seu corpo ou sexualidade, fale. Cuide de você e cuide dos outros. E pensando nisso, divirtam-se.
Essas regras são muito mais honestas do que as regras de muitos rolês e relacionamentos que existem por aí, nas suas mais diversas configurações. Quantas vezes não ouvimos — ou contamos — histórias de algum cara que passou um negocinho para várias parceiras porque não se prestou a colocar camisinha, enchendo o saco da pessoa até ela ceder, não é? Quantos casos de assédio em locais públicos onde uma mulher se divertindo é, na cabeça dos caras, uma mulher se jogando em cima dele, não? Lá na suruba que eu vou (que, pra mim, é como deveria ser em qualquer lugar), camisinha é algo que não se discute: todo mundo tem que usar. E que paz, minha gente, poder me divertir sabendo que não terei que entrar num embate com o cidadão por causa de um pedaço de látex.
A Taize do passado jamais imaginaria que ficaria tão segura e alegre num ambiente como esse. Mas pô, não há nada de errado em um grupo de pessoas que se curte fazer uma festinha liberal. Foi incrível ver a galera se divertindo real, rindo (e gemendo, né, porque sim), conversando em volta da mesa de comes e bebes, dançando, cantando. Vou até perder a carteirinha de Sem Carisma depois dessa. Mas é verdade: me sentir segura nesse espaço me abriu muito mais para essa experiência e para ir descobrindo novas coisas da minha sexualidade.
Amanhã tem suruba, e tô animada.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Minhas melhores amigas estão namorando, e agora?
Eu tenho algumas melhores amigas na vida, rs. Para mim, eu considero melhor amiga aquela que o santo bate de cara. A que é fácil de falar, de ficar em silêncio e de estar em qualquer situação, tipo ir na fila do Poupa Tempo juntas, sabe?
Segurar a mão no pronto-socorro, ligar quando tá com crise de ansiedade ou precisa fugir de uma situação ruim de date.
Tenho duas dessas melhores amigas que eu falo todo dia, o dia inteiro, 100% de verdade verdadeira assim. Aconteceu um peido na vida da outra, estamos mandando mensagem para saber o cheirinho e qualquer detalhe a mais sobre, rs. Desculpa por ser assim, escatológica. 🙁
Se eu tenho qualquer evento ou festa para ir, eu chamo uma dessas amigas. Jantar de graça num restaurante daora? Bora que vou levar uma das minhas esposinhas para um jantar romântico!
Até que, no final do ano passado, uma dessas amigas começou a namorar. E como boa taurina, inicialmente fiquei com muito ciúmes, e pensei que tinha perdido a amiga para o boy.
Acabou festinha, acabou jantar romântico a dois. Tristeza infinita, coração apertado! Lua em câncer gritaaaaaando!
Mas aqui vem uma plot feliz, tá? Isso não aconteceu! UISSA!
Aconteceu que eu amo tanto a minha amiga que eu só fiquei ainda mais contente de vê-la apaixonada e feliz pra cacete!
E o melhor, ela não deixou de viver nenhum desses momentos comigo. E das vezes que deixou, eu entendi e fiquei em paz, porque sabia que ela estava bem.
Agora, nesse exato momento da vida, a minha outra esposa também arranjou um esposo, e eu caí no mesmo looping de ciúmes, RSSSS.
Não aprendi nada com a primeira situação, será? KKKK
Acho que já vai passar e logo eu caio em mim.
Acredito que seja normal se sentir assim e ficar insegura quando nossas melhores amigas começam a namorar, porque a gente tende mesmo a hierarquizar uma relação romântica como a coisa mais importante da nossa vida. Só que eu entendi que eu não faço mais isso, e aparentemente as minhas amigas também não, ufa!
Obrigada, Valeska Zanello <3
Claro, isso tudo só vale se a sua amiga não virar aquele casal chato que tem foto junto no zap, tá?
Eu quero uma vida de loira platinada
Deixando o loiro de lado
Estive revendo The Farewell Tour, um dos melhores shows da Cher, e comecei a reparar em como o cabelo platinado da gata, que no caso é uma peruca chanel, me encanta desde criança. Foi realmente uma viagem no tempo — já que assisti esse show pela primeira vez quando era um mini-gay com a minha vó —, que me fez entender de onde e como começou minha fascinação e vontade de ser extremamente loiro.
Pode parecer bobagem, mas o tom do cabelo platinado, aquele quase branco, é capaz de fazer meus olhos brilharem de uma maneira inimaginável. É como se me reconectasse com a primeira vez que vi esse tom na Cher, é uma volta à infância muito maravilhosa, que começou como um sonho de ter aquele cabelo ao ver ela usando a peruca. Então, quando completei 18 anos, guardei meu dinheirinho de estagiário de empresa de reformas e resolvi platinar meu cabelo para minha festa de aniversário. Desde então, meu sentimento é de não querer largar esse tom por nada e me achar a pessoa mais linda do mundo com ele todo uniforme e retocado.
Mas tem um problema: conforme o tempo foi passando, comecei a endeusar tanto meu platinado que, de maneira não muito consciente, também comecei a problematizar meu tom natural. Me lembro de sentir como se meu cabelo natural não fosse “bonito o suficiente”, e admito que ainda me sinto assim. Durante um certo tempo, foi extremamente normal arquivar minhas fotos antigas no Instagram por não estar com o cabelo extremamente claro, como se o único tom capaz de me tornar realmente “bonito” fosse o platinado. Isso só não virou questão de terapia antes porque demorou muito para perceber que esse meu fascínio pelo loiro estava me colocando muito mais para baixo do que para cima. É como se eu tivesse começado a me rejeitar muito mais do que a me amar, apesar de estar me achando lindo.
Então, para entrar nesse exercício de me aceitar como realmente sou — olha que fofo e necessário —, resolvi deixar meu platinado de lado por um tempo, não por vontade, mas sim pela necessidade de entender que não é a cor do meu cabelo que me faz ser uma pessoa mais ou menos bonita, e sim meu gosto musical que é impecável.
Bota o fone!
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Recomeços foi o tema do É Nóia Minha? dessa semana, e a Camila chamou Ana Suy e Ricky Hiraoka para esse papo. Vem ouvir que tá tudo!
O Ppkansada recebeu a chef de cozinha e ativista Deborah Martins para um bate papo sobre raça, nossas origens e autoestima. Ouve que tá muito legal!
É parceria ou é ONG de macho? Fica aí a questão que a Isabela responde no Conselhos que você pediu. Dá o play!
Ela é tão boa medicada! Mas pô, é um saco tomar remédio… Essa foi a reclamação no Santa Reclamação de Cada Dia. Ouça, nunca se automedique e procure sempre orientação médica.
Um bom descanso a todos
Para encerrar esta edição da newsletter, queremos deixar uma mensagem de esperança. Se você está triste, está jururú, está mais pra baixo do que a cintura da calça jeans nos anos 2000, não se preocupe. Tá tudo bem. Algo termina para o novo vir e você recomeçar. Ai, que lindo.
Lembrando que se você quer receber o JORNEWS, a versão impressa dessa newsletter que lançaremos lá pro finalzinho do ano, é só vir aqui nesse link e deixar seu endereço. Em breve as inscrições acabam, e quem pegar, pegou.
Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
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E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
Tá ok ! Estão assistindo minha vida !? Kkkk esse final encaixou certinho.