Associação dos Sem Carisma #193
Só pegue o celular se for pra ler!
Nosso Jornews Sem Carisma está oficialmente lançado e demos várias dicas nele para sair das telas, mas agora nossa sugestão é como usar a tela de um jeito bom, edificante, agregador. Pois se tem uma coisa boa nessa tecnologia, é a possibilidade de ter acesso a várias leituras. Então bora fazer isso com o Skeelo?
O Skeelo é o maior app de leitura da América Latina, com ebooks, audiobooks e minibooks de diversos gêneros e estilos para você ler (ou ouvir!). E se você é cliente Claro, Vivo, UOL, Sem Parar e de muitas outras empresas parceiras do app, já tem acesso ao catálogo do Skeelo! Mas antes de correr pra baixar o app, deixa a gente te mostrar algumas leituras imperdíveis que estão lá.
Olha aí, tá cheio de coisa boa lá no Skeelo. Então vem aqui já baixar o app para encontrar a sua próxima leitura!
Cochileta Russa
Não sei se vocês notaram minha ausência na edição passada aqui da news, mas infelizmente fui vítima da cochileta russa. Me perdoem por isso, por favor, mas na real fiquei orgulhosa de mim, encarar uma soneca com tanto desprendimento não é nada a minha cara. Mas quando acordei, quatro horas mais tarde, sem saber em que planeta estava, dei uma gostosa risada que só pessoas que “fritam” dão. Valeu a pena.
Desde que me tornei mãe, desfrutar uma boa cochileta russa era impossível. Por mais que tentasse, sempre era interrompida por algum alarme estratégico programado por mim, ou por um despertar desesperado digno de se tirar algum parente da forca. Espero não furar com meu texto nas próximas edições, mas, ao mesmo tempo, aguardo ansiosamente para viver essa aventura onde tudo pode acontecer.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
O Burnoutinho não é seu amiguinho, parte 2
(A primeira parte está no Jornews Sem Carisma, que chegou na casa de vocês.)
Conversei com a jornalista, palestrante, mentora e maravilhosa Bruna Fioreti, que deu o seu relato pessoal sobre burnout nas suas redes sociais como forma de alerta à outras mulheres.
Bru, quando comecei a escrever essa matéria, automaticamente me lembrei da primeira vez em que ouvi a palavra “burnout”, e da sensação que ela me causou.
Você lembra qual foi o seu primeiro contato com essa palavra?
A primeira vez que vi/ouvi sobre o termo foi em uma revista americana, e lembro de me sentir instigada e automaticamente pensar se eu tinha esse tal de burnout ou não. Tive a ideia física e senti na pele na hora em que ouvi. Eu cuido da minha saúde mental há muito tempo, e também tenho contato com questões de saúde mental por conta de alguns casos na minha família desde a minha infância. E acho que, por ser uma pessoa com neurodiversidade, também pensava que isso poderia acontecer comigo. Também tive contato e me aprofundei mais sobre o tema porque eu trabalho com carreira e mentoria, então tive que começar a pesquisar fortemente sobre.
Pois é, você falava bastante sobre Burnout por conta do seu trabalho, mas quando foi o seu primeiro contato com ele, sentindo na pele mesmo?
Foi em janeiro de 2022 que tive o meu "primeiro contato" com o burnout, e rolou de fato a minha paralisação.
Você sentia alguns sinais de que algo estava diferente no seu corpo antes dele paralisar?
Eu sentia uma pressão na cabeça, onde o meu cérebro parecia descolar da cabeça já há algum tempo, mas achava que era labirintite. Eu também tive alguns casos de vertigem e até cheguei a me medicar com um remédio que é para labirintite. Tinha muito sono, só queria ficar deitada, a depressão piorou. Cheguei a ficar longe das redes e achei que tinha melhorado, sabe? Então voltei a trabalhar.
Acabo até separando em fases esses acontecimentos, a sensação do cérebro descolar é a fase 01, e aí parei um tempo com as redes sociais e achei que tinha voltado ao normal… E é aqui que começa a fase 02. Voltei a trabalhar e finalizei um projeto super grande do meu trabalho. Ah, e eu também estava passando por um processo difícil de divórcio. Lembro de, neste momento, começar a não enxergar direito. Eu senti os sinais, mas acabei seguindo. Comecei a ficar com as palavras pastosas, sabe? Eu confundia as palavras, e achava que estava enlouquecendo.
Nessa época eu não sabia se ia dormir loucamente ou ter uma insônia bizarra.
Tudo acabou virando uma bola de neve na minha vida, e para melhorar, eu também estava me mudando nessa época. Comecei a ter dificuldade para andar. Acabo me perguntando até hoje o que foi burnout, o que foi trauma de separação, o que é trabalho e o que é emocional. Mas está tudo ligado, né?
Antes do burnout eu era muito produtiva, então a minha virada de chave, foi quando eu simplesmente não conseguia mais. O meu corpo tirou tudo. É engraçado, vejo muita gente dizendo que teve burnout e de repente surgem falando que voltaram à "vida normal". Cara, isso não existe! E me deixa muito incomodada essa banalização em cima dessa síndrome, e de tantas outras de cunho mental. Esse papo de superação. Por exemplo, logo depois do meu burnout, eu tentei lançar um produto pelo meu projeto Desencaixe, cheguei a organizá-lo e lançá-lo. E no exato momento em que lancei, repensei tudo, porque voltei a ter os sintomas do burnout.
Eu não estava pronta para voltar, meu corpo não estava pronto para voltar. É isso o que mais assusta, a gente não tem o controle. Não é no nosso tempo que as coisas voltam.
Por quanto tempo você acreditou na romantização da super produtividade e desse estresse todo?
Essa romantização combinava muito comigo porque eu já era mais acelerada, e eu sou uma pessoa super produtiva e eu nem sabia ser de outro jeito, a minha tendência é ser desse jeito. A gente acha que é uma coisa para sempre, a Bruna aqui na sua frente não é mais aquela pessoa. Não posso mais me cobrar como eu cobrava.
Na minha newsletter, Descarrego, já fiz alguns textos sobre ter morrido algumas vezes. Morri nas minhas separações, a minha versão antiga de trabalho também.
Sou uma pessoa que trabalha com carreira, com marca pessoal e que passa por tudo isso. O que eu falava antes não é tão dissonante do que eu falo hoje.
Eu cresci achando que eu era especial, e isso me influenciou bastante. Eu tenho sim formação em milhões de coaches, e posso me sentir especial, mas não a ponto de acreditar em um bando de lorota. E de repente, vem um tapa na cara te dizendo que você não aguenta. Acredito que temos que aceitar que somos seres mutáveis! Mas a pessoa só vai entender isso quando passar por isso. A nossa melhor versão é verdadeira, é a como saúde física e mental, que consegue viver com o que tem.
Diazinho na piscina
Eu não aguento mais o calor, assim como você também não deve mais aguentar sentir e ouvir reclamações sobre o calor. É isso, gente, chegamos ao final da experiência humana na Terra. Apenas aceito, mas façam o fim ser rápido.
Eu tava na maior vibe “queria estar morta” (um beijo, Lana Del Rey) nesse feriado que teve na quarta-feira. Dor de cabeça, dor existencial, falta de vontade de fazer qualquer coisa porque eu estava triste e porque, se eu levantasse e saísse na rua, era bem provável que eu colapsaria. Melhor evitar, né?
Mas aí veio ex-vizinha Carla com a ideia de pegar um day use em um hotel e ficar lá na piscina, boiando na água refrescante. Fui, porque se tem uma coisa que eu jamais farei é recusar uma piscininha. Ou uma praia. Ou uma cachoeira. Ou qualquer outro grande volume de água limpa em que posso mergulhar. Eu vou, não importa o que eu tenha pra fazer.
O dia continuou insuportavelmente quente, mas só o som da água caindo na piscina já trouxe de volta minha capacidade de viver. E lá fiquei com Carla, só relaxando e nadando, lendo cada uma seu livro na maior paz, mal olhando pra essa porra de internet.
O foda é que uma piscininha dessas não acontece sempre, porque até pra isso precisa de dinheiro. Mas eis agora meu novo rolê favorito pra fazer com amigos: no lugar de um bar, se junta com a galera pra passar o dia na piscina de um hotel (tem lugar em que o valor do day use pode ser dividido entre até três pessoas). Fica lá nadando, papeando e fazendo vários nadas pelo dia todo, só fingindo que é um hóspede rico viajando e aproveitando a calmaria das férias. Já que eu não tenho como viajar agora, posso pelo menos fingir isso. E foi gostoso, viu? Fica a dica para você morrer menos nesse calor.
Eu quero uma vida de loira platinada
Inconciliável
Em uma segunda-feira ensolarada, acordei com expectativas altíssimas em relação ao que iria acontecer nas próximas semanas de novembro, como entrega de trabalhos da faculdade, compromissos e rolês marcados, looks montados e produtos de skincare separados para cada momento. Mas, como imprevistos não existem dentro de uma visão idealizada pelas expectativas, nem preciso dizer que a vida me jogou um balde de água fria do qual eu não estava preparado para levar.
Marcar compromissos que me permitem pirar e idealizar antes é algo muito gostoso, porque sinto que vou conseguir me colocar no controle de tudo que está por vir ao imaginar todos os possíveis acontecimentos na minha cabeça. No entanto, ao abrir meu celular e me deparar com não só uma, mas uma série de cancelamentos, me fez ficar furioso com essa maré de azar que havia chegado por WhatsApp, que botava meus planos em apuros e eu não podia deixar isso acontecer. Nesse momento, meu lado Bob Construtor de Soluções para Quebras de Expectativa começou a trabalhar de maneira adoidada para conciliar as coisas recolocar tudo no lugar.
Meu lado Bob é ótimo, ele realmente consegue transformar a merda em ouro ao encontrar “culpados” pelos meus problemas e dar a volta por cima. Mas dessa vez o culpado era apenas o universo com essa maré de azar que caiu por cima de mim e, infelizmente, não consegui nadar contra essa maré. Por causa disso, entrei em desespero, um desespero tão grande que fiquei de luto por tudo que havia planejado, principalmente pelos meus tão idealizados looks. Tive as três fases: luto, raiva e, depois, a aceitação. Luto por entender que o que estava planejado não seria possível, raiva por não entender que meus compromissos não poderiam ser concertados e, mais tarde, aceitação por começar a entender que tem vezes que precisamos abraçar a merda e aceitar o inconciliável.
Lutar contra o inconciliável dá uma ressaca fortíssima por todos os planos que meu lado Bob tentou montar e que não deram certo, e chegar a essa reflexão foi algo muito difícil, porque é quase impossível, para mim, aceitar que as coisas vão sair do meu controle quando eu menos imaginar, e mais difícil ainda é entender que tá tudo bem essas coisas acontecerem. Talvez o meu lado Bob Construtor não fosse tão bom para mim quanto deixar os problemas, cancelamentos e brigas acontecerem e lidar de uma forma que não negasse que merdas acontecem. Afinal, é assim que a gente aprende a lidar com as marés que a vida taca na nossa cara. Então fica aí a reflexão: faz quanto tempo que persistimos em conciliar o inconciliável?
Para refrescar seus ouvidinhos
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
O papo dessa semana no É Nóia Minha? foi sobre seitas, com a atriz e escritora Paula Picarelli e com o pesquisador e podcaster Michel Alcoforado. Vem dar o play!
Lá no Ppkansada, as meninas conversaram com a contadora Claudia Navarro sobre como botar as finanças em ordem. Um papo importante, vem ouvir!
E no Conselhos que você pediu, a Isabela falou sobre como realizar sonhos pessoais vivendo a dois. Corre pra escutar!
Agora, tchau
Mais uma edição entregue para vocês, sem carismers, que anseiam por uma pequena alegria na vida. Não que a gente seja lá muito alegre, mas tentamos, tá?
Muito obrigada ao Skeelo por ter apoiado a newsletter de hoje! Isso ajuda nosso conteúdo a continuar gratuito para todo mundo, então bora lá baixar o app, viu?
E fica aqui o aviso de que se você quer sua marca aqui, nesta comunidade recheada de carisma, é só mandar um salve para o Bruno lá em bpideias@gmail.com.
Agora, nos contem: estão gostando do Jornews Sem Carisma? Já chegou aí? Se ainda não, fique calma: já enviamos todos e ainda tem gente pra receber (o Brasil é grande, né?).
Agora que nossa primeira edição está pronta e nas mãos de vocês, esperamos que gostem muito da leitura. Obrigada por estarem aqui com a gente, no online e no offline. <3
Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
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