Associação dos Sem Carisma #189
Como ter uma boa sexta-feira
Primeiramente, sua sexta-feira já começa boa se você recebe este e-mail (sim, nos elogiem!). Mas antes de você começar a colocar a mão na massa no trabalho, venha conferir mais algumas diquinhas para que esse último dia útil da semana seja melhor para você, e não para a produtividade. O mercado pode esperar.
Tenha uma boa sexta, e esperamos que você aprecie a news de hoje!
Sonho? Tem, mas acabou
Eu juntava três folhas em branco e as grampeava. Mais três folhas, depois mais três, tudo grampeadinho. E foi isso. Acordei. Esse foi o sonho. Grampear folhas. Já ontem, sonhei que descia uma escada de madeira usando um casaco enorme. Só isso. Eu descendo uma escada de madeira. Eu não falava nada. Não acontecia nada. Apenas uma enorme escada de madeira. Perdi a criatividade pra sonhar.
Outro tipo de sonho que acontece por aqui sou eu fazendo coisas que gostaria de ter feito, mas não tive tempo. Semana passa eu lavei o cabelo no sonho. Muitas vezes. Esfregava, tirava o xampu, colocava de novo. E era isso.
Eu sei, já disse aqui e no podcast, e talvez até no Twitter (ainda me recuso a chamar de X), que eu odeio gente que me conta sonho, mas podemos dizer que esses sonhos não são uma história, certo? De todo jeito, desculpa.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
A sua vida não é um clipe da Mariah!
Desde muito novinha eu sou fissurada em videoclipes e novelas, e em diversos momentos da minha vida eu tenho certeza de que estou interpretando a minha cena da vida. Fato importante é que quanto mais dramática a OBRA AUDIOVISUAL, melhor.
Acho que não é uma exclusividade minha, muita gente faz isso, mas é que essa semana me peguei em um SUPER MOMENTO e quis compartilhar, rs. Porque quando você é adulto e meio que se vê de fora na situação, você só se pergunta: MONA? E na mesma hora, por mais dramática que seja a situ, ela fica patética.
Quando eu tinha uns 10 anos eu fazia coreografias de ballet pelo supermercado cantando Evanescence "My Immortal" (grande música, grande momento), e o meu pai era essa voz que falava MONA???????
Também gostava de tocar algumas músicas da playlist Mulheres Apaixonadas — SHURAI CURAI, sabe, KKKK — no banho, e derreter no box que nem a Carolina Dieckmann sofrendo pelo Erick Marmo.
Bom, voltando para 2023. Essa semana foi daquelas em que tudo bate nas suas costas e no cy, rs. Preocupações mil com família, casa, contas e o Carlinhos ficou doentinho no meio do caminho em um dia em que claramente eu não deveria nem ter levantado da cama para evitar fadiga.
Na hora do almoço, tive que levá-lo de emergência na veterinária que é bem longe de casa, e no caminho logo me irritei por ter achado uma veterinária maravilhosa, só que longe pra cacete. Daí, chegando lá, depois de 40 minutos com um cachorro cheio de cocô com sangue no carro, não tinha ninguém, o consultório estava trancado e vazio.
Na mesma hora eu sentei na calçada, me abracei na mochilinha do Carlinhos e comecei a chorar de soluçar. Nessa hora tocou Mac Miller 2009 na minha cabeça, kk, e na hora em que eu ia começar o meu drama queen moment interpretando "Without You", da Mariah Carey, não cheguei nem no primeiro refrão.
A doutora logo chegou, eu tentei me recompor e o meu clipe acabou ali. Precisei voltar a ser funcional e resolver os babados.
Faz sentido continuar?
Semana passada escrevi sobre ter saído de casa para socializar e sobre como isso foi bom. Essa semana, parece que fui atingida por um meteoro, porque a vontade é apenas de ficar vegetando no meu sofá fazendo absolutamente nada. É como se a TPM tivesse virado apenas TM, já que o mau-humor característico do período pré-menstrual se fez presente durante a menstruação mesmo. Não existe alegria plena durante 30 dias seguidos, eu vou oscilar entre a alegria de estar viva neste mundo e a vontade de que tudo acabe.
Porque já está acabando, né? Desde que li esse texto do Davi Rocha sobre ansiedade climática, eu tô pensando em como as coisas que faço parecem não ter sentido algum dentro desse contexto de caos e destruição. Na nossa infância, fazia sentido a gente pensar em trabalhar para um mundo melhor. Mas agora, com desastre natural rolando toda hora (olha as enchentes), com conflitos mil pelo mundo, com gente se digladiando por causa de diva pop na internet, com a falta de bom senso geral, a sensação é de que o fim é só uma questão de tempo. Pouco tempo. E já que o colapso tá aí, faz sentido continuar fazendo o que eu faço pensando no futuro? Que futuro?
Tava falando com um amigo esses dias e me toquei de como as coisas ficam maçantes quando falta uma perspectiva de algo bom. Tipo viajar nas férias. Você tem um objetivo claro de lazer e descanso, de novidade, que te impulsiona a trabalhar e dar conta das responsabilidades porque você sabe que, lá no final, você terá uma recompensa. Uma boa recompensa. Quando te falta um objetivo claro como esse, as tarefas perdem o sentido. Tô fazendo isso pra quê? Pra passar mais uma semana repetindo essas tarefas sem perspectiva de que algo diferente vá acontecer. Aí o desânimo se instaura.
Se eu for pensar a longo prazo, então, é depressão na certa, porque meu pessimismo não vê solução para nenhum dos problemas que me preocupam — os individuais e os coletivos. Nós até tentamos, mas sempre tem algo (ou alguém) que impede que as coisas se resolvam (piscadinha de olho aqui para certo país que vetou certa proposta de cessar-fogo de um certo conflito que tá rolando aí). Como o Davi escreveu: faz sentido se preocupar com as coisas cotidianas da vida, seguir jogando o jogo do trabalho/casa/família/responsabilidades/contas a pagar quando estamos observando o mundo acabar? Porque parece que, em 20 anos, as coisas estarão tão ruins que nada do que me importa hoje fará sentido.
A resposta a qual chego geralmente é não, mas a gente segue fazendo. Por quê? Não sei. Eu sozinha não posso fazer muita coisa, e não tenho coragem de largar tudo e virar eremita. Então só me resta reclamar aqui enquanto a bad vibe não vai embora e torcer pra meu humor estar um pouquinho melhor e mais esperançoso na semana que vem.
Eu quero uma vida de loira platinada
Saudades das divas pop
Esse mês de outubro foi um marco enorme para a vida dos gays de bom gosto, já que a Madonna voltou com tudo ao dar início aos shows da Celebration Tour. Ver essa mulher fodona cantar e dançar de salto aos 60 e poucos anos faz a gente refletir sobre como ela é uma referência incrível, de verdade. Esse evento acabou nos lembrando de como estávamos com saudades da musa, principalmente após aquele susto horrível dela ter ficado no hospital.
Ser essa gayzinha gen-Z e viver nessa época contemporânea de divas pop acabou dificultando um pouco na hora conhecer talentos “do passado” como a Madonna, já que agora o que toca na rádio é Olivia Rodrigo e Taylor Swift. Então, começar a prestar atenção na história de artistas como a Cher, Madonna, Janet Jackson, etc., me faz pensar “ONDE FOMOS PARAR”? Nada contra as referências do pop atual — apenas um pouco, pois tenho preguiça —, mas acredito que, se as rádios voltassem, de fato, com a Madonna e com a Cher, o mundo seria um lugar melhor. Isso porque, né, é aquele papo meio clichê, porém válido, de que aquelas que começaram antes possuem muito mais história e acabam sendo mais excêntricas do que as atuais. Então, ver essa referência enorme que é a Madonna quebrando tudo no palco me faz agradecer muito por ela estar mostrando para as novatas como é que se faz.
Para não levar uma paulada dos swifters, devo dizer que, ao mesmo tempo em que tenho certa preguiça das divas gen-Z, fico muito feliz ao ver que elas deixam bem claro sobre suas inspirações e principais referências do mundo da moda e da música. Por exemplo, Olivia Rodrigo convidando a Lily Allen para o Festival Glastonbury, a Dua Lipa fazendo música com a Gwen Stefani e a Kim Petras se apresentando com a camiseta da Fergie. São momentos como esses que me fazem ter um pouco de fé no pop atual, de certa forma.
Meu objetivo com esse texto é fazer você, que está lendo a edição de hoje, assim como eu, parar a sua playlist de música atual e dar uma chance para esses clássicos de mulheres fodonas que moldaram a indústria da música pop. Sem esquecer da Christina Aguilera, da Gwen Stefani, da Britney Spears, da Whitney Houston e da Beyoncé. Posso garantir uma sensação muito mara e um repertório mais rycoh!
Queres ouvir um negócio?
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
E as gambiarras, hein? Essa tradição familiar virou pauta no É Nóia Minha? com participação de Joyce Müller e Mari Faria. Dá o play aí!
No Ppkansada, Bertha, Isabela e Taize chamaram Larissa Rodrigues, do Hábitos Que Mudam, para falar de se organizar para realizar o que planejamos até o fim do ano. Ouve!
No Conselhos que você pediu, Isabela falou sobre quando o relacionamento cai na rotina.
E no Santa Reclamação de Cada Dia, a Taize mandou a real para a galera que tá aí transando sem camisinha (principalmente o homem hétero).
Tchauzinho!
Antes de ir embora, só queremos dizer que o Jornews Sem Carisma está quase pronto! Se você se inscreveu e deixou seu endereço, falta pouco pra gente mandar nossa versão impressa dessa querida newsletter. Se você não se inscreveu, apenas dizemos: que pena. ¯\_(ツ)_/¯
Em breve a gente traz mais novidades do Jornews aqui. Aproveitem bem o fim de semana, e obrigada por chegarem até aqui novamente.
Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
Vem seguir nosso perfil no Instagram que tem novidade todo dia.
Entre no seleto grupo Associação dos Camillers no Telegram.
Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
o texto da taize me deixou 300% angustiada, ansiosa e era o gatilhinho que faltava pra uma crise deprê
O texto do Claudio tá incrível nessa edição! Foi muito bom ler sobre o show da Madonna, e as indicações de outras divas... Mas percebi, como boa milleanial que sou, que elas nunca saíram das minhas playlists! 😅🤣 Inclusive, senti falta de uma, que já não está entre nós: Tina Turner! 😉