Associação dos Sem Carisma #180

Manual da DR

Quer algo mais sem carisma do que ter uma DR? Não tem, né?

Discutir a relação já vem com aquele peso que desanima até a pessoa mais carismática. Mas apesar de temermos sempre esse momento, não somos contra as DRs. Elas são necessárias e importantes, e depois de um tempo o carisma volta. 

Mas até lá, preparamos um manual para você preservar pelo menos um risquinho na bateria do carisma enquanto tem uma DR — para não deixar a coisa ainda pior. Vem ver! 

---

Espaço para exaltar nosso amigo

Hoje não tem texto de Camila Fremder pois ela teve que ir em um evento social, e não restou carisma para o texto. Mas foi um evento bom, um evento importante: o lançamento do livro Trinta segundos sem pensar no medo: memórias de um leitor, do Pedro Bookster Pacífico! Está perdoada, não está? 

Então fica essa dica da Camila: vão ler o livro do Pedro que está lindíssimo! 

---

A lista de tarefas mais chata do mundo

Existe carisma que resista às burocracias da vida adulta? Lógico que não. Pelo visto, tirei o mês de agosto pra resolver pendências insuportáveis, todas coisas que odeio, mas me odeio mais toda vez que as adio. 

Pra começar o ciclo de ódio da procrastinação de tarefas chatas, preciso ir na costureira e levar toalhas pra bordar. Explico: estou com várias roupas repassadas da minha tia há meses, ela veste três números a mais que eu e preciso ajustar as roupas para finalmente usar. Além de trocentas bainhas pra fazer de vestido, calça, macacão porque, enfim, apenas 1,60m de altura. Não há pernas de calças pra mim nesse país!! 

As toalhas bordadas vêm com ranço adicional. Eu não sei qual problema o meu marido tem que ele usa as minhas toalhas o tempo inteiro. Juro, são quatro anos juntos e TODA SEMANA ele usa minha toalha. Eu sinto ódio — porque ele deixa tudo embolado e elas secam fedendo — e pego uma nova. Enfim, um ciclo sem fim. Eu já pedi, conversei, gritei, dei ataque, nada adianta. A minha última instância antes do divórcio é mandar bordar nossas iniciais em letras garrafais pra resolver essa separação de bens. Demandas CHATÍSSIMAS.

Ontem finalmente chegou uma multa que tomei em fevereiro do ano passado. Lembrava vagamente de nunca ter pago outra que tomei em 2021. Fui abrir a tampa do DETRAN. E toma de emitir boleto e pagar tudo atrasado. Procurando o boleto antigo, achei a taxa de incêndio de 2023. Você pagou? Porque eu não. E vamos de catar uma segunda via da taxa de incêndio. Nessa brincadeira, descobri que não tinha pago a de 2021. Tenho justificativa: bebê de três meses, em pleno puerpério. Com todo respeito? Tománocu os bombeiros. Mais de 40 reais de multa. Paguei. 

Não satisfeita, resolvi logo hoje tentar investir meu dinheiro — o que vocês já sabem que não entendo nada. Segue a mensagem que mandei pro Raphael: “deus eu sofro mais do que jesus com essas MERDASSSSSSSSSS DE INVESTIMENTO VTNCCCC”. Acabei não investindo nada. Foda-se.

No início do mês, resolvi fazer toda a contabilidade e planilhas de gastos da família desde janeiro. Ainda não tinha feito esse ano. Absurdo! Bom, é claro que me estressei. Descobri que meu esposo não tinha pago duas das três parcelas do IPVA e que o banco nunca tinha devolvido tarifas que me prometeu estorno. Só dor de cabeça. 

Mas eu sei que perturbação burocrática foi essa. Vênus retrógrada. Tá na minha casa 2, justamente em relação com finanças. Já tinha sentido esse comichão antes de saber do movimento astrológico, depois que soube, aproveitei pra dar um gás com ajuda dos astros. É o que chamo de CHATOCUIDADO, minha tradução livre do termo em inglês “boring selfcare”, aquelas tarefas chatíssimas que são muito mais resolutivas pra sua saúde mental do que passar uma máscara facial. É um saco, mas necessário, e sai um peso. Resolve logo aí também.

---

Existe algo maior? 

Essa semana encontrei minha bruxa preferida, Shibbo, Nadiajda, essa maravilhosa que tira cartas como ninguém e abrilhanta minha vida com grandes conselhos — e os mais engraçados. Fizemos o jogo do Escafandro, que, segundo a explicação dela, é "um jogo de Destino, uma análise de quais são os fios que teceram a sua existência e para quais direções eles tendem a ir. Ele é um resumão da vida toda e o foco dele é mostrar quais são seus maiores ponto de luz e promessas positivas, mas também trazer as tretas sombrias que podem estar escondias". Chique, não é? 

Eu nunca fui uma pessoa religiosa, apesar de catequizada e crismada (valeu, cultura católica), e tenho um pé muito no chão quanto a certas coisas. Gosto de ser racional, mas o tarot me fez perceber que não sou totalmente descrente. Posso não acreditar em Deus do jeito que as principais religiões o colocam, e certamente não acredito em todo e qualquer vídeo de "caça-fantasmas" que vejo na internet. Então talvez eu não seja crente em algo, mas, na verdade, eu quero ser. Quero encontrar algo que confirme que "oh, existe algo maior". 

O tarot meio que me leva a cogitar a existência desse "algo maior". O que Shibbo falou durante a consulta me assustou positivamente, pois tantas coisas bateram, tanto as boas quanto as ruins. Como o fato de eu me sentir miserável quando tenho que fazer algo contra a minha vontade, como o caos que existe dentro da minha mente que eu ainda não consigo controlar, como a energia "disruptiva" que, segundo o jogo, eu carrego pra onde eu vou. É muita coisa que "bate" para dizer que não tem algo ali, sabe? 

Esse algo pode não ser uma figura divina como muitos imaginam, com cara e corpo, vivendo em uma nuvem alta no céu. Esse algo pode estar dentro da nossa própria cabecinha ou segurando os fios do próprio universo, já que conhecemos tão pouco sobre essas duas coisas. Eu mesma não consigo explicar o que acontece dentro da minha cabeça, com os fluxos de consciência que não param e os sonhos com temas que sempre e repetem. Isso aí já me parece "algo maior", aquela coisa que está ali te dando sinais o tempo todo. 

Quando encontro Shibbo, fico com vontade de experimentar todo tipo de fé e espiritualidade que existe para ter essa minha visão muito terrena das coisas abalada. Quando ela me fala das experiências com ayahuasca, dá vontade de colar nesse rolê pra ter minha própria descrença testada. Mas ainda tem um medinho, sabe? De que vai que existe algo mesmo. E eu esteja ferrada. Então fico aqui só no campo da imaginação, botando o pezinho devagar na piscina do oculto. Porque sou curiosa, mas também sou medrosa. Vai que, né?

---

Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!

30 (mil) coisas para resolver antes dos 30

Sabe aquela listinha que a galera faz de 30 coisas para se fazer antes dos 30? KKKK

Se você não está familiarizado, normalmente essas listas têm coisas como:

• pular de paraquedas

• viajar sozinho

• aprender algo novo

Sei lá, normalmente são umas paradas assim. Fato é que eu nunca me preocupei, tive essa nóia ou fiz esse tipo de lista… CONSCIENTEMENTE!

Digo conscientemente porque, de umas semanas para cá, de repente resolvi tentar resolver tudo que me assombrava de uma vez só,  KKKK.

Sério, de forma totalmente inconsciente (???) natural, sabe? Comecei um tratamento para transtorno alimentar, me matriculei em uma academia e estou fazendo aconselhamento financeiro. DUMA VEZ SÓ! PRRRRA

E eu não tinha percebido, me dado conta, do quão resolutivo tudo isso é para a minha vida em geral, como sempre foram coisas que desejei/almejei e acabava deixando passar.

Acho que é o que muitos me falam, que os 30 são só o começo dos melhores momentos da vida mesmo.

Não tô falando em um tom de que assim que eu virar dos 29 para os 30 tudo vai para o seu lugar, se encaixar e se resolver como num passe de mágica.

Mas só o fato de ter dado o pontapé inicial nesses ITENS que me incomodam há tanto tempo já me deixa trinta vezes mais feliz e esperançosa com o futuro.

---

Venha ouvir

Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3

Se você odeia DR, vem ouvir o É Nóia Minha? que falou justamente sobre isso, com participação de Bruna Messina e Sara Mara.

Se você já teve que romper uma amizade ou já passou por uma amizade tóxica, vem ouvir esse episódio do Ppkansada onde a Bertha, a Bela e a Taize contam seus causos.

Se você anda negligenciando os sinais do seu corpinho, vem ouvir esse episódio do Conselhos que você pediu sobre auto-observação.

E se você não aguenta mais ouvir comentários alheios sobre o seu corpo, ou se você é a pessoa chata que faz comentários sobre o corpo alheio, vem ouvir o Santa Reclamação de Cada Dia.

---

Bom fim de semana a todos

Sobrevivemos à metade desse mês, então podemos comemorar nos mimando com coisas que devolvem nosso carisma: uma jantinha boa, uma série gostosinha, um podcast animado, um sábado em completo silêncio. Vai lá, se mime.

Obrigada por ler a gente até aqui, viu? Cuidem-se, e beijos,
Isabela, Bertha e Taize.

Lembretes de encerramento:

• Vem seguir nosso perfil no Instagram que tem novidade todo dia.

• Entre no seleto grupo Associação dos Camillers no Telegram.

• Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.

• Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.

• E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.

• E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.