Associação dos Sem Carisma #198
4 anos entregando o pouco carisma que temos!
Na última terça-feira, dia 16, esta newsletter que você está lendo completou 4 anos de atividade. Lembra quando a gente começou? Tão esperançosas com o que 2020 tinha a nos reservar… E enfrentamos o que ele nos deu juntos, aqui, com pouco carisma, mas muita vontade de trocar ideia.
Para comemorar esse aniversário, todo o staff desta Associação contou o que mais ama de fazer parte do clubinho Sem Carisma. Vem ver! E obrigada por estarem aqui com a gente. <3
Ela tá emotiva, deixa ela!
Gente, eu tô muito emocionada, a nossa news completa 4 anos! <3 Parece que foi ontem que liguei pra Bertha pra falar da Taize, e liguei pra Taize pra falar da Bela. Cheguei pro Bruno com o projeto pronto, com o visual feito pela Ale, e dizendo, vamos fazer o povo ler, porque ler é bom demais! E ele topou. Mais pra frente, Cláudio entrou pra deixar tudo mais lindo! Eu fico muito orgulhosa por ter feito algo relacionado à escrita que já dura tantos anos! Esse ano que passou foi muito especial pra gente, nossa news virou jornal e ganhou o Brasil, e também fizemos o nosso primeiro evento presencial.
Quem trabalha com escrita sabe a dificuldade que é ganhar grana e reconhecimento na área, mas só uma coisa tão apaixonante como textos, crônicas, poemas, livros e jornais dão aquele gás pra gente sempre continuar. Manter uma newsletter semanal, com colunistas tão incríveis, é um prazer imenso pra mim. É trabalhoso? Demais! A gente ganha dinheiro? Nem sempre, mas vale cada centavo que não recebemos, rs!
Só o que eu quero hoje é agradecer! Minha equipe linda e dedicada e você, leitor semanal, que incentiva o nosso projeto, comenta nas publis, divulga a nossa palavra e se inscreve pra receber um jornews em casa! Obrigada demais.
Dando uma de cinéfila
Parece que o mosquitinho da Isabela Boscov me mordeu no final de 2023, porque desde dezembro ando consumindo uma mídia que estava há tempos abandonada: o cinema. Eu estava sem paciência para ver filmes, discuti-los ou acompanhar as premiações. Mas isso mudou com um convite para ver Napoleão no cinema, e por mais que esse rolê me cause ojeriza, eu fui (afinal, não estava pagando). E pronto, abriu a porteira da cinefilia.
Pois hoje quero dar meus breves pitacos sobre o que eu vi e dizer se vale a pena ou não o seu ingresso (ou mensalidade do streaming).
Começando por ele, Napoleão, filme de Ridley Scott protagonizado pelo Joaquim Phoenix. Se você tava pensando em ir ver esse na telona, já digo que não vale a pena, é mais legal ver um documentário no YouTube sobre Napoleão. Assim, figurino e atuações estão perfeitos, mas senti falta de uma narrativa. Eram só cenas dos anos passando e Napoleão enfrentando suas batalhas enquanto se declara em cartas pra sua esposa. Foi chato. Malz aê.
Aí fui ver Priscilla, o novo de Sofia Coppola (fica a dica: de segunda-feira tem ingresso a 10 reais no Belas Artes, então se você for pagar esse preço, vale a pena sim). Gostei mais do que o do Ridley, mas não era difícil isso acontecer. Mais um filme biográfico, mais boas atuações e cenas bem feitas, mas se prepara que é aquele filme meio parado, cheio de tédio, porque a vida da Priscilla com o Elvis foi isso. É bom, mas não me surpreendeu.
Semana passada foi a vez de assistir na Apple TV Assassinos da Lua das Flores, do Scorsese, que é o meu diretor favorito. Um filme sobre uma série de assassinatos contra os Osage, povo originário da América do Norte que ficou rico com petróleo. Bom filme? Sim, bom filme. Mas longo. Loooooooongo. Longo a ponto de você poder transformá-lo numa minissérie de três capítulos. Gostei? Gostei, mas poxa, Scorsese, mais de três horas de filme? A gente não precisa de tanto tempo de tela assim pro Leonardo diCaprio.
Agora vamos falar de coisa boa, vamos falar de Oppenheimer. Também já tá nos streamings da vida, e dos filmes biográficos feitos no ano passado, esse é o melhor. Porque ele TEM NARRATIVA!!!!! Tem uma tensão rolando na tela, não é só a vida do cientista pai da Bomba Atômica, tem todo o contexto de medo e tensão daquela época entre Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria. E a forma com que ele foi montado, indo e vindo no tempo, juntando depoimentos, deixa a coisa bem interessante. Zero maçante, me entreti bem.
E pra encerrar, o melhor filme dessa leva pra mim, sem dúvidas, foi Saltburn. Nem vou me estender muito sobre ele aqui pois falei sobre isso na minha newsletter, sou meio vagabunda, mas sou boa pessoa. Porque tá aí um filme que dividiu opiniões, muito porque temos um fenômeno curioso de pessoas que não entendem que a ficção não deve representar apenas o mundo real. Mas fora isso, que história gostosa, que atores gostosos, que trilha gostosa, tudo nesse filme me divertiu e dei gostosas gargalhadas. Emerald Fennel, tens meu coração.
E é isso, Taize Boscov fica por aqui.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Se virando nos 30 da amizade!
Foi na quinta-série que conheci algumas das minhas melhores amigas até hoje, em 2005. Eu tinha acabado de mudar de colégio, de uma escola construtivista para uma católica. Foi mega sofrido e eu fiquei revoltada, virei emo e tal, KK.
Acabei ficando diferente das outras meninas (ELA ERA DIFERENTE, ELA, kk), só vestia preto, pintava os olhos, tacava a franja na cara e não queria saber mais de músicas pop e do momento. Parece tão idiota descrevendo assim, mas foi o que aconteceu.
Em alguns momentos, a gente acabou se afastando pelos gostos diferentes, mas não muito depois nos aproximamos novamente, lá pelo primeiro colegial em 2009.
Eu queria tanto ser diferente que acabei me afastando, achando que não fazia sentido estar próxima de pessoas que não eram iguais a mim. Depois vi que isso não fazia sentido, que isso não mudaria em nada a minha individualidade, muito pelo contrário.
Éramos um grupão e a gente fazia um monte de coisas juntas. Nossas primeiras viagens sozinhas foram juntas, passávamos o intervalo aloprando no colégio. Nos dias em que a aula acabava mais cedo, íamos pra casa de alguém ficar tomando sol e falando besteira, o final de semana era sempre com todas juntas na casa de alguém ou em uma festa.
Os primeiros namorados, os primeiros porres, os primeiros términos, a formatura.
Aí chegou a hora do vestibular, cada uma foi para um canto, vivendo uma parada totalmente diferente da outra.
Umas viraram advogadas, a outra médica, outra administradora, uma foi morar fora, outra é engenheira, e eu escolhi a comunicação. Cada uma num canto, em uma cidade, estado ou país, fazendo algo diferente.
Entre nós sempre houve muitas diferenças, mais do que pontos em comum. Mas o ponto em comum mais forte era esse, o de se amar, se respeitar e acolher, apesar do desigual (todas fizeram o L, também teve isso, ufa kk).
Agora já são quase 20 anos de amizade, e nessa semana fomos ao aniversário da primeira de nós a fazer os famigerados 30 anos.
E é muito lindo acompanhar quem a gente ama se tornar quem é com tanta admiração, mesmo depois de tantos anos!
Que venham os próximos 15, 20, 30 anos juntinhas, com cada uma do seu jeitinho.
Bebedicash
MINHA GENTE, ATENCIÓN! LATIN EMERGENCY!
Saiu o álbum novo da Kali Uchis em español, ORQUÍDEA, e é simplesmente PERFEITO!
Músicas deliciosas bem latin lovers, afinal, a gata e seu boyzão estão gravidíssimos, músicas dançantes e sexys. Olha, entrega tudo tudooooo!
É muito bom como a mother Kali tem essa energia mais chapadinha, mais pressão baixa dando entrevistas, e quando está no palco performando, cantando, é uma LOBA! Vi ela falando em uma entrevista sobre o álbum que ORQUÍDEA, além de representar as suas origens latinas, é a flor nacional da Colombia, e durante o processo descobriu que é também a flor da fertilidade. NUM É LINDRO?
Ouçam que é uma vibezona. <3
Eu quero uma vida de loira platinada
Sala de dispensa do exército
A virada do ano é um momento muito difícil de ignorar, seja por alegria ou ódio do barulho incessante dos rojões. Dentro desse mix fenomenal de muvuca, champagne e energia caótica, para mim era quase impossível não fechar os olhos por alguns segundos e fazer desejos absurdamente exorbitantes para o ano que estivesse por vir. No entanto, desde 2021, ano em que precisei me alistar no exército, decidi deixar minhas solicitações sem pé nem cabeça de lado e desejar algo diferente para o ano de 2024.
Desde cedo acabei me acostumando sozinho a pirar nos desejos de ano novo. Sempre desejei coisas inacreditáveis e maravilhosas, como ganhar milhões em loterias que nem participo, ou que algum homem muito famoso se apaixonasse por mim — isso sendo que só saio de casa para ir à panificadora, ou seja, jamais cruzaria olhares com o Robert Pattinson em uma fila aguardando sete pães franceses. No entanto, enquanto pensava no que poderia desejar pro ano de 2024, lembrei do divisor de águas que foi urrar ao universo algo útil como fiz em 2021, enquanto tentava me livrar do meu alistamento.
Acho que homens héteros até podem entender o frio na barriga que é se apresentar para o exército, mas jamais entenderão o pesadelo que é isso para um gay platinado que ouve Christina Aguilera, jamais. Só de pensar no tão temido dia, já me dava vontade de fugir para as colinas. Era possível me ver agarrado a muitos santos, implorando para que me ajudassem a não passar em nenhum exame. Desejei deformidades jamais vistas, problemas de visão — temporários, é claro —, até mesmo ofereci meu primo para ir no meu lugar. Apesar de termos o mesmo biotipo e força, ele seria uma alternativa mais adequada para servir ao nosso país, pois joga Call Of Duty e sabe jogar jogos de tiro. Acendi em torno de quatro velas para isso.
Quando o tão não esperado dia chegou, me vi entrando num galpão gigante, apenas com meus documentos e um LG na mão, um cabelo que quase batia nas minhas costas e um pingo de suor que me acompanhava até o meu lugar. Aquele espaço era gigante, feio e cheio de jovens que se cagavam de medo como eu. Todos nós sentados em cadeiras e aguardamos para assinalar uma lista aleatória de hábitos que o médico daquele lugar gostaria de saber sobre nós. Meu pedido de ano novo, que era ME LIVRAR DAS MÃOS DO EXÉRCITO BRASILEIRO, entrou em vigor assim que o médico olhou para minha ficha com uma leve cara de desgosto e me autorizou a ir embora. “Obrigado, Universo”, eu dizia enquanto desfilava igual a Naomi Campbell para a sala de dispensa
.Na sala de dispensa, me senti seguro e encontrei toda a galera do Twitter. Eram muitos queridos platinados e com falta de vitamina D, assim como eu. Enquanto aguardávamos a hora de ir embora, refleti muito sobre como foi útil não começar um novo ano com um pedido delirante, afinal, até parece que eu encontraria o Robert Pattinson por aí, né? Ser realista e saber exatamente o que pedir foi essencial para me livrar de uma baita fria, pelo menos assim imagino. Portanto, para evitar delírios e não gastar desejos à toa, para 2024 só pedi paz.
Dê o play com gosto
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Sabe quando você está em algum lugar, mas a sua cabeça não está no mesmo lugar que você? Pois é sobre essa sensação que Camila chamou a influenciadora Krishna e o filósofo Leandro Karnal para bater um papo lá no É Nóia Minha?.
E olha essa estreia! Camila é a apresentadora do Enjucast, o podcast do Enjoei onde ela conversa com gente que teve a vida mudada pela plataforma. Vem ver o primeiro episódio!
2024 está cheio de festivais de música por esse Brasilzão, e o Ppkansada conversou com a apresentadora Laura Vicente sobre como sobreviver a esses rolês!
E no Conselhos que você pediu, Isabela Reis desabafa sobre a romantização da vida. Ouve aí!
Muitos obrigadas!
Está aqui a nossa edição de aniversário de 4 anos! A gente nem tem como agradecer tanto carinho e união que essa associação proporciona pra gente. Então oh, obrigada demais por lerem e acompanharem a nossa newsletter, nosso perfil lá no Instagram, nossos podcasts…
Beijos mil a todos, todas e todes,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
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4 anos de muito sucessooo! parabéns!
Depoimento: Depois que conheci a Associação dos sem carisma, entendi o que se passava comigo: Eu sou uma com pouco ou quase nada de carisma, que se esgota com a mínima interação social, simples assim. E ta tudo bem em ser assim, me senti tão acolhida! Agora sempre que quero ir embora eu digo: "meu carisma acabou, preciso ir" ou então: "hoje não dá, gastei meu carisma numa reunião chata e sem sentido".
Parabéns e vida longa a associação!