Associação dos Sem Carisma #174
Desculpas para evitar gente que se autoconvida
Todo grupo de amigos, ou a família, tem aquele cidadão que gosta de se autoconvidar para ir na sua casa. O clássico "tô aqui pertinho, posso dar uma passadinha aí?". E agora, o que fazer?
Pois aqui vão algumas desculpas para você evitar que esse ser humano chegue perto da sua casa.
Requebra sim
Eu não sei se ainda configura falta de planejamento, mas me encontro novamente lutando pra sobreviver às férias escolares. Julho do ano passado me deixou traumas, fiquei doente, exausta, briguei com todo mundo, fui grossa com pessoas legais e me arrependi profundamente, mas no início de junho comecei a planejar as coisas para que dessa vez tudo fosse melhor.
Não é o plano, descobri. A maternidade não aceita muito os nossos planejamentos. Infelizmente precisamos usar o tal do jogo de cintura, mas pela falta de diversão que me permito ter, ando muito dura das cadeiras. A lição que fica é o extremo oposto do que havia sido planejado. Não se leve tão a sério, não planeje detalhes e curta o percurso que a vida te levou. E, quem sabe ao invés de chorar de cansaço no banheiro, seja melhor ligar uma música na sala e dançar no meio da bagunça.
Foto da minha sala:
Minha crise existencial do vestir
Estou simplesmente obcecada com o meu vestir. Ou a minha confusão ao me vestir. Não saber como eu gostaria de me vestir. Nunca ter tido de fato um estilo só meu. Na minha cabeça, essa confusão começou a se formar na adolescência. Nunca tinha pensado no que eu gostava de vestir, não tinha divas pra me inspirar. Eu, basicamente, copiava o que minhas amigas mais estilosas usavam. Nem sei dizer se eu curtia aquilo, mas hoje, olhando as fotos, nada faz muito sentido.
Talvez tenha começado na infância. Minha mãe tinha várias regras pra como eu deveria me vestir. A maioria eu concordo, porque era uma proteção à adultização precoce dos anos 1990/2000. Mas talvez isso possa ter tirado um pouco da minha liberdade de escolher minhas próprias roupas, opinar mais, testar coisas diferentes. Será?
Enfim, na virada da minha maioridade, em 2014, o Instagram bombou. Com o flow de influencers e blogueiras, eu passei anos pulando entre inspirações. Eu acompanhava loucamente alguém e, magicamente, o que ela vestia era o que eu queria vestir.
Nessa loucura, entre a adolescência e a pandemia, fui de boho, pra salto alto e saia curta, pra street, pra athleisure, pra linho e tingimento natural. Bom, não há acervo que resista a tanto plotwist. A minha sorte é que eu sou muito mão de vaca, ou teria gastado fortunas em tantas trocas de estilos.
E aí veio a pandemia, o fica-em-casa completo, a gravidez, a minha independência financeira, o puerpério, amamentação e a maternidade. Acho que combinei todos os grandes eventos de virada de estilo em um intervalo de 10 meses. Não sobrou nada.
Eu finalmente tinha meu dinheiro livre pra comprar o que eu queria. Mas tinha que ser confortável pra ficar em casa, possível de amamentar, também nem tão caro porque sou mão de vaca. Tem que dar pra abaixar, pegar no colo, correr, sujar. Sem ser muito montada, mas também não muito despojada. Sério, que perturbação.
A sensação é que eu tava começando a explorar todos os meus gostos do zero. Como eu gostaria da decoração da MINHA casa? Sei lá! Como eu gosto de me vestir sem a influência das minhas amigas, sem os compromissos sociais, sem copiar da minha influencer favorita? Nem ideia.
A decoração da casa foi tão mais fácil. O estilo pessoal, o jeito de vestir, eu ainda tô engatinhando. A sensação é essa. Que eu sou um bebê que só mama, chora e dorme e vou começar a descobrir um novo mundo do qual eu não sei NADA e achei simplesmente impossível aprender sozinha.
Bati cabeça semanas e decidi fazer o curso da Thais Farage — sabidamente minha musa, já citei mil vezes. No primeiro módulo, eu fritei tanto com as perguntas de autoanálise pra gente começar a se investigar que tive insônia. Sei que aqui não é o Nóia, mas bem-vindos à minha nova nóia, obsessão, hiperfoco. Aguardem atualizações e uma nova mulher — finalmente — muito estilosa.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Esses dias reparei que botei uma tela em frente ao quadro que você me deu.
O quadro ficava na minha penteadeira, de frente para a minha cama. E te apagar da memória era quase impossível com ele ali.
Ele era a primeira coisa que eu via ao acordar, e a última antes de dormir.
Então resolvi que não queria ver mais, peguei uma tela e o cobri.
Aos poucos, a cada novo despertar, ia me esquecendo de que havia algo por trás daquela tela.
Eu tinha esquecido que ele estava ali e, de repente, percebi que também te esqueci.
E esse foi o: MEUS VERSINHOS, kk.
Hoje to poetinha.
Bebeta 2 versículo 4. Q
Beijinhos românticos da Bebeta
Chega de rede social
Desde sábado, quando Elon Musk teve a ideia genial de limitar as visualizações do Twitter, o que não falta é gente migrando para todas as outras redes sociais que existem. O BlueSky deu aquela liberada de convites para a galera entrar, e Mark Zuckerberg, que está em uma batalha direta com o calvo dos foguetes, não demorou para soltar a sua versão de Twitter, o tal Threads (nem pra fazer um nome original, sabe?).
A timeline aqui está super dividida entre gostar dessa novidade e achar tudo horrível. Eu, sinceramente, tô do lado de quem acha tudo horrível. Precisamos de mais uma rede social?
Ando cada vez mais cansada dessa coisa de ter que ficar postando o tempo todo e em vários lugares. Quero apenas poder falar besteira com meus amigos na internet sem aparecer um desconhecido fora de contexto falando merda. Não quero ver posts de coisas que não me interessam na timeline, não quero que outro algoritmo dite o que vai aparecer para mim.
Porque é meio que isso: Instagram e Facebook, os maiores produtinhos do alienígena do Vale do Silício (esse cara não é normal, gente), já estão uma grande bosta por conta desses algoritmos. O alcance do conteúdo está pífio. As pessoas que te seguem não veem o que você está produzindo lá porque, segundo Markzinho, o algoritmo sabe melhor do que elas o que vai interessar. Acho isso de uma arrogância imensa.
E o foda é que é essa arrogância está aí apenas para o lucro. Apenas para aumentar nosso tempo de uso do app, para inflamar discussões idiotas para você continuar engajando. A maioria dos usuários das redes sociais não faz ideia do mecanismo que está por trás do que você vê. Eu fico cada vez mais desconfiada com qualquer coisa nova que surja, porque ela é uma armadilha para coletar seus dados e fazer você consumir conteúdo que não te interessa.
O BlueSky é aquela coisa: tá divertido estar num lugar só com meus amigos, sem perfil de jornal, tuiteiro polemiquento (que já tratei de bloquear todos), sem anúncios, com uma timeline cronológica, mas eu sei que isso vai durar pouquíssimo tempo. Logo a necessidade de monetização vai destruir o app. E o Threads? Bem, legal a integração de quem te segue no Insta já te seguir lá direto, você já chega com público. Mas a timeline logo meteu post de Otaviano Costa, Felipe Neto e afins na minha cara, coisas que definitivamente não me interessam e não quero ver. Pois algoritmo.
E estaremos lá? Claro que estaremos. Mas pelo amor de deus, como não queria estar.
Ouça atentamente
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
No É Nóia Minha? dessa semana, a Camila chamou o Fábio Curz, o Fabão, para falar sobre calotes e perrengues. Escuta aí!
No Ppkansada, Bertha, Bela e Taize falaram sobre aquelas dores que sempre estão dentro de nós e que muitas vezes deixamos de lado. Vem ouvir!
No Conselhos que você pediu, Bela falou sobre aqueles momentos que te definem na vida. Vem aqui dar seu play.
E no Santa Reclamação de Cada Dia, a Taize falou sobre nossa vontade de ser medíocre e não produzir nada. Escuta!
E lá vamos nós…
Tá na hora de pegar nossas vassourinhas de bruxa, dizer “e lá vamos nós” e partir para o final de semana. E que ele seja repleto de paz e harmonia (ou seja, silêncio e solidão).
Obrigada novamente por lerem até aqui, e muitos beijos sem carisma algum,
Camila, Isabela, Bertha e Taize
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