Associação dos Sem Carisma #177
Agosto com gosto
Mais um mês de agosto se aproxima e a gente já fica até com medo do que ele trará pra gente. Porque com a fama de "mês do desgosto", boa coisa não deve ser. Então só pra gente se preparar e enfrentar esses 31 dias com mais tranquilidade, temos algumas dicas para seu agosto ser mais tolerável.
Avó de tamagotchi
Achei que era meio cedo pra isso acontecer, mas depois que ele testou sua paternidade no tamagotchi emprestado pela Luisa, eu permiti que ele tivesse o dele. Alguns pedidos de ajuda sobre quais botões usar e, entre limpezas de cocôs e idas ao hospital, ele resolveu que seu Tamagotchi era uma menina, que foi batizada com o nome de Perita. Achei bonito.
Na hora de dormir, “Mãe, como eu durmo mais cedo, você pode olhar a Perita pra mim?”, cuidei como se fosse minha. De manhã ele vem me acordar, “Bom dia vovó da Perita”. Não estava preparada pra isso. Ah, mais um detalhe, tenho a guarda de Perita nos dias em que ele está na casa do pai. Segue foto da minha neta.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Função pombo correio
Percebi que a vida toda eu fui um pombo correio, kk. Daqueles bem depenadinhos que ficam na Praça da Sé atrás de uma migalhinha de pão.
Puts, enquanto eu descrevia esse pombinho fiquei até meio triste, KKK.
Mas é sério, vem comigo nesse voo rasante de pomba.
Tudo começou em 2002 (RISOS), quando os meus pais se separaram e não conversavam entre si, e eu tinha que ficar passando recado de um para o outro. Era bem exaustivo, e não muito bacana NÉAN, mas isso foi resolvido com o intermédio de uma terapeuta alguns aninhos depois.
Daí teve a fase do colégio, e quando eu e meus amigos queríamos viajar, ir em alguma festa ou churrasco em alguma cidade próxima, fazer qualquer coisa, eu era a pessoa que comunicava, ia atrás de van (VANESSA), de hospedagem, fazia o corre, sabe
Beleza.
Teve a época da Faculdade, em que morei em uma república com mais 3 meninas, e também resolvia os B.O.s em geral, e quando rolava qualquer treta tinha que ir lá e comunicar. Vou usar nomes fictícios aqui, mas era tipo:
— Ah, Larissinha, a Juju tá meio bolada contigo porque você deixa a COLHER DE BRIGADEIRO SUJA PELA CASA E ISSO NÃO É MUITO BACANA E HIGIÊNICO, TÁ?
Sim, esse relato é baseado em fatos reais!!!!!!!
Me meti numa carreira de produção para TV e Internet, que nada mais é (tô resumindo para fazer sentido a linha de raciocínio aqui, hein) do que ser a pessoa que vai lá e faz a ponte entre fornecedores e o desejo da direção e do conteúdo.
Tá!
E AGORA me encontro em uma situação onde meu pai vem me consultar sobre como e o que falar as informações e desejos dele para os meus irmãos. KKKKKK
Será que a vida toda eu fiz isso só para esperar as migalhinhas de pão?
Sei lá. Prrruu
Desinfluencer
Um tempo atrás saiu uma matéria em algum jornal gringo falando sobre ser "desinfluencer". Um movimento feito por influencers, claro, mas repensando toda a cadeia desse negócio. Preciso mesmo ficar recomendando produtos? Preciso mesmo ficar despertando nas pessoas o desejo de consumo?
Bem, sou sempre a favor da influência consciente. A gente precisa de dinheiro, sim, mas a gente não vai vender nossa alma pra uma casa de apostas. Só que a gente vende a nossa alma sim, se for pensar direitinho no assunto.
Sigo e consumo vários produtores de conteúdo que adoro, e vejo como muitos deles estão insatisfeitos com essa profissão pela demanda que ela exige. Você precisa produzir o tempo todo, você precisa fazer um viral toda semana para manter o seu engajamento, você precisa estar online 100% do tempo para ser relevante para as plataformas. E é para elas que a gente vende a nossa alma.
Lembra anos atrás quando a galera ganhava uma boa grana com o YouTube porque eles pagavam? Faz tempo que não é mais assim. O YouTube restringe cada vez mais o conteúdo e diminui consideravelmente a rentabilidade dos canais, que hoje só sobrevivem fazendo publi e, principalmente, com apoio dos seguidores. E ainda assim, para você continuar tendo público e tendo publicidade, você precisa produzir mais, cada vez melhor, para uma plataforma que não entrega aquilo que você faz – e aí você tem que fazer mais conteúdo exclusivo em outro lugar para justificar o dinheiro que a audiência dá para você.
E o Instagram? Pior ainda. Primeiro que ele nunca teve um mecanismo para remunerar os produtores, não com a grana saindo deles mesmo — agora tem essas coisas de presentes e tal, mas quem dá o dinheiro, novamente, é o seguidor. O Instagram tem um dos piores algoritmos possíveis, e só vem diminuindo seu alcance para te obrigar a fazer mais e gastar dinheiro com impulsionamento. E vai lá quebrar a cabeça para fazer mais coisas torcendo para que, dessa vez, os números melhorem.
Tudo errado, tudo uma merda, e tô cada vez mais querendo que todo mundo vire um desinfluencer, que as plataformas explodam todas — mesmo isso custando o meu sustento. Esses dias alguém me pediu dicas de como ir atrás de publicidade e remuneração, virar influencer mesmo, e eu só respondi: amiga, não faça isso. Não vale a pena. Não traz retorno, só traz frustração. A gente tá aqui fazendo conteúdo, algo que exige tempo, pesquisa, muita bateção de cabeça. Mas para as plataformas (e outros agentes dessa cadeia comercial que não vou mencionar aqui agora), só os números importam, e os números não querem dizer nada.
Então assim, tá querendo ser influencer? Não seja. Seja desinfluencer. Você vai ser muito mais feliz assim.
Eu quero uma vida de loira platinada
Eu precisava de Sol
Aconteceu um milagre na minha vida e resolvi passar uns diazinhos na praia com minhas melhores amigas — inclusive, escrevo esse texto de frente para uma piscina que não posso entrar, pois lavei o cabelo. Logo nos primeiros dias aproveitando o Sol, acabei reparando como me sinto mais vivo, cheio de disposição para dar longas caminhadas e me divertir com muito carisma, o que é raro para alguém como eu, que detesta se misturar com fauna, flora e excesso de alegria humana.
Quem me conhece, sabe. Nunca fui de passar longas horas na praia, muito menos de ficar assando numa laje, mas, após um período longo sem interagir muito com a luz do Sol, comecei a sentir uma leve necessidade de torrar e absorver vitamina D em excesso. Isso porque, desde que me mudei para meu apartamento, dá para contar nos dedos as vezes que me envolvi com qualquer tipo de luz não fosse de lâmpadas, celulares e televisões. O Sol até bate na minha janela, mas, mesmo ouvindo minha mãe implorar para eu ter uma relação mais próxima com a luz dele, acredito ter simplesmente ignorado a importância da vitamina D no meu dia a dia, o que é um horror, não é mesmo?
A diferença de levar uma vida com a quantidade necessária de vitamina D no corpo é gritante. Ao perceber isso, vi que existem dois Claudios: Claudio sem Sol e Claudio com Sol. O Claudio sem Sol, extremamente indisposto e muito presente na minha vida nos últimos meses, odeia luzes levemente fortes, gosta de ir dormir às 20h da noite e acordar às 11h da manhã, além de andar com as luzes apagadas em dias nublados e só se sentir realmente acordado após três xícaras de café pela manhã. Enquanto isso, o Claudio com Sol, até que bem disposto e presente nessa última semana de comeback da vitamina D para o meu corpo, tem energia e carisma para fazer além do mínimo, se sente mais bonito e consegue prestar mais atenção nas coisas, além de não precisar de três xícaras de café para se sentir acordado (e sim duas, rs).
Essa diferença gritante que foi notada em poucos dias recebendo algo tão básico como luz solar me fez perceber que, muito provavelmente, a indisposição quase total que andava assombrando meus dias dentro de casa fosse apenas falta de ouvir os conselhos da minha mãe e botar a cara no Sol, igual as monas. E você, já tomou seu Sol hoje?
Coisas pra você ouvir
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
No É Nóia Minha? dessa semana, Camila recebeu Martchela e Phelipe Cruz para falar sobre apps de pegação. Dê match com esse episódio!
Já ouviu falar da ortorexia? As ppkers chamaram a dra. Sophie Deram para conversar sobre a obsessão de comer saudável — e como a alimentação também afeta nossa autoestima. Ouve aí!
No Conselhos que você pediu, Isabela Reis falou sobre a linha tênue entre impor limites e ser egoísta. Dá o play!
Até mais, galera bacana
Encerramos com sucesso mais uma edição da Associação dos Sem Carisma. Esperamos que tenham gostado, e que deixem seu like, o seu comentário, o seu compartilhamento para aquela pessoa que é sem carisma, mas ainda não descobriu. É assim que a gente se fortalece. <3
Obrigada de novo por estarem aqui esbanjando descarisma com a gente.
Beijos,
Camila, Bertha, Claudio e Taize
Lembretes de encerramento:
Vem seguir nosso perfil no Instagram que tem novidade todo dia.
Entre no seleto grupo Associação dos Camillers no Telegram.
Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.