Chegamos oficialmente na metade de 2024, o que significa que já vivemos muitas desgraças nesses últimos 6 meses. Será que sua vida tirou tanto seu carisma a ponto de completar a cartela antes mesmo do ano acabar?
Se você não fez Bingo agora, aguarde, que ainda tem mais seis meses pela frente.
Camila in Paris
Nesta semana não temos texto de Camila por um motivo justo: ela está de férias aproveitando Paris. Oh, la lá!
A mãe da internet merece esse descanso. Afinal, são muitos filhos para cuidar. Desejem boa viagem pra diva.
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Cheia de ideias e vazia de energia
Estava conversando com uma amiga essa semana sobre estresses com agências de publicidade, e aí ela deu uma ideia de negócio muito boa — não vou compartilhar aqui, ideia boa hoje em dia a gente repassa só pagando bem. Conforme ela descrevia esse empreendimento, pensei que eu poderia muito bem fazer isso, e daria certo porque realmente é uma parte do mercado que não tem ninguém fazendo do jeito que a gente imagina que deveria ser.
Só que, junto com essa ideia, já me bateu o cansaço. Porque uma coisa é ter uma boa ideia, outra coisa é ter energia para executá-la. Se eu fosse abrir uma empresa para ocupar esse espaço, eu teria que ter sócios, porque sou uma pessoa sem recursos financeiros para começar um negócio, eu teria que ter funcionários, eu teria que ser responsável pelo ganha-pão de uma equipe e isso já parece responsabilidade demais pra mim. O máximo que minha saúde mental permite aguentar é ser responsável por 4 gatos e um cachorro. Tocar um negócio está bem longe dos meus planos, pois no fundo, no fundinho, eu odeio trabalhar (a Camila também odeia, por isso a gente se dá bem, risos).
Aí fiquei pensando no quanto isso é realmente cansaço e no quanto é medo. Porque certamente eu daria conta da parte que eu sei fazer, que eu já faço quase todos os dias. Porém, as coisas que não sei fazer e deveria aprender me paralisam, porque isso exige uma concentração diferente. Uma que eu não me sinto mais capaz de ter e me dedicar. Desistir antes mesmo de começar é meu maior mecanismo de defesa contra o fracasso. O que já é, em si, um jeito de fracassar, mas um jeito menos doloroso, que poupa trabalho. E, novamente, poupar trabalho é meu grande talento.
E agora tô aqui, tal qual a mulher que foi experimentar uma bebida e ficou transitando entre expressões de desgosto e de apreciação: a ideia é boa mesmo e acho que daria certo, mas aí eu teria que fazer toda a parte burocrática da coisa. Porém, daria um bom dinheiro e tenho alguns contatos para começar, mas teria que conhecer mais gente para fazer o negócio crescer e eu simplesmente odeio networking. Resolveria meu problema com agências incompetentes, mas aí eu seria a responsável por fazer todo um negócio funcionar. Posso mudar a minha vida, mas também posso colapsar de tanto trabalhar e ser mais uma vítima do capitalismo tardio…
Olha, não recomendo viver dentro da minha cabeça, porque queria muito ver minhas ideias tomando forma no mundo. Só não queria ter que trabalhar pra isso acontecer, e essa falta de energia mantém tudo só no campo lúdico das ideias mesmo. Não sejam assim, tá?
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Baixas expectativas como proteção
quando eu mudei de colégio na quinta série, fui para o ensino fundamental e acabei mudando também a minha relação com a escola e a minha intelectualidade.
não sei se porque vim de uma escola construtivista, come terra KKKK, e ao me deparar com uma instituição de ensino mais tradicional e cristã, devo ter dado uma bugadona, pane no sistema alguém me desconfigurou.
na come terra (juro, amo falar “come terra", perdão, KKKK, EU AMAVA, TÁ? FANZOCA DO MÉTODO MONTESSORI AQUI), a gente sentava num tapete no chão, não tinha carteiras e tal. nas aulas de matemática, para fazer contas, era sempre com lápis coloridos, um para os números decimais, outro para as centenas, e assim a gente ia, ou usávamos objetos de madeira também. Q
já na outra escola, sentávamos na carteira com uma lousa na frente, e tínhamos que ficar bem quietinhos enquanto a professora explicava a matéria.
eu olhava para aquele quadro verde e pensava em tudo, menos no que tava na minha frente, KKK Q.
não teve jeito, comecei a ir mal nas matérias, tirar notas ruins, não entender e ir bem nas aulas e nas provas como eu costumava ir.
isso me fez muito mal, com um sentimento de incapacidade, de fracasso, sabe? o que tinha acontecido?
daí, para dar um jeito nesse sentimento tão ruim, e em tanta vergonha, eu acabei criando um mecanismo de defesa do fracasso. Q
E EU ME TOQUEI, que uso MUITO até hoje, infelizmente.
naquela época, para não me frustrar com nada, eu meio que desisti. KKKKK desisti de estudar, desisti de tentar me dedicar. então, quando fazia as provas e me perguntavam:
- e aí, foi bem?
a resposta era sempre: NÃO, PÉSSIMA! e fechava a cara.
porque daí, se por um acaso eu fosse bem, seria uma surpresa boa.
mas, se fosse mal, era o esperado e teríamos zero surpresas.
ao longo dos anos eu me dediquei, foquei e ia atrás só do que me interessava, e era mais confiante no que eu ia bem quase que sem esforço (pensando bem aqui) — português, línguas (ADOROAN kk), história, geografia, música e arte. e assumi por completo que eu era péssima em todo o restante, me recusava a tentar REAL.
E CARA, como pode, né? esses dias eu estava reparando em como ajo diante de algumas questões, e me pego tendo esse mesmo mecanismo de blindagem de fracasso até hoje.
faço um novo projeto, sinto que não está bom o suficiente e, ao invés de insistir, seguir tentando, prefiro desistir para não me frustrar. UM GRANDE JÓIA PARA ELA!
mas agora tô tentando fazer diferente e mudar esse comportamento.
suceder em algo é muita tentativa e erro no fim, sabe?, MUITO ERRO MESMO! RS mas acima de tudo, persistência e consistência.
tem dias que é embaçado, e é mais fácil mesmo desistir. botar aquela camiseta que eu tinha: DESISTIR É BOM DEMAIS! KKKK
tá, cara, desistir é bom demais? às vezes pode até ser. mas tentar, tentar, não desistir e uma hora conseguir também é e pode ser MUITO MASSA.
e a gente é capaz de melhorar através dessa insistência, amadurecer ideias, mas pelo menos ter o conforto e a certeza também de que você tentou e deu o seu melhor, independente do resultado.
Eu quero uma vida de loira platinada
Mandíbula deslocada e Tiktok
Desde algumas crises de pânico até ser notado pela melhor housewife de Beverly Hills, Erika Jayne, no Instagram, o mês de junho foi um combo de três meses dentro de um só. Entre as boas e más notícias, um evento infernal, que foi deslocar a minha mandíbula, acabou levando a outro um pouco mais inusitado. Vem comigo.
Não sei se é apenas uma nóia minha, mas sinto que a intensidade dos eventos no ano de 2024 tem sido bem desafiadora de lidar. Desafiadora como minha quinta-feira, em que resolvi ligar numa novela para relaxar e acabei bocejando demais. Demais porque a minha mandíbula deslocou.
Foi um real inferno, estava totalmente despreparado. Na minha cabeça de loiro platinado, o espaço para raciocinar o que fazer em situações de extrema emergência não é muito grande em relação às idealizações contínuas de brunchs refrescantes e cristais Swarovski. Então o pânico foi instaurado e acabei sofrendo muito para chegar até um hospital que pudesse, de fato, me atender.
Contei essa experiência única ou, pelo menos, quase única, em um vídeo que gravei para o TikTok. Gravei mal e porcamente, apenas coloquei o celular na janela, arrumei a sobrancelha com os dedos e comecei a contar o que aconteceu. No dia seguinte, o meu vídeo contando sobre a minha mandíbula defeituosa viralizou.
Fico contente por esse momento tão desesperador ter se transformado nesse vídeo viral. Na verdade, amei! Assim eu sinto que não foi à toa, sabe? Agora, o mais engraçado dentro disso tudo é o próprio público. A galera do TikTok é desesperadaça pra viralizar, nem que seja com um comentário. Enquanto um comenta algo mega engraçado e ganha mais de mil curtidas, os outros comentam extremamente a mesma coisa embaixo com a esperança de viralizar. Mas quem sou eu pra reclamar, né? O engajamento, dessa vez, foi por minha conta.
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Para dar aquele play gostoso
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
O É Nóia Minha? dessa semana é especial e é também em vídeo! NIVEA chamou Camila para falar sobre comemorar as nossas conquistas — já que ralamos muito! E ela chamou a maravilhosa Jana Rosa para conversar sobre isso. Vem ver!
Nossa dupla de fofocas familiares favoritas está de volta em mais um episódio de E os namoradinhos?
E a Isabela Reis mandou no Conselhos que você pediu uma mensagem que vale para todos nós e vai salvar nossa saúde mental: chega de celular!
Também tem episódio novo de Amor ao pé do ouvido, da Bertha Salles. Vem ouvir!
E no sou meio vagabunda, mas sou boa pessoa, a Taize soltou mais um resumão do mês no podcast exclusivo para assinantes. Vem ouvir um trechinho:
Queria eu estar em Paris também…
Enquanto Camila passeia pela capital francesa, estamos aqui vivendo a realidade do Brasil. Mudaria alguma coisa se estivéssemos lá? Provavelmente não, mas pelo menos estaríamos turistando.
Então pra gente que não tá enrolando no francês e passando vergonha em outro idioma, desejamos um fim de semana tranquilo, sem sobressaltos, só no bem bom da vida — mesmo que esse bem bom seja o seu sofá destruído por gatos.
Beijos em francês e português pra vocês,
Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
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O texto da Taíze 🤌🏻 me senti contempladíssima. É uma espécie de alívio existencial quando alguém traduz o que você sente com palavras tão precisas. É por isso que eu amo os escritores, eles nos emprestam palavras pra falar de experiências que não são tão individuais quanto achamos