Imagina que paz seria viver em um mundo em que podemos nos adaptar facilmente às coisas. Tá chovendo? Um campo de força surge magicamente para nos proteger da água. Tá frio? A temperatura do corpo se ajusta pra gente não ficar tremendo. A roupa não serviu bem? Ela se ajusta conforme você precisa. Um sonho, né?
Mas já que essa fantasia não é real, tem coisinhas que a gente pode adaptar, sim. Aqui vão alguns exemplos.
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Triste e esperançosa
Quando não renovam a série que a gente gosta dá uma tristezinha, né? Não tem muito pra quem reclamar, e pelas suas contas, a maioria dos seus amigos também assistia, o que não representa nem 1% da audiência, mas continua sendo uma injustiça enorme. E aí você encontra alguém que nunca viu a série, e empolgado você recomenda meio que creditando a culpa da não renovação na pessoa, e a pessoa diz: “mas vi que não vão renovar, nem vou ver”. pois é, a vida é muito injusta mesmo.
Tudo isso pra dizer que estou P da vida que não renovaram Kaos na Netflix, e que vou ficar mais P da vida ainda se você não assistir só por isso. Se eu fosse chutar o motivo da não renovação eu diria que é cara demais, mas sou só eu especulando. Assistam, vai que eles mudam de ideia…
Nobelizada
Tentei ignorar o despertador do celular ontem de manhã já que não iria pra academia, mas uma sequência de mensagens atrapalhou meu soninho matinal. Quando olhei, era meu grupo no WhatsApp da galera da literatura comentando a premiação do Prêmio Nobel de Literatura de 2024. Sim, meus amigos são o tipo de gente que acorda cedo para ver quem vai ganhar o maior prêmio literário do mundo, rs. E a surpresa era que todos nós conhecíamos e até já tínhamos lido a vencedora do título: a sul-coreana Han Kang.
Pra vocês entenderem o por que dessa surpresa, é que o Nobel é bem conhecido por premiar aqueles autores que nunca ouvimos falar antes, muitas vezes ainda nem publicados aqui no Brasil. Mas nos últimos anos eu ando sentindo que o Nobel tá um pouquinho mais popular – dois anos atrás, aliás, a vencedora foi Annie Ernaux, que eu também já tinha lido.
Han Kang é autora de A Vegetariana, um romance que quando saiu aqui causou um pequeno burburinho. A protagonista do livro é uma mulher casada que resolve do mais absoluto nada parar de comer carne, e essa decisão vai desencadear uma série de problemas na sua vida conjugal e familiar, porque ela vai ficando cada vez mais "estranha". A recusa de comer um animal morto é, no fundo, a recusa de ser controlada pelo poder masculino, tão forte na vida dela e em toda a sociedade da Coreia do Sul. Lá o povo é machista no nível "mulher minha não trabalha fora de casa". E como a galera no meu grupo também lembrou, lá se você se declarar feminista, recebe uma chuva de críticas e ataques.
Então é bem simbólico o Nobel da Literatura ter ido para uma autora que escreve sobre a opressão patriarcal e apresenta personagens que vão totalmente contra o que esperam de uma mulher. Eu adorei a leitura de A Vegetariana, até resgatei um vídeo do longíquo ano de 2019 em que comecei a falar do livro antes mesmo de terminar a leitura, de tanto que tava gostando.
(Eu fiquei chocada com a minha juventude nesse vídeo, como minha voz mudou e eu mudei.)
Ainda tenho mais dois livros da Han Kang aqui na minha lista: Atos humanos e O livro branco. Então ficam essas dicas aí para você dizer que já ouviu falar sim da Nobel da Literatura.
Esteja coberta de razão para sempre
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Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
ontem recebi uma carta de uma seguidora pela primeira vez. também foi a primeira carta que ela escreveu na vida.
essa semana eu postei que queria alugar ou pegar emprestado um peito de silicone/borracha falso, sabe? tipo os que a pabllo usa??!!!!!
foi quando essa seguidora entrou em contato comigo me dizendo que emprestaria. nessas a gente começou a conversar bastante, falar sobre a vida, e ela me contou coisas bem profundas da sua relação com a sexualidade, a sua autoestima, família…
me agradeceu pelo ppkansada, rádio endorfina, pelo conteúdo que produzia, falou que amava a taize e o ppkansada, o nóia e a camila, e que a gente tinha sido a maior companhia dela e um ponto de felicidade durante tanta coisa ruim que estava acontecendo — pandemia, fascismo, etc y tal.
eis que ontem ela me enviou uma sacola com os peitos, e junto veio o que eu não podia nem imaginar. uns chocolatinhos, um batom vermelho para usar com a minha fantasia e uma carta linda linda.
me vi chorando sob peitos de borracha, enquanto trocamos mensagens, eu e ela. eu não sabia nem o quanto agradecer por tanto carinho, mesmo.
é muito doido como às vezes alguém que a gente nem conhece realmente pode mudar o nosso dia. seja com uma palavra, um gesto, um podcast, uma música, um abraço, um quadro, sei lá… esse tipo de coisa pode mudar tanto dentro da gente. tirar a gente de tantos lugares.
me lembrei de como escrever e ouvir as músicas das minhas bandas favoritas, aquelas pessoas que pareciam tão distantes, me salvaram em tantos momentos.
a carta da maíra ontem foi uma felicidade tão grande, e de certa forma também me salvou.
Eu quero uma vida de loira platinada
21
Nas semanas pré vinte anos, minhas lágrimas corriam pelo teclado do notebook e guiavam um texto de aniversário que, pela primeira vez, foi envolvido por uma sensação de luto. Um luto bem interessante, até, pois recheado de gratidão, saudades antecipadas da década que foi vivida e muita tristeza por saber que a vida, até aquele momento experienciada em idades com número um na frente, estava próxima de seu “fim”.
O luto veio por uma sensação de dificuldade de abrir mão dos meus dezenove anos, como se fosse um choque de que tudo, absolutamente tudo na vida, muda e acaba. Então eu me vi sentado sozinho, morando sozinho e sentindo fisicamente a ação do tempo, me dando conta de que, de fato, não era só que eu estava fazendo aniversário, mas tudo. Meus pais fariam aniversário, meus amigos, meus cães, a caixa de uva que eu havia esquecido dentro da geladeira. Ali, finalmente, nascia a ideia de que nada permanece no mesmo lugar e que todas as coisas e pessoas e tudo tende a acabar. Para a cabeça de um jovem de dezenove anos que estava prestes a virar a década, isso foi demais e eu encarei meu aniversário como morte.
Porém, ao longo dos meus vinte anos, senti que a ideia de que a vida é mutável foi ficando mais confortável de lidar ao passar pelo término desconfortável de amizades que achei que durariam para sempre, mortes que achei que jamais viriam, contratos que achei que durariam mais e, até mesmo, o fim da minha era de cabelo grande que, durante muito tempo, se consolidou como uma característica muito forte de quem eu era. Todos esses fins foram pequenos despertadores para me tirar da inércia de achar que permaneço em um mesmo lugar, e começar a aproveitar mais o que está comigo antes das mudanças chegarem.
Agora, chegando aos vinte um anos, estou começando, e destaco a palavra começando por estar longe do fim, a me desprender de um apego quase patológico dos hábitos, coisas e, até mesmo pessoas que antes me cercavam e me mantinham inerte numa mesmice pesada e tediosa, tudo para me fazer mais aberto ao que pode estar por vir. Tanto que, após textos e muito desgaste nas costas, aceitei que não tenho condições de planejar um aniversário de vinte um anos com uma lista de balada, e agora planejo comemorar a felicidade dos meus vinte um sentado.
Momento podcast
Esse é o nosso espacinho para divulgar os podcasts das sem carismers da equipe. Não deixa de seguir cada um lá no seu Spotify e deixar aquelas 5 estrelas de avaliação. É muito importante para nós! <3
O podcast O amor na influência desse semana recebeu o influencer Gabriel Bernardo e o Mestre em Psicologia Alexandre Coimbra Amaral para falar dos nossos sentimentos. Assiste aí!
Já o É Nóia Minha? chamou o jornalista e escritor João Batista Jr. e o antropólogo e podcaster Michel Alcoforado para falar sobre performar riqueza. Dá o play!
Nem todo avô, mas sempre um avô: vem ouvir também o E os namoradinhos? da semana!
Mais uma canetada de Isabela Reis no episódio de Conselhos que você pediu dessa semana, vem conferir!
C’est la vie
E por aqui fica mais uma edição desta Associação dos Sem Carisma. Que, nesta altura do ano, já está bem pequenininho. Vocês já estão no clima de finalera, de fechar o laptop de 2024, de se preparar para o recesso?
A gente nem teve tempo de imaginar isso ainda, de tão corrido que tá. É livro novo lançando, é peça no teatro, é podcast pra todo canto, mas a gente tá aqui toda semana, firme e forte, pra compartilhar nosso cansaço com vocês. <3
Então boa sexta, bom fim de semana, e beijos mil,
Camila, Bertha, Taize e Claudio
Lembretes de encerramento:
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Coleção Imaturos na Oyo For Us em parceria com Camila Fremder e Rodrigo Rosner
Nossos caderninhos e adesivos Sem Carisma na Marisco.
E vem aqui conhecer o livro Quibe, a formiga corajosa e Quibe e o tesouro das abelhas.
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me identifico com o medo de crescer. os 20 tá logo ali né
Fiquei triste que não ia conseguir me cobrir de razão (💸) mas aí lembrei que sou Capricorniano e ficou tudo bem.