Associação dos Sem Carisma #89
Driblando o Carisma Retrógrado
Quando mercúrio entra no movimento retrógrado, nosso carisma vai junto com ele. É tudo dando errado ao mesmo tempo, nada parece funcionar, qualquer tentativa de sucesso vira mais um case de fracasso.
Pois aqui vão algumas dicas para você sobreviver a esse período difícil, mas contornável.
O melhor de mim
Por Camila Fremder
Arthur faz 4 anos no final de outubro, ou seja, dá pra considerar que quase metade da vida ele passou em pandemia. Por conta disso, o período em que passamos mais fechados em casa correspondeu com o avanço da fala dele, e só agora que estamos vacinados e voltamos a frequentar alguns locais, que tenho vivido a experiência de vê-lo interagindo com outras pessoas. É muito legal, mas também passo vergonha.
Outro dia fomos até uma sorveteria e tinha uma velhinha atrás da gente, ele não teve dúvidas, olhou pra ela e disse: “conversa com a minha mamãe, ela é legal e gosta de torrada”. Assim, do nada. A mulher, claro, se sentiu na obrigação de conversar comigo e ficamos de papo furado enquanto ele nos olhava orgulhoso.
Hoje, quando fui buscá-lo na escola, ele chamou a professora até o carro e disse: “tá vendo a bagunça da mamãe? E ela deixa sempre assim, o carro sujo". Eu quis que a máscara cobrisse o meu rosto todo. Dei um tchauzinho pra professora e acelerei. Chegando na garagem, limpei todo o carro. Acho que é isso que as pessoas querem dizer quando falam que as crianças nos tornam pessoas melhores, eu agora converso com velhinhas e deixo o carro impecável.
Se quiser falar de amor, fale com a Bebetinha!
Por Bertha Salles
Mercúrio está retrógrado e ele não está para brincadeira
Essa semana seria puxada de trabalho e disso eu já sabia, mas que os astros iriam operar contra, disso eu não sabia.
Minha louça está suja desde terça-feira, e o meu remédio psiquiátrico havia acabado. Cheguei em casa exausta esses dias e decidi ir à farmácia, pois não posso ficar sem tomar os meus medicamentos, meo, rs.
Fui até lá comprar e é óbvio que não seria fácil, não ia só chegar lá e comprar, não tinham os remédios.
Estava chovendo e tive que me deslocar com os pés cansados até a Brigadeiro, que fica a alguns bons quarteirões aqui da minha casa, fui atendida por pessoas ótimas que quase me fizeram pensar que a vida é boa, e às vezes tudo faz sentido. Mas não! Calma lá que vem mais.
Gastei horrores, afinal, não basta ter os probleminha na cabeça kk, tem que gastar tudo que não tem e parcelar em 3x na farmácia.
E quando acho que o pior já passou, chego em casa e Carlos Daniel, meu doce cão, tinha cagado em todo o meu tapete do banheiro, feito xixi e o caos inteiro, e se não bastasse, assim que me sento no sofá para descansar alguns segundos, vejo que o seu bumbum está imundo.
Confesso que quase chorei, já era tarde, mas como boa pessoa medicada que sou, não chorei.
Eu não estou aqui para romantizar dias difíceis, e sim para falar que eles existem e sempre estarão aí, nos botando à prova, mas confirmando que a gente passa, fica mal, fica bem, e tudo volta de novo, assim como Mercúrio retrógrado.
Beijos exaustos,
Bebetinha
Eu só queria ser amada
Por Taize Odelli
Sempre espero ansiosa pela consulta com a minha psiquiatra. Falamos de três em três meses, então, para mim, é como reencontrar uma amiga e atualizar ela de todas as minhas fofocas. Essa semana teve consulta, e lá fui eu tentar resumir em uma hora tudo o que me aconteceu desde a última vez em que a gente se falou.
Não sei vocês, mas eu sinto que nesses dois anos em casa com pouco contato com outras pessoas eu mudei demais. Mudei principalmente a forma com que enxergo agora os relacionamentos. Já falei aqui que cheguei à conclusão de que um relacionamento amoroso, monogâmico, romântico, não faz mais sentido pra mim. Admiro muito quem tem, mas não funciona comigo.
Pois bem, falei dessa minha "grande descoberta" para a psiquiatra. E o bom dessas consultas é que na hora me vem ideias novas sobre os meus pensamentos. E dessa vez a gente falou: "é, você queria que eles gostassem de você mesmo não gostando tanto assim deles. E quando isso não acontecia, isso te frustrava".
Bingo. A cada novo peguete, eu queria que ele se apaixonasse perdidamente por mim. Mesmo eu não estando perdidamente apaixonada por ele. Ah, a leonina megalomaníaca que quer ser amada e adorada por todos. E era justamente isso: todas as minhas frustrações, decepções, choros, dramas e dores de cotovelo vieram dessa necessidade de ser amada que eu exigia dos outros e que, óbvio, eles nunca me davam.
E isso aí cai totalmente na minha conta. Claro que muitos pisaram na bola, e claro que eu também tenho pouca paciência e não consigo nem deixar que uma relação se construa, mas é isso, sabe? Nenhuma relação será boa se eu esperar de todos algo que não podem me dar.
Agora que eu taquei o foda-se, a vida tá bem melhor. Bem, bem melhor.
Só dicão
Dicaize
Gente, eu comprei um aspirador de pó robô. Era algo que eu queria há muito tempo e que finalmente consegui adquirir. Comprei um Ropo Glass 3, que tem um preço bem salgadinho, mas que vale super a pena.
Ele aspira e passa pano, é inteligentão a ponto de quase não ficar preso em nada — a não ser nos fios que às vezes deixo espalhados pelo chão. Configurei ele para começar a trabalhar às 8 da manhã, e assim já levanto com a casa limpa. Eu sou daquelas que ama uma limpeza, mas tem preguiça de fazer isso todo dia. E a preguiça aumenta exponencialmente junto com a sujeira, então fazer faxina exigia muita preparação mental.
E agora estou eu aqui, nessa semana onde tudo parece estar dando errado, me sentindo menos pior porque meu chão está limpo, cheiroso e brilhando.
Se você, como eu, tem quatro gatos e um cachorro, um robô aspirador de pó significa qualidade de vida. Essa é a dica burguesa de hoje.
Bebedicash
Vou indicar o livro que estou lendo da Bell Hooks, Tudo sobre o amor: novas perspectivas.
A Bela já havia indicado esse livro em um episódio do PPKANSADA, e finalmente comecei a ler. A visão de Bell Hooks sobre o amor é maravilhosa, e nos faz refletir sobre toda essa construção social, e recortes dos que sofrem com algo que é a coisa mais importante, e que, por fim, move a humanidade: o amor.
O amor dos nossos pais, nos relacionamentos e nas amizades.
Vale a leitura para desconstruir e construir novas perspectivas sobre esse sentimento que deveria tanto ser um afago, e por muitas vezes nos coloca em um lugar de insegurança e dúvidas.
Ouve aí um podcast porque ontem foi Dia do Podcast
É Nóia Minha?: Rolou um papo cabeça sobre carência. Quando e por que ficamos mais carentes? Phelipe Cruz e Carol Pires (que são frequentes lá no Nóia) foram os convidados perfeitos para esse episódio, e se você não for ouvir eu vou ficar carente, tá?
Calcinha Larga: Apenas Karen Jonz como convidada. O papo foi o surto de sempre, então corre lá!
PPKANSADA: Bertha, Bela e Taize, junto com a Sallve, apresentam o movimento Não Passe Pano, Passe Creme, e chamaram a Stephanie Noelle para falar sobre as passadas de pano na vida. Ouve!
Faloww Brasil
Vamos focar que é o último Mercúrio retrógrado do ano e seguir em frente? Vamos. Todo astrólogo diz que é um ótimo período para revisar as coisas, mas no quarto eu dia eu já to pensando, o que mais eu tenho pra revisar, meu Deus?? Enfim, revisa aí que revisamos daqui, e se algo der errado a culpa é dele.
bjss,
Noix <3