Associação dos Sem Carisma #83
Breve Glossário de Interações Online
Todo sem carisma sente dificuldade em algum momento com os termos que definem as relações com outras pessoas. Sim, tem nome para a atitude daquele cara que deu um chá de sumiço e não apareceu mais, e tem também para aquele que fica te cozinhando por dias e dias.
Pensando no bem-estar dos nossos sem carismers e ampliando o conhecimento para esta nação, aqui vai um glossário jovem, internético e atualizadíssimo dos termos que rodeiam as interações online feito pela maravilhosa Ale Kalko. Conta pra gente depois em que estágio você está.
Para se livrar da craca da rua
Tem coisa mais sem carisma do que uma pele toda carregada com a poluição, maquiagem borrada, aquela cara de acabada no fim do dia? Até tem, mas não deixa de ser algo bem sem carisma.
Hoje a Sallve chamou a gente para te apresentar um produtinho novo que vai tirar todas essas impurezas do seu rostinho e te deixar linde: o Leite Micelar!
O Leite Micelar tem fórmula leve e prática, que leva Leite de Arroz, para limpar a pele e remover a maquiagem e partículas de poluição. Por ser levinho e não conter óleos, é ótimo para peles sensíveis e não precisa de enxágue. Ainda controla a oleosidade, hidrata e seu uso contínuo diminui a aparência dos poros. Não é tudo o que a gente queria?
Então cola lá no site da Sallve para já garantir essa novidade para você!
Um boy sem carisma
Por Camila Fremder
Fui pro RJ encontrar o Codré semana passada, ele tava trabalhando lá, e como o nosso namoro começou praticamente junto com a pandemia, tipo uns 3 meses antes, eu não tinha tido nenhum tipo de experiência social com ele, tipo festas, jantares, aniversários em bar, essas coisas. Mas nesses três dias em que fiquei no RJ, um amigo dele do trabalho queria que a gente fosse jantar na casa dele. Tava todo mundo testado por conta do trabalho, e seríamos apenas 3 pessoas, ou seja, ele poderia ter topado.
O que me deixou orgulhosa foi a maneira como ele fugiu dos convites dia após dia. "Obrigado, mas a Camila precisa entregar um texto..." e "Nossa, não tinha visto a sua mensagem!", e também "Poxa, amanhã ela volta super cedo, acho que fica para um próxima". Eu finalmente arrumei um namorado mais sem carisma do que eu, isso quase chegou a me deixar com carisma. <3
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Bálsamos da vida
É engraçado como existem encontros na vida que mesmo através de muitos desencontros no meio do caminho, sempre se atravessam, cruzam e colidem em algum novo ponto.
Esse final de semana, depois de mais de um ano, encontrei as minhas amigas de infância de São José (Sanja para os íntimos).
Mesmo depois de um tempão sem se ver, não parecia estar tudo igual, até porque não temos mais 14, 15 anos e não somos mais as mesmas (ainda bem, né? risos rs). Uma delas já é mãe até, de um menino lindo, diga-se de passagem.
As coisas mudaram, mas a troca não, a empatia não, a sintonia muito menos.
Nossas vidas tomaram caminhos completamente diferentes desde que saímos de São José dos Campos, e algumas de nós já foram e voltaram, outras já moraram em outros estados, países. Já algumas, como eu, ficaram em São Paulo mesmo. A quantidade de eventos que já se passaram desde que nos formamos em 2011 é bizarra, o tempo é bizarro. Dez anos se passaram desde esse evento específico.
Mas não falo bizarro de uma forma ruim, mas sim de um jeito que emociona, que aquece o coração de ver e admirar o caminho de mulheres tão incríveis que sempre estiveram comigo.
É incrível como esses reencontros podem fortalecer e reconfortar a alma.
Muitas pessoas acabam passando despercebidas nas nossas jornadas — indo embora, escapando —, mas outras, eu não sei por qual motivo, tudo bate, tudo fica, tudo sempre volta naquele mesmo bálsamo que é tão necessário para seguirmos.
Dedico esse texto aos amigues que sempre estão conosco, independente da onde! <3
Beijos calorosos,
Bebetinha
A culpa cristã
Por Taize Odelli
Sem carismers, hoje gostaria de falar sobre sexo. Ui ui, que polêmica.
Eu sempre fui uma adolê bem recatadinha, bem menininha, bem filhinha do papai que não dava trela para ninguém. Naquela época, me interessava apenas estudar, ler, ver TV, entrar no chat da rádio Atlântida e imaginar como seria a minha vida quando eu conseguisse finalmente sair da cidade. Sexo nunca foi um tema discutido em casa, e para falar a verdade nunca discuti com minhas amigas da escola sobre isso.
Corta para alguns anos depois, namorando e iniciando a vida sexual. Eu tinha tesão, mas ele não era bem compreendido e não era constante. Eu transava e logo depois ficava aquela culpinha cristã dentro da minha cabeça: será que exagerei? Será que é ok? Será que ele me respeita apesar do que eu fiz na cama?
Essas dúvidas continuaram e às vezes ainda continuam na minha cabeça, mas a sua área de atuação se ampliou. Será que não fui sedenta demais no cara? Falei algo que assustou? E se essa nude vazar? E esse vídeo?
Por que culpa cristã? Bem, eu fui criada como católica — catequizada e crismada —, e de acordo com a tradição cristã como a conhecemos, mulher não pode sentir prazer. Não pode falar de prazer. Em quem faz isso com certa abertura e constância é vista como puta, vagabunda, depravada, demoníaca, alguém que não é digna de respeito e consideração. Eu achava isso das meninas da escola que viviam agarradas nos garotos. Isso me definiu durante um tempo.
Eu consigo diminuir um tanto essas vozes da culpa cristã, até porque posso dizer que minha vida sexual deu um duplo twist carpado com back flip de uns anos para cá. Parar o anticoncepcional me fez perceber que sou uma pessoa com um monte de fogo no rabo, e um ou outro encontro acendeu a chaminha de algumas fantasias que não vejo a hora de poder colocar em prática. Então, agora, eu estou muito mais VADIA do que eu era antes. E a culpa cristã, apesar de tudo, ainda está aí.
Porque parece que quando o assunto é sexo, a mulher é só um pedaço de carne na cama. Foda-se sua carreira, seu sucesso, o que as pessoas pensavam dela antes de saber algum detalhe sobre sua vida sexual — nossa, ela faz menáge, ela tem um relacionamento aberto, ela vende fotos no Only Fans, ela é cam girl… É como se a gente virasse só isso, um coro, e qualquer detalhe da vida sexual tem que ser escondido e guardado porque você será julgada por isso.
Essa questão anda na minha cabeça desde que decidi fazer algumas fotos mais sensuellen e postar por aí. Eu gosto do meu corpo, acho ele extremamente bonito, e eu gosto de transar, e às vezes eu quero falar sobre isso sem parecer que eu… penso só nisso?
Sei lá, só um desabafo aqui. Meu nome é Taize Odelli. Eu trabalho, eu leio, eu aprendo, eu cuido da minha vida, da minha casa, dos meus bichos e eu… transo. Mas não é transar ou vender umas fotos por aí que me definem como pessoa.
Pega essa dica
Dicaize
Ai, deixa eu divulgar uma coisa que fiz e me deu muito orgulhinho? Fiz uma playlist cheia de músicas gostosinhas para curtir uma ~vibe~ — seja lá qual seja essa vibe. Sou péssima em fazer playlists, sempre esqueço de músicas legais que eu poderia incluir, as bandas. Sabe quando alguém te pergunta quais suas bandas favoritas e você não consegue lembrar de nenhuma? Sou euzinha.
Mas me veio um sopro de inspiração por causa da trilha sonora de Verdades Secretas (sim, eu estou viciada mesmo e vou reassistir quando começar na Globo semana que vem), então consegui fazer uma playlist do jeito que eu sempre quis. Ouve aí: tem Metric, Massive Attack, Nine Inch Nails, Radiohead, The Kills e mais uma caralhada de música que amo.
Bebedicash
A minha dica de hoje vai pegar uma leve carona no texto da Taize, porque vou indicar o documentário da Netflix Pray Away.
O documentário é mais uma produção de Ryan Murphy, o mesmo de Halston que também é da Netflix, e conta a história de pessoas cristãs que pregavam a palavra da “CURA GAY”, se dizendo ex gays, e levando milhares de pessoas e famílias a acreditarem em tamanho absurdo.
O movimento acontece nos Estados Unidos, e eles contam sobre essas instituições religiosas de lá através dessas personagens que já foram as vozes desses movimentos, até as pessoas que ainda abraçam e acreditam neste movimento.
Vale lembrar que essa não é uma situação isolada aos Estados Unidos, instituições como essa, existem ao redor do mundo, inclusive aqui no Brasil, que é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, então vale assistir e dividir com toda a família, para que vejam e alertem o máximo de pessoas sobre o quão danoso crenças e instituições como essas podem ser.
Fora os índices altíssimos de automutilação e suicídio em pessoas que de fato acreditam que tem algo de errado com elas, pelo simples fato da sua orientação sexual ou identidade de gênero.
O documentário é triste, mas super válido para reflexão e mudanças.
Assistam e propaguem a palavra: O AMOR É LINDO, O AMOR É LIVRE E DEVE SER SEMPRE RESPEITADO, INDEPENDENTE DA SEXUALIDADE, IDENTIDADE DE GÊNERO, RELIGIOSIDADE, RAÇA E CULTURA.
Puoudi Kest
É Nóia Minha?: Meu Deus, pare tudo o que estiver fazendo e vai ouvir esse episódio AGORAAA! Eu amei gravar com o Andre Carvalhal de novo e amei conhecer a Ju do insta Espiritualidade Mercantil. Falamos sobre Espiritualidade Tóxica e eu realmente não sabia como eu precisava ouvir tudo aquilo. Tá demais!
Calcinha Larga: Foi aquele episódio surto só comigo, Tati e Hel, sem convidados, ou seja, costuma ser o mais louco de toda a temporada, confere lá!
PPKANSADA: Bertha, Bela e Taize falaram sobre sobre relacionamentos com gringos e choque cultural. Vai ouvir!
Aliás, assine o PPKANSADA pra fazer parte do nosso grupo do Telegram, o Disk DR Express. Tá rolando cada história lá…
Bj bj
Hoje o dia foi lotado de coisas, mas eu amo deitar na cama e escrever pra vocês na quinta à noite, com o computador apoiado na minha barriga (pior postura para as costas), com a camiseta da nossa associação e de banho tomado. Sério, esse espaço me faz muito bem, espero que faça bem pra vocês também! Semana que vem tem mais!
bjs,
Noiz