Associação dos Sem Carisma #208
O recheio que queremos no ovo de Páscoa
Menina, nem preciso falar, né? Você viu o preço do ovo de Páscoa? O carisma chega a derreter…
Agora, se a gente pudesse escolher o recheio perfeito de um ovo de chocolate, tem preço que pagaríamos com gosto.
Para comemorar nossa Páscoa, compartilhamos com vocês quais recheios gostaríamos de encontrar nos nossos ovinhos pascoais. Qual seria o seu?
Jesus te ama?
Fiz um bate-volta a trabalho para o Rio de Janeiro essa semana. Eu já vinha de dias de muito trabalho, mas à noite, no aeroporto, ao esperar meu voo de retorno pra São Paulo, eu estava especialmente exausta. Tão exausta que, ao sair da cabine do banheiro depois de fazer xixi, a moça da limpeza me chamou, e quando olhei para ela ouvi o seguinte: "Moça, Jesus te ama, viu? Eu não sei o que aconteceu com a senhora, mas dá uma lida na Bíblia!". Eu a agradeci meio desnorteada e fui lavar as mãos.
Não tinha acontecido nada de especial comigo, eu não estava triste, chorando ou com medo de avião, eu só estava cansada. Em nenhum momento eu pensei que poderia ser um sinal de que algo poderia acontecer comigo, não porque eu não acredito em sinais, mas porque enquanto eu lavava a mão, eu me olhei no espelho e o que vi foi uma mulher acabada… Olha, só Jesus na causa. Boa Páscoa para todos, eu preciso mesmo é descansar.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Recentemente, uma amiga minha, muito especial, me apresentou um teste que outra amiga dela, também muito especial, fez com ela. E que o resultado final dizia como a gente estava se comportando em diversas áreas da nossa vida.
Eu achei maravilhosa a forma que ela conduziu e como tudo fez sentido no final. Meus olhos brilharam e fiquei: É ISSO! EUREKA!
Inclusive, é isso que eu sinto toda vez que falo ou estou na presença dessa amiga — te amo, Carol!
Bom, pensei em apresentar pra vocês o teste para que uma luzinha acenda aí também!
Vamos lá:
Qual a cor que você se identifica mais nesse momento da sua vida? A partir disso, dê três adjetivos relacionados à sua escolha.
Qual animal mais te representa nesse momento da sua vida? Dê três características sobre este animal.
Qual o formato da água mais te representa agora? (Cachoeira, rio, mar…) Três adjetivos que representem como você se sente nessa forma da água.
Fez aí?
Bom, vamos aos resultados.
A cor representa como você se enxerga nesse momento. O animal é o que você busca em um parceiro, e a forma da água é sobre a sua relação com sexo.
CATAPLUMMMMMFT!!!!!!! Fez BOOOOM na sua mente aí também?
INHAI, GOSTARO? KKKKKKKKK
Beijos e até o próximo teste da capricho KKKKK
É só seguir a receita
Nunca gostei de cozinhar. Quando era criança, ficava em volta da minha mãe enquanto ela fazia o almoço ou um doce (principalmente pra raspar o restinho de massa de bolo que ficava na bacia). Mas meu interesse era apenas beliscar comida, nunca aprender a cozinhar. É claro que eu fui aprendendo a me virar quando saí de casa. Ela me ensinou a fritar o ovo, eu sabia acender um forno, fazer um miojo. Fui me aventurando a fazer receitas mais simples: um arroz com strogonoff, uma massa à carbonara, batatas assadas no forno com páprica e dentes de alho inteiros. Assar um bolinho, porque não há nada melhor do que cheirinho de bolo no forno.
Só que sigo cozinhando meio que à contra gosto. Eu não tenho paciência para ficar mexendo a panela na frente do fogão, não sei picar as coisas direitinho, tenho a maior preguiça de planejar minhas refeições e fazer compras no mercado de um jeito digno. Não gosto, simplesmente, de gastar meu tempo cozinhando, prefiro fazer outras coisas. Mas, mesmo assim, eu sei seguir uma receita quando é necessário, e o resultado é satisfatório. Tá, mas porque tô falando isso?
Porque agora está crescendo em mim uma vontade de fazer mais coisas na cozinha, e isso aconteceu por causa dessa virada de chave que tô fazendo na vida que é aprender a lidar com meu dinheiro. Olha só, mais um aprendizado graças a Claudia Navarro, hehe! Ando pensando melhor no que tenho na geladeira e deixando de pedir delivery. Me contentando mais em comer o básico, que é o que posso pagar no momento. E isso me trouxe um alívio aqui, porque significa que eu sou capaz de fazer o básico por mim mesma.
E esse alívio ficou ainda maior depois de ter visto mais uma polêmica idiota no Twitter na semana passada. A Marie Declerqc fez uma constatação simples:
"não sei cozinhar"
mas é só...seguir exatamente o que a receita diz???
A partir disso, um mar de gente começou a se doer, dizendo que não consegue seguir uma receita, que precisa ter alguém "ensinando" a fazer. E porra, mano, você é tão incapaz assim de pensar por conta própria? De ler instruções? De entender um enunciado? E sim, pelo jeito tem muita gente incapaz. E eu não quero fazer parte desse grupo não.
Mesmo odiando, sou capaz de ir lá, acender o fogo, meter água na panela, cortar tomate, bacon, temperar um bife… Eu só não gosto de fazer. Mas quando é necessário, levanto a bunda do sofá e vou cuidar de mim mesma.
Galera, é só seguir a receita que dá.
Ps.: Aproveitando o espaço, deixei três dicas de livros lá no Vagabunda, os últimos que li, pra quem tá querendo começar uma leitura nova no feriadinho. ;)
Eu quero uma vida de loira platinada
Péssimo senso de localização
De uns dias pra cá comecei a sentir a necessidade de dar fim à minha má postura e dores nas costas, consequências justas de muitos anos comendo na minha posição favorita, que é deitado na cama — de preferência, com uma inclinação de 120º e a cabeça empurrada para frente para ver o que está rolando na tela do meu celular —, e resolvi marcar algumas sessões de fisioterapia. No entanto, no caminho para todas as minhas sessões, o que pegou de verdade não foi o baque de ter que arrumar os vários centímetros de inclinação que condicionei minha cabeça a ficar à frente do resto do meu corpo, mas o fato de ser péssimo para chegar em lugares, até mesmo com a ajuda do Google Maps.
Eu sempre soube que jamais conseguiria me virar sozinho se me colocassem em um reality show como Largados e Pelados. Inclusive, a aposta dos meus amigos é que eu não duraria nem o passeio de barco até o ponto de início da aventura na mata. Mas isso nunca significou que eu fosse ruim no meio urbano também, até o momento em que decidi ir andando para minhas sessões de fisioterapia. O que me pega não é o trajeto em si, mas a durabilidade dele. A rua é reta, não preciso virar à esquerda e nem à direita, mas são trinta minutos de caminhada para chegar, e esses trinta minutos são recheados de dúvidas do tipo “será que não tem que virar mesmo?”, “será que já passei do consultório?”, “será que tem um ciclista atrás de mim?”. Esses pensamentos intrusivos me deixam tão noiado que me impedem de gravar pontos de referência, pois enquanto duvido de mim mesmo com essas nóias, escuto “Heartbreaker", da Pat Benatar, e olho para o chão, monitorando se há sombra de algum ciclista. Aliás, acho que não há vergonha maior do que ser atropelado por um deles, e isso é tão a minha cara, por isso me mantenho atento.
Agora me diz, como nossos pais, avós, bisavós, cães, gatos e antepassados místicos conseguem chegar a qualquer lugar da cidade sem o auxílio de GPS? Eu preciso de GPS para chegar à minha faculdade, que é literalmente na frente (ironia aqui? Talvez não), para corrigir minha postura no consultório que fica na mesma rua, para tudo. Ao pensar no cenário invejável que é conhecer pessoas que se localizam super facilmente, comecei a entender que, talvez, o meu péssimo senso de localização seja herança de uma vida inteira. Como diria Susana Vieira, “a pão de ló”, andando de Uber e usando fone de ouvido, sem me preocupar com o caminho.
Pessoas que não se perdem não se perdem porque estão atentas ao mundo ao redor delas. E escrevo isso como se tivesse lido em uma enciclopédia. Elas sabem chegar aos lugares e gravar pontos de referência porque se acostumaram a se localizar dessa forma e sabem que, se não prestarem atenção, vão se perder. Enquanto isso, eu caí de um paraquedas bem apertado da minha vida de loira platinada e agora me vejo precisando olhar o Maps mais de sete vezes para cruzar a esquina, e isso faz com que eu não me sinta um bom jovem adulto no final do dia.
Portanto — e esse texto está bem formato ENEM, com apresentação da tese, desenvolvimento e conclusão —, acredito que esteja na hora dar uma chance aos pontos de referência e acabar deixando os apps de localização de lado. A real mesmo é que se aprende errando e, talvez, eu precise me perder algumas vezes para não esquecer qual é o caminho certo, né? Vou começar a sair mais cedo para as minhas sessões de fisioterapia e dar uma chance para a minha “linha reta, sem GPS, sem nóias de ter passado do consultório”. Sei que vou permanecer com a nóia do ciclista, mas isso não vai me impedir de arranjar a mesma quantidade de tempo para errar o caminho de casa que eu arranjo para gastar dinheiro com itens que ferram a minha fatura do cartão de crédito. O acompanhamento dessa saga vocês podem conferir por aqui. Se eu não voltar, é porque estou ocupado olhando o GPS para voltar pra casa.
Please, listen
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Lá no É Nóia Minha? rolou um papo sobre recomeços com o ator e roteirista Pedro Neschling e o antropólogo e podcaster Michel Alcoforado. Vem ouvir!
No E os namoradinhos?, Camila e Bookster comentam mais áudios da audiência com muita treta de família.
E no Conselhos que você pediu, a Isabela falou sobre se ser influencer é uma carreira ou não. Ouve aí!
Pode vir, coelhinho!
Olha, esperamos que você esteja lendo esta newsletter no conforto do seu lar, tomando seu cafezinho no sofá da sala, ou quem sabe na cama, né? É feriado, e um daqueles feriados que exige contato familiar, então você merece se dar esse luxo de encher o lençol com farelo de pão na chapa. Vai, se joga!
Oh, esperamos que todos tenham uma boa Páscoa, que descansem bem e que recebam pelo menos um pouquinho de carisma como recompensa por mais uma semana concluída. Oremos.
Beijos pascoais,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
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