Associação dos Sem Carisma #204
Undercarisma!
A gente sabe que uma das coisas mais satisfatórias da vida de uma mulher é aquele momento em que a gente chega em casa e tira o sutiã. É a mais pura liberdade! É o indicativo de que suas funções como indivíduo naquele dia acabaram, e você pode descansar em berço esplêndido.
Tem quem não viva sem sutiã, e tem quem não precisa usar sempre, mas para aquelas horas em que uma boa sustentação é necessária, a gente quer conforto, né? Imagina passar por todos os perrengues que tiram o nosso carisma – trabalho, transporte público, academia… – com conforto e muito bem vestida, a ponto de você nem sentir necessidade de se livrar do sutiã assim que chega em casa. Ah, nós temos a solução para você, e ela é um oferecimento da Insider!
Camila compartilha muito lá no Instagram como as peças da Insider são versáteis e confortáveis, e hoje trazemos para esta newsletter a palavra da Insider para vocês, então vem conferir como a linha de underwear vai resgatar o seu carisma!
Agora vem ficar carismática, segura e maravilhosa com a Insider!
Uma chata muito legal
Em algum momento da sua vida, você vai depender da boa vontade de pessoas que praticam a má vontade e, infelizmente, vai perceber que é aborrecendo que se resolve. Nada mais chato do que cobrar os outros, diz aí? Pedir documentos para resolver alguma burocracia, solicitar um técnico de algo que precisa ser consertado na casa, cobrar uma encomenda que já está super atrasada … Enfim, é muito chato ter que ser chata, mas eu descobri algo mais chato ainda: ser a chata legal.
Sabe aquela pessoa que não perde o bom humor? Que faz questão de perguntar como estão as coisas? "Tudo certinho por aí? Me avisa se posso te ajudar com algo?" Eu descobri que ser extremamente legal faz com que as pessoas que te devem algo resolver tudo muito mais rápido. Juro! Eu mando figurinhas fofas no meio do dia, e mensagens positivas perto do fim do expediente do tipo: "Vamos passar por isso juntas, Mayara!"; ou "Seu Carlos, estou sentido que amanhã vai ser um dia maravilhoso e vamos resolver nossas pendências!". Não sei se ficam comovidos com a minha positividade tóxica, ou se querem apenas se livrar da chata mais legal que eles já viram, mas magicamente tudo se resolve. Fica a dica aí pra vocês. Apenas tentem!
Eu até descobri isso bem cedo, coisa de filha única? Talvez. Ou seria coisa de gente com muito signo fixo no mapa? Não descarto.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Hoje gravamos um Ppkansada sobre 30 coisas para fazer antes dos 30 (inclusive, vai ao ar hoje, heeein, rs. Ouçam que tá massa!), e me dei conta de duas coisas:
- Primeiro que em 3 meses já faço 30. Ou seja, sem tempo irmão.
- Segundo que eu não conseguia pensar em tantas coisas que eu queria fazer (????)
Óbvio, tem os clássicos: TER UMA CASA, VIAJAR O MUNDO, SER REPÓRTER DA ANA MARIA BRAGA (?? KK CLASSICO Q). Mas, só isso?
DAÍ eu pensei numa terceira e numa quarta coisa que são: será que estou sem propósitos na vida? Sem brilho nos olhos, ESPERANÇA? (Ler em voz de dramalhão mexicano, lua em câncer vibes.)
Ou será que, na verdade, por algum milagre divino, eu estou finalmente SATISFEITA COM A MINHA SITUAÇÃO ATUAL? Sabendo aproveitar, desfrutar e comemorar o que tem acontecido no HOJE???????
Achei estranho, não to acostumada… Sabe, logo eu, que sempre reclamei tanto, KKKKK, que nunca soube comemorar e celebrar o presente????????
Muitas dúvidas e muitos pensamentos intrusivos, mas acho que já sei em qual eu vou escolher acreditar.
4 indicações
Oi, vocês lembram, quando esta newsletter começou, que eu vivia indicando livros por aqui? Pois é, né, que saudades. Pois hoje eu vou meter indicação de quatros lançamentos recentes que ainda não li, mas estão na minha lista de próximas leituras.
Coelho maldito, de Bora Chung (trad. de Hyo Jeong Sung)
Uma coletânea de 10 contos de horror dessa autora sul-coreana que foi finalista do International Booker Prize. Eu gosto de histórias de terror, eu gosto de literatura asiática, e eu fiquei apaixonada pela capa desse livro (que, aliás, foi editado pela minha pessoal Fernanda Dias, essa linda). Acho que vou gostar super pois, segundo a sinopse, "Bora Chung usa elementos fantásticos e surreais para refletir sobre os horrores e crueldades do patriarcado e da sociedade capitalista contemporânea". Meio que os temas que eu mais gosto de meter o pau.
O ruído de uma época: Aforismos, correspondências e ensaios, de Ariana Harwicz (trad. de Silvia Massimini Felix)
Se você não conhece Ariana, pegue já Morra, amor para ler. Os romances da autora argentina são o que a gente chama de "perturbadores" porque, realmente, a mulher não tem medo de traumatizar a audiência. Eu já fui num evento com ela aqui em São Paulo e apaixonei também pelas ideias dela, mesmo não concordando 100% com tudo. Mas só por ela falar que família não é essa coisa linda e maravilhosa, já adorei. E esse livro é uma reunião de pensamentos da autora sobre literatura, criatividade, escrita, enfim, coisas que me interessam demais. Ah, e o projeto gráfico ficou belíssimo, com umas manchas nas páginas que faz parecer que tá saindo luz das páginas.
A vingança é minha, de Marie NDiaye (trad. de Marília Scalzo)
Primeiro que tem "vingança" no título, isso acho que já é um bom chamariz. Aí li a sinopse e vi que é sobre uma investigadora que vive na França e tem lá seus casos pra resolver com tranquilidade e paz. Isso até um cara aparecer querendo contratá-la para defender sua esposa, acusada de matar os três filhos. Ficou tenso, né? Pronto, já quero ele na minha estante. Aliás, esse ganhou o prêmio Goncourt, o principal da literatura francesa. Trés chic.
Sr. Loverman, de Bernardine Evaristo (trad. de Camila von Holdefer)
Novo livro da autora de Garota, mulher, outras (que amei), Sr. Loverman conta a história de um distinto homem de família que, aos 74 anos, revela pra geral que vive há muito tempo um caso com seu amigo de infância. Dramalhão de família? Sim! E aí já tô curiosíssima pra ler. Bernardine me traz vibes de Zadie Smith, de história boa, por isso já indico sem nem ter lido ainda.
Eu quero uma vida de loira platinada
Apaixonado
“WHY’D YOU HAVE TO GO AND MAKE ME LIKE YOU?” Me sinto um bobo. Assim que me peguei cantando “Make me like you”, da Gwen Stefani, com todas as minhas forças enquanto lavava quatro pratos que já estavam limpos, percebi que estava na hora de parar de negar para mim mesmo esse sentimento que acho particularmente ridículo e admitir que estou levemente apaixonado. “Ai, mona, pelo amor de deus, né?”. Digo repetidamente que não é nada, mas a ansiedade que aperta meu estômago como uma esponja e meus pensamentos, que automaticamente se programaram para imaginar situações hipotéticas que envolvem momentos idealizados — nada parecidos com os retoques de raiz que costumo perder horas pensando —, não ouvem a voz “racional”, ou melhor, desesperada, que tenta me colocar novamente no planeta Terra.
Aconteceu tão rápido, tão do nada e tão logo após uma sessão de terapia pautada em me sentir como um robô gélido quando se trata de vida amorosa — um beijo para todos os familiares lendo, peço encarecidamente para que não entrem em contato, hahahaha —, que meu frágil ser que estava preocupado com cristais Swarovski e mirtilos no meio da tarde foi pego escrevendo esse texto com o coração na mão e uma perspectiva bem diferente do que tinha antes. Sei que pode ser apenas por alguns dias, mas ando ouvindo músicas que não ouvia há muito tempo e se tornou mais que inevitável ficar à toa com meus sentimentos e fugir para o Planeta dos Apaixonados, onde tudo é possível com a pessoa que pagou pelos drinks. A última vez que tive esse sentimento forte e bem agonizante, que é estar realmente apaixonado, foi nos meus 14 anos, no primeiro ano do ensino médio com o menino do grêmio estudantil. Ter esse sentimento agora, aos 20, me pegou tão de surpresa que me sinto desamparado e preso às emoções que tive apenas no início da minha adolescência.
No entanto, por mais que grande parte do “estar apaixonado” seja mágico e gostoso pela nova perspectiva que a própria cabeça cria para nos dizer que a vida pode ser muito mais bela em certos momentos, existe um sentimento de agonia que tenho tentado entender, e acredito que seja pelo futuro incerto que há nos pensamentos positivos. É como se, apesar das idealizações serem totalmente possíveis, houvesse esse céu de improbabilidade ao redor do que eu imagino ser “perfeito”. Acho essa parte desconfortável importante, pois ela permite que eu seja verdadeiro comigo no sentido de “meu bem, tá tudo bem maravilhoso, mas vai passar, aproveita enquanto pode”, entende? E me impede de ser totalmente lunático com o amor.
Então, para aproveitar esse momento quase único na minha vida ao máximo e entender melhor que ele passa, tenho reafirmado em silêncio que é provável que as palhaçadas que andam frequentando minha mente não passem para um plano tão físico, e faço isso porque, né, minhas expectativas não precisam cair de tão alto sem ao menos um paraquedas. Por outro lado, esse brilho nos meus olhos me faz acreditar que, talvez, tudo seja possível mesmo. Inclusive, a possibilidade de comprar outro Swarovski.
Ouvirás
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Emocionados desta associação, corram para ouvir o É Nóia Minha? dessa semana que teve participação de Rafa Fontenelle e Welida Souza!
O que você ainda quer fazer antes dos 35 anos? Ou dos 40? Isabela, Bertha e Taize compartilham suas listinhas de desejos. Ouve aí!
E no E os namoradinhos?, Camila e Pedro comentam tretas familiares das festas de fim de ano. Dá o play!
Vem, águas de março
É pau, é pedra é o fim do carisma… E é o fim da edição de hoje desta newsletter. Agradecemos a audiência e preferência de sempre. E comente aqui o que você achou, vamos conversar online, cada um na paz do seu lar.
Tenham um bom fim de semana, e até a próxima!
Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
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