Associação dos Sem Carisma #191
Boas distrações
Nossa concentração foi de base faz muito tempo, né? Quem consegue manter a concentração em um livro, por exemplo, durante uma hora nos dias atuais? Mas também, vamos ser honestos: tem distrações que a gente gosta. Tem hora em que parar tudo o que estiver fazendo para se distrair é um bálsamo. A pausa necessária que precisávamos, mas não sabíamos.
Então listamos aqui algumas boas distrações que, quando acontecem, a gente nem reclama.
O que eu quero
Muita mulher da minha geração deve ter visto Frances Ha e se sentido representada de alguma forma. Apesar de só ter visto o filme da Greta Gerwig uma vez há vários anos, tem uma cena que eu nunca esqueci. Não porque é uma das cenas mais compartilhadas do filme, mas é que quando eu vi Frances falando sobre o que quer em um relacionamento — de um jeito todo desajeitado em um jantar com gente desconhecida (nosso horror) —, senti que eu nunca esqueceria dessa cena.
O jeito como ela explicou o que procura no amor foi a melhor representação cinematográfica de algo que sempre andou na minha cabeça, mas não conseguia organizar em palavras. Amar deve ser isso. Você ter essa pessoa no mundo que, quando vocês se olham, enxergam um mundo particular no outro que é um refúgio. Alguém com quem você vai fugir das outras relações quando se sentirem sobrecarregadas por elas. Pra escapar do trabalho, das angústias internas, das tretas do mundo. E o que mais me encantou nesse famoso monólogo é como ela não fala de possessividade. Você não está grudado no objeto desse amor, você existe independente dele e isso é respeitado por ambas as partes. Cada um num canto em uma festa, tendo suas conversas, e quando os olhares batem, vocês sabem de uma coisa da qual ninguém mais naquele lugar sabe. E isso te conforta e te faz se sentir amada.
É uma representação bonita do amor, a que mais me dá esperanças de, quem sabe, um dia, eu encontre isso. Quando ela fala que esse é o motivo dela estar solteira, é porque é difícil encontrar alguém assim, que não vai se importar de estar separado de você numa festa ou durante alguns dias enquanto você habita esse mundo. Que não vai levar pro pessoal algo que sequer tem a ver com o que vocês construíram. Não fomos criados para ter essa configuração de relacionamento. É só abrir o Twitter pra ver como muita gente ainda acha que, se você interagir com outros seres humanos além do cônjuge, está cometendo um grande pecado. Querendo ou não, ainda caímos nessa armadilha.
O que Frances quer, e o que eu quero, é amar e ser amada enquanto indivíduo que existe em mais de um universo. É ter alguém com quem construir esse novo lugar, e que esse universo único que foi criado se torne o meu lugar favorito, para onde eu sei que posso voltar depois de passear por aí. Onde ambos saibam que podem voltar e se refugiar nesse lugar só nosso para encontrar algum sentido e conforto na vida. Isso existe? Acredito que sim. É fácil encontrar? Definitivamente, não. Mas é o que eu quero.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Lembrei que era bom
A vida de solteira é uma emoção, algumas vezes feliz e outras, muitas outras, triste. E disso muita gente sabe…
Mas e quando você fica com aquela pessoa, para de ficar, mas aí segue de papo para mais de ano, ANOS, e do mais absoluto nada, rola um comeback?
DEUS, se já deu errado FICANDO uma vez, por que não vai dar errado FICANDO DE NOVO? Pois é…
As chances de isso acontecer são todas, mas sempre fica naquela expectativa do: E SE?
Fora que, quando algo é bom e você sabe que é bom, quando reencontra com isso, parece que automaticamente a gente esquece tudo que foi ruim, num é? rskkkk
E eu não estou dizendo que o dar certo é entrar num namoro ou não, mas sim de uma experiência massa, sabe?
Acho que a sensação é de um conforto do conhecido e de que a gente não tem nada a perder. O famoso o que vier, É LUCRO! KK.
Eu quero uma vida de loira platinada
Possível vício em móveis
Meses atrás, recebi de uma amiga a seguinte mensagem: “Claudio Thorne frequenta as baladas mais caras de Curitiba, mas não tem uma colher dentro de casa”. Ao rir por fora e chorar por dentro, reparei que essa mensagem era, de fato, um retrato da minha realidade e que talvez tivesse chegando a hora de mudar meus hábitos jovens e inconsequentes de gastar com coisas que não agregam em quase nada. Então, amiga, é com muita felicidade que posso afirmar que novos tempos chegaram.
Itens domésticos dentro da casa de um jovem de 19 anos acabam não sendo uma prioridade tão grande quanto fazer um mercado minimamente decente e ter um dinheirinho sobrando para gastar com futilidades, como ingressos de balada e drinks duvidosos. No entanto, não sou mais um jovem de 19, e sim um jovem de 20, e essa virada me deu novas motivações e objetivos quando o assunto se tornou dar mais vida ao meu apartamento. Dessa forma, vi que estava na hora de comprar alguns móveis.
Se eu fosse mais esperto, teria os pedido de presente de aniversário, mas como minha cabeça ainda era de 19, minha prioridade até então era uma base de tom 10. Portanto, os móveis foram parar na minha fatura do dia 25. Ao todo, comprei uma mesa de escritório, uma cadeira e um armário de cozinha — esse armário foi um patrocínio da minha mãe, graças a deus —, e esses três itens já foram o suficiente para me colocar em um looping vicioso de imaginar a chegada de cada um dentro da minha casa. Pensar na posição, no cheiro, no brilho que fariam quando o Sol batesse, com que aparência ficariam quando eu derrubasse meu café em cima deles sem querer, tudo isso é tão gostoso que perco uns bons minutos nessa vibe. Aliás, se eu achava que a magia acabaria quando minhas novas idealizações chegassem, mal sabia eu que o pior estaria por vir. Numa manhã dessas, derrubei café de propósito no meu novo armário da cozinha, só para ver se esse acontecimento era, de fato, como eu havia imaginado no meu mundo das ideias. Cadê meus remédios?
Essa chegada do armário me emocionou muito, me tirou de órbita. Isso porque, até então, minha casa era considerada por muitos (inclusive por mim) como um deserto em que o vento passava tão rápido que era capaz de reproduzir falsetes como os da Mariah. Então ver a minha cozinha, que antes tinha apenas um microondas no chão e uma geladeira seca, tomando forma é algo muito mágico e me faz querer mais momentos como esse. Claro que passo um pouco da conta ao derrubar café de propósito, mas pelo menos agora tenho um armário na cozinha para fazer o que eu quiser.
A real é que existem poucas coisas melhores do que se sentir bem dentro do próprio lar, e, comprar esses móveis contribuiu muito para essa sensação. Me sinto um bobo por ter começado a investir nisso apenas agora. Sempre ri horrores do meu melhor amigo por ter coisas demais dentro de casa, mas agora comecei a perceber como é maravilhoso que esse meu pequeno espaço com muito eco, após meses, finalmente está tomando forma, uma forma que eu escolhi que ele tivesse. Deve ser por isso que é tão bom ver um novo móvel chegando dentro de casa. Agora, melhor ainda é não deixar as minhas emoções destruírem meu bolso só para gostar do que vejo dentro de casa, e é isso que a gente taca pra terapia.
Festival de podcasts
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
No É Nóia Minha? dessa semana, Camila chamou Pedro Pacífico, o Bookster, e Jacira Doce para conversarem sobre perder a concentração. Mas antes de você dar o play, avisamos que amanhã tem Camila Fremder e Marcela Ceribelli, do Bom dia, Obvious, no Spotify Podcast Festival, que acontece no Tomie Othake. Quem conseguiu ingresso, não vemos a hora de ver vocês lá!
Bertha, Isabela e Taize recebem no Ppkansada Amauri Mazzuco, do Papel Popi, para um papo gostoso sobre falar da vida dos outros. Vem dar o play e fofocar!
E no Conselhos que você pediu, Isabela fala sobre o seu “ano do sim". Vem ouvir!
Folga merecida, hein
Como estamos felizes com o fato de que boa parte de vocês deve estar lendo essa newsletter de casa, e não do trabalho. <3 Mas para quem teve que ir labutar em pleno feriadão, nossa solidariedade. É esculacho, sim.
Aproveitem para descansar, desligar da internet, e fiquem bem.
Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
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