Calendário Sem Carisma 2024
Chegamos à nossa última edição de 2023, querida associação! E como já é tradição, apresentamos a vocês o Calendário Sem Carisma 2024. Pegando carona no nosso Jornews, em que fizemos um manifesto por menos telas, cada mês do nosso calendário traz uma dica para você desconectar, sair do computador e do celular e fazer alguma atividade manual que ocupe a mente e relaxe.
E assim, vamos tentar tem um ano novo um pouquinho menos caótico.
Recadinho da Camila
Alguém quer cuidar da minha vida?
Eu estava na maior tranquilidade neste fim de ano até terça-feira, quando recebi uma cartinha de Brasília me informando que eu devia alguns milhares de Imposto de Renda. Não, não sou sonegadora de impostos. Acontece que o banco estornou três parcelas do que eu tinha que pagar em 2022 e eu não fiquei sabendo. Quer dizer, fiquei sabendo agora, com a cartinha, com o dobro do valor devido em juros. Yay.
Meu ânimo desapareceu na hora. Porra, tô aqui de boas e vem essa bomba? Que belíssimo presente de Natal, Brasil! Eu deixei essa caralha no débito automático justamente pra não esquecer de pagar nada, e sou recompensada com isso?
A minha cabeça já está mais do que sobrecarregada com trabalho e instabilidade mental, e tudo o que desejei tentando entender essa cobrança surpresa foi que alguém pegasse minha mão e dissesse que cuidaria disso pra mim. A infância era ótima por isso, eu não era responsável por mim mesma, tinha alguém aí para tomar decisões sobre a minha vida enquanto eu não precisava me preocupar com nada. Agora não tem dessa: ou eu faço, ou fodeu. E mesmo fazendo, fodeu. A sensação de vitória por ter sobrevivido a mais um ano como uma adulta funcional foi com Satanás, pois não me sinto nem um pouco apta.
Eu chego no fim de 2023 cansada de tomar conta de mim mesma. Se alguém chegasse aqui agora dizendo “Taize, eu vou tomar conta de você", eu era bem capaz de topar. Toma, pegue as rédeas da minha vida e faça dela o que você quiser, porque eu cansei. Me diz quando tenho que comer, quando tenho que sair, pra onde ir, qual roupa vestir, porque não aguento mais ter que pensar por mim mesma.
Felizmente, minha mãe chega aqui na semana que vem e vou poder fingir um pouco que tem alguém me cuidando. Mas e depois?
Ps.: Um beijo para a madrinha Bebeta, que me deu um empurrãozinho pra cuidar das minha finanças como presente de Natal. Te amo. <3
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Desde que voltei a fazer terapia, senti que tinha um pancadão de coisas para falar e assuntos para atualizar com a coitada da Flávia, minha psicóloga.
Pensei que ia dar pano pra manga, assunto pra mais de mês, sabe? Mas, para a minha infelicidade, os últimos 9 meses de puro suquinho de caos só me renderam umas duas sessões, kk.
Poxa, sofri tudo isso só para duas sessões???????? INDIGNAÇÃO!!!!!!!
Então cheguei para a última sessão naquele famoso sentimento de: TÔ SEM ASSUNTO HOJE, MONA.
De, ah, não tenho nem o que dizer pra ela, VÉI, acho que vou cancelar, não vai fazer diferença meixxxmo, kk. Dando de ombrin.
Odeio as consultas em que fica aquele silêncio e a sensação de que nada de interessante aconteceu na minha vida! Poxa, eu sou tão desinteressante assim? A Flávia vai perder o tempo dela aqui? Nananinanão.
Mas, A-HA! É AQUI QUE VEM A PEGADINHA DO UNIVEEERSO!
Porque, normalmente, quando isso acontece é um sinal de que você vai sair da sessão chorando que nem um bebezinho em posição fetal, de que a sua MENTE VAI EXPLODIR!
E foi exatamente isso que aconteceu comigo, e estou pensando em tudo que aconteceu naquele consultório sem parar desde quarta, RS.
Eu quero uma vida de loira platinada
Carro do sonho
No último dia de aula da faculdade, estive conversando com alguns amigos sobre as maiores diferenças entre morar no centro da cidade e em bairros mais afastados. Dentre todas as possíveis diferenças, como fofocas de vizinhança, que no centro não vejo acontecerem, e as facilidades de ter tudo muito próximo quando se está no coração da cidade, o tópico que realmente me pegou foi o carro do sonho.
O carro do sonho é um fenômeno. Pode até não ser muito frequente no centro, mas algo que todas regiões da cidade compartilham é o sentimento de desespero quando esse carro passa. Caso você não tenha interesse em comprar os oleosos, porém deliciosos, sonhos, beleza, pode até se irritar com o bordão brega tocado no máximo, “É o carro do sonho, freguesia!”, mas logo passa. Agora, caso você tenha interesse em comprar os doces, é melhor você correr.
Toda vez que o carro do sonho passava por perto de casa quando eu era criança, o pânico era o mesmo. Pânico para achar os sapatos, encontrar moedas que totalizassem 1,50 reais para cada sabor, e ansiedade ao perceber que teria que correr berrando atrás daquele Gol cinza que cruzava a quadra da minha casa a 2km/h. Então, para colocar fim à essa mesma palhaçada, resolvi poupar anos de terapia para tratar a ansiedade causada pelo carro do sonho ao começar a notar os padrões cometidos por ele.
O carro do sonho era dirigido por um casal que passava todas as quartas, 5 minutos antes do novo episódio de Tartarugas Ninja, que passava na Nickelodeon, começar. Ao prever todos os passos desse empreendimento móvel, comecei a preparar meus chinelos e catar minhas moedas antes mesmo dele dobrar a rua, assim dando fim à saga de correr descalço e berrando atrás daquele Gol. Comi tantos sonhos naquele mês que, após mais algumas vezes, comecei a enjoar e isso se tornou um problema ainda maior do que o anterior.
Eu já tinha estabelecido uma relação muito fiel com o casal que vendia o sonho, então foi muito difícil para eles compreenderem a minha ausência repentina que se tornaria eterna. Eles começaram a passar quase parando na frente da minha casa esperando eu sair. Quando comecei a não comparecer para garantir o lanche da tarde, o casal começou a ficar desesperado e passava olhando para todas as janelas da minha casa para me achar. Lembro, até mesmo, deles buzinarem.
Por causa dessa experiência, consegui chegar à conclusão de que a única coisa maior do que o estresse de correr atrás da sobremesa que você quer é ter que recusá-la mentalmente toda vez que o carro passa, ainda mais com aquele carro SABENDO que você gosta. Acho que não mudei para o centro pela proximidade da faculdade, mudei para o centro para fugir do carro do sonho.
Pod dar seu play, por favor?
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O É nóia minha? dessa semana contou com a participação de Cecília Flesch e Madama Brona para falar sobre ser uma pessoa diurna ou noturna. Vem ouvir!
No Ppkansada, Bertha, Isabela e Taize dão dicas para enfrentar as festas de fim de ano. Ouve!
Boas festas!
Gente, que prazer inenarrável foi passar mais um ano junto dessa comunidade linda, cheirosa e unida que é a Associação dos Sem Carisma. Nossa bateria pode acabar, mas vir aqui toda semana mandar cartinha para vocês faz com que ela volte a funcionar (como um iPhone 6? Sim, mas funciona).
Que vocês tenham um ótimo fim de ano, com aquela paz que a gente gosta. Ficamos por aqui, mas voltamos em 2024 para seguirmos juntos em nossa falta de carisma. <3
Beijos natalinos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
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Feliz Natal galera!!! e um recadinho para a nossa blonde, Cláudio: caso a vida algum dia te induza a acreditar no contrário, lembre-se: vc é muuuito talentoso!! E se já mostra esse nível com a bagagem de apenas 20 anos, sei do quanto ainda vai poder brilhar por ai, acredite
Feliz natal e feliz ano novo, associação!!! Obrigada por mais uma ano proporcionando risadas e reflexões nas minhas 6ªs! E obrigada pelo Jornews! Esperando ansiosa pelas próximas edições <3