Associação dos Sem Carisma #79
Para salvar a sua mudança
Mudar para uma casa nova é legal, né? Mas também é cheio de situações sem carisma. É contratar mudança — ou caçar amigos que vão te ajudar a carregar caixas —, é ligar pra operadora da internet para marcar uma instalação nova, colocar rede na janela, trocar o nome na conta de luz… É uma lista grande e que exige interação com muita gente.
Pois a news de hoje vai salvar a sua mudança, pois a Yuca chamou a gente pra contar como é mais tranquilo arranjar um novo cantinho para morar mantendo o carisma intacto.
Só vantagens, né?
A Yuca tem apartamentos em São Paulo em bairros como Bela Vista, Consolação, Santa Cecília, República, Jardins, Pinheiros, Vila Madalena, Itaim Bibi e Vila Olímpia, próximos a regiões com empresas e das linhas Amarela e Verde do metrô. Para quem busca uma opção mais em conta, tem apartamentos e casas no modelo de coliving, com quartos individuais e valor mensal fixo. E para quem quer um lugar só seu, tem apartamentos individuais decorados, reformados mobiliados e prontinhos para morar — ou semi-mobiliados para quem quer levar suas próprias coisas.
Se você procura um jeito fácil e mais carismático de encontrar uma casa nova, cola lá no site da Yuca para encontrar um lugar novo para ficar em casa e evitar sair na rua!
Mano, sai da minha casa
Por Camila Fremder
Já era pra eu estar escrevendo a newsletter da minha nova casa, mas infelizmente a família que mora lá pediu mais uns dias, depois mais alguns, e aquele papo do "nossa casa não está pronta, a inquilina demorou pra sair, temos criança e é difícil organizar", e eu, mesmo contrariada, fui aceitando. Até que, como stalker profissional, fui dar aquele confere nas redes sociais do pessú, e olha só que coisa curiosa, estavam todos felizes de férias na Bahia. Sim, com as coisas dentro da minha casa nova, mas curtindo um níver com muito sol e praia. Assim como sou uma ótima stalker, também sou uma ótima trouxa, como vocês podem ver…
Resolvi aplicar a multa, e pra minha surpresa, adiantaram a mudança em uma semana. De repente deu tempo de tudo, e não se falou mais em inquilina, em obra ou crianças. Por isso venho aqui dizer que, aos 39 anos, me sinto apenas meio trouxa. Sempre evoluindo por aqui...
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Depois de assistir ao documentário Three Identical Strangers, fiquei pensando em como é difícil separar quem somos a partir do meio e da herança genética, da família.
Tanta coisa para pensar, e fui me apegar logo nisso, kkk. MAS, SIM!
A minha vida toda, ou, pelo menos, desde que me enxergo como um ser pensante e com opiniões, eu sinto medo de repetir alguns padrões familiares que considero ruins.
E isso vem desde coisas físicas até as emocionais e psíquicas.
Tipo, se vou infartar porque o meu pai infartou, tenho medo das crises depressivas de tantos membros da família, do alcoolismo, dos problemas com dinheiro e falência. Beleza, kk. Legal.
Acredito que a maioria das pessoas também sintam alguns desses medos, afinal, família, né? SOS!!! hahaha
Mas em que momento a gente consegue se desconectar disso e entender que somos um ser à parte? Se é que somos.
Eu lembro da primeira vez em que fui viajar, e meu pai me deu um poema que dizia:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Achei que seria fácil me apegar nele, nesse poema, mesmo depois dessa primeira viagem. Ou da primeira vez em que saí de casa, e agora, mais de 9 anos depois morando sozinha, vejo que não é. Fica cada vez mais difícil, com mais responsabilidades e coisas em jogo.
Não existe uma maneira de controlar que certas coisas aconteçam ou não, que padrões se repitam. Mas existem jeitos de evitar e de se cuidar para que não.
E por hora, eu tento me apegar nisso ao invés dos poemas, de que estou fazendo tudo o que posso para não repeti-los e me descolar.
Sobre ter medo
Por Taize Odelli
Na última semana estive lendo Cidade feminista: a luta pelo espaço em um mundo desenhado por homens, de Leslie Kern. Ela é uma pesquisadora canadense de estudos feministas e professora de geografia e meio ambiente. Comecei a leitura porque gostei muito da proposta de discutir a cidade e os espaços públicos pelo viés feminista. Porque, sejamos francas: você se sente livre e segura para ir onde quiser?
Eu não. Moro na maior cidade do Brasil, numa região central que me passa uma falsa sensação de segurança. Falsa porque eu só me sinto segura andando nas ruas aqui durante o dia. "Dã, Taize, eu também, em qualquer cidade". Sim, em qualquer cidade. Mas você acha justo que a gente tenha que ficar restringida a se movimentar por aí apenas durante o dia, e apenas em alguns lugares específicos? Eu não acho não.
Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é caminhar, e uma das coisas que eu mais odeio é calor e sol. Então, se eu quiser dar uma simples caminhada na rua, eu tenho que lidar com as condições que eu não gosto pelo simples fato de que não posso fazer isso de noite. Exemplo besta, eu sei. Mas há muitas coisas que a gente deixa de fazer porque tem medo, porque crescemos com esse medo e o vivemos todos os dias.
Um medo que, segundo Kern, é incutido na gente para nos controlar. Mulheres sozinhas no espaço público são sempre vítimas ou potenciais vítimas de algum tipo de agressão. A gente é importunada se estiver sozinha esperando um ônibus, se estiver sentada sozinha num bar, quando está andando para o trabalho. De dia ou de noite, sair na rua, para uma mulher, é pensar em quantas coisas ruins podem acontecer. Sair na rua é perigoso para uma mulher, e ainda mais perigoso se ela for negra, lésbica, deficiente, trans… A cidade foi feita pelos e para os homens, sem lugar para a gente se sentir segura.
Quando começou a pandemia, falei aqui até que estava relativamente tranquila por estar em casa, porque em casa me sinto segura. E pela primeira vez na minha vida, estava vendo pessoas que antes transitavam livremente por aí tendo que ficar em casa também. Tá vendo como é bom ter seu movimento limitado, homem? Não é legal, né?
E nosso medo não é só de receber uma cantada, um assovio, uma olhada, e nem de ter, sei lá, o celular roubado. O medo é pelo nosso corpo, é de ser estuprada, violentada, agredida. Um medo que os homens não têm. Cada interação com um homem na rua vem com um alerta de "esse poderia ser meu estuprador", porque a gente já espera que isso aconteça. Não tem como refrear esse medo.
Enfim, pensei nisso tudo lendo Cidade feminista, e acho que é uma leitura que muita gente, principalmente os homens, deveriam fazer. A gente não deveria se sentir ameaçada pelo simples fato de ser uma mulher na rua.
Dicas? Temos.
Bebedicash
Na última semana eu passei todos os meus dias bem surtada do cú, kk. Briguei com Deus e o mundo, e no fim, claro, era só uma tpmzinha, nada que uma sangradinha não resolvesse.
Tudo isso para dizer que a senhora Netflix me agraciou com novas temporadas das minhas séries adolescentes favoritas: Atypical e Never Have I Ever.
Mas hoje vou falar de Atypical, que chega na sua quarta e última temporada com um desfecho incrível para todas as personagens. A história do jovem adulto Sam, que vive no espectro, tem comédia, romance, drama familiar e romântico que deixa o coração bem quentinho.
Agora Sam e Zahid foram morar juntos e sozinhos, e tendo que conviver entre si e superarem as suas diferenças. A minha crush Casey vive vários dramas românticos com a sua namorada gata também, Izzie. E uma das coisas que mais gosto é também assistir às fragilidades dos pais de Sam, Casey e outras personagens, em entenderem as suas projeções e expectativas com relação aos filhos e a si mesmos.
O que sempre vai fazer sentido e conversar com as nossas vidas, pois essa estrutura familiar a cada fase da vida de qualquer pessoa vai acabar sofrendo um novo reajuste.
Dicaize
Descobri com atraso de duas semanas que foi divulgado o trailer da terceira temporada de Succession, da HBO. Essa é a série que mais amo no momento, e acabei voltando ao início para ver tudo de novo antes da terceira temporada.
É sobre uma família disfuncional comandada por Logan Roy, bilionário dono de empresas de comunicação, parques e outras coisas. Completando 80 anos, ele já tá mais pra lá do que pra cá, e a expectativa de seus filhos é que ele deixe a presidência da empresa. E aí a treta começa, minha gente! Os filhos, Kendall, Roman e Shiv, são ótimos — tem o Connor também, mas esse aí nem falo nada. E além desse núcleo familiar, tem personagens secundários como Greg e Tom que roubam a cena com seu jeito… hmm… diferenciado — uma coisa meio maldade, meio burrice.
Eu amo séries e livros com personagens moralmente duvidosas, e isso não falta em Succession. Sério, se não viu ainda, vai ver. É uma das melhores coisas que a TV tem a nos oferecer no momento.
Pod ouvir
No É Nóia Minha? tivemos Duda Dello Russo e Alice Milagres dando conselhos para os nóiers que precisam de ajuda. Ouve aí!
No Calcinha Larga, teve a maravilhosa Dani Calabresa falando sobre recuperar a fé no amor depois da separação. Esse episódio está apenas incrível!
E no PPKANSADA Taize e Bela comentaram as tretas de família das ppkers. Vem ouvir!
Tchauzinho
Mais uma newsletter de sucesso na sua caixa de entrada! Vocês também estão pensando “ô, que semana”? Que semana, né…
Semana que vem estaremos de volta com mais, então obrigada mais uma vez por lerem até aqui, compartilharem, darem também seus pitacos lá no Insta. A gente ama. <3
Beijos,
Nóis