Associação dos Sem Carisma #199
Escolha suas batalhas e preserve o seu carisma
A vida já é esse jogo macabro em que temos que enfrentar uma treta toda vez que o despertador toca. Por isso estamos constantemente reclamando de falta de energia para viver. E uma coisa que aprendemos no episódio de ontem do É Nóia Minha? é que escolher qual batalha enfrentar é um jeito de preservar o nosso carisma.
Para aliviar o peso da sua existência, aqui vão algumas sugestões de batalhas que pode ser bom você evitar.
E aí, qual dessas você prefere evitar?
Tiktok, uma grande aventura
Eu tentei resistir e até ignorar, mas confesso que me tornei aquela pessoa que diz pros amigos “nossa, o TikTok é muito bom! Você tem que fazer um perfil lá!”. Não sei se vcs podem esperar dancinhas, mas agora tô postando diariamente por lá, e, meu Deus, o engajamento é uma loucura…
E aí você vai dizer “MAIS UMA REDE SOCIAL CAMILA??". Calma, você praticamente tira um pouco do tempo do Instagram, Twitter e tals, e migra pra lá, dá na mesma. Me chamaram de velha? Sim, e eu morri de rir, dei um textão por vídeo lá e encontrei muitas pessoas 40+. Então jovens, com licença, estamos chegando.
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Parabéns pra você!
Eu e a Associação dos Sem Carisma nascemos no mesmo dia. 16 de janeiro. Semana passada, completei 28 anos. É cafona dizer, mas passa um filme.
A última vez que tinha comemorado meu aniversário foi em 2020. Depois disso, pandemia, pandemia e casulo. Nunca mais me empolguei, nunca mais quis fazer nada. Eu era a pessoa que passava o mês comemorando. Ia de lista VIP de aniversariante em todas as boates, comemorava com cada grupo de amigos e todos os finais de semana de janeiro eram meu aniversário. Os anos reclusa, a maternidade e tudo o que veio nesse pacote me tiraram a vontade de comemorar.
A sensação é que o tempo não passou. Ainda me sinto com aqueles 24 anos que eu tinha quando o mundo se fechou. Vocês também? Não é possível que quatro anos se passaram. Onde eu tava nesse tempo? Eu não vivi quatro anos, não é possível!
Não sei em que momento do final do ano passado eu decidi comemorar de verdade. Festa, bolo, dezenas de amigos, pagode, tudo o que eu tinha direito. Organizei tudo, convidei, animei, e na hora que entrei no carro pra ir, gelei. Não sabia mais como era essa sensação. E se eu não gostasse? E se eu quisesse ir embora? E se meu carisma acabasse? O caminho até a festa foi uma agonia, mas fui.
E gente… comemorem seus aniversários. Às vezes, a gente precisa só de um bolinho mesmo. Às vezes, a alma pede só um jantar em família, uma comemoração leve, um grupo pequeno. Mas se o coração pedir mais, vá. Juntei meu aniversário com o do Raphael, ou seja, a lista de convidados do marido com carisma é uma bíblia à parte. Mas algum lugar de mim precisava de uma festa. Se você sentir que precisa, chame todos os seus amigos, inclusive aqueles que você não encontra há um tempo, inclusive os colegas que você quer muito que se tornem amigos. Chama um grupo de pagode, bota música alta, enche de criança, de vida. Canta com o copo na mão e a mão no peito, grita mesmo, pega o microfone. Se der, chame uma fotógrafa e garanta registros eternos daquelas horas de alegria plena, o intervalo da rotina dura.
Comemorem! Aniversários, casamento, namoro, 10 anos de amizade, formatura. Promoção do emprego, fim de um relacionamento tóxico, elogio do chefe, mudança sonhada. Não precisa de muito. Serve dois copos de água, fala umas palavras e faz um brinde. Escreve num caderno. Liga pra amiga. Grita na janela. A gente gasta tanto tempo de vida remoendo derrota, por que não celebrar as histórias que são lindas?
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Ano vai, ano vem, e a minha relação com a autoestima e meu corpo segue oscilando mais do que o tempo em São Paulo.
Como é difícil, dentro de tanta informação, de tanta pressão, a gente não se engatilhar com uma garoazinha que seja.
Fiquei me perguntando se o meu incômodo com relação ao meu corpo seria válido e suficiente, mas mais uma vez estava pensando no outro e em caixas e rótulos que tentam colocar a gente.
Pensei também que eu tenho o hábito de falar coisas horríveis sobre mim para amigos e pessoas que eu não deveria falar, mas na verdade eu não deveria nem pensar em falar algo tão cruel sobre mim mesma. Afinal, eu nunca diria algo assim para as pessoas que amo, e até para quem não amo.
Se um dia essa instabilidade toda, essa relação de se gostar, estar satisfeita, vai melhorar ou não, eu não sei. O que sei é que eu vou fazer esse exercício, marcar cada vez mais que eu não posso ser a minha maior inimiga, que aí a batalha já tá perdida e a tempestade formada.
Relatório de desempenho de janeiro de 2024
Se não fossem meus amigos, eu não seria quem eu sou hoje. Digo isso porque eles acreditam em mim, e me dão aqueles empurrões que preciso para começar a resolver meus perrengues. Lá em 2018, um amigo me ajudou a começar a ir na psiquiatra porque viu o quão perdida eu estava. Desde então, venho tratando a minha distimia e, na última semana, tive mais uma consulta com a dra. V (vou deixar só a inicial para ser misteriosa, rs) que me deixou destruída.
Terminei 2023 triste. As coisas pareciam estar saindo totalmente do meu controle. Baixou a energia e o ânimo. Foram os amigos que me ajudaram de novo. Bertha e Isabela, principalmente, que falaram com a Claudia, consultora financeira, para me dar um help. E estou aqui, tentando entender minha vida financeira com a esperança de que vou conseguir dar um jeito nisso. Dinheiro é sempre um problema, mas no meu caso, eu sei que o problema maior tá em como eu enxergo as coisas. Foi esse o motivo do meu colapso, dra. V.
No finalzinho da consulta, ela apenas me joga na cara que eu não consigo ficar contente com o que tenho. Eu sempre quero mais, ou espero mais. Como se só existisse aquilo que ainda não conquistei. E me sinto derrotada e diminuída por não ter essas coisas. Ignoro que conquistei uma vida que sequer imaginava que poderia ter, vindo lá do meio do mato onde sempre ouvi que tinha que me contentar com pouco.
Pois bem, o que tenho hoje não é pouco. Eu moro num lugar privilegiadíssimo, comparado à realidade da maioria das pessoas. Mesmo sem ter o trampolim de um sobrenome, entrei num meio que não é acessível para todos. Gosto da mulher que me tornei nesses 10 anos em que vivo aqui em São Paulo. Aprendi a gostar do trabalho que faço, e tenho sorte de ter encontrado as pessoas com quem trabalho, que entendem como minha cabeça funciona e acreditam no meu potencial. Tem cinco seres vivos que habitam minha casa e que me dão todo o amor do mundo. E tenho amigas e amigos fodas em tudo o que fazem, e que me ajudam quando eu nem sei pedir ajuda. Porra, tô indo bem demais, né?
Então tô aqui escrevendo esse relatório para me lembrar de que eu tenho muita coisa boa na minha vida. De que tive, sim, conquistas. E outras conquistas virão. Não agora, não amanhã. Mas um dia.
Se joga na podosfera
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Dudu Guimarães e Luciana Paes colaram lá no É Nóia Minha? para conversar sobre escolher as batalhas. Ouve aí!
Como gostar do nosso corpo do jeito que ele é, sem pressões estéticas e sociais? As ppkers chamaram a educadora sexual e escritora Laís Conter para falar sobre isso.
E no Conselhos que você pediu, Isabela fala sobre a romantização da vida. Ouve!
Tchau, vou descansar minha imagem
Essa semana Camila desbloqueou uma nova desculpa para não ir: não posso, minha imagem está desgastada! Obrigada, Vitor do TikTok, pela inspiração!
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É isso, beijos,
Camila, Bertha, Isabela e Taize
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Adorei tudo, mas a Bela animada e incentivando a gente a comemorar foi o ápice! Obrigada, meninans! <3