Associação dos Sem Carisma #214
Ajude o Rio Grande do Sul
Hoje nosso abre é sério: o Rio Grande do Sul segue sendo atingido por chuvas e enchentes, e centenas de milhares de pessoas estão desabrigadas, não podem voltar para suas casas ou perderam tudo na enxurrada. Esta é uma das maiores tragédias climáticas que o Brasil já enfrentou, e nossa ajuda é fundamental para ajudar os atingidos.
Se você não pode doar agora, compartilhar as informações a seguir já faz a diferença! Então vem saber como você pode ajudar o povo gaúcho!
Doações via Pix
O Rio Grande do Sul precisa de ajuda agora, então doe para entidades e pessoas que estão atuando diretamente no apoio e resgate aos desabrigados. Doe para:
Central Única das Favelas: doacoes@cufa.org.br
Cozinhas Solidárias: enchentes@apoie.se
Instituto Cultural Floresta: 27.631.481/0001-90 (CNPJ)
Quilombo dos Machados: quilombodosmachados@gmail.com
Grupo de Resposta a Animais em Desastres: 54.465.282/0001-21 (CNPJ)
Você também pode doar para pessoas de confiança que estão ajudando comprando kits de higiene pessoal, limpeza, alimentos e roupas:
Luciana Thomé: luthome@gmail.com
Augusto Schelmer Weide e Dieni Bonelli: 026.785.250-90 (CPF do Augusto)
Milena Longarai: milenalongarai@gmail.com
Lucas Steinmetz da Silva: contato@heavytalk.com.br
Deise Falci: deisefalci@gmail.com
Gabriella Bordasch: 329.966.718-13
Doações de alimentos, roupas e outros insumos
Agências dos Correios do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil estão recebendo doações e fazendo o envio gratuito para o Rio Grande do Sul em parceria com a FAB. Você pode deixar as seguintes doações nas agências ou outros pontos de coletas montados por voluntários em todo o país:
Água potável
Roupas e sapatos em bom estado, limpos e organizados para facilitar o trabalho de triagem dos voluntários. Não esqueça de amarrar os pares de sapato para que eles não se percam.
Roupas íntimas novas
Alimentos não perecíveis e cestas básicas
Ração para os animais
Itens de higiene pessoal
Produtos de limpeza
Cobertores e colchões
Incentive as pessoas a doarem
Compartilhar com seus amigos e família informações sobre como ajudar o Rio Grande do Sul e cobrar empresas e marcas para que ajudem neste momento é um ótimo jeito de se engajar no apoio às vítimas. Compartilhe os pedidos de doações e acompanhe quais itens são mais urgentes para a população.
Não espalhe notícias falsas
Informação é muito importante para salvar vidas, então em hipótese alguma compartilhe notícias falsas sobre o desastre. Se informe nos meios oficiais de comunicação e, ao ver uma fake news sendo postada, desminta e denuncie para que ela não se espalhe mais. Infelizmente, no meio de tanta tragédia, temos ainda que gastar energia desmentindo pessoas que só querem prejudicar as equipes de resgate e os atingidos pela enchente, além de desestimular doações.
É isso! Ajude o Rio Grande do Sul do jeito que você puder!
Caiu um Cisco aqui
No dia em que Romeu, nosso gatinho de 19 anos, acordou e não levantou da cama, eu sabia que estava chegando a sua hora. Levei Arthur na escola e fui direto para a veterinária.
Enquanto ele fazia exames, a vet me aparece com um gatinho minúsculo, de 15 dias. Ele havia sido encontrado por uma cachorra, que, por sorte, conseguiu levá-lo até seu dono sem machucá-lo. Ajudei a dar mamadeira, fiz carinho e me distraí o tempo que Romeu ficou longe.
Horas depois, Romeu faleceu no meu colo. Chorei horrores. Voltei pra casa acabada e ainda tinha que contar para o Arthur. Enfim, foi bem triste e difícil. Algumas semanas se passaram e recebo uma mensagem da veterinária: “Camila, a família não pode ficar com aquele gatinho, as cachorras não aceitaram, pensei em você. Se quiser, passe aqui”. Em 10 minutos estava lá.



Cisco é um Cisco mesmo, tem 45 dias. Estamos felizes demais.
Qual é a dimensão?
Eu não tô conseguindo fazer muita coisa essa semana, só acompanhar o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Demorou pra boa parte do Brasil notar a dimensão do que está acontecendo lá. Acho que tem muita gente ainda que não tem noção disso. Bem, vou tentar falar da dimensão, então.
Morei 7 anos em São Leopoldo, cidade que está mais de 80% ocupada pelas águas das chuvas torrenciais que caíram na região serrana, desceram e inundaram tudo. Trabalhei em Porto Alegre, então todos os dias pegava o Trensurb para ir até o centro da capital gaúcha, que também está debaixo da água. Nesse caminho, passava por Esteio e Canoas, também afetadas. As rodoviárias que eu frequentei: alagadas. O aeroporto em que embarquei num avião pela primeira vez: quase todo submerso, fechado até o final do mês. O local da Feira do Livro de Porto Alegre não é mais de praças arborizadas, mas de água e lama.
Eu jamais imaginei que isso poderia acontecer lá. Sou grande consumidora de filmes e documentários sobre catástrofes, e elas sempre pareceram muito distantes — afinal, não temos terremotos, tornados ou vulcões. Não corremos risco de sermos atingidos por um tsunami. Perdi a conta de quantos vídeos dos tsunamis da Indonésia e do Japão eu assisti só para tentar ter uma ideia da dimensão do estrago, para saber o que devemos fazer em um caso extremo desses, como sobreviver. E agora o Rio Grande do Sul está colapsando com a chuva e parece que estou vendo um daqueles vídeos. É pura destruição, talvez mais assustadora porque não temos sequer um protocolo do que fazer em desastres dessa magnitude.


Então, para ter uma melhor dimensão do que está acontecendo, é o seguinte:
O Rio Grande do Sul tem 497 municípios. 428 foram atingidos pela enchente. A região metropolitana de Porto Alegre virou um grande lago. Pra ter uma ideia da dimensão, este post simula a “mancha” da enchente em outras capitais do Brasil (claro, sem considerar topografia e áreas de risco):
Os alagamentos começaram no fim de abril, e a previsão é que dure ainda mais uma semana. Ontem voltou a chover, e até terça deve chegar uma frente fria que irá derrubar as temperaturas do RS. Hoje é 10 de maio. Sim, é muito tempo.
Quase 1 milhão de pessoas foram afetadas e não sabem quando poderão voltar para suas casas — e se poderão. Perderam tudo. Cidades inteiras foram destruídas e, provavelmente, não poderão ser reerguidas no mesmo local.
Falta água potável, comida, roupas, colchões, cobertores, remédios, enfim, os itens básicos para sobreviver. As pessoas tiveram que sair de casa com a roupa do corpo e só.
A maioria da força de resgate e apoio aos desabrigados está sendo feita por civis. O governo do Rio Grande do Sul não tinha preparo algum para atender os afetados. Faltam pessoas dos órgãos públicos para dar conta da ajuda, tamanho foi o estrago — e tamanho foi o sucateamento do estado, a falta de investimento em medidas de proteção e alerta de enchentes, a falta de seriedade aos alertas dados.
Falta, também, competência por parte de Eduardo Leite, o governador, que não sabe comunicar direito o que está acontecendo e o que está sendo feito para ajudar as vítimas — mas sabe montar look com coletinho da Defesa Civil –, criando o cenário perfeito para que notícias falsas atrapalhem o resgate e as doações.
Falta humanidade para o prefeito de Porto Alegre, que mandou a cidade evacuar sem fornecer transporte ou informações sobre onde elas poderiam ir. Falta plano, falta apoio, falta tudo.
Eu escrevi na segunda-feira sobre a raiva que me tomou vendo de longe as consequências da incompetência e do descaso dos governantes. Não é como se o acontecido fosse uma fatalidade, algo inesperado, um arroubo de violência da natureza. Tudo isso foi previsto, tudo isso foi alardeado milhares de vezes pela ciência, pelos ativistas ambientais, pelos meteorologistas, por gente que se importa com o impacto que a gente causa no mundo… Já vimos tragédias em todas as regiões do Brasil, e mesmo assim ninguém se mexeu para diminuir os danos de um desastre climático. Porque o mercado é mais importante do que a vida da população. Ignorar os alertas fingindo que isso jamais aconteceria aqui foi mais fácil do que se mobilizar para preparar as cidades e as pessoas para o que estava por vir. É como se o mundo não ouvisse, e nosso destino é esse mesmo: afundar em lama enquanto quem tem dinheiro permanece sequinho, debaixo de um teto e com comida na geladeira.
Agora a tragédia foi no Rio Grande do Sul, mas o mesmo pode acontecer em Santa Catarina, no Paraná, na Amazônia, em São Paulo, enfim, em qualquer lugar que tenha eleito uma ameba como governante. O "mimimi" do negacionista, galera, agora é uma enchente de grandes proporções que destruiu 85% dos municípios do RS. Não dá mais pra ignorar que as coisas mudaram e que a gente tá fodido. A gente tá fodido porque não consegue ajudar do jeito que gostaria. A gente tá fodido porque tá quase sem esperança no poder público, tendo que se mobilizar para fazer o que é de responsabilidade dos governos locais e das empresas que sempre se beneficiaram deles. A gente tá fodido porque tem uma pá de filho da puta desgraçado que acha que defender o Bolsonaro (a essa altura do campeonato!) é mais importante do que a vida das pessoas. A gente tá fodido pra caralho. Essa é a dimensão do que está acontecendo, e se não levarem isso a sério agora, pode se preparar pra ver cenas como essas se repetindo.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Tempo de validade expirado
Estou há menos de uma semana do meu aniversário de trinta anos.
Um momento fatídico, e segundo o filme De Repente 30, KKKK, era pra ser um MOMENTO TOP10, ICONIC!!!!!!! "THIRTHY AND FLIRTY".
Olha, te digo que não é bem assim que tá rolando por aqui…
Mas até aí tudo bem, tudo beleza, são fases, vai melhorar, e eu sei disso. ME DEIXA ACREDITAR!
Agora, o que eu não estava contando é que eu sacaria que o tempo passou, e que eu não sou mais a 9VINHA do rolê, a partir de um feedback de roteiro de trabalho, KKK.
Sempre que escrevo, tento ser fiel com o jeito que eu falo, com o ritmo da minha fala e as referências que surgem na minha cabeça. E normalmente, esse era o grande charme da minha escrita. O lance das refs, ser engraçadinha, estar ligada nos MEMES, no JEITOP DA GALHEURA (já perceba por essa última frase que eu claramente não sou mais essa pessoa, kk).
Ao escrever o roteiro, citei uma frase de uma canção do Sandy&Ju, e esbocei uma deliciosa risada ao lê-lo SOZINHA, na minha cadeira.
Pensei: POXA, ARRASEI! TÁ MASSA! ENVIAR. CHECK.
E em menos de uma hora, veio o feedback. Era apenas UM FEEDBACK, um PONTO. E foi esse daqui: "REFERÊNCIA DE SANDY&JUNIOR É MUITO MILLENIAL!!!1111111"
Meu mundo caiu. Maísa? Conhecem? Não a que fez Carrossel…
Oh céus, quanto mais eu tento, pior fica.
Vamos parando por aqui, que agora eu vou É ME ATUALIZAR.
Pessoal, e por favor!
Vamos seguir ajudando a população do Rio Grande do Sul com as doações e como puderem. A situação ainda deve demorar bastante para estabilizar e melhorar.
Nos meus stories tenho postado alguns amigos que são de lá e pessoas de confiança que estão se mobilizando com as doações.
Um abraço bem forte e apertado para todos os leitores do Rio Grande do Sul, eu sinto muito mesmo por tudo o que está acontecendo :(
Eu quero uma vida de loira platinada
Apegado ao material
Minha última sexta-feira foi resumida em pequenos surtos e discussões calorosas com meu analista. De um lado, um profissional formado e com anos de experiência na área com olhar de dó; do outro, uma gay falando em alto e bom tom que se recusa a aceitar que equilíbrio emocional não se compra.
Não tenho muito interesse em convencer você, leitor da newsletter, de que comprar é uma solução para os problemas da vida, mas sim expor os motivos de um jovem gastador considerar crédito e débito como remédios para aliviar suas inseguranças. De acordo com meu analista, o meu problema não é gastar em si, mas aceitar a ideia de que a vida é mutável. E quem aceita?
Existe uma nóia na minha cabeça, e o nome dela é “Tudo Muda”. Ela repete o próprio nome e muito mais: tudo muda, tudo envelhece, tudo se perde. Ela consegue me assustar mais que o biquinho da Andressa Urach, mas isso não significa que ela está errada, apenas me lembra que tudo na vida é capaz de mudar, e vai mudar. É muita mudança, e pro gay platinado que habita dentro de mim, a segurança do controle é maravilhosa e se torna revoltante não conseguir controlar tudo o que muda na vida. Então, para compensar a frustração de não ser dono do mundo, eu compro pra caramba.
O mundo material, diferente do real das relações, é fácil de controlar. Posso tê-lo quando quero, onde quero, usá-lo como quero e o descartar da mesma maneira. Tão reconfortante. Só depende de mim. Consigo até controlar minhas emoções. Sei qual será a sensação de quando me olhar com meu novo colar no espelho, como minha letra vai sair impecável com a minha caneta nova — aliás, todo mundo escreve bem com uma caneta nova. Minhas coisas não me decepcionam, não morrem, não fogem, não se perdem, dependem de mim. Com elas eu sei lidar, com a necessidade de viver o presente da vida, não.
O momento presente da vida é uma prova do líder pior que a do BBB, e que eu ainda tento entender. Quanto mais eu tento me segurar no presente, mais ele escapa pelos meus dedos se torna passado, e mais perdido no presente eu fico. Aprender a lidar com essa mutabilidade da vida deve ser um processo bem lento mesmo. Por isso, vou começar agradecendo por essa sexta ser diferente da última que passou.
Pode ouvir agora
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
Tava com saudade de uma Batalha de Nóias? Pois então vem ouvir o novo episódio do É Nóia Minha? com Fábio Cruz e Máqui Nóbrega!
Tem mais treta familiar no E os namoradinhos? dessa semana, vem ouvir.
E no Conselhos que você pediu, a Isabela fala sobre as amizades na vida adulta. Vem dar o play!
Até logo
E fica aqui mais uma edição da Associação dos Sem Carisma. Para os nossos sem carismers gaúchos (são muitos!), toda a nossa solidariedade e ajuda. Nos sentimos meio impotentes aqui de longe, mas estamos contribuindo com o que conseguimos. Então a gente repete o apelo: compartilhar já ajuda, pode influenciar alguém a doar para quem está precisando.
E é isso, vamos descansar. Beijos,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
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Coleção Imaturos na Oyo For Us em parceria com Camila Fremder e Rodrigo Rosner
Conheça a coleção Sem Carisma na Tangerina Moon.
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E nossos ítens para o lar Sem Carisma na Cosí Home.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa.
Amo